Sobre o mercado de lançadores comerciais

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Koslova
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Sobre o mercado de lançadores comerciais

#1 Mensagem por Koslova » Ter Nov 06, 2007 12:11 am

Um texto meu em outro forum respondendo a questão abaixo.


E se a EMBRAER um dia se dedicasse a um projeto aeroespacial, usando a filosofia de mercado que ela usa para seus produtos...supondo que ela se dedicasse ao mercado de foguetes para lançamentos comerciais..chamasse para seu quadro profissionais capacitados. .será que a coisa ia andar ?

A questão não é se for a Embraer, se for a Avibras, a Mectron ou qualquer outra empresa, a questão é que o modelo da industria espacial é completamente diferente da industria aeronáutica. E ai não é se existe tecnologia para a Embraer desenvolver um lançador ou não, o buraco é mais embaixo.

Resumindo uma história muito cumprida.

No começo dos anos de 1970 existia um potencial de lançamentos comerciais de satélites de telecomunicações. As operadoras do mundo todo teriam satélites domesticos e ofereceriam serviços de transmissão de video, aúdio e dados a demais empresas de telecomunicações, esta era a "visão" da época que estava absolutamente correta.

A NASA nos anos de 1970 estava desenvolvendo o Space Shuttle, e para justificar o orçamento ela contou uma pequena "mentira" ao congresso americano e a sociedade como um todo.

A mentira era a seguinte.

O Shuttle substituiria os foguetes lançadores com grande vantagem, ele seria barato de se operar, seguro e qualquer coisa que precisa-se ser lançada ao espaço poderia ser lançada pelo Shuttle.

Existia um planejamento de lançamentos que poderiam ser de até 20 por ano, isto dá quase um a cada 15 dias, algo que na pratica nunca aconteceria.

Porque este conceito que parecia verdade nunca vingou?

Porque o Shuttle é uma nave tripulada e como tal, além de custos de operação tem também o fator segurança de seus tripulantes.

Os indices de segurança do Shuttle que deveriam ser de uma perda a cada 270 missões, na pratica não chegaram a uma perda a cada 60 missões, voar o Shuttle 20 vezes ao ano era um absurdo em termos de segurança.

A URSS não era um fator a se considerar na disputa deste mercado de satélites domésticos, com picos de até 70 lançamentos / ano, a URSS lançaria seus satélites proprios e a demanda americana e européia de satélites comerciais era um problema de agências espaciais européias e americanas. A realidade dos anos de 1970 e 1980 era completamente diferente portando da dos anos de 1990 em diante.

Existiam duas classes de lançamentos nos EUA nos anos de 1980, os satélites governamentais e os privados.

Os governamentais eram lançados por foguetes classe Delta, Atlas e Titan, bem como os privados também, com maior enfase na familia Delta.

Porem a industria espacial nos anos de 1980 era muito diferente dos seus primeiros 20 anos.

Até então a lógica eram programas governamentais. O foguete, o satélite, a base de lançamento, o segmento terrestre (estações transmissoras e receptoras) era tudo vinculado a um programa governamental tocado por uma agencia governamental.

Seria como se na industria da aviação a Boeing construise o 707, administra-se os aeroportos e ainda fosse a operadora do avião.

O resultado seria uma completa ineficiencia.

A Arianespace era uma empresa com dinheiro do contribuinte mas que tinha uma visão diferente da industria americana.

Ela construiria seus foguetes mais ou menos dentro dos parametros técnologicos adequados ao serviço de lançamento, mas seu forte seriam os serviços associados ao lançamento comercial. Preparação da carga util, seguros, treinamento dos operadores, financiamentos, algo que fosse agil e adequado as operadoras privadas de satélites.

Deu certo, entre negociar com a NASA uma repartição publica e negociar com a Arianespace uma empresa estatal porem focada a segunda opção era a preferida as operadoras privadas. A Arianespace chegou a ter 58% do mercado sozinha.

Ai aconteceram duas coisas.

1) A URSS caiu e a industrial espacial russa foi a luta para sobreviver
2) A Boeing e a Lockheed viram que a mentira do Shuttle tinha caido por terra e era a hora de entrar no mercado de satélites comerciais com mais força.

Ai houve uma segunda revolução na industria espacial.

Saimos de um modelo governamental de 1965 até 1978 quando a Arianespace criou um modelo com mais foco no cliente, mas ainda associado a idéia de que ela deveria ter um foguete próprio, porque nos anos de 1980 no cenário da guerra fria não existia sessão de tecnologias.

Como foi esta revolução?

A questão é simples. Cerca de 2 em cada 3 foguetes já lançados é soviético / russo os custos de produção de um foguete russo é imbativel em qualquer cenário, então se analisou a cadeia de valores e descobriu que competir em custo com os russos era bobagem, o negócio era se alinhar.

E de que forma?

Basicamente empregando tecnologia de lançamento russa com empresas operadoras americanas ou européias, ai se uniria o util ao agradavel.

As operadoras passaram a ser mais eficientes ainda na gestão do processo, selecionavam o foguete, a base, o satélite, o financiamento, o seguro, o treinamento do pessoal e os canapés pros executivos durante a festa do lançamento.

O foguete em si era secundário neste cenário, era russo ou era russo.

A Lockheed desenvolveu o Atlas-5 com impulsores principais (que são 70% dos custos de desenvolvimento) russos, a Boeing que criou o Delta-4 que não tem um parafuso russo sequer, também operar o Zenith que é 100% russo.

E a Arianespace? Bem, ela em lançamentos até 20.000Kg LEO opera o Ariane-5 e em lançamentos abaixo de 7500Kg LEO vai operar um foguete russo Soyuz.

Entendem o que quero dizer?

Que o foguete nos anos de 1990 em diante passou a ser uma espécie de commoditie. O que passou a ser a "nirvana" da industria espacial de satélites privados é o nivel de serviço associado ao lançamento, é isto que o cliente realmente quer, o foguete em si não diz muita coisa porque existe livre oferta e preços baixos em relação ao que era nos anos de 1980.

E ai, o Brasil vai desenvolver um foguete para competir no cenário mundial de lançamentos de satélites?

A competição não é mais no foguete e sim no serviço e esta é a parte sofisticada do negócio, e isto pouco tem haver com a idéia de que o Brasil consiga ou não construir um lançador comercial, o "segredo" é outro.




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#2 Mensagem por Centurião » Ter Nov 06, 2007 12:26 am

Obrigado por mais um texto esclarecedor, Koslova. :)

Mas eu tenho duas dúvidas. Os americanos e franceses, que são usados como exemplos no seu texto, em caso de algum confronto ou problema com os russos possuem a opção de voltar aos seus antigos lançadores. Será que isso não dá uma tranquilidade maior a eles? Outra pergunta: Você acha que o Brasil deveria mesmo assim desenvolver a sua própria tecnologia para não ficar completamente dependente de outro país?

Acho que investir nessa idéia de lançamentos com os ucranianos será boa para o país. Somos bons em prover serviços.




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#3 Mensagem por Koslova » Ter Nov 06, 2007 11:58 am

Os americanos e franceses, que são usados como exemplos no seu texto, em caso de algum confronto ou problema com os russos possuem a opção de voltar aos seus antigos lançadores. Será que isso não dá uma tranquilidade maior a eles?


Sem duvida.

A escolha da Lockheed, da Boeing e da Arianespace é puramente comercial, para abaixar os custos de seus lançamentos, mas é claro que ninguem renuncia a idéia de manter capacitação tecnologica em foguetes.

E nem deve renunciar mesmo. Como o Brasil não precisa necessariamente enterrar o VLS como os argentinos fizeram com o Condor-II. O Brasil precisa apenas ter menos programas "conceitos" que são meras apresentações de power point e ter mais foco no VLS, que quando acabado pode ai sim permitir galgar um segundo passo.


Outra pergunta: Você acha que o Brasil deveria mesmo assim desenvolver a sua própria tecnologia para não ficar completamente dependente de outro país?


Dependente em que aspecto exatamente? A questão é que não se poder formular politicas espaciais na base da retórica no estilo:

"Desenvolver tecnologias criticas, que permitam a independencia estratégia do país, garantindo o desenvolvimento economico e social"

Quem estudou em universidade publica sabe como são as eleições de diretório academico.

O sujeito fixa um papel A-4 do no edital com a sua plataforma politica.

-Maior representatividade junto a reitoria
-RU mais barato
-Xerox popular
-Apoio as reinvidicações dos professores por melhores salários
-Contra a privatização do ensino

As politicas espaciais brasileiras, tem a mesma consistencia deste nosso manifesto de chapa de DCE.

É preciso ser pragmático, saber exatamente independencia em que tecnologias a que custo e a que proposito e a que risco.

Lembrar também que o Brasil não é os EUA, Rússia ou China paises que ou são ou eram ou serão superpotencia, e também não é a França, Alemanha ou Inglaterra que em bloco são uma superpotencia em termos economicos.

Entender que somos um país sem grandes recursos, e quando eles aparecem gastamos mal.

A partir dai, viajando menos na maionese dá para se planejar uma politica espacial digna do nome.


Acho que investir nessa idéia de lançamentos com os ucranianos será boa para o país. Somos bons em prover serviços.


Se vai ser uma boa ou não só o tempo dira, mesmo que eu possa apostar com quem quizer uma garrafa de Absolut que jamais um Cyclone-4 com um satélite privado sera lançado de Alcantara.

Vamos a alguns fatos concretos.

A Ucrânia nunca realizou um lançamento comercial
Japão e Índia que tem programas espaciais mais desenvolvidos que a Ucrânia somados, nunca fizeram mais do que 4 lançamentos comerciais em mais de 20 anos.

Ambos paises, Ucrânia e Brasil se uniram porque tinham grandes carencias de recursos para seus programas espaciais, tanto o foguete quanto a sua infra estrutura de lançamento estão atrasados.

Vai conseguir competir com a Lockheed, Boeing e as operadoras dos foguetes russos?

As chances são as mesmas das cervejas Zani e Spoller, duas marcais locais do norte do Paraná teriam, se resolvesem se unir para enfrentar a FENSA e a AMBEV no mercado nacional.... :lol:




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#4 Mensagem por Centurião » Ter Nov 06, 2007 12:29 pm

Koslova, gostaria de agredecer mais uma vez por responder aos meus questionamentos. Tenho mais umas perguntinhas, mas se não tiver tempo para responder, eu entendo. :)

Sem duvida.

A escolha da Lockheed, da Boeing e da Arianespace é puramente comercial, para abaixar os custos de seus lançamentos, mas é claro que ninguem renuncia a idéia de manter capacitação tecnologica em foguetes.

E nem deve renunciar mesmo. Como o Brasil não precisa necessariamente enterrar o VLS como os argentinos fizeram com o Condor-II. O Brasil precisa apenas ter menos programas "conceitos" que são meras apresentações de power point e ter mais foco no VLS, que quando acabado pode ai sim permitir galgar um segundo passo.


Com certeza. A política espacial do Brasil tem que ter uma visão mais pragmática.

Dependente em que aspecto exatamente?


Se em um caso hipotético ficássemos sem nenhum lançador concluído, e partíssemos para só usar lançadores comerciais. Mas eu já vi que você concorda que devemos ter o VLS (mesmo que não seja 100% nacional?) para depois caminhar para a fase seguinte.

A questão é que não se poder formular politicas espaciais na base da retórica no estilo:
"Desenvolver tecnologias criticas, que permitam a independencia estratégia do país, garantindo o desenvolvimento economico e social"

Quem estudou em universidade publica sabe como são as eleições de diretório academico.

O sujeito fixa um papel A-4 do no edital com a sua plataforma politica.

-Maior representatividade junto a reitoria
-RU mais barato
-Xerox popular
-Apoio as reinvidicações dos professores por melhores salários
-Contra a privatização do ensino

As politicas espaciais brasileiras, tem a mesma consistencia deste nosso manifesto de chapa de DCE.


Pior que as eleições do DCE são assim mesmo. :lol:

Lembrar também que o Brasil não é os EUA, Rússia ou China paises que ou são ou eram ou serão superpotencia, e também não é a França, Alemanha ou Inglaterra que em bloco são uma superpotencia em termos economicos.

Entender que somos um país sem grandes recursos, e quando eles aparecem gastamos mal.

A partir dai, viajando menos na maionese dá para se planejar uma politica espacial digna do nome.


É tão difícil para o pessoal responsável entender isso? Ou eles entendem, mas os políticos não deixam realizarem as mudanças necessárias na política espacial?

Se vai ser uma boa ou não só o tempo dira, mesmo que eu possa apostar com quem quizer uma garrafa de Absolut que jamais um Cyclone-4 com um satélite privado sera lançado de Alcantara.

Vamos a alguns fatos concretos.

A Ucrânia nunca realizou um lançamento comercial
Japão e Índia que tem programas espaciais mais desenvolvidos que a Ucrânia somados, nunca fizeram mais do que 4 lançamentos comerciais em mais de 20 anos.

Ambos paises, Ucrânia e Brasil se uniram porque tinham grandes carencias de recursos para seus programas espaciais, tanto o foguete quanto a sua infra estrutura de lançamento estão atrasados.

Vai conseguir competir com a Lockheed, Boeing e as operadoras dos foguetes russos?

As chances são as mesmas das cervejas Zani e Spoller, duas marcais locais do norte do Paraná teriam, se resolvesem se unir para enfrentar a FENSA e a AMBEV no mercado nacional...


Não tinha idéia disso. Existe outra alternativa para lançamento de satélites comerciais em Alcântara?




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LeandroGCard
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#5 Mensagem por LeandroGCard » Qua Nov 07, 2007 8:03 pm

Centurião escreveu:
Lembrar também que o Brasil não é os EUA, Rússia ou China paises que ou são ou eram ou serão superpotencia, e também não é a França, Alemanha ou Inglaterra que em bloco são uma superpotencia em termos economicos.

Entender que somos um país sem grandes recursos, e quando eles aparecem gastamos mal.

A partir dai, viajando menos na maionese dá para se planejar uma politica espacial digna do nome.


É tão difícil para o pessoal responsável entender isso? Ou eles entendem, mas os políticos não deixam realizarem as mudanças necessárias na política espacial?


Pelos contatos que já tive com a equipe do IAE e da AEB (isto já faz alguns anos, pode ter mudado agora, embora eu não veja motivos para acreditar nisso), minha opinião é que eles são totalmente acadêmicos, se aprofundando o quanto possível nos detalhes de ciência/engenharia específicos que competem a cada um (e escrevendo um monte de papers sobre estes assuntos), mas com uma visão geral muito fraca do foguete como um todo e sem a menor idéia sobre sistemas de lançamento espacial em geral, como a Koslova os apresenta aqui no DB.

Esta visão geral tem que incluir não só pontos eminentemente técnicos, que vão dos foguetes em si e a tecnologia diretamente associada a eles até as questões periféricas como os procedimentos de segurança para lançamentos, a disponibilidade, custo e facilidade de manipulação de combustíveis (principalmente no caso dos combustíveis líquidos), etc... . E também deve incluir pontos que não são técnicos, como as questões financeiras e até mesmo de marketing e de relações públicas.

A falta desta visão mais abrangente é que faz com que o programa não tenha foco como menciona a Koslova, e a consequência disto é a quase completa ausência de resultados após décadas do início do programa espacial brasileiro.

Se vai ser uma boa ou não só o tempo dira, mesmo que eu possa apostar com quem quizer uma garrafa de Absolut que jamais um Cyclone-4 com um satélite privado sera lançado de Alcantara.

Vamos a alguns fatos concretos.

A Ucrânia nunca realizou um lançamento comercial
Japão e Índia que tem programas espaciais mais desenvolvidos que a Ucrânia somados, nunca fizeram mais do que 4 lançamentos comerciais em mais de 20 anos.

Ambos paises, Ucrânia e Brasil se uniram porque tinham grandes carencias de recursos para seus programas espaciais, tanto o foguete quanto a sua infra estrutura de lançamento estão atrasados.

Vai conseguir competir com a Lockheed, Boeing e as operadoras dos foguetes russos?

As chances são as mesmas das cervejas Zani e Spoller, duas marcais locais do norte do Paraná teriam, se resolvesem se unir para enfrentar a FENSA e a AMBEV no mercado nacional...


Não tinha idéia disso. Existe outra alternativa para lançamento de satélites comerciais em Alcântara?


O foguete Cyclone é uma herança que a antiga URSS deixou para a Ucrânia, e seu conceito em geral me lembra o dos Arianes I a IV, que são exatamente os foguetes que a Arianespace está abandonando em favor do veterano Lançador A. Fora eventuais lançamentos para o governo brasileiro (e eventualmente o ucraniano), vejo pouquíssima chance de sucesso comercial, a menos que seja aplicado um subsídio generoso para equilibrar o custos de lançamento com o de outras opções. Mas supondo-se que este programa um dia chegue a algum resultado, pode sempre aparecer alguém com uma carga urgente para lançar e que não se encaixe na agenda de outros fornecedores, quem sabe... .

Existem sim outras alternativas (o próprio Lançador A seria uma delas, e foguetes americanos também), mas no primeiro caso a ESA chegou antes, e no segundo os acordos como os EUA foram barrados por pretensas questões de "soberania"... .

Abraços,

Leandro G. Card




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#6 Mensagem por Centurião » Sex Nov 09, 2007 2:43 pm

Agradeço as respostas, Leandro. Resta saber se essa visão mudou dentro dessas intituições. Admiro a competência técnica desse pessoal, mas é certo que eles precisam de um dose cavalar de pragmatismo.




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#7 Mensagem por Brasileiro » Dom Nov 11, 2007 10:37 am

O Brasil precisa apenas ter menos programas "conceitos" que são meras apresentações de power point e ter mais foco no VLS, que quando acabado pode ai sim permitir galgar um segundo passo.


Olá Koslova.

Então um lançador como o VLS-1, se conseguirem deixá-lo "nos trinques" ele encontra algum nicho no mercado de lançamentos? Eu não acho.
Talvez o VLS-1B se conseguirem níveis de segurança razoáveis, talvez alguma coisinha ele possa alncançar, mas nada de comercial, apenas satélites científicos "peso pena" que não valham a pena colocar em foguetes mais caros e capazes. (até 600 Kg).

Sobre a parte dos power point eu concordo totalmente.


abraços]




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#8 Mensagem por Koslova » Dom Nov 11, 2007 11:52 am

Brasileiro escreveu:
O Brasil precisa apenas ter menos programas "conceitos" que são meras apresentações de power point e ter mais foco no VLS, que quando acabado pode ai sim permitir galgar um segundo passo.


Olá Koslova.

Então um lançador como o VLS-1, se conseguirem deixá-lo "nos trinques" ele encontra algum nicho no mercado de lançamentos? Eu não acho.
Talvez o VLS-1B se conseguirem níveis de segurança razoáveis, talvez alguma coisinha ele possa alncançar, mas nada de comercial, apenas satélites científicos "peso pena" que não valham a pena colocar em foguetes mais caros e capazes. (até 600 Kg).

Sobre a parte dos power point eu concordo totalmente.


abraços]



Oi Brasileiro

Eu não disse em momento algum que o VLS qualquer que seja a versão vai obter algum nicho de mercado.

O VLS é e sempre sera um programa governamental, e não existe problema algum nisto, Índia, Japão, Israel tem programas 100% governamentais, exploração comercial é outra história.




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#9 Mensagem por Brasileiro » Dom Nov 11, 2007 2:10 pm

Bom, diante das dificuldades que o projeto de lançar Ciclone no CLA vai encontrar eu tenho algumas propostas:
Que tal Brasil e Ucrânia subsidiarem o lançamento de satélites pelo Ciclone no CLA?
Com isso poderíamos fazer promoções do tipo: Os 5 primeiros que assinarem contrato conosco ganham 50% de desconto e do 5º ao 10º ganham 30%. Os nossos satélites governamentais como o SGB lançaríamos por ele ao invés da China, além disso poderíamos também negociar com os Chineses para lançarmos os futuros CBERS em Alcântara caso a série de satélites continue.
Conseguirmos uma certa quantidade de lançamentos (mesmo que alguns estatais) no começo da operação da empresa poderia servir como propaganda e atrair os olhares do mundo.
Com tudo isso, se consguirmos provar que podemos fazer bons serviços de lançamento poderemos obter algum sucesso.
O que acham?
É claro que subsidiando estaríamos batendo de frente diretamente com os gigantes do setor e muito provavelmente sofreríamos, os Russos por exemplo boicotariam a transferência de tecnologia de lançadores na hora...é arriscado, mas não deixa de ser uma proposta. Quem quer ser grande tem que saber aguentar pressões.



abraços]




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#10 Mensagem por Brasileiro » Dom Nov 11, 2007 2:30 pm

Só pra ilustrar:

Como serão lançados os Cyclone-4

Imagem



abraços]




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