GERSON VICTORIO escreveu:KOSLOVA.
Uma dúvida: alguns deste sistemas já não estão em desenvolvimento aqui no Brasil, não necessariamente para o programa em questão, isso, salvo engano, vem ocorrendo mesmo antes da intenção de prosseguir com o programa VANT. so pra citar alguns, não me pede as fontes(revista nacionais de defesa acho, sites )que não sei dizer, li há algum tempo:
1. Data-link(se não me engano, ja li que a Embraer estaria desenvolvendo sistema junto com a FAB para integração nas suas aeronaves)
2.Sistemas inerciais( já li que a MB está desenvolvendo uma plataforma inercial para os Sub's com vista na aplicação do SNA)
3.Sistemas de Carga útil(óptica, uma empresa de SJC, que atua no satélite CRBS com 2 câmeras(acho que imageadora e a outra não sei), SAR e ELINT, desconheço no Brasil
3.Sistemas de lançamento e recuperção(alinhamento....)desconheço ni Brasil
4.Estações de controle, desconheço no Brasil.
5.Software de fusão de dados, operação e análise de inteligência( acho que a ATECH teve ou ainda está tendo uma boa experiência com sistema SIVAN/SIPAN, SISDACTA).
Sei que a lógica nem sempre é assim, desenvolve-se o sistema e ele vira um "coringa" para todas as necessidades, mas dada a intenção de prosseguir com o Programa e em sendo que as três FA's estão envolvidadas por que não cada uma colaborar com o que ja tem em mãos mesmo em estágio de desenvolvimento. aqueles sistemas que estão fora da realidade nacional, buscá-lo dentro de alguma contrapartida talvez.
Obrigado
Ola Gerson,
Eu entendo o que quer dizer, isto é, que existem no Brasil programas e esforços em áreas afins as necessárias para o projeto de um UAV nacional, áreas como Data Link, sistemas inerciais, softwares etc..
De fato isto é verdade, existem esforços iniciais ou menos programas muito maduros nestas áreas, mas eu queria deixar claro uma premissa que pode confundir quem leia meu primeiro texto.
Qual premissa seria esta?
Em momento algum estou questionando se o Brasil tem capacidade técnica para conduzir o programa com tecnologia local. Sim é possível, não tenho duvidas disto.
A questão passa a ser:
· A que preço?
· A que prazo?
· A que risco?
· E finalmente, a que custo beneficio?
Também é importante entender sutilezas sobre estas tecnologias que citou, que fazem toda a diferença na hora de uma analise mais aprofundada.
Por exemplo.
Data Link
O sistema de Data Link da FAB, que quero abrir um parênteses, juntamente com o R-99 foram as melhores decisões técnicas que a FAB tomou nos últimos 15 anos na minha opinião, é baseado em camadas, tal qual todas as redes de dados.
· A camada física (hardware) é formada por rádios da Rohde & Schwarz
· A camada de link de dados é normalmente proprietária do fabricante do equipamento
· A camada de criptografia é proprietária com modos customisaveis pelo cliente
· A camada de acesso é proprietária com modos customisaveis pelo cliente
· A camada de aplicação, esta é plenamente possível de ser desenvolvida pelo cliente.
Veja, fazendo um adendo, eu não conheço os detalhes do sistema da FAB, estou colocando o que é normalmente provável neste tipo de programa.
O que a FAB tem feito?
Trabalhado em modos onde ela pode personalizar, como a criptografia por exemplo, e principalmente nos aplicativos do sistema data-link.
Isto ao meu ver esta corretissimo, então não existe um data link de projeto nacional, existe uma rede de data link com plataforma estrangeira, cujo domínio de camadas chaves de criptografia e aplicação são nacionais.
É exatamente isto que defendo como orientação para desenvolvimentos futuros, ao invés de reinventar a roda, simplesmente adequar ela as necessidades locais e é isto que deve ser no meu ver a orientação de um programa UAV, isto é.
Um sistema Americano, Europeu, Sul Africano, Israelense, com sistemas de data link compatíveis com a rede de dados implementada pela FAB, tal qual o F-5BR, A-1M, R-99, A-29.
Quem dera esta sabedoria tivesse sido aplicada com mais freqüência na FAB, sepultando o modelo “Bandeirante” dos anos de 1970 e 1980.
Sobre outros aspectos que comentou.
Sistemas Inerciais
Em 1987 já existia no CTA um modelo de sistema inercial mecânico para o VLS. Ele nunca chegou a linha de vôo. Em 1994 foram compradas pelo menos 4 unidades russas para o foguete.
Das unidades russas, 3 foram para o espaço, literalmente, juntamente com os 3 VLS que falharam, uma foi desmontada para ser estudada, e sabe um dos motivos pelo qual o VLS não pode ser lançado até 2006 conforme prometido na época?
Falta INS, e não foram compradas novas unidades da Rússia. Também não existe nada no Brasil em condições hoje de ser usada no foguete.
Sabe quem ira fornecer as unidades inerciais do A-DARTER? A BAE Systems. E as do MAR-1? Bem, oficialmente existem programas nacionais de desenvolvimento desta tecnologia, alias a 20 anos existem programas.
E quando são necessários dispositivos inerciais para um avião, míssil ou foguete no Brasil?
Eles vem da Rússia, Inglaterra, EUA ou Israel, como no caso do A-1 e A-1M.
Então temos que separar o que é um programa maduro, com desenvolvimento avançado, de programas incipientes que vão demorar muitos e muitos anos para se tornarem práticos, isto é, se um dia chegarem a algum lugar.
Sensores
Como citou, no CBERS existem câmeras, uma delas em especial a HRC - High Resolution Câmera com 2,7m de resolução. Porem as câmaras fabricadas no Brasil para o projeto não são câmaras com esta resolução, todas elas estão abaixo de 20m.
Para emprego em UAV são necessárias câmaras diferentes daquelas empregadas em satélites de foto reconhecimento.
É possível fabricar no Brasil? Sim, com tempo e dinheiro é possível sim, mas novamente pergunto, a que prazo, a que risco?
Assim como existem trabalhos em SAR para satélites desenvolvidos por uma empresa brasileira, SAR que é diferente para um UAV, repete-se a pergunta do item anterior.
Softwares
Temos bons exemplos de domínios de software como o SIVAN ou no SINCONTA, pode-se desenvolver softwares de controle da plataforma, aquisição de dados e fusão / analise no Brasil?
Igualmente a resposta é sim, possível, mas neste caso a relação custo / beneficio é favorável?
A tese é esta.
Não estou questionando a capacidade local de produção de um UAV, apenas a conveniência de faze-la de forma integral, e por conseqüência, com custos, atrasos e riscos algumas vezes inaceitáveis.
Ou a estratégia de integração local de algumas peças chaves no processo.
Quando a FAB pensa de forma pragmática e se atem a partes chaves, como no NCW ou no R-99, acerta de forma digna de elogios.
Quando queremos reinventar a roda, bem, ai o programa demora e um dia, sabe-se l[a quando, dá o ar da graça.
Elizabeth