Comandante defende reaparelhamento e descarta privatização da Imbel
03/10/2007 - 23h10
EB - O Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, afirmou que a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), não pode ser privatizada a exemplo da Embraer, pois alguns dos explosivos que produz foram desenvolvidos com tecnologia nacional.
Segundo ele, “trata-se de tecnologia de interesse nacional. A Imbel não pode ser uma empresa comercial, mas estratégica e a falta de encomendas é que dificulta a situação da empresa”.
Ele também afirmou que o Exército não tem condições de manter a empresa e aposta numa saída que inclui a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Enzo Martins Peri compareceu à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, para falar sobre a situação do Exército e os programas de reaparelhamento da força. Nesta quinta-feira, ele fala à CREDN do Senado.
Prioridades
O orçamento do Exército para 2008 enviado ao Congresso é de R$ 2,069 bilhões. Para 2007, foram alocados cerca de R$ 1,7 bilhão. Até agosto, apenas 42% havia sido executado.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), apelou ao senador José Maranhão (PMDB-PB), presidente da Comissão Mista de Orçamentos, para que os recursos das Forças Armadas não sejam reduzidos.
Aos deputados, o comandante explicou as cinco prioridades do Exército para 2008. A primeira delas contempla a força com cerca de R$ 4,7 bilhões a serem investidos no período 2008 – 2014 na aquisição de blindados; projetos de C&T; viaturas operacionais; implantação de brigadas; sistema de defesa AAe; equipamento para combatentes e hospital de campanha; armamento e munições; material de comunicações; blindados de rodas; embarcações; mísseis anticarro – míssil solo solo 1.2; reequipamento BECnst.
A segunda prioridade prevê investimentos de R$ 768 milhões também de 2008 a 2014, para os módulos de integração do Sistema Estratégico de Comunicações; viaturas especializadas, embarcações, material de transposição de rios, equipamentos de construção, destruição e de disfarce; Sistema de Direção e Controle de Tiro de Artilharia e de Morteiro; Morteiro Pesado 120mm AR com viatura tratora; simuladores; material topográfico e optrônicos; e armamento antiaéreo de tubo.
Como terceira prioridade apresentada pelo comandante do Exército figuram a Integração do Sistema Estratégico de Comunicações com o Sistema Tático de Comunicações, material de comunicação e de guerra eletrônica; material de proteção ao sigilo e de informática de campanha; helicópteros (reconhecimento, manobra, transporte e instrução); obuseiro 105 mm e 155 mm autopropulsado; motocicletas; material de manutenção; sistemas de busca de alvos (radares de contrabateria e contramorteiro; equipamentos que auxiliam na preparação e na transposição de rios. Para essas prioridades deverão ser investidos R$ 907,1 milhões entre 2008 e 2014.
Na quarta prioridade do Exército serão aplicados R$ 186,3 milhões em material multicanal e de guerra eletrônica; material de saúde, odontologia e farmacêutico; material de defesa química, biológica e nuclear; material de estacionamento e aeroterrestre; e material de engenharia.
A quinta prioridade prevê o desembolso de R$ 55,4 milhões no material telefônico, para construção de linha, de guerra eletrônica e audiovisual; sistema de vigilância e observação; equipamento de purificação de água; equipamento para movimentação de material; conjunto de proteção de controle de distúrbio; e sistema de veículo aéreo não tripulado (VANT).
No total, o Comando do Exército vai precisar de R$ 6,7 bilhões pelos próximos seis anos, uma média de R$ 1,1 bilhão ao ano.
Ciência & Tecnologia
O General Enzo Martins Peri explicou que todos os projetos prioritários da força estão em desenvolvimento no Departamento de Ciência & Tecnologia e se encontram em diferentes estágios.
São onze as prioridades nesta área: nova família de blindados de rodas; sistema de defesa antiaérea; sistema de controle e comando; míssil anticarro; morteiro pesado; morteiro médio; arma leve anticarro (ALAC); equipamento de visão noturna; sistema tático de guerra eletrônica (SITAGE); fuzil 5,56mm; e veículo aéreo não tripulado (VANT).
Radiografia
O armamento individual padrão do Exército é o Fuzil Automático Leve (FAL), que já tem 42 anos de uso. Quanto aos blindados, os índices de indisponibilidade variam de 42% até 70% no caso do blindado Leopard.
Amazônia é prioridade número um do Exército
04/10/2007
Nesta quinta-feira, o comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, defendeu os programas de reaparelhamento e modernização da força e afirmou que na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), do Senado Federal, que o Exército precisa ser reestruturado para fazer frente à conjuntura nacional e internacional.
Enzo Peri que esteve na quarta-feira na Câmara dos Deputados, ressaltou a importância de se melhorar as condições das brigadas que atuam na região amazônica, principal prioridade do Exército.
O comandante explicou que a vigilância das fronteiras é uma das mais importantes atribuições do Exército. O Brasil tem 15,7 mil quilômetros de fronteiras, defendidas por cerca de 900 quartéis, 71 apenas na Amazônia. São 26 brigadas e um comando de aviação. Em 1950, o Brasil mantinha mil soldados na Amazônia, hoje são 25 mil.
Para se ter uma idéia, os Estados Unidos enfrentam uma série de problemas na fronteira com o México que é de 2,5 mil quilômetros.
Ele explicou que a estratégia do Exército para a Amazônia é a defesa externa. Com 56% do território nacional e fronteira com sete países, a Amazônia possui um dos maiores bancos genéticos e a maior província mineralógica do mundo.
Segundo Enzo Peri, “o país está sendo chamado a assumir responsabilidades militares de maior relevo. As Nações Unidas querem tropas e comando do Brasil em outros continentes graças ao êxito da missão no Haiti”, afirmou.
Para o comandante do Exército, mais importante que ampliar o número de quartéis e brigadas é dar condições para que a atual estrutura possa operar.
Gasto militar
A exemplo do que afirmou aos deputados, Enzo Peri explicou ao senadores que o Orçamento do Exército para 2008 é da ordem de R$ 2, 06 bilhões. Apesar de ser 50% maior que o orçamento de 2007, o Exército ainda carece de recursos, pois 78% dos seus blindados têm mais de 34 anos e 58% das viaturas, mais de duas décadas.
Além disso, o Brasil ainda é o país sul-americano que menos gasta em Defesa, além de manter um efetivo que supera apenas ao do Exército argentino. Ele informou que o Chile investe US$ 2,7 bilhões ao ano; a Venezuela, US$ 6 bilhões; e a Colômbia, US$ 3,7 bilhões.
”É preciso entender que temos não só que manter como repor material, para fazer frente às novas ameaças, principalmente nas fronteiras. E isso não é paranóia. Temos que capacitar o Exército de forma permanentemente ajustada à estrutura política e estratégica do país”, destacou.
No sub-continente, o Exército identificou focos de instabilidade regional, insegurança urbana e áreas despovoadas, cobiça internacional, ameaça de terrorismo, e fronteiras extremamente porosas.
Na sua avaliação, “o Brasil deve consolidar a estabilidade com os países vizinhos e, para isso precisa contar com um Exército forte, com capacidade dissuasória”.
O General Enzo Martins Peri destacou que o plano de recuperação dos investimentos prevê a destinação de R$ 1,1 bilhão por ano entre 2008 e 2014. Ele considera que o ideal seriam US$ 2 bilhões anuais.
Comandante do Exército defende nova estrutura para a Imbel
04/10/2007 - 17h19
A exemplo do que disse na quarta-feira em audiência na Câmara dos Deputados, o Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, defendeu nesta quinta-feira, a renovação da estrutura da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).
Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda uma forma de viabilizar economicamente a Imbel uma vez que o Exército não tem condições de mantê-la.
Enzo Peri explicou que a falta de encomendas é o principal problema da Imbel que atravessa sérias dificuldades financeiras, apesar de exportar armamentos até mesmo para a polícia federal dos Estados Unidos (FBI).
Com a inserção da indústria de defesa na agenda nacional, como quer o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ele acredita que não apenas a Imbel, mas todas as empresas do setor passarão a desenvolver os equipamentos necessários para as Forças Armadas.
“O Brasil deve ter a capacidade tecnológica para não depender do mercado externo. Os projetos de ciência e tecnologia devem estimular a base industrial de defesa, principalmente de emprego dual (civil e militar)”.
Na avaliação do general, a possibilidade de empresas brasileiras se associarem a grupos estrangeiros deve obedecer a determinados limites.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), se disse estarrecido com a situação das Forças Armadas.
Além de Enzo Peri, já estiveram na comissão os comandantes da Marinha, Almirante Júlio Soares de Moura Neto e o Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito.
As comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado ainda devem ouvir o ministro da Defesa a respeito dos programas de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas.
Aprovado crédito para tropa brasileira no Haiti
04/10/2007 16h23
Na noite desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou medida provisória que abre créditos especiais para vários ministérios, inclusive o da Defesa, contemplado com R$ 60 milhões. Os recursos se destinam ao custeio dos soldados brasileiros que integram a Missão das Nações Unidas no Haiti (Minustah).
Em 2006, após a decisão do Conselho de Segurança da ONU de prorrogar o mandato da missão naquele país, o Ministério da Defesa alegou a necessidade de contar com recursos extraordinários no início do ano, sob risco de interrupção das ações essenciais à manutenção da tropa.
De acordo com o Ministério da Defesa, até mesmo a integridade física dos militares e equipamentos, corriam riscos. Em janeiro, o governo editou medida provisória abrindo crédito de R$ 70 milhões.
“Considerando a média anual com o custeio da missão, os investimentos realizados ao longo do período de sua operação, a intensificação das atividades do contingente brasileiro, o estágio avançado de degradação dos equipamentos em uso e a manutenção dos níveis de segurança do batalhão brasileiro, ficou acordado com o Estado-Maior da Defesa, em reunião realizada em 13 de fevereiro de 2007, que seria disponibilizado o valor de R$ 130 milhões, no exercício de 2007, para atender à permanência de militares no Haiti”, informou o MD.
O Estado-Maior da Defesa acredita que os recursos para este ano seja suficientes para cobrir despesas com o preparo e o transporte de pessoal e material, a aquisição de munição, explosivos e medicamentos, a reposição de material de defesa e de segurança pessoal, como coletes de proteção balística e capacetes , entre outros, a troca de equipamentos de deslocamento e ataque (armas, equipamentos de segurança para os meios terrestres de combate) e os investimentos em infra-estrutura (usina de asfalto, perfuração de poços, construção e conservação de estradas).
Além das tropas brasileiras no Haiti, parte dos recursos serão transferidos para a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), a título de participação da União no capital de empresas, para a continuidade do processo de revitalização e recuperação econômico-financeira da empresa.
Em audiência pública realizada na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, o Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, afirmou que a situação do Haiti melhorou, mas que ainda persistem problemas graves como a a quantidade de indigentes.
Ao responder questionamento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ele explicou que a reestruturação do Haiti vai demorar pelo menos mais dez anos. Enzo Peri reconheceu que o Haiti se ressente de nomes para dirigir o país.
O Comandante do Exército informou que o Brasil será o último país a deixar o Haiti, quando for concluído o processo de substituição das tropas da ONU por forças policiais haitianas e confirmou que o Brasil tem sido chamado pelas Nações Unidas para comandar os capacetes azuis na África e Ásia, mas que o país não aceitou enviar tropas para o Líbano.