O presidente orientou industriais por tecnologias de ponta
A tarefa da economia russa é fugir ao modelo, baseado na matéria prima. Esta idéia é a tônica do encontro do presidente com os representantes da Associação Russa de industriais e empresários.
O nosso correspondente Mikhail Kurakin informa do Kremlin.
Não é pela primeira vez que o presidente recorre a esta forma de contato com a comunidade de business. Trata-se, na realidade, da discussão aberta entre o poder e os maiores empresários a respeito das mais importantes questões que preocupam ambas as partes. O presidente Medvedev começou a sua atual palestra fazendo lembrar aos presentes a preparação da sua mensagem à Assembléia Federal e o seu recente artigo
“Rússia, avante!”. Este artigo, além da avaliação da atual situação no país, contém apelo aos cidadãos de incorporar-se na discussão sobre as vias de saída da crise e de modernização do país. O presidente convidou os chefes das maiores companhias russas a dar a sua opinião a este respeito.
Gostaria de ouvir de vocês, em primeiro lugar, o que pensam da modernização da nossa economia. Todos compreendem, aparentemente, que não se pode continuar assim e que a crise pôs a nu os aspectos mais fracos da nossa economia. É também evidente que se não conseguirmos mudar a si próprios, uma nova crise vai enterrar muitas companhias aqui presentes. O apoio financeiro que prestamos à economia e a companhias é um fenômeno sem precedentes para o nosso país. E este apoio desempenhou de um modo geral o seu papel e começa a surtir certos frutos. Os resultados preliminares do terceiro trimestre mostram que apesar de toda a profundeza da queda da nossa economia, — o que ninguém dos presentes esperava, — começamos, todavia, a erguer-se. Isto é, o desenvolvimento da nossa economia segue o mesmo enredo que o desenvolvimento da economia mundial. Este fato por si próprio não é mau. A nossa tarefa comum é fugir ao modelo, baseado em matéria prima, embora uma grande parte de companhias, aqui representadas, atue precisamente neste setor. Mas todos compreendem que a criação de produções, baseadas numa forma mais alta, é o nosso futuro, seja qual for a esfera de economia que temos em vista. Mesmo assim a direção da maioria das companhias russas subestima o potencial de aplicação de tecnologias de ponta. Na maioria dos casos procura-se, sobretudo, aumentar o volume de vendas, e não diminuir despesas, nem melhorar a qualidade do produto ou conseguir o crescimento do rendimento do trabalho.
O presidente da Associação Russa de industriais e empresários Aleksandr Chokhin foi o primeiro a falar em nome da comunidade de business. Ele não contestou a “diagnose”, feita por Dmitri Medvedev, da situação na esfera de inovações e introdução de novas tecnologias. O chefe desta associação concentrou a sua atenção nas iniciativas com que o business veio a este encontro. Aleksandr Chokhin propôs, em particular, transformar corporações estatais em sociedades de capital acionário. O chefe de Estado concordou com esta idéia. Aleksandr Chokin determinou dois tipos de empresas russas: empresas, cujo atraso tecnológico é igual a 5 – 7 anos e as que atrasaram uns 2 – 3 anos. O chefe da Associação Russa de Industriais e Empresários propôs em face disso levar a cabo a chamada “modernização no encalço”, de que não se deve ter pejo. A seguir, ele propôs aos participantes do encontro pronunciar-se de uma forma mais concreta sobre os ramos da economia, em que trabalham os maiores empresários russos. Porém, o presidente Medvedev propôs uma discussão mais aberta, tendo exortado os homens de negócios a intervir sem textos, preparados de antemão, e deu a palavra ao chefe do banco “Alfa Group” Mikhail Fridman, embora a sua intervenção não fosse planejada. O banqueiro aproveitou o ensejo para manifestar vários receios ao chefe de Estado. Trata-se de chamados “gargalos” na legislação, relativos a business, cuja admissão está sendo preparada agora – questões de falência, comércio, informação “inside”, etc. Mkhial Fridman propôs confiar a peritagem destas leis a representantes da comunidade de business. O presidente sugeriu utilizar para este fim a Câmara social.
O chefe das companhias “Elemento básico” e “Alumínio russo” Oleg Deripaska queixou-se novamente ao chefe de Estado do alto nível da corrupção, que abrnge, inclusive, os órgãos de justiça. Dmitri Medvedev respondeu a isso que este problema é, em primeiro lugar, do business que não deve subornar e informar os órgãos de justiça sobre as tentativas de extorquir dinheiro. A discussão adquiriu, de um modo geral, um caráter absolutamente concreto e detalhado. O chefe de Estado concordou com algumas propostas; Quanto a outras, explicou a posição das autoridades, por que foi decidido proceder desta e não da outra maneira. Em resultado, a comunidade de business russa recebeu mais uma vez um sinal bem claro. A maior parte da economia do país está precisamente nas suas mãos e o Estado não pode encarar com indiferença o desenvolvimento do setor particular mais ativo e flexível da economia russa.
http://ruvr.ru/main.php?lng=prt&q=8803& ... 22.10.2009