Um breve comentário sobre esta noticia.
Ela é verídica, mas existe uma afirmação imprecisa.
“Os foguetes chineses não têm potência para enviar objetos a Marte. Mas o país espera desenvolver na próxima década uma nova geração com esse objetivo.”
O lançamento por um foguete russo, de uma sonda chinesa com destino a marte, em nada tem haver com “falta de potencia” como diz a matéria.
Um lançador CZ-2F, o mais poderoso do programa chinês, tem capacidade para até 8400Kg em órbita baixa, algo acima do Soyuz, que tem cerca de 7450Kg.
Esta capacidade de satelitização é suficiente para colocar algo próximo a 2300Kg em órbita marciana, algo bem acima das necessidades da Yinghuo I.
O que falta aos chineses é um “upper stage” com capacidade de injeção trans-marciana. A Roskosmos oferece o FREGAT, um sistema de upper stage muito requisitado no mercado.
A ESA empregou o mesmo tipo de serviço de lançadores russos pelo menos 3 vezes nos últimos anos. Nos lançamentos da Mars Express, Venus Express e no lançamento do satélite de demonstração e validação do sistema Galilleo.
É uma decisão técnica e econômica, e não uma questão de falta de potencia dos lançadores chineses.
Realmente a China, como diz a matéria desenvolve um lançador pesado, para até 20.000Kg de capacidade de satelitização em órbita baixa. Este projeto equipararia a China aos lançadores pesados empregados nos outros paises.
Rússia: Próton 20.000Kg LEO e Zênite 13.000Kg LEO
Europa: Ariane-V 20.000Kg LEO
EUA: Atlas-V e Delta IV ambos com 20.000Kg LEO
Japão: H-II com 13.000Kg LEO
LEO = Low Earth Orbit
O novo lançador que deve ficar pronto em cerca de 5 anos, colocaria a China no clube dos grandes construtores de foguetes espaciais e é fundamental para a futura estação espacial chinesa que se encontra em fase de projeto.