Como prometido, gostaria de compartilhar algumas vantagens do sistema RBS 23 BAMSE, que encontrei em minhas pesquisas.
Também aproveitar para esclarecer algumas críticas
Primeiramente, vamos esclarecer a MISSÃO
MISSÃO: ACOMPANHAR COLUNAS DE BLINDADOS
O PANTSIR é evidentemente mais adequado do que o RBS 23 BAMSE nesta missão.
Dispara em movimento e possui segunda camada de defesa, os canhões. Que também possuem capacidade para engajar alvos terrestres, como blindados.
O RBS 23 BAMSE também pode ser operado de forma autônoma, sem necessitar de um Posto de Comando. A MCC possui capacidade para detectar, rastrear e disparar seus mísseis contra 2 alvos simultaneamente, SEM necessitar de ajuda externa. Também pode disparar seus mísseis contra blindados. Porém para ESTA MISSÃO fica devendo, pois não possui capacidade de disparar em movimento, além de não contar com os canhões.
Teria que operar em um sistema de rodízio, 1 MCC parado pronto para combate e 1 MCC em movimento para se posicionar mais à frente. Ou contar com cobertura radar externa, e acompanhar os blindados normalmente, só estacionar e se preparar para combate caso a fonte externa acuse um inimigo potencial se aproximando.
Como única vantagem é aerotransportável em KC-390 / C-130. Uma força blindada pode ser exigida em um local distante, por exemplo, os blindados Guarani. E o RBS 23 BAMSE pode chegar JUNTO com os blindados. Todos aerotransportados por aeronaves KC-390.
MISSÃO: PROTEGER INSTALAÇÕES ESTRATÉGICAS FIXAS
1) TEMPO PARA ENTRAR EM COMBATE:
Tanto o RBS 23 BAMSE como o PANTSIR levam MENOS de 10 minutos para entrarem em formação de combate. Ou seja, o blindado Posto de Comando e todos os blindados com mísseis se posicionam. O radar do Posto de Comando é erguido e começa a realizar a cobertura da área a ser defendida. Os blindados ‘porta-mísseis’ também acionam seus sensores e ficam de prontidão de combate. Tudo isso em menos de 10 minutos.
Ninguém leva vantagem neste quesito. EMPATE.
Alguns estão fazendo uma comparação ABSURDA. De um lado colocam o tempo de MENOS de 10 minutos para uma bateria COMPLETA de BAMSE se preparar e do outro dizem que o PANTSIR pode disparar em segundos. Estão equivocados.
As 2 Baterias COMPLETAS entram em formação de combate com praticamente O MESMO TEMPO.
Vejam o que está escrito no site da SAAB:
Short deployment time; a
COMPLETE battery is combat-ready in
less than 10 min.
E o que diz a recente matéria de Pedro Paulo Rezende sobre o PANTSIR:
O Sistema PANTSIR S1
O PANTSIR S1, não tem equivalente no mercado ocidental. Ele pode ser disparado em movimento enquanto protege colunas em deslocamento. Neste modo, as viaturas empregam seus radares de gestão de tiro, com alcance superior a 30 km, para detectar possíveis ameaças. Em posição defensiva, a bateria pode ser instalada em terreno em menos de dez minutos.
Os lançadores são controlados remotamente por uma unidade de tiro alimentada por dois radares de aquisição com alcance superior a 80 km. O sistema é capaz de acompanhar 40 alvos e cada lançador pode adquirir e acoplar quatro alvos por vez.
CONCLUSÃO: EMPATE
2) CAPACIDADE DO POSTO DE COMANDO
Antes de analisar qual sistema dispara mais mísseis, qual míssil tem maior alcance, o PRINCIPAL é primeiramente DETECTAR a ameaça, para DEPOIS poder disparar e destruí-la.
O sistema de comando do PANTSIR possui 2 radares com mais de 80 km de alcance e capacidade para acompanhar 40 alvos.
O sistema de comando do RBS 23 BAMSE possui alcance de 120 km e capacidade para acompanhar 150 alvos e ainda receber + 80 alvos de outras fontes, como por exemplo, uma aeronave AEW.
CONCLUSÃO: Vitória do RBS 23 BAMSE, pois provavelmente detectará os alvos antes e toda a bateria terá maior tempo para se preparar adequadamente.
3) CAPACIDADE DO MÍSSIL (ALCANCE E ALTITUDE)
Ambos os sistemas divulgam 20 km de alcance e 15 km de altitude.
Mas existe uma diferença muito interessante:
O PANTSIR utiliza um míssil com 2 estágios,
porém o segundo estágio NÃO É PROPULSADO.
No primeiro estágio, o booster acelera por cerca de 2 segundos o que leva o míssil a velocidade de 1.300 m/s. Em seguida o booster é desacoplado e o segundo estágio do míssil sustenta a velocidade apenas cineticamente.
Caso não seja necessário realizar manobras bruscas, o segundo estágio consegue atingir 12 km com a velocidade de 900 m/s e 18 km com velocidade de 700 m/s.
A velocidade MÉDIA do segundo estágio é de 600 m/s.
Caso necessite realizar manobras o míssil perde energia rapidamente.
Portanto os tais 20 km de alcance só é realmente efetivo contra alvos pouco manobráveis. Para alvos altamente manobráveis o alcance efetivo cai bastante.
O RBS 23 BAMSE utiliza um míssil com 2 estágios também, com a diferença que
os dois estágio SÃO PROPULSADOS. Após alguns segundo o booster é desacoplado. Em seguida um outro motor é acionado.
A SAAB divulga em seu site que o míssil mantém altíssima velocidade e excelente capacidade de manobra até o LIMITE do seus parâmetros de voo. Ou seja, até 20 km de alcance e até 15 km de altitude. Graças ao segundo estágio PROPULSADO.
Quando analisamos os pesos, entendemos melhor essas sutis diferenças.
O míssil do PANTSIR pesa 65 kg, sendo que 20 kg se refere à cabeça de guerra. Portanto sobra 45 kg para o resto do míssil.
O míssil do RBS 23 BAMSE pesa 85 kg, sendo que o peso da cabeça de guerra é informação classificada, mas é criticada como sendo equivalente a 3 kg. Se realmente for 3 kg, são 82 kg para o restante do míssil. Quase o dobro em relação ao míssil do PANTSIR.
CONCLUSÃO: BAMSE melhor.
4) CAPACIDADE DO MÍSSIL (VELOCIDADE, TEMPO DE VÔO)
O míssil do Pantsir demora 2 segundos para atingir 1.300 m/s. Em seguida o booster é desacoplado e o míssil sustenta velocidade cineticamente. Vai perdendo velocidade. Com 12 km a velocidade cai para 900 m/s e 18 km cai para 700 m/s.
Caso seja necessário manobras, a velocidade cai muito mais.
O míssil do BAMSE atinge 1.000 m/s em MENOS de 1 segundo. O booster continua por mais alguns segundos. Depois um
segundo estágio é acionado e o míssil continua sendo impulsionado por motor. Portanto consegue manter altíssima velocidade até o limite de alcance e também manter ótima manobrabilidade.
Isto confere ao BAMSE um tempo mais curto de voo, até atingir o alvo.
CONCLUSÃO: BAMSE melhor.
4) CAPACIDADE CONTRA ATAQUES DE SATURAÇÃO
Indo direto ao ponto. Cada ‘porta-mísseis’ do PANTSIR pode guiar 4 mísseis simultaneamente, com uma ressalva, 3 são guiados pelo radar e 1 pelo sistema eletro-ótico. Enquanto que cada ‘porta-mísseis’ do RBS 23 BAMSE pode guiar 2 mísseis simultaneamente, ambos guiados pelo radar.
Mas, não é só isso que conta. Existem outros fatores que devem ser analisados:
- O sistema de alerta antecipado do BAMSE é melhor, possui maior alcance e pode acompanhar um maior número de alvos. Isso lhe dá vantagem para enfrentar ataques de saturação também, pois os ‘porta-mísseis’ possuem maior tempo para se posicionarem. O que pode significar em
maior número de ‘porta-mísseis’ disponíveis na área ameaçada.
- O míssil do BAMSE possui segundo estágio propulsado que lhe confere maior capacidade de manobra até o limite do alcance. Ou seja, seu alcance EFETIVO é superior ao do PANTSIR. Isto pode significar que com o BAMSE você pode
disparar a primeira salva ANTES.
- O míssil do BAMSE atinge Mach 3 mais rápido que o míssil do PANTSIR. E devido ao segundo estágio propulsado, mantém a alta velocidade durante todo o percurso, enquanto que o PANTSIR perde mais velocidade. Ou seja, o BAMSE leva MENOS SEGUNDOS para destruir o alvo. Isto pode significar que a
SEGUNDA salva estará disponível ANTES em relação ao Pantsir.
CONCLUSÃO: a primeira vista o Pantsir leva vantagem, pois dispara 4 mísseis contra 2 do BAMSE. Porém, levando em conta que o posto de comando do BAMSE é melhor e isto pode significar MAIS MCC disponíveis, levando em conta que o alcance efetivo do míssil do BAMSE é maior, que pode significar em disparar PRIMEIRO, e levando em conta que a duração de voo do míssil do BAMSE é MENOR, que pode significar que uma segunda salva de 2 mísseis será disparada antes da segunda salva do Pantsir, acaba não ficando tão evidente a vantagem do Pantsir neste quesito.
Eu colocaria o Pantsir um pouco à frente neste quesito por possuir mais mísseis (12) contra (6 do BAMSE) e também por possuir os canhões como último recurso. Mas acho extremamente exagerado falar que o BAMSE não presta neste quesito.
Muito pelo contrário,
uma bateria completa poderia disparar 36 mísseis em pouco mais de 20 segundos. Acho uma tremenda capacidade contra um ataque de saturação.
CONCLUSÃO FINAL:
Para acompanhar colunas de blindados, não tem o que discutir. O PANTSIR leva ampla vantagem.
Para a missão que o BRASIL prentede utilizar, os 2 sistemas são equivalentes. Ambos possuem vantagens e desvantagens.
O BAMSE ainda possui a vantagem de ser aerotrasnportado por kC-390 e poder realizar a proteção de OUTRA instalação estratégica, conforme a necessidade. O Pantsir leva mais mísseis e possui os canhões.
Eu ficaria muito feliz com qualquer um. Tomaria minha decisão pelo que oferecesse o maior grau de independência, acesso às tecnologias e o que custasse MAIS BARATO.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.