Li o tópico todo e achei interessante a discussão sobre que lado o Brasil deveria tomar em caso de uma guerra entre Argentina e Reino Unido.
Reino Unido (ou o que sobrou dele) "só" mete medo pelo seu poderio militar e pelos seus amigos. Em termos econômicos, estamos em vias de ultrapassá-los no dado mais importante (o PIB). Falaram lá atrás (anos atrás, diga-se), que era mais fácil a Bovespa e todas as outras bolsas da LA afundarem do que a bolsa de Londres sentir cócegas com algum bloqueio econômico vindo dessas bandas. Hoje a Bovespa é a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado, atrás só da bolsa de Hong Kong (não vejo a bolsa de Londres na minha frente)
A Argentina é nosso maior parceiro econômico na AS, mas eu não levaria a relação além disso. Vivem choramingando (como bem lembraram) sobre nossa ambição de ir ao posto permanente no CS entre outras coisas. Talvez achem que ainda possuem poderio de décadas passadas em que poderiam competir para ver que é a potência sul-americana (dá dó de argentino que ainda se acha a última bolacha do pacote não ? Brasil engole todos os demais países da AS em população, PIB e área, façam-me o favor

). Enfim, não são confiáveis. A política "Sul-Sul" não deveria ir tão longe.
Enfim, a
NEUTRALIDADE seria o melhor caminho. Não é porque somos aliados comerciais e minimamente políticos dos argentinos que devemos embarcar em qualquer delírio deles. Manter nossa neutralidade garantiria manter na balança uma boa relação com os europeus, da qual andamos dependendo para rearmar nossas Forças Armadas, e com os argentinos, grandes parceiros comerciais.
Caso entrássemos para algum lado, a aliança com o Reino Unido seria a melhor opção (depois da neutralidade):
1) Aliado com o Reino Unido, chutaríamos tudo que criamos tentando ligar a América do Sul, com Mercosuls e Unasuls da vida. Daríamos corda para os bolivarianos que nos chamam de imperialistas e que queimam nossas bandeiras. Poderia ser o estompim de uma guerra MUITO maior que a das Malvinas "original". Afinal, poderíamos ter um cenário de Brasil & Reino Unido (mais alguns aliados que hipoteticamente poderiam entrar no conflito, como França e EUA - estes no caso poderiam aproveitar da situação para meter o nabo na Vila do Chávez) vs. América do Sul

Tem lá seu lado bom. Venceríamos no fim, claro, não tem força sul americana que daria conta de uma guerra assim. Mas ficaríamos cercados de inimigos. Porém, poderíamos ganhar algum "status" com o "clube".
2) Aliado com a Argentina, seríamos apenas mais uns palhaços para apanhar. Nossa Marinha não tem condições de enviar um navio para a missão no Líbano, imagina entrar em guerra com a Royal Navy, mesmo que em declínio. Fora que jogaríamos todos nossos projetos de reparelhamento de nossas forças, que em sua maior parte, são em feitos em parcerias com países europeus. A Argentina e nada como aliado daria na mesma. Se tomássemos as Falklands, não significaria que venceríamos a guerra, pois seria preciso manter. Em pouco tempo de bloqueio pediríamos arrego. Fora que nem com uma aliança sul americana venceríamos, pois caso todos se uníssem contra o Reino Unido, tenham certeza de que a OTAN não vai ficar de camarote vendo os ingleses lutando contra vários países. É a pior das piores opções. Ainda mais se aliando com quem vive de picuinha com a gente, mesmo agora que "largou mão" de sua ambição de ser líder na AS, nos chamar de irmãos e o que mais for "amigável"...
Claro, analisei (no caso de querer tomar partido de alguém - como disse acima, o melhor seria se manter neutro) o que é bom para o Brasil. Amizade histórica, "pan-americanismo" e ódio aos europeus que muitos têm eu descartei completamente. É óbvio que entre se aliar à Argentina contra o Reino Unido, ou o contrário (se aliar ao Reino Unido contra a Argentina), se aliar aos britânicos é mais benéfico ao Brasil, mesmo que soe "trairagem".
Mas de quem -dizem- iria invadir o Brasil caso alguma potência na II Guerra nos atacasse, os argentinos não merecem lá fidelidade alguma.
Enfim, deixei minha opinião meio atrasada (uns dois anos

) mas deixei...