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Brasil corre risco de novo apagão

Enviado: Ter Out 23, 2007 8:57 am
por Sniper
Brasil pode ter novo racionamento em 2008, diz estudo

Aumentou o risco de o Brasil ter racionamento de energia elétrica já no ano que vem, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Acende Brasil, entidade criada para fazer o acompanhamento do setor elétrico brasileiro e mantida por grandes empresas do setor, incluindo geradoras, distribuidoras e empresas de transmissão.

"Tudo vai depender de São Pedro. Se as chuvas do próximo verão forem favoráveis, não teremos problemas. Se for um período de seca, há riscos de faltar energia já no ano que vem", resumiu o especialista Mário Veiga, da PSR Consultoria, responsável pelo estudo do Acende Brasil.

O trabalho estima o chamado "risco de déficit" em 9% para 2008, quase o dobro dos dados divulgados em julho pela mesma entidade, que previa o patamar de 5%. Para 2009, o risco subiu de 6,5% para 8%, mas houve melhoria nas estimativas para 2010 (de 11,6% para 8,0%) e 2011 (de 28,0% para 14,0%)

O presidente do Acende Brasil, Cláudio Sales, disse que o risco ficou mais evidente nos últimos três meses após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reconhecer oficialmente o atraso em algumas usinas hidrelétricas e as dificuldades no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).

Cálculos

As estimativas da PSR estão acima dos níveis de risco considerados aceitáveis pelo governo, que fixa o teto máximo em 5%. Estão também acima dos cálculos do ONS e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgãos do governo responsáveis pela operação e pela expansão da oferta de energia no País.

O ONS trabalha com o patamar de 6,8% de risco de déficit para 2008 e riscos crescentes para os anos seguintes, subindo para 7,2% em 2009 e 10% em 2010. Pelos cálculos da EPE, os riscos de 2008 ficariam em 3,3%, subindo para 3,8% em 2009 e 5,7% em 2010.

Veiga disse que as diferenças entre o ONS, a EPE e o estudo divulgado nesta segunda pelo Acende Brasil refletem avaliações diversas sobre a efetiva quantidade de energia que o Brasil dispõe para atender ao crescimento da demanda. Assim é que o ONS adota a estratégia de "cortes preventivos" na oferta de energia, antes de os reservatórios das hidrelétricas ficarem completamente vazios. A EPE assume que o racionamento é uma última medida e só viria com o esvaziamento dos reservatórios.

Já a PSR considera que há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda no sistema elétrico brasileiro de pelo menos 2.600 megawatts (MW) médios para 2008. "Se as chuvas não forem favoráveis, não há como cobrir esse desequilíbrio entre a oferta e a demanda", acentuou.

Enviado: Ter Out 23, 2007 9:00 am
por Sniper
Petrobras pode ter dificuldade no abastecimento de GNL

A Petrobras terá dificuldades para contratar o gás para abastecer as suas plantas de regaseificação e atender ao mercado brasileiro com o Gás Natural Liquefeito (GNL) para as usinas térmicas. É o que aponta um estudo do Instituto Acende Brasil divulgado nesta segunda-feira.

"O problema é que o setor elétrico está totalmente dependente da efetiva disponibilidade da energia elétrica a ser gerada pelas térmicas abastecidas pelo GNL", disse Mário Veiga, diretor da PSR Consultoria, empresa responsável pelo estudo do Acende Brasil. Segundo ele, sem as térmicas da Petrobras, o risco de faltar energia no Brasil "cresce muito" para os próximos anos.

O presidente do Instituto Brasil, Cláudio Sales, elogiou os esforços da Petrobras na busca de solução para o problema, mas lembrou que as dificuldades de oferta do gás não ocorrem apenas no Brasil. "A Argentina e a Bolívia também estão com grandes dificuldades de elevar a produção", lembrou.

Sales acentuou que um eventual atraso no início das operações das plantas de GNL pode complicar ainda mais o quadro de oferta nos próximos anos. Ele considera que a estatal "deu um grande passo" quando comprou um navio especializado na regaseificação, mas ainda não resolveu definitivamente o problema, já que não garantiu a disponibilidade do combustível. "O navio é um grande passo, mas ainda não é suficiente. E sem as térmicas, abastecidas com GNL, teremos muitos problemas na oferta de energia elétrica nos próximos anos", complementou.

Demanda forte

De acordo com as projeções sobre o mercado de energia elétrica no Brasil nos próximos anos, o mercado mundial de GNL está muito aquecido, com a demanda superando largamente a oferta. Para este ano, por exemplo, a demanda de GNL soma o equivalente a 517 milhões de metros cúbicos por dia, enquanto a oferta é de 294 milhões de metros cúbicos diários. A produção brasileira está abaixo de 50 milhões de metros cúbicos/dia.

Esse quadro será ainda mais apertado nos próximos anos, com a demanda subindo para 1,222 bilhão de metros cúbicos em 2008 e uma oferta de 327 milhões. Para 2009, a estimativa é de uma procura de 1,693 bilhão de metros cúbicos diários e uma oferta de 403 milhões de metros cúbicos, o que representa apenas 24% da demanda. O estudo do Acende Brasil considera a disponibilidade apenas nas regiões da bacia do Atlântico e do Mediterrâneo, onde o País poderia encontrar o combustível a preços mais competitivos.


Enviado: Ter Out 23, 2007 9:04 am
por Sniper
Com tantos anos para se preparar o governo Federal não aprendeu a lição, novamente dependemos da graça de São Pedro para não arruinar a nossa economia com um novo racionamento de energia! :evil:

Cadê o alardeado PAC? Quanto ja foi investido no setor elétrico? :roll:

Cadê os investimentos na bacia de Santos?

O governo colhe também os frutos da sua fraqueza diplomática nas negociações com a Bolívia pois o sistema hoje é fortemente dependente das termoeletricas que não tem GNL para funcionarem. Sem a Petrobrás investindo na Bolívia, o país não tem a mínima condição de cumprir os seus contratos com o Brasil, mas coitados, estão apenas defendendo o interesse Boliviano, os interesses Brasileiros que se explodam! [009]

Que bom que estamos vivendo o espetáculo do crescimento... :mrgreen: :roll:

Enviado: Ter Out 23, 2007 9:29 am
por PRick
Para variar esta notícias, principalmente, a segunda não tem qualquer sentido, não está se buscando no curto prazo um aumento na produção de GNL, mas sim do GLP, a notícia ignorou este fato. O GLP vai ser substituto do GNL em vários usos, deixando o GNL para a energia elétrica e as industrias.

Já a primeira notícia, deixou outra coisa muito importante de fora, um dos maiores motivos para o chamado Apagão NÃO FOI FALTA DE ENERGIA, mas falta de linhas de transmissão, capazes de levar a energia que estava sobrando para onde era necessário, e nesta área muito foi feito, hoje quase não temos mais problemas de queda de energia ou variação de tensão, por contra do aumento das linhas de transmissão, algo comum em 2000/2001.

[ ]´s

Enviado: Ter Out 23, 2007 9:48 am
por Sniper
PRick, a reportagem foi bem clara: Em um país onde as hidrelétricas são a base do sistema elétrico nacional se não chover não tem energia! :?

As termoelétricas são um paleativo (caro) para tempos de crise, tanto que só funcionam quando o operador nacional do sistema (ONS) identifica essa necessidade.

Temos que ter sobras nas hidrelétricas (além da construção de novas hidrelétricas) para que em tempos de estiagem não corramos riscos de um apagão, e isso só acontece com investimentos. :?

Enviado: Ter Out 23, 2007 10:08 am
por A-29
Olha, essa não foi a primeira notícia que li sobre a real possibilidade de falta de energia em 2010/2011.

As tais hidrelétricas do Madeira estão demorando muito a sair do papel, e começarão a produzir depois do planejado, gerando esse risco de falta de energia.

Enviado: Ter Out 23, 2007 12:34 pm
por Plinio Jr
Fiquem tranquilos, daqui a pouco irá fazer 06 anos de governo Lulla e quando esta bomba estourar, ele vai ter a cara de pau de jogar a culpa em seu antecessor e tendo ficado o mesmo tempo e tbm não ter sido nada feito....

Enviado: Ter Out 23, 2007 12:39 pm
por Guilherme
Sniper escreveu:Com tantos anos para se preparar o governo Federal não aprendeu a lição, novamente dependemos da graça de São Pedro para não arruinar a nossa economia com um novo racionamento de energia! :evil:

Cadê o alardeado PAC? Quanto ja foi investido no setor elétrico? :roll:

Cadê os investimentos na bacia de Santos?

O governo colhe também os frutos da sua fraqueza diplomática nas negociações com a Bolívia pois o sistema hoje é fortemente dependente das termoeletricas que não tem GNL para funcionarem. Sem a Petrobrás investindo na Bolívia, o país não tem a mínima condição de cumprir os seus contratos com o Brasil, mas coitados, estão apenas defendendo o interesse Boliviano, os interesses Brasileiros que se explodam! [009]

Que bom que estamos vivendo o espetáculo do crescimento... :mrgreen: :roll:


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Enviado: Ter Out 23, 2007 1:45 pm
por PRick
Sniper escreveu:PRick, a reportagem foi bem clara: Em um país onde as hidrelétricas são a base do sistema elétrico nacional se não chover não tem energia! :?

As termoelétricas são um paleativo (caro) para tempos de crise, tanto que só funcionam quando o operador nacional do sistema (ONS) identifica essa necessidade.

Temos que ter sobras nas hidrelétricas (além da construção de novas hidrelétricas) para que em tempos de estiagem não corramos riscos de um apagão, e isso só acontece com investimentos. :?


O maior problema em 2000/2001, não foi a falta de chuvas, mas a falta de chuva numa determinada região ou regiões do País, com uma nação tão grande, é bem provável, que existam chuvas além do necessário em uma parte, e além do necessário em outras. Na época, existia energia sobrando no SUL do País, mas não existiam linhas de transmissão para colocar ela na Região Sudeste, o mesmo acontecia no Norte para o Nordeste.

Os principais investimentos na área foram nestas linhas ligando as malhas energéticas do Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, e ainda a duplicação ou aumento da capacidade das existentes. Sobre a dependência da energia hidroelétrica, o que está sendo feito são as termo elétricas e Angra III, além do planejamento de mais algumas Usinas Nucleares.

Agora se houver uma seca em todos o País durante anos, não existe Hidroelétrica que vá solucionar o problema, qualquer planejamento é feito sobre variáveis, e elas não implicam no acontecimento de catástrofes, ou mudança de clima global. Neste caso, seria melhor diversificar as fontes de energia, o que está sendo feito, mas não tem sentido operar Usinas mais caras, quando não são necessárias. Como é o caso da Elétrica de Santa Cruz aqui no RJ, um termo movida por óleo diesel, se não me falha a memória. Existem várias Usinas Termoelétricas paradas, sem funcionamento por conta desta realidade.

É preciso que os gastos sejam proporcionais, construir gigantescas hidroelétricas para ficarem paradas de reserva, também não tem sentido, a reserva tem que ser em Termoelétricas ou outras formas mais baratas de construção.

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Enviado: Ter Out 23, 2007 2:22 pm
por Sniper
PRick, quanto as termo, é exatamente o que eu disse:
Sniper escreveu:As termoelétricas são um paleativo (caro) para tempos de crise, tanto que só funcionam quando o operador nacional do sistema (ONS) identifica essa necessidade.


As termoelétricas não são viáveis para operação contínua, são a nossa reserva. Mas você não entendeu qual o problema com as atuais termoelétricas, não existe GNL para colocá-las em operação hoje!

O índio não consegue cumprir os contratos de fornecimento com o Brasil e a Argentina. Inclusive já cortaram o abastecimento da termoelétrica de Cuiaba.

O governo se enrola nas 2 grandes hidrelétricas do madeira, quando não é o ministério do meio ambiente brasileiro são os Bolivianos se intrometendo do lado de cá da fronteira...

A opção pelas Centrais Nucleares é acertada, porém envolvem milhares de estudos, licitações, muita negociação e sobretudo tempo. Levando-se em conta os atrasos que sempre ocorrem no Brasil a entrada em operação dessas possíveis usinas é coisa para décadas... :?

O governo realmente investiu em linhas de transmissão, porém, houveram estiagens históricas no pantanal e na região Norte (além do já tradicional Nordeste). Aqui em Belo Horizonte (próximo as nascentes do São Francisco) não chovia a 4 meses!

Falta ainda o investimento pesado na geração. A de se reconhecer que o governo federal investiu pouqíssimo (ou quase nada) na geração de energia nos últimos 5 anos. Se não fossem projetos estaduais em parcerias com a iniciativa privada, como a usina de Irapé no Norte de Minas em Parceria da Vale com o governo de Minas, a coisa estaría muito pior.

Abraços!

Enviado: Ter Out 23, 2007 3:13 pm
por PRick
Sniper escreveu:PRick, quanto as termo, é exatamente o que eu disse:
Sniper escreveu:As termoelétricas são um paleativo (caro) para tempos de crise, tanto que só funcionam quando o operador nacional do sistema (ONS) identifica essa necessidade.


As termoelétricas não são viáveis para operação contínua, são a nossa reserva. Mas você não entendeu qual o problema com as atuais termoelétricas, não existe GNL para colocá-las em operação hoje!

O índio não consegue cumprir os contratos de fornecimento com o Brasil e a Argentina. Inclusive já cortaram o abastecimento da termoelétrica de Cuiaba.

O governo se enrola nas 2 grandes hidrelétricas do madeira, quando não é o ministério do meio ambiente brasileiro são os Bolivianos se intrometendo do lado de cá da fronteira...

A opção pelas Centrais Nucleares é acertada, porém envolvem milhares de estudos, licitações, muita negociação e sobretudo tempo. Levando-se em conta os atrasos que sempre ocorrem no Brasil a entrada em operação dessas possíveis usinas é coisa para décadas... :?

O governo realmente investiu em linhas de transmissão, porém, houveram estiagens históricas no pantanal e na região Norte (além do já tradicional Nordeste). Aqui em Belo Horizonte (próximo as nascentes do São Francisco) não chovia a 4 meses!

Falta ainda o investimento pesado na geração. A de se reconhecer que o governo federal investiu pouqíssimo (ou quase nada) na geração de energia nos últimos 5 anos. Se não fossem projetos estaduais em parcerias com a iniciativa privada, como a usina de Irapé no Norte de Minas em Parceria da Vale com o governo de Minas, a coisa estaría muito pior.

Abraços!


É por isto que o Governo está investindo em plantas de GLP, será o substituto temporário. Os investimento em hidroelétricas são limitados por que jé começam a faltar lugares disponíveis, o rio madeira é um dos poucos grandes rios que ainda podem abrigar hidroelétricas, quanto aos atrasos, são a legislação ambiental, agora é assim, não tem jeito, os bolivianos aí não tem qualquer influência na demora, por sinal o Governo Brasileiro já deixou isto claro.

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Enviado: Qua Out 24, 2007 3:12 am
por torres_thiago
acho que essa seria uma boa oportunidade para o governo implantar um programa de insentivo de producao de energia renovavel semelhante ao existente na Alemanha.
La muitas familias que vivem nas zonas rurais instalaram geradores de energia eolica (aqueles cataventos gigantes) e o governo garante a compra do excedente de energia por valores muito interessantes paras as familias.
OK, e um programa muito caro, ate mesmo para os padroes alemaes. A energia eletrica produzida na Alemanha ja e uma das mais caras do mundo, e o que o governo paga as familias pela energia e acima do preco de mercado, mas isso tornou possivel a Alemanha hoje se tornar uma das maiores (se nao a maior) produtora de energia eolica do mundo, e se nao me falha a memoria a Alemanha e, hoje na Europa, o unico pais que tem um plano e conograma de desativar todas as centrais nucleares do pais ate 2050.
Aqui, poderiamos fazer uma politica, mais ao modelo tupiniquim, incentivo as pequenas centrais hidroeletricas, que nao precisam de area alagada e sao estremamente barata (tem uma empresa, que nao me lembro agora, no interior de minas que constroi esse tipo de usina em propriedades rurais apartir de cerca de 10mil reais), elas geram pouca energia, mas qualquer corrego com 3 ou 4 metros de desnivel ja e capaz de gerar energia suficiente pra atender uma pequena propriedade e ter sobra pra venda. E o que nao falto no Brasil e pequenos rios e riachos onde nao se pode montar uma hidroeletrica gigantesca, mas que comporta facilmente essas pequenas centrais.
Isso sem contar com outras possibilidades, eolica, solar, biomassa (bagaco de cana, gaseificacao de restos organicos, sobras de colheita e qualquer coisa que se decomponha ou possa ser queimada), pode-se aproveitar de financiamento atravez do nascente mercado de carbono.
Em fim, esse poderia ser o momento de diversificar e descentralizar a planta energetica. Nao e uma solucao de curto prazo, mas que a medio e longo prazo pode fazer uma boa diferenca.

PS: desculpa pelo longo post, mas precisava de exemplificar um pouco
PS 2: desculpa pela falta de acentuacao e cedilhas e outras regras ortograficas, to com um teclado americano e com win em ingles e nao consigo alterar.

Enviado: Qua Out 24, 2007 7:59 am
por soultrain
Em Portugal, a electrica, tambem é obrigada a comprar energia limpa acima do preço de mercado, de empresas ou particulares.

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Enviado: Qua Out 24, 2007 8:48 am
por Plinio Jr
Falta de investimentos dá nisto aí....deixa o homem viajá..... :roll: :roll:

Enviado: Qua Out 31, 2007 1:35 pm
por Sniper
E aí PRick? Aconteceu antes do que imaginávamos...

O seu chuveiro aí no Rio ainda tem gás? :lol: :twisted:

Abraços!