GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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WalterGaudério
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Re: GEOPOLÍTICA

#961 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Nov 21, 2009 11:43 pm

guilhermecn escreveu:
Algus escreveu:Eu havia comentado sobre instalação de bases em Cabo Verde aqui faz pouco tempo.

Cabo Verde fala português, o povo lá não nos vê como imperialistas exploradores, a economia mal chega aos 4 bi, o aglomerado de ilhas fica próximo do NE e da Europa...

Mas a Namíbia é um país maior e possui muitas reservas de minérios, especialmente urânio, então além da importância estratégica podemos criar uma parceria maior (lucrativa a ambos) a partir daí e também garantir apoio em terra para as bases e conquistar maior influência na África.
Vale lembrar que intensificamos muito nosso comércio com os Africanos na última década. China e Rússia fizeram o mesmo.

Não sei se é verdade, mas sem dúvida uma nova estratégia geopolítica de longo prazo está sendo adotada pelo nosso país.
Algus, não seria bom também uma base em Angola ? Acredito que depois da Africa do Sul, seja o país que temos mais afinidade na áfrica

Não é questão apenas de afinidade, mas é aquela estória de estar sempre próximo dos pontos focais do transporte marítimo global.No caso o Cabo da Boa Esperança. O Outro ponto , não menos importante que o primeiro é de que as SLOC( Sea Line Of Comunications) Brasileiras mais importantes passam por lá.




Editado pela última vez por WalterGaudério em Dom Nov 22, 2009 2:24 am, em um total de 1 vez.
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Re: GEOPOLÍTICA

#962 Mensagem por Bourne » Dom Nov 22, 2009 12:29 am

Walterciclone escreveu:Não é questão apenas de afinidade, mas é aquela estória de estar sempre próximo dos pontos focais do transporte marítimo global. O Outro ponto , não menos importante que o primeiro é de que as SLOC( Sea Line Of Comunications) Brasileiras mais importantes passam por lá.
Essa sim é uma forte justificativa bem lastreada para ter uma base naquelas bandas. Porém tem que ter suporte e equipamento adequado, dentro de um plano mais geral da MB.




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Re: GEOPOLÍTICA

#963 Mensagem por Marino » Dom Nov 22, 2009 12:02 pm

Brasil entra em rota de atrito com americanos

Visita de Ahmadinejad, crise hondurenha e base colombiana complicam relação

Funcionário dos EUA refuta afirmação de Celso Amorim sobre Colômbia e diz que Washington preferia que iraniano não fosse recebido

SÉRGIO DÁVILA

DE WASHINGTON



A visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, que começa amanhã, é só o mais recente ponto de tensão na relação entre o país e os Estados Unidos, marcada por desacordos desde o episódio da ampliação da presença americana na Colômbia e agravada, nos últimos dias, pelas diferenças de opinião em relação à solução da crise hondurenha.

Na semana retrasada, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) usou as palavras mais duras em relação ao governo de Barack Obama desde a posse do democrata.

Indagado pela Folha sobre o pacto militar com a Colômbia, o brasileiro disse que achava que "os EUA precisam ter mais franqueza com a região" e comentou o pedido não atendido de reunião que Lula teria feito a Obama para tratar do caso.

Anteontem à noite, em entrevista à Folha, um funcionário do governo americano, que pede para não ser identificado por estar discutindo assuntos diplomáticos, disse que o pedido de reunião ou um convite para um encontro nunca foi feito oficialmente, nem por Lula nem pelo Itamaraty.

Além disso, afirmou, se Brasil e Uruguai fizessem um acordo militar bilateral, os EUA achariam altamente improvável que os dois países divulgassem seu teor ou revelassem a natureza dele antecipadamente aos países da região, como Brasília exigiu dos governos americano e colombiano.

Por fim, em relação à visita de Ahmadinejad, disse que os EUA preferiam que não acontecesse. Disse ainda que, embora Washington não ache a visita um problema, também não pensa ter sido a melhor decisão tomada por Brasília. Sobre o assunto, encerrou dizendo que relatos de que o governo americano teria pedido ao brasileiro que atuasse como "intermediário" entre EUA e Irã são no mínimo exagerados.

Para o funcionário americano, no entanto, Washington e Brasília não estão exatamente em desacordo, mas com o que chamou de enfoques diferentes em algumas questões, e a situação não deve escalar para um confronto maior. Opinião semelhante tem a Embaixada do Brasil em Washington.

Em relação a Honduras, a representação diplomática brasileira reforça que os dois países têm trabalhado juntos para achar uma solução para a crise.

Sobre a visita de Ahmadinejad, a avaliação é que os EUA a veem como uma "oportunidade", palavra que o Executivo americano teria usado em comunicações com os brasileiros, segundo a Embaixada.

Em entrevista à Folha na semana retrasada, o secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, também havia dito que, quando dois países ampliam sua agenda e aumentam o grau de confiança mútua, "as divergências pontuais são absorvidas com mais facilidade".



"EUA irritados"

Consultados pela Folha, analistas da região são mais assertivos ao tratar dos atritos recentes entre os dois países. "Eu acho que a frase de Amorim é uma de várias declarações recentes do Brasil que irritaram os EUA", disse Peter Hakim, presidente do centro de pensamento centrista Diálogo Interamericano, de Washington.

Para ele, os EUA gerenciaram mal o acordo da base na Colômbia, sim, mas diplomatas americanos não acharam que estivessem escondendo nada do Brasil, como sugere o chanceler brasileiro. "Outro fator de irritação foi não o que ele disse, mas a maneira -com a intenção de repreender e talvez até afrontar os EUA."

Já para Eric Farnsworth, vice-presidente do Conselho das Américas, centro de pensamento com influência no Departamento de Estado, será preciso um gerenciamento cuidadoso de ambos os governos para que as divergências não evoluam para algo maior.

"Estamos num período em que os dois países estão mudando", disse. "Assim, os líderes tem de achar maneiras de cooperar ou as diferenças aumentarão as chances de atrito." Uma das oportunidades, acredita, é a crise hondurenha.

"Zelaya e Micheletti jogam muito com o fato de Brasil e EUA apoiarem, respectivamente e, no segundo caso, veladamente, o presidente deposto e o interino. Se os dois países se unissem, nem um dos dois resistiria à pressão conjunta."





País também causa polêmica no Congresso

DE WASHINGTON



Também no Legislativo americano o Brasil tem encontrado pedras no caminho nos últimos dias.

Anteontem, o representante (deputado federal) democrata Eliot Engel, de Nova York, voltou a atacar o governo Lula por sua decisão de receber Ahmadinejad.

No dia anterior, tinha sido a vez de o senador republicano Richard Lugar, de Indiana, criticar a posição de Brasília de não reconhecer os resultados da eleição presidencial hondurenha sem a volta de Manuel Zelaya ao poder.

"Países na região, o Brasil em particular, deveriam considerar que o reconhecimento das eleições será a única maneira para os hondurenhos avançarem em relação à crise de cinco meses", disse o republicano, num pensamento similar ao do Departamento de Estado do governo democrata.

Ainda na sexta-feira, outro republicano veio a público apoiar o bloqueio do senador George Lemieux (Flórida) à confirmação de Thomas Shannon como embaixador dos EUA no Brasil.

É Connie Mack, representante (deputado federal) do mesmo Estado e republicano mais graduado da subcomissão da Câmara para o hemisfério Ocidental.

Antes de Lemieux, o senador Jim DeMint (republicano da Carolina do Sul) embargava a indicação de Shannon por sua posição quanto à crise hondurenha. (SD)




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Re: GEOPOLÍTICA

#964 Mensagem por Marino » Dom Nov 22, 2009 12:15 pm

Jornal do Comércio:
América Latina vive clima de tensão política

Tensão entre “hermanos” À sombra de conflitos armados ocorridos nos séculos 19 e 20, países vizinhos voltam a se desentender, transformando a região, mais uma vez, em um barril de pólvora

Wagner Sarmento


Venezuela versus Colômbia. Equador versus Colômbia. Peru versus Chile. Corrida armamentista na região. O momento na América do Sul não é dos melhores. As tensões reacendem a luz de alerta em um continente onde – quase dois séculos após o fim do período colonial e a independência das nações – perduram problemas de fronteiras. Nos séculos 19 e 20, conflitos sacudiram a região e opuseram vizinhos. Guerra da Cisplatina, do Paraguai, do Pacífico, do Chaco, de Beagle. Batalhas que delimitaram territórios e criaram rivalidades que o tempo não cessou. Às sequelas históricas somam-se problemas conjunturais das mais diversas raízes.

O mais recente capítulo no barril de pólvora que se tornou a América do Sul ocorreu entre Peru e Chile, a pior crise diplomática entre os países desde a Guerra do Pacífico, deflagrada em 1879. Nos últimos dias, o Peru acusou o antigo rival de espionagem. Um militar peruano foi preso acusado de receber US$ 3 mil mensais desde 2005 para repassar dados sigilosos ao governo chileno.

O presidente Alan García chamou o Chile de “republiqueta”. A mandatária chilena, Michelle Bachelet, negou envolvimento de seu país no caso e classificou as declarações de García como “ofensivas e bombásticas, que em nada contribuem para a cooperação e integração entre países vizinhos”. Na última quarta-feira, O Peru denunciou o caso à Interpol, à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e à Organização dos Estados Americanos (OEA).

O conflito tem o ranço da história. A Guerra do Pacífico, que opôs Peru e Bolívia ao Chile, se deu pelo controle do deserto de Atacama, rico em depósitos de nitrato, e resultou na vitória chilena. Até hoje, os países derrotados não aceitam as perdas territoriais decorrentes do confronto.

Além disso, os vultosos gastos do Chile em defesa são vistos com desconfiança pelo Peru. O governo Bachelet investe 3,7% do produto interno bruto (PIB) na área, contra 1,5% do país vizinho.

Apesar da rivalidade remanescente, o historiador Amado Luiz Cervo, do Instituto de Relações Internacionais (Irel) da Universidade de Brasília (UnB), acredita que o atrito não terá consequências drásticas e deverá ser resolvido por vias diplomáticas. “São dois governos moderados que vão chegar a um entendimento. Trata-se de um incidente mais leve”, afirma Cervo.

Já o coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) da Universidade de São Paulo (USP), o venezuelano Rafael Vila, especialista em segurança na América Latina, não vislumbra solução imediata para a rivalidade entre as duas nações. “A questão entre Peru e Chile tem origem histórica. É algo mais profundo, que não tem solução em curto e médio prazo. O problema atual deve ser resolvido, mas o ranço fica. O Chile não vai querer devolver os territórios conquistados na guerra e o Peru não vai aceitar que eles não sejam devolvidos”, analisa.

Mesmo enxergando como pequeno o risco de o desentendimento adquirir contornos mais graves, Cervo opina que persistirão as arestas entre países cujas fronteiras foram definidas através de guerras. “O Peru não reconhece a vitória chilena como definitiva. Acha que foi lesado. O Peru também tem um problema de fronteira com o Equador. A Bolívia não aceita ter ficado sem saída para o mar depois da derrota na Guerra do Pacífico. Houve ainda a questão entre Chile e Argentina no Canal de Beagle. Não se pode ter uma paz definitiva. Qualquer coisa é pretexto para gerar um incidente”, pontua ele.

A mais delicada tensão da atualidade no continente, no entanto, não ocorre por questões de fronteiras nem tem raízes fincadas no passado. O acordo militar firmado entre Colômbia e Estados Unidos, que permite o uso de sete bases colombianas por tropas americanas, desagradou a América do Sul inteira, sobretudo a Venezuela. O presidente Hugo Chávez declarou que o acerto deixava a região “à beira da guerra” e há duas semanas chegou a pedir à população venezuelana que se preparasse para um combate.

Rafael Vila avalia que a animosidade entre Venezuela e Colômbia tem dois fatores. “Os pontos fundamentais são a presença dos EUA na região e o fato de haver duas lideranças que polarizam do ponto de vista ideológico”, observa o especialista venezuelano, referindo-se ao esquerdista Chávez e ao conservador Álvaro Uribe.

Vila, porém, não crê que a situação resulte em um conflito armado entre os países. “Esses governos nunca poderiam entrar em guerra sem levar em conta o que pensam suas sociedades. E a prioridade desses povos são as demandas sociais. Qualquer tentativa de confronto bélico seria superficial e vazia”, considera o venezuelano.

A opinião é compartilhada por Amado Luiz Cervo. “Chávez é mais discurso. A Venezuela não teria apoio de ninguém em uma operação ofensiva. Pressuponho que fique só no campo das ameaças. Chávez está fazendo alarde, querendo um bode expiatório para acertar questões internas, para despertar um sentimento nacional e, através dele, tentar criar uma coesão no país. Quando um governo tem dificuldade de estabelecer um consenso interno, faz isso”, critica o historiador da UnB.

Os conflitos na região tiveram início no século 19, com o fim da colonização espanhola e portuguesa na região. A formação dos Estados nacionais criou problemas de fronteiras, com países reivindicando territórios e precisando, algumas vezes, recorrer a conflitos armados para resolvê-los. A Guerra da Cisplatina, entre Brasil e Argentina, resultou no reconhecimento do Uruguai como Estado independente. A Guerra do Paraguai, o mais sangrento dos combates, que dizimou 80% da população jovem paraguaia, sentenciou concessões territoriais por parte da nação derrotada.

“As dinâmicas recentes e conjunturais, contudo, não podem ser esquecidas. Claro que as motivações históricas ajudam a catalisar conflitos, mas há também razões novas, atuais, desligadas do passado”, salienta Vila. Exemplo disso foi a ruptura, há quase dois anos, das relações diplomáticas entre Equador e Colômbia, devido a uma operação militar colombiana contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.




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Re: GEOPOLÍTICA

#965 Mensagem por Marino » Dom Nov 22, 2009 12:18 pm

Brasil volta a ser prioridade para empresas alemãs

Federação empresarial aproveita viagem de Lula para pedir à chanceler empenho na aproximação com o Brasil

Lourival Sant"Anna


Em 1989, quando o Muro de Berlim caiu, a Alemanha era o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Desde então, chegou a cair para o sexto lugar. O país que participou da industrialização do Brasil, cujo símbolo maior é o Fusca, e tem em São Paulo a maior cidade industrial fora de seu território, foi o grande ausente dos leilões de privatização dos anos 90. Os alemães estavam ocupados consigo mesmos: o esforço de modernização da Alemanha Oriental consumiu mais de 1 trilhão.

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Alemanha, dias 3 e 4, marca o ressurgimento do apetite dos alemães pelo Brasil - que acaba de elevá-los ao primeiro lugar no ranking de investidores. Depois de se reunir com os presidentes das principais empresas alemãs, no dia 3, em Berlim, Lula participará, no dia seguinte, de um seminário em Hamburgo com mais de 700 empresários. Tudo indica que ele encontrará uma plateia atenta.

Nos preparativos para a visita, o presidente da poderosa Federação das Indústrias Alemãs (BDI), Hans-Peter Keitel, enviou uma carta à chanceler Angela Merkel qualificando o Brasil de "economia mais importante da América Latina e potência econômica emergente no mundo", manifestando interesse em encontrar-se com Lula e exortando a chefe do governo alemão a visitar o Brasil "o mais breve possível". A BDI reúne 37 associações, que representam mais de 100 mil indústrias e empresas de engenharia.

A carta de Keitel parece indicar que suas conversas com o embaixador do Brasil em Berlim, Éverton Vargas, tiveram eco. Sempre que ele e outros empresários alemães se queixam das relações privilegiadas do Brasil com a França, o embaixador explica que o presidente Nicolas Sarkozy não perde oportunidades de cortejar Lula. Toda vez que Lula passa pela Europa, Sarkozy o convida para "dar uma passadinha" em Paris. Sarkozy foi a Brasília assistir ao desfile do Sete de Setembro e arrancou de Lula sua preferência pública pelos caças franceses na licitação da Força aérea Brasileira (FAB).

Bem sucedido na travessia da crise financeira internacional - que afetou em particular a economia alemã, movida a exportações -, o Brasil está na moda no mundo todo. Encartes deste mês no jornal Financial Times e na revista The Economist, ambas publicações de leitura obrigatória dos executivos europeus, celebraram a solidez da economia brasileira e as oportunidades de investimentos que ela oferece. Os alemães, que nunca deixaram de ter uma robusta participação no Brasil - suas empresas contribuem com 10% do PIB industrial brasileiro -, acham que podem fazer muito mais.

RETOMADA
Como reflexo da crise financeira internacional, os investimentos diretos alemães no Brasil no ano passado - US$ 1,04 bilhão - foram 40% menores do que em 2007. Já nos primeiros quatro meses de 2009, as empresas alemãs investiram no Brasil US$ 1,98 bilhão, 90% mais do que em todo o ano de 2008. Com isso a Alemanha se tornou o maior investidor no Brasil, superando os Estados Unidos, que tradicionalmente ocupam o primeiro lugar nesse ranking.

De acordo com Sigrid Zirbel, diretora da BDI para as Américas, o empresariado alemão quer participar sobretudo dos investimentos em infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, que poderão consumir, juntas, algo como R$ 130 bilhões, segundo cálculos de economistas.

O empresariado alemão chama a ofensiva de Projeto 2014-2016, lançado recentemente num evento que reuniu mais de cem empresas das áreas de engenharia, arquitetura, telecomunicações, segurança e outros segmentos relacionados à infraestrutura e alta tecnologia. "A indústria alemã está muito interessada na Copa do Mundo no Brasil, por causa da nossa experiência muito bem-sucedida em 2006", diz a diretora, referindo-se ao ano em que a Alemanha foi sede do torneio.

Ela cita as soluções "economicamente sustentáveis" para os estádios construídos na Alemanha. Em vez de limitar-se a partidas de futebol, os estádios foram projetados de forma a abrigar outros eventos, como feiras setoriais, para aumentar o retorno do investimento. Com isso, companhias de engenharia e arquitetura que não atuam no Brasil poderiam juntar-se às 1.200 empresas alemãs que já estão no País.

Outro segmento no qual a Alemanha quer mostrar sua competitividade é o do transporte ferroviário, de olho no projeto do trem rápido entre São Paulo e Rio e noutros planos de ampliação de metrôs e de modernização de trens de superfície. Nesse caso, grandes empresas que já estão presentes no Brasil pretendem disputar os contratos, como a Siemens e a ThyssenKrupp, por exemplo, que tem uma siderúrgica no Estado do Rio, mas não atua no segmento ferroviário no País. Com o propósito de impressioná-lo, Lula será levado de trem de Berlim para Hamburgo, na manhã do dia 4.

Os alemães querem mostrar que não são só os franceses que têm charme.




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Re: GEOPOLÍTICA

#966 Mensagem por guilhermecn » Dom Nov 22, 2009 12:36 pm

"Os alemães querem mostrar que não são só os franceses que têm charme"

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É, ele tem razão :D

Voltando, acho muito bom que os alemães estejam vendo a importância do Brasil e queiram investir
Quanto mais investimento, melhor




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Re: GEOPOLÍTICA

#967 Mensagem por Paisano » Dom Nov 22, 2009 1:25 pm

Deixa ver se eu entendi direito:

Os EUA estão irritados pelo fato do Brasil ter sérias dúvidas sobre a real finalidade das bases americanas na Colômbia, mas se acham no direito de palpitar sobre a política externa do Brasil, em especial, sobre a visita oficial do presidente do Irã.

É isso mesmo?




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Re: GEOPOLÍTICA

#968 Mensagem por DELTA22 » Dom Nov 22, 2009 2:24 pm

Marino escreveu:Brasil entra em rota de atrito com americanos

Visita de Ahmadinejad, crise hondurenha e base colombiana complicam relação

Funcionário dos EUA refuta afirmação de Celso Amorim sobre Colômbia e diz que Washington preferia que iraniano não fosse recebido

SÉRGIO DÁVILA

DE WASHINGTON

(...)

Além disso, afirmou, se Brasil e Uruguai fizessem um acordo militar bilateral, os EUA achariam altamente improvável que os dois países divulgassem seu teor ou revelassem a natureza dele antecipadamente aos países da região, como Brasília exigiu dos governos americano e colombiano.

Por fim, em relação à visita de Ahmadinejad, disse que os EUA preferiam que não acontecesse. Disse ainda que, embora Washington não ache a visita um problema, também não pensa ter sido a melhor decisão tomada por Brasília.

(...)

Também no Legislativo americano o Brasil tem encontrado pedras no caminho nos últimos dias.

Anteontem, o representante (deputado federal) democrata Eliot Engel, de Nova York, voltou a atacar o governo Lula por sua decisão de receber Ahmadinejad.

(...)
Estamos vivendo dias surreais... será o fim do mundo em 2012??? [024]

São as frases mais deploráveis em política externa que podem existir. É absurda a "mania" norte-americana de tentar gerir todos os países do mundo. Isso nunca muda! [024] [054]

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Re: GEOPOLÍTICA

#969 Mensagem por WalterGaudério » Dom Nov 22, 2009 10:47 pm

DELTA22 escreveu:
Marino escreveu:Brasil entra em rota de atrito com americanos

Visita de Ahmadinejad, crise hondurenha e base colombiana complicam relação

Funcionário dos EUA refuta afirmação de Celso Amorim sobre Colômbia e diz que Washington preferia que iraniano não fosse recebido

SÉRGIO DÁVILA

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(...)

Além disso, afirmou, se Brasil e Uruguai fizessem um acordo militar bilateral, os EUA achariam altamente improvável que os dois países divulgassem seu teor ou revelassem a natureza dele antecipadamente aos países da região, como Brasília exigiu dos governos americano e colombiano.

Por fim, em relação à visita de Ahmadinejad, disse que os EUA preferiam que não acontecesse. Disse ainda que, embora Washington não ache a visita um problema, também não pensa ter sido a melhor decisão tomada por Brasília.

(...)

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(...)
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São as frases mais deploráveis em política externa que podem existir. É absurda a "mania" norte-americana de tentar gerir todos os países do mundo. Isso nunca muda! [024] [054]

[]'s a todos.
Receber Armadinejad para quê. O país está travado por sanções econômcas, portanto não haveria acordo (relevante) nenhum para ser assinado com os persas, e se houver, será algo que poderá parar a qq momento por uma resolução da ONU.

Acho que o Itamaraty está naquela de receber por receber só p/ dizer que tem uma agenda independente(mas completamente sem objetividade)...




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Re: GEOPOLÍTICA

#970 Mensagem por DELTA22 » Dom Nov 22, 2009 11:10 pm

Mesmo assim, Walter, não acho que os EUA tem que dar pitaco em quem vem ou não ao Brasil.
Vai trazer algum "lucro" a vinda do iraniano aqui? Não sei. Mas cada país tem que ter liberdade para ditar sua politica externa, certa ou errada não importa, aliás, sou um grande crítico do atual Itamaraty, mas sou maior crítico das medidas "meter a colher em tudo" das águias do "Tio". :twisted:

[]'s.




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Re: GEOPOLÍTICA

#971 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Nov 22, 2009 11:25 pm

Pois é.
Quando os EUA cortarem relações com a maior ditadura do planeta, aí sim, podem passar sermão, até lá, reclamação de cú é rola. :x




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Re: GEOPOLÍTICA

#972 Mensagem por marcelo l. » Dom Nov 22, 2009 11:54 pm

Bom, os números são em termos de comércio:
Irã: Em 2008, enquanto importamos do país persa US$ 14 milhões em frutas, peles e tapetes, exportamos mais de US$ 1,1 bilhão.
Israel: Fechou 2008 com saldo negativo de US$ 823 milhões. As exportações somaram US$ 399 milhões e as importações US$ 1.2 bilhão.

Isso, por que em 2008, houve um tombo enorme graças a crise internacional e o boicote americano...Voltando a normalidade teremos 1.8 bi de saldo na balança...sinceramente ainda tento entender quem pede para Itamaraty ser pragmático e não quer negociar com Venezuela e Irã...

Edit:
Venezuela: Em 2008, o Brasil exportou bens no valor total de US$ 5,15 à Venezuela e importou US$ 538,5 milhões, quase dez vezes menos -apesar de um crescimento de 55,68%-, o que representou um superávit de US$ 4,611 bilhões. Venezuela representa 30% do saldo comercial.




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"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: GEOPOLÍTICA

#973 Mensagem por czarccc » Seg Nov 23, 2009 10:21 am

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Nicarágua - 21/11/2009 - 18h06 - Milhares de opositores do presidente Daniel Ortega marcham pelas ruas de Manágua em protesto contra a decisão da Suprema Corte, que declarou inaplicável o artigo da Constituição que impedia a reeleição presidencial por mais de dois mandatos consecutivos




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Re: GEOPOLÍTICA

#974 Mensagem por FOXTROT » Seg Nov 23, 2009 11:01 am

O Brasil é uma potência, nossos produtos podem ser exportados para o mundo inteiro, não temos problemas com nação alguma, quem não quiser vender que não venda, mas dai a pedir para o Brasil não vender é demais.

O país do futuro já começou gostem ou não...




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Re: GEOPOLÍTICA

#975 Mensagem por edson_spbr » Seg Nov 23, 2009 2:13 pm

Até Obama visitou a China!!




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