O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9511 Mensagem por knigh7 » Qui Mar 02, 2017 6:47 pm

Ziba escreveu:
Isso resolve o nosso problema de médio alcance mas não resolve nosso problema de curto alcance. Não se deve pensar num sistema dessa maneira. Por mais alcance que um A-Darter, Python, IRIS-T tenha, mesmo com booster, não vai conseguir engajar um kit simples como uma Umbani da vida.

Logo os caminhos são dois:

A) contar com uma aviação boa, capaz de dar cobertura e negar espaço aéreo para lançamento desse tipo de arma.

B) contar com um sistema AAe em camada com sistemas de curto/médio/longo alcance.

Acho que o Brasil deveria estar mais próximo da opção B. Levando isso em consideração, além da falta de um sistema de curto alcance (sendo que nessa arena não há nada no mundo melhor que o Pantsyr/TOR) ainda falta a capacidade de produzir aqui. Sem isso esquece, lembro, novamente, os Rolands do EB.

Eu visito esse tópico de vez em quando e largo por isso. Povo aqui parece que ta jogando super trunfo, só fala das capacidades do sistema, sem pensar em como ele seria usado no Brasil e sem levar em consideração as nossas peculiaridades.
Ziba, o EB está aumentando os GAAAe de baixa altura para 9. Nesses grupamentos, doutrinariamente haverá 1 bia de canhões além das com mísseis de baixa altura. A artilharia de tubo antiaérea do EB está obsoleta, mas é questão orçamentária a substituição e não por falta de planejamento ou doutrina defasada.
Os fuzileiros navais, na baixa altura, eles dispõem de de artilharia de tubo bofors orientada com o radar Giraffe, que é um sistema relativamente moderno. E 24 lançadores Mistral. Que é um excelente míssel para baixa altura.
A FAB peca na baixa altura, mas na minha opinião, deveria ficar a cargo de defesa nesta camada apenas as instalações dela.

As FFAA tendo sistemas modernos de defesa antiaérea de baixa altura, eficazes contra munições, considero válida a opção por um míssil de guiagem ativa para média altura válido inclusive contra munições mais complexas. E não se pode deixar de levar em conta o valor do alvo a ser protegido.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9512 Mensagem por Ziba » Sex Mar 03, 2017 1:27 am

knigh7 escreveu:Ziba, o EB está aumentando os GAAAe de baixa altura para 9. Nesses grupamentos, doutrinariamente haverá 1 bia de canhões além das com mísseis de baixa altura. A artilharia de tubo antiaérea do EB está obsoleta, mas é questão orçamentária a substituição e não por falta de planejamento ou doutrina defasada.
Os fuzileiros navais, na baixa altura, eles dispõem de de artilharia de tubo bofors orientada com o radar Giraffe, que é um sistema relativamente moderno. E 24 lançadores Mistral. Que é um excelente míssel para baixa altura.
A FAB peca na baixa altura, mas na minha opinião, deveria ficar a cargo de defesa nesta camada apenas as instalações dela.
Knigh7, esses sistemas não são de curto alcance. São sistemas de "curtíssimo alcance", em inglês VSHORAD. A ideia deles é dotar a tropa de alguma capacidade contra helicópteros e aviões do tipo A10 voando a baixa altitude.

Quando falo "curto" são sistemas da ordem de 10-20km de alcance e o ideal seriam sistemas CLOS: Pantsyr, TOR, Crotale, Bamse e por ai vai.

Esses sistemas seriam os responsáveis por defender o sistema de médio alcance (Spyder, MEADs, A-Darter com booster) de ataques de saturação.

Sem eles os sistemas de médio alcance ficam vulneráveis demais a ataques de saturação. É por esse motivo que é primordial um sistema de curto alcance aliado a fabricação dos mísseis aqui.
knigh7 escreveu:As FFAA tendo sistemas modernos de defesa antiaérea de baixa altura, eficazes contra munições, considero válida a opção por um míssil de guiagem ativa para média altura válido inclusive contra munições mais complexas. E não se pode deixar de levar em conta o valor do alvo a ser protegido.
Correto. Só que não tem. Médio alcance tá ok ser SARH ou ARH, não pode ser CLOS mesmo, só que falta uma camada aí e pelo que vejo ninguém está interessado e nem se discute a implementação. Cancelaram o Spyder, já falam em sistemas de médio alcance, já falaram de S300...

Se não vão comprar um sistema de curto alcance, acredito que a FAB, com caças/interceptadores, ficará na missão de negar o espaço aéreo ao atacante mantendo, por 24h, um grupo de patrulha apoiado por um R-99. É isso que faz o EUA e seus aliados.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9513 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 03, 2017 4:18 am

FCarvalho escreveu:
knigh7 escreveu: Ziba,no tocante a média altura a gente tem capacidade de fazer um sistema nacional. Não é a toa que a proposta da Dihel, para ter um posicionamento melhor que os competidores e vender o Iris-t SLM(e com possibilidade de ter sistema de radar de vigilância dela) uma proposta dela consta o SABER M60, o SABER M200 e o Centro de Controle de Artilharia AAe do EB.
Mas na minha opinião,nós deveríamos ter o A-Darter com booster e assim um sistema totalmente nacional. Nós já temos tecnologia para isso.
Antes disso temos que mudar alguns conceitos nas ffaa's quanto a questão doutrinária da AAe, como o pessoal tem insistido por aqui, no que compete, por exemplo, definir sistemas pela altura e não alcance.
Carvalho na verdade este problema não existe: antes da alteração para do ROC para encaixar o Pantsir (escolha prévia política, assim como ocorreu com o EC 725, com o Rafale, com o Mi35) o ROC dava grande atenção ao alcance horizontal: 30km. Míssil com alcance chegam aos 15km ou mais (16km)de altura. Mas há vários mísseis que atingem 15km de altura não chegam a 30km. E as FFAA quiseram esse alcance horizontal de 30km.

Indo para baixa altura, veja que o EB está tornando padrão a dotação das bias de mísseis dos GAAAes com RBS 70 com 5km de altitude (e a classificação para baixa altura é de até 3km) substituindo os Iglas.
Então veja que eles não se fiam apenas na altura.
FCarvalho escreveu:
Sem uma definição clara e objetiva quanto a organização, funcionalidade e especificidades da AAe dentro das 3 ffaa's, vai continuar sendo esse samba do crioulo doido que vemos aí.
Mas as FFAA têm. Carvalho, vc que costuma comprar revistas como eu, veja se vc tem as ediçõs 64 e 72 da RFA. Aqui tem a capa para facilitar:
http://www.forcaaerea.com.br/anterior.asp?EP=103

São 10 páginas, onde o coronel Julio César Caldas da Arma de Artilharia Antiaérea do EB detalha como é e as atribuições do sistema de defesa antiaérea brasileiro.

FCarvalho escreveu: Não dá para pensar em AAe de média altura quando o EB pensa que misseis Manpads são armas de artilharia... ou pode? :roll:
Ué. Fica numa divisão da arma de artilharia, com escolas especializadas. Não vejo problema. Está vendo problema nisso?
FCarvalho escreveu: Meio complicado isso. Já dei vários exemplos por aqui de como uma parceria com os sul-africanos poderia nos ser benéficas, inclusive em função das nossas capacidades atuais, no sentido de prover não um ou outro sistema, mas toda uma família de mísseis que cobrissem todos os aspectos da AAe.

Mas nós não fazemos aqui nem um simples manpad, vamos fazer míssil de média altura?
O Python V, Derby mísseis míssil ar-ar foram adaptados com um booster. E mais nada de diferente. Já o Iris-T SAM o que tem de diferente do ar-ar é uma propulsão mais potente (o cilindro traseiro tem mais diâmetro) e uma carenagem um pouco mais pontuda para vencer melhor a resistência do ar. E mais nada.
Já no sistema MicaVL, por ser um míssil projetado de médio alcance, não tem nenhuma diferença do ar-ar. A Rafael colocou um boster no Derby para prover um alcance horizontal de 50km.

Chaparral, NASSAMS são outros exemplos de sistemas de média altura e alcance que usam os mísseis ar-ar sidewinder e AIM 120 respectivamente. Sem nenhuma alteração.
FCarvalho escreveu:Não é melhor começar pelo básico, com aquilo que podemos e/ou temos a mão? O que nos custa fazer uma engenharia reversa no Igla? Os poloneses teriam até oferecido parceria para o desenvolvimento de novas versões do Gromm, que basicamente é um derivado do Igla.
Acrescentando ao que já escrevi acima, que é possivel, simples e algo comum fazer um míssil SAM de media altura a partir de um míssil ar-ar, nós havíamos conseguido fazer uma parceria para o desenvolvimento de um míssil ar-ar WVR com uma empresa grande expertise na área.

O EB tinha o projeto do MSA-1, que era um MANPAD e não foi pra frente. Talvez se tivesse encontrado um parceiro estrangeiro, como a FAB com o A-Dater, é possível que aquele projeto tivesse vingado.

Abraços




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9514 Mensagem por Lucas Lasota » Sex Mar 03, 2017 5:52 am

Indo para baixa altura, veja que o EB está tornando padrão a dotação das bias de mísseis dos GAAAes com RBS 70 com 5km de altitude (e a classificação para baixa altura é de até 3km) substituindo os Iglas.
Você tem respaldo documental para essa informação da substituição dos Igla?

Na verdade, o EB está compondo de modo estratégico seus sistemas VSHORAD com um mix de sistemas laser e infravermelho.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9515 Mensagem por Matheus » Sex Mar 03, 2017 9:30 am

Acredito eu que, considerando a nossa falta de ameaças imediatas e nossa cooparticipação no A-DARTER, ao invés de comprar uma produto pronto, seria mais produtivo adaptar o A-DARTER com booster e utilizá-lo na função de AA de média altura junto com os radares da linha m60/200, tanto na FAB quanto no EB. Poderia utilizar ainda os veículos da Avibrás como plataforma. Embora sejam mísseis caros, pelo menos daria uma certa independência e, de quebra, daria uma força no programa conjunto. Na baixa altura, novos canhões, IGLA-S e RBS 70 me parecem suficientes. No longo alcance, hoje, me parece um desperdício de dinheiro comprar qualquer sistema pronto, devido a rápida obsolescência e a ausência de inimigos potenciais.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9516 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 05, 2017 1:09 am

Lucas Lasota escreveu:
Indo para baixa altura, veja que o EB está tornando padrão a dotação das bias de mísseis dos GAAAes com RBS 70 com 5km de altitude (e a classificação para baixa altura é de até 3km) substituindo os Iglas.
Você tem respaldo documental para essa informação da substituição dos Igla?

Na verdade, o EB está compondo de modo estratégico seus sistemas VSHORAD com um mix de sistemas laser e infravermelho.
Em termos de documentos, o que eu tenho é o BE 28, de 15 de julho de 2016, onde consta a portaria 144
http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/boletins.php

Não há exclusão do Igla, mas a padronização do RBS 70 de baixa a altura. Eu vou transcrever, mas vc pode acessar pelo link toda a portaria:

Aprova a padronização do Sistema de Armas Míssil
de Baixa Altura Telecomandado (Sist A Msl Bx Altu
Tele Cmdo) RBS 70, da empresa SAAB Dynamics
AB




Editado pela última vez por knigh7 em Dom Mar 05, 2017 1:58 am, em um total de 1 vez.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9517 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 05, 2017 1:27 am

Ziba escreveu:Knigh7, esses sistemas não são de curto alcance. São sistemas de "curtíssimo alcance", em inglês VSHORAD. A ideia deles é dotar a tropa de alguma capacidade contra helicópteros e aviões do tipo A10 voando a baixa altitude.

Quando falo "curto" são sistemas da ordem de 10-20km de alcance e o ideal seriam sistemas CLOS: Pantsyr, TOR, Crotale, Bamse e por ai vai.

Esses sistemas seriam os responsáveis por defender o sistema de médio alcance (Spyder, MEADs, A-Darter com booster) de ataques de saturação.


Sem eles os sistemas de médio alcance ficam vulneráveis demais a ataques de saturação. É por esse motivo que é primordial um sistema de curto alcance aliado a fabricação dos mísseis aqui.
Mas não existe somente esses sistemas. O sistema MANTIS alemão é formado pelo Skyshield moderno (que é formado por radar+ canhão)+ um missil IR (LFK NG).

O erro é que vc está se fixando somente nos misseis CLOS para a defesa dos sistemas da camada de média altura. É considerar que só existe a doutrina russa. Precisa pensar um pouco fora da caixa da doutrina russa.

Se o EB vai continuar tendo nos GAAAe de baixa altura bias de canhões e mísseis, o que se precisa é modernizar as bias de canhões com radares. Pode ter algosemlhante ao MANTIS.
Nächstbereichschutzsystem MANTIS (Modular, Automatic and Network capable Targeting and Interception System), formerly titled as NBS-C-RAM (counter-rocket, artillery and mortar), is the latest very short-range protection system of the German Army, intended for base-protection, particularly in Afghanistan. It is produced by Rheinmetall Air Defence, a subsidiary of Rheinmetall of Germany. It is a part of the army's future SysFla air-defence project.

The NBS C-RAM system is supposed to detect, track and shoot down incoming projectiles before they can reach their target within very close range. The system itself is based on Oerlikon Contraves' Skyshield air defence gun system.

An NBS C-RAM system consists of six 35mm automatic guns (capable of firing 1,000 rounds per minute), a ground control unit and two sensor units. The entire system is fully automated. The guns fire programmable "Ahead" ammunition, developed by Rheinmetall Weapons and Munitions - Switzerland (formerly Oerlikon Contraves Pyrotec). The ammunition carries a payload of 152 tungsten projectiles weighing 3.3g each.


The German Army has ordered a first batch of two systems, with more being planned. These two systems cost around €110.8 million, plus another €20 million for training and documentation purposes. In a follow-on contract, worth around €13.4 million, Rheinmetall will also deliver the corresponding ammunition to the German Army.[1]

The German Bundeswehr took over the first MANTIS system on January 1, 2011.[2]




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9518 Mensagem por Bolovo » Dom Mar 05, 2017 1:52 am

Eu tento entender a lógica por detrás de substituir o MANPAD mais bem sucedido da história por um outro que tem como única experiência de combate derrubar um Bronco durante uma tentativa de golpe na Venezuela em 1992...

Esse é o nosso exército (com "e" minusculo mesmo).

Se bem que eu acredito que o RBS 70 esteja substituindo os canhões e não os Iglas.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9519 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 05, 2017 1:57 am

Cada GAAAe (serão 9) terá 1 bia de canhões. Vamos ver o que eles vão fazer com eles (modernizar ou comprar novos).




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9520 Mensagem por Ziba » Dom Mar 05, 2017 3:00 am

knigh7 escreveu: Mas não existe somente esses sistemas. O sistema MANTIS alemão é formado pelo Skyshield moderno (que é formado por radar+ canhão)+ um missil IR (LFK NG).

O erro é que vc está se fixando somente nos misseis CLOS para a defesa dos sistemas da camada de média altura. É considerar que só existe a doutrina russa. Precisa pensar um pouco fora da caixa da doutrina russa.

Se o EB vai continuar tendo nos GAAAe de baixa altura bias de canhões e mísseis, o que se precisa é modernizar as bias de canhões com radares. Pode ter algosemlhante ao MANTIS.
Mano, sem querer ser chato, mas já sendo... rsrsrs!!!

Conheço o sistema Ahead da Oerlinkon há muito tempo, posto nesse tópico desde 2008, na verdade a segunda postagem desse tópico foi minha (ainda como ZeRo4) e até hoje percebo que a grande maioria, na verdade, não entende como as missões são planejadas.

O LFK NG padece dos mesmos problemas que o MICA, Spyder, MEADs e etc. Todos eles se concentram em mísseis guiados por IIR ou ARH que são caros por demais para serem utilizados contra mísseis anti-radiação e kits para bombas burras.

Só nas primeiras horas da Desert Storm foram lançados 500 HARMs nas baterias Iraquianas.

O primeiro ponto é que esses países não vão nos fornecer a tecnologia para fabricar o míssil por aqui e ainda que fornecessem seria muito caro.

A questão não é "pensar fora da doutrina Russa", mas entender que a doutrina Russa e Chinesa são as que mais se aproximam da nossa realidade, enquanto a Americana e a Europeia são as mais distantes, se apoiando no uso extensivo dos caças para apoiar a AAe. A Sérvia deu uma bela lição de como utilizar esses sistemas. Mobilidade é a palavra chave.

Então, o primeiro passo para termos um sistema sólido, é um sistema de curto alcance, com mísseis baratos e possibilidade de fabricação própria. Caso contrário o destino desse sistema será o mesmo que teve os Roland no EB.

Além do mais, contar, apenas, com baterias da ordem de 40-60km de alcance e nada dentro disso é melhor não ter nada e investir em outra coisa, porque em qualquer ataque essa bateria é inócua, não poderia ser utilizada ou seria colocada fora do ar facilmente.

[]s




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9521 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 05, 2017 11:09 am

Ziba, com atual organização e/ou lógica com que opera toda a nossa defesa AAe, e aqui me refiro a todas as ffaa's, seria possível chegarmos a um patamar de modernidade próximo a russos e chineses, sem antes modificar o nosso modus operandi nesta área?

Eu acredito que não. O que pensas a respeito?

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9522 Mensagem por Bolovo » Dom Mar 05, 2017 2:47 pm

Ziba escreveu:
knigh7 escreveu: Mas não existe somente esses sistemas. O sistema MANTIS alemão é formado pelo Skyshield moderno (que é formado por radar+ canhão)+ um missil IR (LFK NG).

O erro é que vc está se fixando somente nos misseis CLOS para a defesa dos sistemas da camada de média altura. É considerar que só existe a doutrina russa. Precisa pensar um pouco fora da caixa da doutrina russa.

Se o EB vai continuar tendo nos GAAAe de baixa altura bias de canhões e mísseis, o que se precisa é modernizar as bias de canhões com radares. Pode ter algosemlhante ao MANTIS.
Mano, sem querer ser chato, mas já sendo... rsrsrs!!!

Conheço o sistema Ahead da Oerlinkon há muito tempo, posto nesse tópico desde 2008, na verdade a segunda postagem desse tópico foi minha (ainda como ZeRo4) e até hoje percebo que a grande maioria, na verdade, não entende como as missões são planejadas.

O LFK NG padece dos mesmos problemas que o MICA, Spyder, MEADs e etc. Todos eles se concentram em mísseis guiados por IIR ou ARH que são caros por demais para serem utilizados contra mísseis anti-radiação e kits para bombas burras.

Só nas primeiras horas da Desert Storm foram lançados 500 HARMs nas baterias Iraquianas.

O primeiro ponto é que esses países não vão nos fornecer a tecnologia para fabricar o míssil por aqui e ainda que fornecessem seria muito caro.

A questão não é "pensar fora da doutrina Russa", mas entender que a doutrina Russa e Chinesa são as que mais se aproximam da nossa realidade, enquanto a Americana e a Europeia são as mais distantes, se apoiando no uso extensivo dos caças para apoiar a AAe. A Sérvia deu uma bela lição de como utilizar esses sistemas. Mobilidade é a palavra chave.

Então, o primeiro passo para termos um sistema sólido, é um sistema de curto alcance, com mísseis baratos e possibilidade de fabricação própria. Caso contrário o destino desse sistema será o mesmo que teve os Roland no EB.

Além do mais, contar, apenas, com baterias da ordem de 40-60km de alcance e nada dentro disso é melhor não ter nada e investir em outra coisa, porque em qualquer ataque essa bateria é inócua, não poderia ser utilizada ou seria colocada fora do ar facilmente.

[]s
Cara, eu vejo que esse sistema alemão MANTIS tem uma outra proposta, que eu vejo não ter sentido no EB. Ele é um daqueles sistemas do tipo C-RAM, feitos para abater foguetes, munições de artilharia, morteiros etc, geralmente em instalações fixas, como bases numa região inimiga, como era por exemplo os americanos no Iraque e Afeganistão. Meu irmão, durante sua época no CPOR, conversou com um oficial americano que estava fazendo uma visita por lá, que tinha comandando um sistema C-RAM em combate no Iraque, onde sofriam ataques diários de insurgentes com artilharia. Sistemas similares ao MANTIS: C-RAM, Iron Dome (desenvolvido para derrubar os mísseis do Hamas)... Enfim, não me parece ser o tipo de coisa que o EB procura. Se estão pensando em trocar o Panstir por esses sistemas, me dá até um calafrio, pois são sistemas com propostas diferentes, me dando a impressão que nem fazem ideia do que estão fazendo.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9523 Mensagem por juarez castro » Dom Mar 05, 2017 3:42 pm

Ziba escreveu:
knigh7 escreveu: Mas não existe somente esses sistemas. O sistema MANTIS alemão é formado pelo Skyshield moderno (que é formado por radar+ canhão)+ um missil IR (LFK NG).

O erro é que vc está se fixando somente nos misseis CLOS para a defesa dos sistemas da camada de média altura. É considerar que só existe a doutrina russa. Precisa pensar um pouco fora da caixa da doutrina russa.

Se o EB vai continuar tendo nos GAAAe de baixa altura bias de canhões e mísseis, o que se precisa é modernizar as bias de canhões com radares. Pode ter algosemlhante ao MANTIS.
Mano, sem querer ser chato, mas já sendo... rsrsrs!!!

Conheço o sistema Ahead da Oerlinkon há muito tempo, posto nesse tópico desde 2008, na verdade a segunda postagem desse tópico foi minha (ainda como ZeRo4) e até hoje percebo que a grande maioria, na verdade, não entende como as missões são planejadas.

O LFK NG padece dos mesmos problemas que o MICA, Spyder, MEADs e etc. Todos eles se concentram em mísseis guiados por IIR ou ARH que são caros por demais para serem utilizados contra mísseis anti-radiação e kits para bombas burras.

Só nas primeiras horas da Desert Storm foram lançados 500 HARMs nas baterias Iraquianas.

O primeiro ponto é que esses países não vão nos fornecer a tecnologia para fabricar o míssil por aqui e ainda que fornecessem seria muito caro.

A questão não é "pensar fora da doutrina Russa", mas entender que a doutrina Russa e Chinesa são as que mais se aproximam da nossa realidade, enquanto a Americana e a Europeia são as mais distantes, se apoiando no uso extensivo dos caças para apoiar a AAe. A Sérvia deu uma bela lição de como utilizar esses sistemas. Mobilidade é a palavra chave.

Então, o primeiro passo para termos um sistema sólido, é um sistema de curto alcance, com mísseis baratos e possibilidade de fabricação própria. Caso contrário o destino desse sistema será o mesmo que teve os Roland no EB.

Além do mais, contar, apenas, com baterias da ordem de 40-60km de alcance e nada dentro disso é melhor não ter nada e investir em outra coisa, porque em qualquer ataque essa bateria é inócua, não poderia ser utilizada ou seria colocada fora do ar facilmente.

[]s
Então partindo dá tua presença.issacque eu não tenho como discordar por não conhecer profundamente o assunto é tão somente baseado nas tuas afirmativas, o Pantsyr não cumpria estes requisitos, porque:

1 Não era aero transportável
2 Não seria nacionalizado, com excessão dos caminhões
3 A integração do IFF bem como com os demais sistemas C3I não constava na proposta.

G abraco




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9524 Mensagem por Túlio » Dom Mar 05, 2017 4:58 pm

Bolovo escreveu:Eu tento entender a lógica por detrás de substituir o MANPAD mais bem sucedido da história por um outro que tem como única experiência de combate derrubar um Bronco durante uma tentativa de golpe na Venezuela em 1992...

Esse é o nosso exército (com "e" minusculo mesmo).

Se bem que eu acredito que o RBS 70 esteja substituindo os canhões e não os Iglas.

Também acho estranho basear a AAAe de um País do qual cerca de 2/3 da superfície é intransitável por qualquer tipo de veículo terrestre (jipes inclusos) em um sistema enorme e pesado como o da Bofors (se fosse para COMETER isso, eu faria um mix de RBS e Mistral, pela diversidade na guiagem) mas, num País assim, abrir mão da mobilidade e agilidade dos MANPADS é pra DOIDO!!!

Se eles ODEIAM tanto assim o míssil Russo, que comprem Stinger, mas mantenham a capacidade de fechar os "corredores" para aeronaves a baixa altura, POWS!!!




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9525 Mensagem por juarez castro » Dom Mar 05, 2017 10:14 pm

Túlio escreveu:
Bolovo escreveu:Eu tento entender a lógica por detrás de substituir o MANPAD mais bem sucedido da história por um outro que tem como única experiência de combate derrubar um Bronco durante uma tentativa de golpe na Venezuela em 1992...

Esse é o nosso exército (com "e" minusculo mesmo).

Se bem que eu acredito que o RBS 70 esteja substituindo os canhões e não os Iglas.

Também acho estranho basear a AAAe de um País do qual cerca de 2/3 da superfície é intransitável por qualquer tipo de veículo terrestre (jipes inclusos) em um sistema enorme e pesado como o da Bofors (se fosse para COMETER isso, eu faria um mix de RBS e Mistral, pela diversidade na guiagem) mas, num País assim, abrir mão da mobilidade e agilidade dos MANPADS é pra DOIDO!!!

Se eles ODEIAM tanto assim o míssil Russo, que comprem Stinger, mas mantenham a capacidade de fechar os "corredores" para aeronaves a baixa altura, POWS!!!
Túlio, ninguém odeia o Pantsyr, ele não serve para nós hoje, pelas razões que eu, o Caiafa também já falou aqui várias vezes.Não acredite naquela história de nacionalização dos mísseis e não mais o que, sistema Paraná e outros delírios, tudo conversa fiada, assim como a maioria dos fabricantes, os russos querem é vender seu produto e ponto final. Ahh você quer integrar ele com seus sistema C3I, problema seu , se vire, ahh você quer integrar seu IFF nele, problema seu, quer fazer manutenção do sistema aqui, hahah, negativo meu amigo, manda para a Rússia, por isto precisamos comprar algo na faixa de 20 a 30Km de alcance, que seja aero transportável em nossas aeronaves sem precisar desmantelar o troço todo, que se possa fazer ele falar com nossos sistemas de controle e se integre ao IFF, e que possamos manter e operar a contento com nossos recursos.

G abraço




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