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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Seg Fev 20, 2017 3:06 pm
por Túlio
Juniorbombeiro escreveu:
Estou dizendo que algumas instituições públicas estão sabotando empresas brasileiras no exterior, não sei se é o caso da Embraer, entramos neste assunto quando alguém comentou que a PF estaria investigando sujeiras ligadas a contratos de defesa, especificamente ligados a FAB, eu manifestei minha preocupação de que poderia ser a Embraer, até pq ela já passa por um momento delicado, conforme o exemplo que você me pediu e eu mostrei. Aí acabamos entrando nessa seara e a conversa meio que perdeu o sentido, enfim...já foram dados exemplos aqui de n empresas americanas, inclusive a Lockhead Martin, que se enrolaram com corrupção e foram protegidas pelo governo (isso não quer dizer que não tenham sido punidas de alguma forma). A minha preocupação é apenas essa, ser muito Joãozinho do passo certo, às vezes acaba mal.
Ah tá, agora entendi. De qualquer modo:
A EMBRAER é focada principalmente no mercado dos EUA;
A maior parte dos insumos para suas aeronaves também vem de lá. Só que as empresas dos EUA não são principalmente focadas no Brasil. Ela focam principalmente...nos EUA!
Assim, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Eu sei que é uma josta mas foi o modelo de negócio que a empresa escolheu. Para o melhor e para o pior.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Seg Fev 20, 2017 3:19 pm
por Juniorbombeiro
Túlio escreveu:Juniorbombeiro escreveu:
Estou dizendo que algumas instituições públicas estão sabotando empresas brasileiras no exterior, não sei se é o caso da Embraer, entramos neste assunto quando alguém comentou que a PF estaria investigando sujeiras ligadas a contratos de defesa, especificamente ligados a FAB, eu manifestei minha preocupação de que poderia ser a Embraer, até pq ela já passa por um momento delicado, conforme o exemplo que você me pediu e eu mostrei. Aí acabamos entrando nessa seara e a conversa meio que perdeu o sentido, enfim...já foram dados exemplos aqui de n empresas americanas, inclusive a Lockhead Martin, que se enrolaram com corrupção e foram protegidas pelo governo (isso não quer dizer que não tenham sido punidas de alguma forma). A minha preocupação é apenas essa, ser muito Joãozinho do passo certo, às vezes acaba mal.
Ah tá, agora entendi. De qualquer modo:
A EMBRAER é focada principalmente no mercado dos EUA;
A maior parte dos insumos para suas aeronaves também vem de lá. Só que as empresas dos EUA não são principalmente focadas no Brasil. Ela focam principalmente...nos EUA!
Assim, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Eu sei que é uma josta mas foi o modelo de negócio que a empresa escolheu. Para o melhor e para o pior.
Certamente, mas baseado nisso, poderíamos então dizer que o KC-390 foi um monumental erro estratégico???? A Embraer deliberadamente optou por não entrar no quintal da Boeing e da Airbus, por motivos óbvios. Aí resolve cair matando no quintal da LM...vai entrar numa briga de cachorro grande, melhor se associar a um cachorro grande então, se conseguisse se associar a Boeing talvez pudesse ter um pouco mais de proteção.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Seg Fev 20, 2017 3:53 pm
por Túlio
Juniorbombeiro escreveu:
Certamente, mas baseado nisso, poderíamos então dizer que o KC-390 foi um monumental erro estratégico???? A Embraer deliberadamente optou por não entrar no quintal da Boeing e da Airbus, por motivos óbvios. Aí resolve cair matando no quintal da LM...vai entrar numa briga de cachorro grande, melhor se associar a um cachorro grande então, se conseguisse se associar a Boeing talvez pudesse ter um pouco mais de proteção.
Pois é, eles bem que tentaram mas a decisão do governo (ou sei lá quem) foi outra. Para a EMBRAER, em sentido estritamente financeiro e em seu modelo de negócio, sem dúvida a Boeing era melhor parceira do que Dassault e SAAB
juntas! Assim, dentro do que propões, acho também que o -390 foi e é uma roubada, apesar de gostar bastante do avião e saber que o Hércules chegou ao fim das possibilidades de desenvolvimento/upgrade e nem com isso sequer chega perto das qualidades do KC.
Mas é como falaste, briga de cachorro grande...
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Seg Fev 20, 2017 4:09 pm
por Juniorbombeiro
Túlio escreveu:Juniorbombeiro escreveu:
Certamente, mas baseado nisso, poderíamos então dizer que o KC-390 foi um monumental erro estratégico???? A Embraer deliberadamente optou por não entrar no quintal da Boeing e da Airbus, por motivos óbvios. Aí resolve cair matando no quintal da LM...vai entrar numa briga de cachorro grande, melhor se associar a um cachorro grande então, se conseguisse se associar a Boeing talvez pudesse ter um pouco mais de proteção.
Pois é, eles bem que tentaram mas a decisão do governo (ou sei lá quem) foi outra. Para a EMBRAER, em sentido estritamente financeiro e em seu modelo de negócio, sem dúvida a Boeing era melhor parceira do que Dassault e SAAB
juntas! Assim, dentro do que propões, acho também que o -390 foi e é uma roubada, apesar de gostar bastante do avião e saber que o Hércules chegou ao fim das possibilidades de desenvolvimento/upgrade e nem com isso sequer chega perto das qualidades do KC.
Mas é como falaste, briga de cachorro grande...
Eu até acho que com uma dose certa de ousadia, dá para entrar nessa briga, como você mesmo falou, o C-130J é um projeto que já atingiu o seu limite. Independente do FX-2, temos como atrair a Boeing para o KC-390, e de quebra a SAAB, acho que o Boeing/Saab T-X (para mim é o vencedor certo) tem todas as condições para evoluir para um novo F-5E (assim com o Gripen pode ser um novo Mirage III), só espero que façamos certo desta vez (mais Mirages e menos F-5E). Essa poderia ser uma boa desculpa para uma simbiose Boeing/Embraer/Saab. Obviamente, se deixar, a LM vai espernear e vai montar em cima, para vender C-130J ad eternum para a NATO enquanto a USAF não exigir coisa melhor. A Embraer tem um produto melhor, num timing melhor. Mas para entrar nessa briga, tem que ser macho, tem que ter governo macho, se entrar de arrasta balde, vai tomar ferro bonito.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Seg Fev 20, 2017 9:12 pm
por FCarvalho
Juniorbombeiro escreveu:Eu até acho que com uma dose certa de ousadia, dá para entrar nessa briga, como você mesmo falou, o C-130J é um projeto que já atingiu o seu limite. Independente do FX-2, temos como atrair a Boeing para o KC-390, e de quebra a SAAB, acho que o Boeing/Saab T-X (para mim é o vencedor certo) tem todas as condições para evoluir para um novo F-5E (assim com o Gripen pode ser um novo Mirage III), só espero que façamos certo desta vez (mais Mirages e menos F-5E). Essa poderia ser uma boa desculpa para uma simbiose Boeing/Embraer/Saab. Obviamente, se deixar, a LM vai espernear e vai montar em cima, para vender C-130J ad eternum para a NATO enquanto a USAF não exigir coisa melhor. A Embraer tem um produto melhor, num timing melhor. Mas para entrar nessa briga, tem que ser macho, tem que ter governo macho, se entrar de arrasta balde, vai tomar ferro bonito.
A Embraer, que não é besta e nem nada, desde o lançamento do KC-390 tem assuntado por aí que o mesmo "não tem a pretensão de concorrer diretamente com o C-130J". Que o mercado dele é específico e tem público objetivo bem maior que os usuários daquele avião. Claro que é um engodo, e todo mundo sabe disso, mas a propaganda vendida lá fora é essa. É verdade que ele será dentro da sua classe, em 10 ou 20 anos, a referência para tudo que for cargo lift militar. E a Boeing sabe disso. A LM mais ainda. Sabendo disso, outros países tradicionais produtores de aviões cargo militares estão se mexendo e lançando projetos baseados naquilo que o KC-390 tem oferecido como referencia. Tanto que até agora, em termos de capacidade homóloga ao -J da LM são os modelos indo-russo e ucraniano. A Airbus não tem nada parecido, mas aposta no A400M. A China está concentrada em produzir ao menos 400 undes dos seus Y-20. Então, cedo ou tarde, a USAF terá de pensar no que vai querer após o C-130J abrir o bico, o que obviamente ainda vai demorar bastante. Mas terá de ser feito. E quando for, ela terá de olhar pela janela, já que dentro de casa não terá algo parecido ou mesmo próximo sendo comercializado por empresas americanas.
A Boeing está vendo tudo isso. A LM também. A Embraer, que repito, não é boa e nem nada, também percebeu as possibilidades. Se o governo aqui dentro não atrapalhar, e até der uma força ao projeto, ele pode até não chegar nas tais 700 e poucas undes do mercado previsto para ele. Mas já vai ser grandes coisa se ele passar de 60 então prevista no escopo inicial do projeto.
A ver.
abs.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Fev 21, 2017 2:29 pm
por Goldfinger
Só lembrando que para a EMBRAER o KC-390 não é um projeto igual aos outros.
Explico: ele não surgiu de uma análise de mercado para atender um mercado de exportação, como foi o caso de todos os aviões comerciais da EMBRAER desde o Brasilia.
Ele surgiu de uma necessidade da FAB de substituir os seus C-130. A partir desde momento a EMBRAER logicamente está fazendo de tudo para que o avião resultante TAMBÉM atenda uma parcela significativa do mercado internacional. Aí juntou a fome com a vontade de comer.
Mas se o KC-390 for comprado apenas pela FAB não vai fazer muita diferença (financeira) para a EMBRAER porque o desenvolvimento está sendo pago pela FAB. Se o avião for um sucesso de exportação, ótimo. Se ele não for, não vai quebrar a EMBRAER. Agora, se o E2 for um fracasso de vendas, a EMBRAER quebra.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Fev 21, 2017 6:39 pm
por Carlos Lima
Goldfinger escreveu:Só lembrando que para a EMBRAER o KC-390 não é um projeto igual aos outros.
Explico: ele não surgiu de uma análise de mercado para atender um mercado de exportação, como foi o caso de todos os aviões comerciais da EMBRAER desde o Brasilia.
Ele surgiu de uma necessidade da FAB de substituir os seus C-130. A partir desde momento a EMBRAER logicamente está fazendo de tudo para que o avião resultante TAMBÉM atenda uma parcela significativa do mercado internacional. Aí juntou a fome com a vontade de comer.
Mas se o KC-390 for comprado apenas pela FAB não vai fazer muita diferença (financeira) para a EMBRAER porque o desenvolvimento está sendo pago pela FAB. Se o avião for um sucesso de exportação, ótimo. Se ele não for, não vai quebrar a EMBRAER. Agora, se o E2 for um fracasso de vendas, a EMBRAER quebra.
Foi o mesmo que aconteceu com o Tucano.
A FAB precisava de um substitute para o T-37 e da'i eventualmente veio o Tucano.
[]s
CB
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Fev 21, 2017 9:07 pm
por FCarvalho
É assim que as coisas funcionam em qualquer país decente. No Brasil não poderia ser diferente. A Embraer desde a privatização tem sido pródiga em apor projetos que além de satisfazer as necessidades internas tem apresentado nítida capacidade de gerar sucessos de exportação, vide os Super Tucano, também.
Aliás, uma lógica tão simples quanto pão de queijo com café com leite. Mas por incrível que pareça, ela não é levada em conta na maioria dos projetos nas ffaa's.
abs.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 2:48 pm
por MasterCaiafa
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 3:19 pm
por ciclope
O rbs 56 e um bom sistema que temos toda a capacidade de fabricar aqui sob licença.
A dita falta de mobilidade dele pode ser compensada instalando ele em jipes, picapes carroças o que for.
Agora chamalo de MANDPAS e forçar a barra, ele e o mistral.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 3:29 pm
por Túlio
O que ser MANDPAS?
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 7:34 pm
por knigh7
Túlio escreveu:
Tá, então calcules o quanto custaria trocar os itens fornecidos pelos EUA ou Países sobre os quais exercem influência na família 170, por exemplo. O jato, que vende feito pão quente, seria ainda competitivo?
Além dos componentes europeus serem mais caros que os americanos...
Quando houve o acordo estratégico Brasil-França em fins de 2009, chegou a cogitar que o KC 390 aumentasse a quantidade de componentes franceses. Na AviationWeek saiu um artigo na época, com toda razão, que aquilo iria atrapalhar a competitividade da aeronave porque iria deixa-lo mais caro.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 7:46 pm
por Túlio
knigh7 escreveu:Túlio escreveu:
Tá, então calcules o quanto custaria trocar os itens fornecidos pelos EUA ou Países sobre os quais exercem influência na família 170, por exemplo. O jato, que vende feito pão quente, seria ainda competitivo?
Além dos componentes europeus serem mais caros que os americanos...
Quando houve o acordo estratégico Brasil-França em fins de 2009, chegou a cogitar que o KC 390 aumentasse a quantidade de componentes franceses. Na AviationWeek saiu um artigo na época, com toda razão, que aquilo iria atrapalhar a competitividade da aeronave porque iria deixa-lo mais caro.
Cupincha, notes
com quem eu estava debatendo, por óbvio que falávamos de componentes Russos, Chineses e/ou eventualmente Franceses, estes considerados, em certos meios, como "independentes dos EUA" (
).
Se fosse feito exclusivamente com insumos Europeus Ocidentais, seria quase tão caro e pouco competitivo quanto o A400...
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 8:09 pm
por knigh7
Eu nao cheguei a cogitar isso, mas vendo com quem vc estava conversando, é capaz. Mesmo turbinas russas, que são tradicionais, não são adotadas em aeronaves ocidentais (essa area na verdade, está ocorrendo oposto, algumas companhias aéreas russas adotando turbinas ocidentais para aeronaves projetadas lá).
Aproveitando o gancho da AviationWeek, se eles consideraram que aumentando componentes franceses iriam prejudicar a comercialização do KC 390, se fosse russo ou chines então....
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Sex Fev 24, 2017 8:11 pm
por Túlio