Os sobreviventes da guerra - Industria de Defesa Nacional -
Enviado: Seg Nov 12, 2007 1:47 am
Nos anos 80 o Brasil teve uma pujante indústria de defesa, com bom volume de exportações. Nos anos 90 o setor foi esmagado pela ausência de uma política de defesa e pelo aumento desmedido da dívida pública, que passou a consumir a maior parte dos recursos orçamentários. Agora, com a nova Política Nacional de Defesa, anunciada pelo Ministro Nelson Jobim, o que se tem de legado do período anterior?
No artigo “Um olhar sobre alguns projetos ainda viáveis para a indústria de defesa no Brasil”, o pesquisador Expedito Carlos Stephani Bastos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) procede a um inventário do período. Segundo ele, empresas foram sucateadas, mas projetos e projetistas continuam à disposição do novo esforço industrial.
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O primeiro destaque é o Ogum, blindado leve desenvolvido pela Engesa – Engenheiros Especializados S/A –, cujas características são a “baixa pressão sobre o solo, aerotransportável, podendo inclusive ser lançado de pára-quedas, extremamente ligeiro, com grande mobilidade e raio de ação além de baixo peso”. O veículo foi desenvolvido para o cliente Iraque, em guerra com o Irã. Os estudos começaram em novembro de 1985 e em maio de 1986 já estava pronto o primeiro protótipo.
Em 1988, um outro protótipo chegou a vencer tecnicamente o Wiesel, veículo alemão consagrado internacionalmente, em uma concorrência em Abu Dhabi.
Diz o analista: “O EE-T4 Ogum ainda é um veículo versátil mesmo para os dias de hoje, seu conceito é extremamente moderno e poderia muito bem ser aproveitado pelo Exército Brasileiro que criou recentemente uma Brigada de Operações Especiais; serviria também para a Brigada Pára-quedista e muitas outras unidades nas mais variadas funções”.
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Um segundo equipamento é o EE-18 Sucuri, desenvolvido pela Engesa nos anos 80, a pedido da empresa alemã Rheinmetall, para atender a uma encomenda da Infantaria dos Estados Unidos, que necessitava de um canhão de baixo recuo, para ser acoplado a um veículo de pequeno porte. A Engesa percebeu o potencial e acabou construindo um caça-tanque, utilizando os primeiros sistemas de CAD/CAN existentes na época, quando a eletrônica começou a interagir com a mecânica.
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O Charrua é outro projeto, desenvolvido pela Moto Peças S/A, em parceria com o Exército, visando modernizar os tanques M-59, americanos, oriundos da guerra da Coréia. Era o que se denomina de CBTP (Carro Blindado para Transporte de Pessoal), anfíbio, podendo transpor rios e lagos. Foram previstas três versões, mas apenas a primeira chegou na fase de protótipo.
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A conclusão do especialista é que “faz-se necessário uma readequação do nosso Parque Industrial de Defesa, com fusões de empresas (...); criar uma agência de aquisição e avaliação de material para as três forças ligadas ao Ministério da Defesa, com poder de decisão e como forma de transformar as forças armadas em operadoras de sistemas de armas e não detentoras de plataformas “A” ou “B” (...) Recriar empresas estatais para produção de material de defesa que não sejam de interesse das privadas (pouca lucratividade, pequenas quantidades e longo tempo de compras)”.
Nassif - http://www.projetobr.com.br/web/blog/6#4880
No artigo “Um olhar sobre alguns projetos ainda viáveis para a indústria de defesa no Brasil”, o pesquisador Expedito Carlos Stephani Bastos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) procede a um inventário do período. Segundo ele, empresas foram sucateadas, mas projetos e projetistas continuam à disposição do novo esforço industrial.
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O primeiro destaque é o Ogum, blindado leve desenvolvido pela Engesa – Engenheiros Especializados S/A –, cujas características são a “baixa pressão sobre o solo, aerotransportável, podendo inclusive ser lançado de pára-quedas, extremamente ligeiro, com grande mobilidade e raio de ação além de baixo peso”. O veículo foi desenvolvido para o cliente Iraque, em guerra com o Irã. Os estudos começaram em novembro de 1985 e em maio de 1986 já estava pronto o primeiro protótipo.
Em 1988, um outro protótipo chegou a vencer tecnicamente o Wiesel, veículo alemão consagrado internacionalmente, em uma concorrência em Abu Dhabi.
Diz o analista: “O EE-T4 Ogum ainda é um veículo versátil mesmo para os dias de hoje, seu conceito é extremamente moderno e poderia muito bem ser aproveitado pelo Exército Brasileiro que criou recentemente uma Brigada de Operações Especiais; serviria também para a Brigada Pára-quedista e muitas outras unidades nas mais variadas funções”.
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Um segundo equipamento é o EE-18 Sucuri, desenvolvido pela Engesa nos anos 80, a pedido da empresa alemã Rheinmetall, para atender a uma encomenda da Infantaria dos Estados Unidos, que necessitava de um canhão de baixo recuo, para ser acoplado a um veículo de pequeno porte. A Engesa percebeu o potencial e acabou construindo um caça-tanque, utilizando os primeiros sistemas de CAD/CAN existentes na época, quando a eletrônica começou a interagir com a mecânica.
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O Charrua é outro projeto, desenvolvido pela Moto Peças S/A, em parceria com o Exército, visando modernizar os tanques M-59, americanos, oriundos da guerra da Coréia. Era o que se denomina de CBTP (Carro Blindado para Transporte de Pessoal), anfíbio, podendo transpor rios e lagos. Foram previstas três versões, mas apenas a primeira chegou na fase de protótipo.
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A conclusão do especialista é que “faz-se necessário uma readequação do nosso Parque Industrial de Defesa, com fusões de empresas (...); criar uma agência de aquisição e avaliação de material para as três forças ligadas ao Ministério da Defesa, com poder de decisão e como forma de transformar as forças armadas em operadoras de sistemas de armas e não detentoras de plataformas “A” ou “B” (...) Recriar empresas estatais para produção de material de defesa que não sejam de interesse das privadas (pouca lucratividade, pequenas quantidades e longo tempo de compras)”.
Nassif - http://www.projetobr.com.br/web/blog/6#4880