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VLS, Programa Cruzeiro do Sul e Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qui Nov 29, 2007 12:17 am
por ZeRo4
Fala galera, blz?!

Nos últimos tempos tenho me interessado muito pela área espacial, lançadores, tecnologia e etc. O conteúdo em português infelizmente é muito pequeno, então venho perguntar aos mais interados como está o Programa Espacial Brasileiro? o VLS terá um novo lançamento? quando? o Programa Cruzeiro do Sul ainda está de pé? A parceria com os Ucrânianos, como anda? A página do grupo que queria lançar de Alcântara simplesmente saiu do ar, o que deixa um gostinho de "pilantragem" no ar.

Se alguém puder responder essas perguntas eu agradeceria ;)

Enviado: Qui Nov 29, 2007 6:12 pm
por Brasileiro
Programa Cruzeiro do Sul - Nos últimos relatórios não se tem mais falado nesse programa. Fizeram certo, decidiram serem realistas e darem um passo de cada vez.
Agora quando se fala em lançador nacional a curto prazo, fala-se em VLS-1 e VLS-1B. O VLS-1 está sendo todo reprojetado para que não se tenha mais os problemas anteriores, serão consecutivamente (já estão sendo fabricados) lançados dois protótipos, primeiro um com os dois primeiros estágios, e depois um com todos os 4 estágios. Isso previsto para 2010/2011 respectivamente.
Já o VLS-1B terá um novo motor que está sendo desenvolvido. A previsão é que seja lançado em 2011/2012 dependendo do resultado dos lançamentos do -1. Sua primeira carga útil será uma versão da PMM (plataforma multi missão).
O outro foguete, que no programa Cruzeiro do Sul era chamado de VLS Beta (VLS-2?) a única coisa que foi divulgada, além daquela imagem é que ele contará com o primeiro estágio com meterial composto para diminuir o peso total.

Mas é claro que tudo isso dependerá da retomada da licitação para a reconstrução da torre móvel do CLA. Se ela continuar denorando, vai atrasar mais ainda todo o cronograma.

Bom, estou sem tempo.... tire suas próprias conclusões e leita bem isso. É a publicação mais recente que eu sei.

http://www.inpe.br/dspace/bitstream/123 ... pacial.doc



abraços]

Re: VLS, Programa Cruzeiro do Sul e Programa Espacial Brasil

Enviado: Qui Nov 29, 2007 6:16 pm
por LeandroGCard
ZeRo4 escreveu:Fala galera, blz?!

Nos últimos tempos tenho me interessado muito pela área espacial, lançadores, tecnologia e etc. O conteúdo em português infelizmente é muito pequeno, então venho perguntar aos mais interados como está o Programa Espacial Brasileiro? o VLS terá um novo lançamento? quando? o Programa Cruzeiro do Sul ainda está de pé? A parceria com os Ucrânianos, como anda? A página do grupo que queria lançar de Alcântara simplesmente saiu do ar, o que deixa um gostinho de "pilantragem" no ar.

Se alguém puder responder essas perguntas eu agradeceria ;)


Olá ZeRo4

Todos estes assuntos já foram discutidos em outros posts anteriores deste tópico, mas segue abaixo um resumo das últimas informações divulgadas (estou escrevendo de cabeça, por favor não ligue para um errinho ou outro).

-VLS :

Ao que tudo indica já foi realizada uma revisão do projeto e dos procedimentos de segurança para o lançamento, mas os trabalhos estão parados aguardando resultado de processo sobre a licitação da plataforma de lançamento, que foi embargada pela justiça. Deve ser liberada a contratação em 2008.

Uma vez construída a a plataforma (2009?), serão lançados veículos de desenvolvimento (foguetes incompletos, com estágios de menos), em vôos de qualificação dos sistemas. Lá para 2010 deverá ser efetuado o lançamento do primeiro VLS completo, com talvez mais um na sequência.

Outros lançamentos não poderão ser feitos até que se resolva o problema das plataformas inerciais, pois só existem mais duas disponíveis e não são vendidas facilmente no mercado. Comentou-se que o desenvolvimento de plataformas nacionais foi retomado, mas não vi notícias concretas a respeito.


- Programa Cruzeiro do Sul:

Os planos atuais vão apenas até o VLS-Alfa, que é um VLS com o terceiro e quarto estágios substituídos por um foguete de combustível líquido. O técnicos e engenheiros do programa estão montando um laboratório para testes de motores deste tipo, mas os projetos anunciados até agora são apenas de modelos "acadêmicos", o maior deles com umas poucas toneladas de empuxo máximo, para aprendizado e pesquisas.

Este motor até poderia ser utilizado no VLS-Alfa se, for utilizado mais de um (o que na verdade é bem comum em foguetes de combustível líquido). Mas é provável que o projeto do motor do VLS-Alfa venha da Rússia.

Não existem planos concretos para depois do VLS-Alfa.


- Projeto Ciclone (Brasil+Ucrânia):

Os ucranianos estariam enfrentando problemas no desenvolvimento do foguete, e não há cronograma oficial nem garantias de que ele será lançado algum dia.

Ele utiliza tecnologia herdada da URSS de combustíveis estocáveis e exige uma infra-estrutura de solo diferente do VLS e do VLS_Alfa. Nada sobre a implantação desta infra-estrutura em alcântara foi comentado até onde eu sei.


Você não perguntou mas só completando o assunto, a base de Alcântara está sendo utilizada para vôos de qualificação de foguetes de sondagem como o VBS-30, que serão exportados para países da Europa. O fornecedor anterior deste tipo de foguetes (uma firma inglesa) saiu do ramo. Estima-se que serão fornecidos em torno de 2 foguetes por ano.

Abraços,


Leandro G. Card

Enviado: Qui Nov 29, 2007 8:01 pm
por Centurião
A única notícia que vi sobre a plaraforma inercial:

Um esforço conjunto de Inpe e IAE, com financiamento saído dos fundos setoriais, está atualmente em curso para que se desenvolva uma plataforma inercial própria, informa a AEB (Agência Espacial Brasileira). Espera-se que a pesquisa renda seus frutos em coisa de três anos.

Enviado: Qui Nov 29, 2007 9:25 pm
por Brasileiro
Apenas três coisas:

-O projeto do Centro Espacial de Alcântara (CEA), o VLS e a PMM são alguns dos 6 projetos da AEB que fazem parte do "PAC Ciência & Tecnologia".

-Há alguns dias o ministro Jobim visitou o CTA e houve uma demonstração de um pequeno motor-foguete a propulsão líquida desenvolvido junto com a Rússia para estudos.

-Entre os experimentos lançados pelo VSB-30 no último vôo estavam alguns subsistemas e tecnologias que estão sendo desenvolvidas para a plataforma incercial.



abraços]

Enviado: Sex Nov 30, 2007 12:46 am
por Centurião
Brasileiro escreveu:Apenas três coisas:

-O projeto do Centro Espacial de Alcântara (CEA), o VLS e a PMM são alguns dos 6 projetos da AEB que fazem parte do "PAC Ciência & Tecnologia".

-Há alguns dias o ministro Jobim visitou o CTA e houve uma demonstração de um pequeno motor-foguete a propulsão líquida desenvolvido junto com a Rússia para estudos.

-Entre os experimentos lançados pelo VSB-30 no último vôo estavam alguns subsistemas e tecnologias que estão sendo desenvolvidas para a plataforma incercial.



abraços]


Obrigado pelas informações, Leandro e Brasileiro.

Obrigado também pelo documento, Brasileiro. Acabei de lê-lo. Pelo o que eu vi, o orçamento do programa espacial brasileiro vai mais que dobrar no próximo ano. Isso por causa do PAC da C&T. Boa notícia. Mas quero esperar para ver se isso não vai ser contingenciado. :wink:

Eu vi que estão desenvolvendo a plataforma inercial e também o computador de bordo no Brasil. Essa foi uma ótima notícia.

Notei que no documento eles estão sendo menos afobados nas previsões. Principalmente nas do VLS. Ou seja, podem surpreender por aí.

Quanto aos projetos, se eles saírem dentro do previsto, em 2011 podemos atingir o objetivo da MECB.

Abraços!

Re: VLS, Programa Cruzeiro do Sul e Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Sáb Ago 23, 2008 3:52 pm
por ademir
Investimento na base de Alcântara foi zero em 2008

Governo federal destina mais verbas, mas gasta menos no programa espacial

Breno Costa escreve para a “Folha de SP”:

No dia em em que a maior tragédia da história do programa espacial brasileiro completa cinco anos, o governo federal chega ao oitavo mês do ano sem ter executado nenhum investimento em ações relativas à base de Alcântara com recursos do Orçamento deste ano. Em 22 de agosto de 2003, o incêndio do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) na base maranhense matou 21 pessoas.

Segundo dados da execução orçamentária do Pnae (Programa Nacional de Atividades Espaciais) deste ano, de um investimento autorizado de R$ 62 milhões para sete ações, a AEB (Agência Espacial Brasileira) e o Comando da Aeronáutica, órgão responsável por uma parcela de 0,3% dos investimentos previstos, ainda não desembolsaram nenhum centavo.

O presidente da AEB, Carlos Ganem, há cinco meses no cargo, disse à Folha que uma das razões para a baixa execução orçamentária é o fato de "não ter espaço para ser maior".

Segundo ele, a questão pode ser vista como a relação "entre o ovo e a galinha. "A baixa execução pode estar ligada à inexistência de um mercado forte para atividade espacial", disse.

O Pnae nem chegou a ser incluído entre os 101 programas prioritários do governo para 2008, segundo lista anexada à Lei de Diretrizes Orçamentárias elaborada no ano passado e que serviu de parâmetro para o Orçamento deste ano.

As únicas ações do governo relativas a investimentos em Alcântara no Orçamento deste ano foram referentes a reservas de recursos - os chamados empenhos. Até o início de agosto, R$ 20,1 milhões haviam sido reservados, mas ainda estavam pendentes de execução.

Desse dinheiro, R$ 20 milhões foram empenhados em julho, referente a "Estudos para a implantação do Centro Espacial de Alcântara". O valor, no entanto, permanece nos cofres do governo federal.

Essa ação não constava da lei orçamentária anual e só foi criada no mês passado, juntamente com a abertura de um crédito extraordinário de R$ 40 milhões. A medida veio após contestações do TCU (Tribunal de Contas da União).

A equipe técnica do tribunal detectou, no ano passado, um sobrepreço de R$ 122 milhões no edital de licitação para as obras do Centro Espacial de Alcântara, inicialmente orçadas em mais de R$ 600 milhões.

Em março deste ano, apesar de os técnicos terem pedido a anulação do edital, o TCU decidiu manter a concorrência, sob a condição de a AEB reformular uma série de pontos no edital. No entanto, no dia 6 de junho, a própria agência espacial decidiu revogar a licitação e reformular o projeto.

Até a primeira quinzena de agosto, o R$ 1,4 milhão gasto pelo governo em sete ações ligadas a Alcântara se referiam a despesas correntes, como pagamento de diárias e compra de material de consumo.

No ano passado, os investimentos do governo em ações ligadas ao desenvolvimento da estrutura de Alcântara chegaram a R$ 39,3 milhões, segundo dados do Orçamento.

Apesar do fraco desempenho até o momento na execução orçamentária, a destinação de recursos para o Programa Nacional de Atividades Espaciais subiu 480% desde 2003, ano da tragédia no centro de lançamentos no Maranhão. O orçamento total autorizado para o Pnae passou de R$ 35,9 milhões, há cinco anos, para R$ 208,7 milhões neste ano.

Agência admite baixa execução

Empossado em março no comando da AEB (Agência Espacial Brasileira), Carlos Ganem admite que a execução financeira dos investimentos previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais no orçamento deste ano é "baixa".
No entanto, citou pendências relativas à titularidade de terras em Alcântara (MA) e um mercado fraco no setor espacial no país como razões para a baixa execução do orçamento este ano.

O presidente da AEB também citou o fato de a renovação da agência ter sido concluída no início de julho. Ganem disse que a nova licitação para a construção do Centro Espacial de Alcântara, anulada pela própria AEB em junho deste ano e que vem sendo reformulada, será realizada em setembro.

Já a reconstrução da torre de lançamento do VLS está prestes a ser retomada, segundo Ganem, com recursos já reservados. A obra, interrompida pelo TCU, foi liberada este ano pelo tribunal.
(Folha de SP, 22/8)

Re: VLS, Programa Cruzeiro do Sul e Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Seg Ago 25, 2008 8:26 pm
por Junker
Inferno na torre
Há cinco anos, 21 pessoas morreram no incêndio de um foguete no Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão
25 de agosto de 2008

ALEXANDRE MENEGHINI, AP, BD 26/8/2003
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O acionamento espontâneo do dispositivo de ignição pôs fogo em 41 toneladas de propolente sólido e transformou o lugar num inferno

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No velório, o presidente Lula consolou os familiares e garantiu o pagamento de indenização. Mas as investigações que não indicaram os responsáveis pelo acidente frustaram os parentes das vítimas de Alcântara

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A plataforma de lançamentos ainda fumegante e os destroços

No início da tarde de 22 de agosto de 2003, um Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) incendiou-se na plataforma do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão. As chamas rapidamente consumiram o foguete e a plataforma móvel, que desabou, matando as 21 pessoas, técnicos e engenheiros do então Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA) que trabalhavam nos preparativos para o lançamento, previsto para três dias depois. Foi o segundo pior desastre da história espacial, só superado pela explosão do foguete soviético R-16, em outubro de 1960, quando mais de cem pessoas morreram.

Cinco anos depois, as autoridades, as famílias das vítimas e os cientistas ainda não sabem exatamente o que aconteceu naquele dia fatídico em Alcântara. Uma comissão independente apurou que houve o acionamento involuntário do dispositivo de ignição de um dos motores do primeiro estágio do foguete, o que incendiou as 41 toneladas de propelente sólido dos quatro estágios do VLS-1.

Uma descarga eletroestática poderia ter acionado essa espécie de motor de arranque, mas a hipótese não pôde ser comprovada. Suspeitas recaíram sobre os fios que levavam energia aos detonadores. Eles deveriam ser blindados, mas, por medida de economia, a fiação utilizada no VLS-1 era do tipo comum, e não tinha proteção contra indução de corrente elétrica, o que pode ter causado o acionamento do motor.

– Os investigadores estudaram fatores ligados ao ambiente, aos procedimentos operacionais, às ações humanas e ao desenvolvimento do próprio veículo e seus sistemas de apoio. Falhas insignificantes e algumas importantes foram apontadas. Entretanto, rigorosamente, não foi possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre eles e a ignição intempestiva – observa o atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem.

Ficou evidente, no entanto, que, além de economizar em material devido ao baixo orçamento, procedimentos básicos de segurança foram ignorados durante os preparativos para o vôo. Embora tenha sido arquivado pela Justiça Militar da União por falta de provas e não tenha apontado nenhum culpado, o inquérito policial-militar que também investigou o acidente é farto em relatos sobre falhas de segurança em Alcântara.

Em um deles, um técnico revela a preo­cupação de um dos engenheiros com a montagem antecipada do conjunto da ignição dos propulsores – justamente o dispositivo que causou o incêndio –, feita na manhã do acidente, quando ainda havia muito trabalho a ser feito no foguete. Os 21 homens que morreram na plataforma não sabiam que o sistema de ignição estava instalado e ignoravam o perigo que corriam.

Outras falhas gritantes, aliás, foram a falta de uma barreira de segurança a este conjunto de ignição e a inexistência de um controle de acesso à plataforma de lançamento (não havia registro de quem entrava e saía).

– Logo depois do acidente, o CTA não sabia quem estava na plataforma e havia morrido. Fez a lista de mortos a partir das pessoas que não se reapresentaram. Eles não tinham nem um cadastro com os endereços das famílias – critica Luiz Cláudio de Almeida, irmão de José Eduar­do de Almeida, um dos mortos.

No final de 2003, o governo pagou às famílias uma indenização de R$ 100 mil, além de arcar com os custos de tratamento médico e psicológico e com as despesas com educação dos filhos das vítimas. Muitas recorreram, pedindo na Justiça um valor maior.

Mas a maior inconformidade é com a falta de informações mais precisas sobre o que aconteceu naquele dia em Alcântara, e, principalmente, com a incapacidade das investigações em apontar os responsáveis e punir os culpados.

– O CTA sempre escondeu tudo – diz Almeida, que montou uma associação para cobrar uma apuração mais efetiva do desastre.

elton.werb@zerohora.com.br
ELTON WERB
Uma saída para o espaço
25 de agosto de 2008

AEB, DIVULGAÇÃO, BD, 11/12/1999
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Dois lançamentos anteriores do VLS-1 já haviam sido abortados por falhas depois de alguns minutos de vôo

O VLS-1 que se incendiou em Alcântara era o terceiro da série que tentaria subir ao espaço. Outros dois, em 1997 e 1999, embora cumprissem parte das manobras de avaliação de desempenho, tiveram o vôo abortado por problemas técnicos, minutos após a decolagem. O acidente desacelerou ainda mais o já não tão veloz projeto de um foguete nacional e os planos de o país ser auto-suficiente numa área estratégica do ponto de vista militar e comercial. Mas o programa espacial brasileiro não parou.

– Os lançamentos com foguetes de sondagem continuaram e trabalhos de crítica e o reprojeto do VLS estão sendo rea­lizados, visando um novo lançamento em 2010 – afirma o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem.

Recentemente, o hoje Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) fez testes de motores para foguetes, mas pouco se sabe sobre o atual estágio de desenvolvimento. O sonho do Brasil é ter, até 2020, uma família de cinco lançadores próprios. A série de foguetes começaria com o VLS Alfa, para levar satélites de 250 quilos a 750 quilômetros de altitude, e iria até o Epsilon, um foguete maior, para cargas de até quatro toneladas.

O movimento mais importante, porém, foi a assinatura de um acordo com a Ucrânia que resultou na criação, em dezembro passado, da Alcântara Cyclone Space (ACS), uma “joint-venture” que pretende explorar serviços comerciais de lançamento de satélites a partir de Alcântara.

Para isso, será usado um foguete Cyclone 4, em construção na ex-república soviética. O investimento inicial para a criação da binacional foi de US$ 105 milhões, mas, em junho passado, o conselho de administração da ACS aumentou o capital da empresa para US$ 375 milhões. Os primeiros lançamentos estão previstos para 2010, e os dois paí­ses também trocarão tecnologia de foguetes e satélites.

Onde o Brasil vai bem é justamente na área de satélites. Acordos foram assinados com vários países. O mais importante, com a China, nos anos 80, resultou nos Cbers, satélites de sensoreamento remoto. As mais de 300 mil imagens obtidas pelos dois primeiros Cbers são utilizadas por mais de 15 mil usuários de 1,5 mil empresas privadas e instituições públicas. Outros dois satélites, atualmente em produção, entrarão em órbita nos próximos anos. Parte deles está sendo feita no Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe), em São José dos Campos (SP).

O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên­cia (SBPC) e ex-diretor do Inpe, Marco Antonio Raupp, lembra a importância estratégia do setor aeroespacial para um país continental como o Brasil.

– Dominar o acesso ao espaço é vital para monitorar o clima, vigiar o ambiente, desenvolver as telecomunicações, prospectar petróleo, exercer nossa liderança regional – diz Raupp, lembrando que os investimentos no setor devem ser constantes:

– Precisamos ser persistentes, formar equipes, oferecer bons cargos e salários, desenvolver a indústria espacial nacional.
Um pulinho para entrar em órbita
25 de agosto de 2008

AEB, DIVULGAÇÃO, BANCO DE DADOS
Imagem
A base, hoje constituída de algumas poucas construções em meio à mata, deve passar por um processo de modernização para receber os lançamentos do Cyclone 4

De todos os trunfos do Brasil no disputado mercado espacial nenhum é maior do que o Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão. Graças à proximidade com a Linha do Equador, é possível lançar foguetes dali gastando 25% menos de combustível em comparação ao Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (EUA), e até 30% menos em relação a Baikonur (Cazaquistão) e Kourou (Guiana Francesa).

Com isso, é possível colocar objetos em órbita gastando muito menos, o que desperta o interesse das principais agências espaciais e dos fabricantes de satélites.

A base, hoje constituída de algumas poucas construções em meio à mata, deve passar por um processo de modernização para receber os lançamentos do Cyclone 4, a partir de 2010.

– A idéia é transformar a região em um complexo espacial, apoiando um programa de dimensão compatível com a grandeza do Brasil – diz o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... ction=1035

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