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Tragédia em Congonhas
Segunda, 20 de agosto de 2007, 18h44 Atualizada às 19h44 - Felipe Gil, direto de São Paulo - Redação Terra.
Piloto diz à polícia que mudou posição de manete
O piloto da TAM Marco Aurélio de Lima e o co-piloto Daniel Alves da Silva afirmaram, em depoimento à polícia nesta segunda-feira, que fizeram um procedimento não-recomendado para pousar o Airbus A320 no dia 17 de julho, antes do acidente em Congonhas.
De acordo com o promotor Mário Sarrubbo, os pilotos disseram ter colocado a manete da aeronave, correspondente ao reversor que estava travado, em "idle", ao invés de posicioná-las em "idle reverse", como indica as novas normas da Airbus. O piloto teria entendido, segundo informações do promotor, que para pousar em uma pista molhada e escorregadia como a de Congonhas, este seria o procedimento mais correto.
Ainda segundo o promotor, com esse procedimento, recomendado pela Airbus até o início do ano, Lima informou que ganharia mais 50 m de pista.
O co-piloto Daniel Alves da Silva disse à polícia que concordou com o procedimento de pouso do piloto. Segundo ele, quando o reversor está pinado e a manete é colocada em posição "idle", o motor não acelera, enquanto que se o equipamento for posicionado em "idle reverse", a turbina produz uma pequena aceleração, parando cerca de 55 m depois do previsto.
O comandante disse que sempre foi orientado pelo setor de operações da TAM a utilizar a aeronave conforme o manual e as recomendações do fabricante. Ele afirmou que a aeronave não apresentou nenhum tipo de problemas.
Os pilotos contaram no depoimento de que avisaram o co-piloto do vôo 3054 da TAM de que o reversor esquerdo estava pinado. Eles afirmaram que não concordam com a hipótese de o comandante do Airbus ter errado a posição das manetes no momento do acidente.
A posição errada das manetes (alavancas que controlam a aceleração do avião) é uma das hipóteses das causas do acidente com o Airbus da TAM. O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), teria dito à CPI do Apagão Aéreo na Câmara que as manetes estariam em posições conflitantes na hora do acidente.
Segundo Kersul, enquanto a alavanca da esquerda estaria posicionada na posição "idle" (ponto morto), a manete da direita marcaria "climb" (ponto de aceleração), o que impediria o funcionamento do sistema de frenagem do avião.
Congonhas
O comandante da TAM Marco Aurélio de Lima afirmou no depoimento à polícia que conhece bem as pistas dos aeroportos Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo. Segundo ele, embora a pista do Santos Dumont seja menor do que a de Congonhas, ele disse não ter dúvidas de que ela é muito mais segura pela qualidade da aderência.
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