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Re: UCRÂNIA

Enviado: Qua Mar 08, 2023 2:41 pm
por gabriel219
Por isso prefiro, mil vezes, ler relatórios como o do Exército Austríaco e dos Franceses que da ISW.


Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 5:48 am
por knigh7
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Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 6:15 am
por P44

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 8:55 am
por mauri
Pela primeira vez a Rússia disparou mísseis que a Ucrânia não pode interceptar, foram 6 Daggers Kh-47M2 Kinzhal lançados de uma só vez

Во время последней массированной атаки россия использовала разные типы ракет, чтобы рассредоточить внимание ПВО. В частности, оккупанты запустили ракеты, которые Украина не может сбивать.

Об этом в эфире телемарафона сообщил спикер Воздушных сил Юрий Игнат.

«Противник сегодня использовал большой спектр вооружения, ракет фактически всех, которые у них есть, которыми они часто наносят удары по отдельности. А тут один массированный ракетный удар ночью. Это чтобы рассредоточить внимание ПВО», — сказал Игнат.

Ракеты запускали из Черного, Азовского и Каспийского морей. Оккупанты использовали и ракеты, против которых у Украины пока нет средств перехвата. К примеру, это и зенитная управляемая ракета, которой обстреляли Харьков и область. Также россия выпустила гиперзвуковые ракеты «Кинжал».

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«Все знают, что это за ракеты, МиГ-31, ежедневная тревога в Украине, которую уже некоторые не соблюдают. А сегодня не просто так летали эти самолеты. И выпустили аж 6 "Кинжалов". Не помню, чтобы столько "Кинжалов" выпускали за эту войну за один удар», — отметил спикер.

Однако добавляет, что, по данным разведки, в россии таких ракет немного — до 50. Также оккупанты осуществили 6 пусков Х-22 — ракеты наиболее разрушительной силы с 950 кг боевой части. Такие ракеты Украина тоже не может перехватывать.

рф использовала еще два типа ракет, чтобы повредить силы противовоздушной обороны.

«Х-31 и Х-59 — 8 таких ракет было запущено, они не достигли цели, было организовано противодействие. Целью оккупантов было поразить средства ПВО, и эти ракеты не долетели», — сказал Игнат.

Основными целями атаки, предварительно, считаются объекты гражданской инфраструктуры. Также Игнат подчеркнул, что тактика россии не изменилась: она с первых дней полномасштабной войны наносит удары с разных сторон.

Массированный обстрел

В ночь на 9 марта россия нанесла массированный обстрел по Украине. Оккупанты выпустили 81 ракету и 8 беспилотников. Противовоздушная оборона уничтожила 34 ракеты и 4 дрона.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 9:27 am
por Suetham
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 4:03 pm @Suetham, qualquer ataque a Criméia dependerá do uso extensivo de Pontoon Bridge e Barcaças, pois os acessos pela ponte principal e Berislav que dá em Nova Kakhovka serão - ou já são - minados ou até explodidos. Os Russos passaram os últimos dois meses minando as margens ocupadas do Dniper e a península no Golfo, construindo fortificações, instalando mais operadores de drones e artilharia de precisão na Criméia, com vigilância de manpads em todo largo do Dniper, tanto que um Sukhoi foi abatido alguns dias.
Tentar realizar a penetração em uma das frentes mais fortificadas pela Rússia com uma barreira natural no caminho seria uma tremenda burrice por parte da AFU. Eu duvido muito de que os ucranianos estabeleçam cabeças de ponte na área de Kherson pra chegar a margem esquerda do rio Dnipro, a chance para fazer isso era em novembro quando eles ainda tinham alguma vantagem no fogo preciso de artilharia pra causar perturbação nas tropas russas retraindo pelo rio para a margem esquerda, estabelecendo assim uma segura cabeça de ponte que mais tarde seria ampliada. As chances como você disse são mínimas.

Veja bem, ambos os lados não possuem supremacia aérea local, em alguns momentos nem mesmo acredito na superioridade aérea local, veja o caso do Su-34 abatido por fogo-amigo, ele estava a 15-20 km adentro da área entre a linha de frente em território seguro, realizando ataques stand-in contra a AFU, isso significa que eles não estão chegando próximo da zona contestada na linha de frente, isso devido aos MANPADS e DAAe da AFU, isso justamente para evitar o mesmo tipo de perda que o Su da AFU.

O grande problema disso é que a Ucrânia vai ter equiparação em um cenário "idealista" muito em parte devido ao emprego de JDAM-ER que já estão em operação com eles. O alcance dessas bombas é >70 km, isso permite ataques "stand-off" deixando a aeronave de lançamento longe do alcance dos MANPADS russos, como a Rússia está tendo problemas em ter a supremacia aérea local, eles vão ter problemas de sustentar uma negação do ar por parte das aeronaves da AFU, em grande parte devido ao ambiente ISR pela OTAN, mesmo que a AFU ainda tenha que lançar o JDAM-ER a uma alta altitude de até 12 km, se colocando a uma altitude que possibilite um engajamento ar-ar ou terra-ar pela Rússia, a uma distância de 60-70 km tornam as coisas ainda difíceis para os russos, a grande parte dos abates ocorreram porque a Ucrânia não tinha muitas munições de longo alcance tendo que aproximar as aeronaves no alvo que o colocava dentro do alcance de engajamento de curto/médio alcance dos russos. Os russos até teriam condições de não permitir isso, com engajamento cooperativo com MiG-31(ou com R-37M) e SAMs(médio-longo alcance), ou AWACS e SAMs ou AWACS e caças com R-77-1/R-37M, mas eu duvido muito de que o VKS consiga fazer isso constantemente e o ataque recente a um A-50 explica muita coisa antes das novas aeronaves ocidentais chegarem a Ucrânia.
https://www.thedrive.com/the-war-zone/w ... in-ukraine


Teoricamente, a Ucrânia poderia realizar lançamentos em modo toss a média altitude(>3km a <9km) podendo obter o alcance do JDAM-ER em até 40 km ou talvez mais, mas ainda assim estaria passível de ser abatido por sistemas de médio alcance se for sob um engajamento cooperativo. São lados negativos do emprego do JDAM-ER no cenário realista no eixo sul, tenho certeza que eles não podem contar com muitos JDAM-ER, então terão que ser priorizados, não tenho certeza se serão usados em todas as frentes.
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 4:03 pm Não vejo como os Ucranianos conseguirão montar toda uma logística pra atravessar uma força ainda superior ao que os Russos possuem na Criméia, sob fogo de aviação, artilharia, drones...
O grande problema não é esse. O problema inicial vai ser expulsar as forças russas de Kherson/Zaporizhia, a grande preocupação dos ucranianos com relação a isso ser uma possibilidade é justamente forçar a Rússia a mover seus ativos aéreos da península da Crimeia que apoiam essas operações em Kherson/Zaporizhia para lugares mais retraídos na Rússia continental, não me refiro apenas ao emprego de helicópteros, mas também de caças.

O JTF baseado na Crimeia antes da guerra tinha algo em torno de >30 mil soldados apoiando as operações terrestres, navais e aéreas na península, o número implantado agora não deve ter mudado muito, sendo bastante otimista. Dado que a península é coberta por um IADS com S-400 e DAAe de médio alcance do tipo BUK-2, TOR-2 e PANTSIR, o SEAD será a tarefa mais complicada para a AFU.

Vamos lá, na Crimeia temos as seguintes instalações ou prováveis de apoiar o esforço russo no ar:
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Principais:
Base aérea de Dzhankoi - 45.700066, 34.421209
Base aérea de Sebastopol - 44.692452, 33.575534
Base aérea de Novofedorivka - 45.091371, 33.596912
Base aérea de Vesoloye - 45.578616, 34.280289
Aeroporto de Simferopol - 45.018070, 33.994655

Outras bases aéreas:
Gvardeyskoye - 45.115581, 33.976592
Krasnosil's'ke - 45.165166, 35.183506
Baherove - 45.409377, 36.246898
Myrnyi - 45.322641, 33.045065
Kacha - 44.779049, 33.571740
Eupatória - 45.224762, 33.373181

A Base aérea de Dzhankoi é uma base de helicópteros, era anteriormente o lar de um regimento de aviação de transporte militar da URSS equipado com ​​​​Il-76, mas depois que a unidade foi dissolvida, ela foi reclassificada como uma base aérea de reserva sem aeronaves permanentes. Está ao alcance da AFU de Berislav até Kachkarivka na margem direita se for com fogo de artilharia empregando GLSDB e até mesmo pelo Vilkha que em uma recente modernização do sistema "Vilkha-M", o alcance será ampliado para 150 km.
https://en.defence-ua.com/weapon_and_te ... -5930.html

Uma outra base para emprego de helicópteros é a base aérea Myrnyi(ou Donuzlav) que era uma antiga base para o Be-12 e foi parcialmente restaurada para uso de helicópteros do VKS, servindo como base operacional avançada nos estágios iniciais da invasão em fevereiro do ano passado.

A Base aérea de Novofedorivka já foi alvo dos ucranianos com drones no dia 09 de agosto de 2022. Incluindo a Base aérea de Vesoloye e a Base aérea de Sebastopol, temos as 4 maiores instalações militares que podem suportar as surtidas do VKS através da Crimeia.

Os caças russos são bons em operar em pistas irregulares, mas ainda precisam de uma infraestrutura local pra apoiar suas operações, os helicópteros são os mais capazes de conseguirem esse emprego improvisado como vimos na Ucrânia. O simples fato de eles conseguirem atacar essas 4 instalações militares e também o Aeroporto de Simferopol, tornaria a presença de aeronaves de asa fixa na Crimeia indesejável para os russos e teriam que deslocar todos para a Rússia continental no Distrito Sul e Distrito Ocidental, embora isso só começaria a ser uma verdade quando começasse a perder aeronaves em solo.

A Ucrânia atacou a Frota do Mar Negro em Sebastopol com 9 drones suicidas no dia 29 de outubro de 2022, embora alguns fossem derrubados, alguns passaram e acertaram o QG lá. O ponto culminante desta série de eventos é que poderia haver uma sequência de ataques suicidas de drones, esse tipo de tática a Ucrânia começou a empregar com sucesso nas regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia – uma combinação de ataques suicidas de UAV e grupos de sabotagem operando nas profundezas do território russo. As ações de sondagem do UAV destinavam-se não apenas a assediar os ativos DAAe russos, mas também forçá-los a revelar suas localizações e disparar SAMs valiosos, enquanto desviavam a atenção de ataques em outros lugares na mesma área.

Como eu já disse anteriormente, SEAD ali só querer paciência. Claramente, a Ucrânia visa interromper a logística e o apoio aéreo, que são fornecidos principalmente pelas bases da Crimeia às forças russas no Kherson/Zaporizhia, eles já fizeram isso anteriormente em novembro quando os russos foram forçados a retrair para a margem esquerda do Dnipro, provavelmente fariam isso em preparação para uma futura ofensiva contra as forças russas agora na margem leste do Dnipro. Se os relatórios de que o VKS transferiu algumas de suas aeronaves das bases aéreas da Crimeia para a Rússia estiverem corretos, a Ucrânia não apenas conseguiria impedir as operações militares russas em andamento na Ucrânia, mas também enfraquecerá a capacidade da Rússia para defender a Crimeia e os territórios ocupados nos oblasts de Kherson e Zaporizhia.

A onda de ataques prova a importância estratégica da Crimeia. Para avaliar isso completamente, é essencial comparar o uso da península para meios aéreos antes da anexação em 2014 com a situação atual no terreno e por que a região é tão valorizada por ambos os lados.

Se você analisar o relatório da inteligência ucraniana publicado em 17 de agosto, após explosões da base aérea em Saki e Hvardiyske, sugere que o VKS assim como a aviação naval realocaram algumas de suas aeronaves e helicópteros baseados na Crimeia para outras bases aéreas - tanto dentro da própria Crimeia quanto dentro da Rússia, mais especificamente no vizinho Krai de Krasnodar. Por exemplo, em 11 de agosto, cinco caças Su-27/30 e cinco bombardeiros Su-34 foram realocados de Belbek(Sebastopol) para Hvardiyske(Gvardeyskoye), temporariamente - ainda não se se eles já retornaram a Belbek.

Em 17 de agosto, no mesmo dia que foi publicado o relatório, 14 aeronaves foram realocadas de Belbek para várias bases aéreas no Krasnodar Krai. Estes incluíram três Su-35S e três Su-34 que voaram para Base aérea de Primorsko-Akhtarsk, mais cinco caças Su-27/30 para Base aérea de Krymsk. Três aeronaves restantes, provavelmente MiG-31BMs - duas foram para Base aérea de Kushchyovskaya e uma para o Aeroporto de Gelendzhik. Ainda no mesmo dia, 14 helicópteros em Kacha se mudaram para Sevastopol e Krasnodar. Eles incluíram três Ka-27s para Khersones, três Ka-27 para Belbek e oito helicópteros não identificados para Krasnodar(provavelmente Base aérea de Krasnodar-Tsentral'nyy).
https://www.pravda.com.ua/eng/news/2022/08/17/7363712/

Essas alegações foram apenas parcialmente verificadas, mas de acordo com um relatório classificado da OTAN de 22 de agosto, o VKS havia realocado seis Su-35S e quatro aeronaves MiG-31BM de Belbek para a Rússia até então. Isso deixou apenas destacamentos simbólicos de MiG-31BM, Su-34 e Su-35S na Crimeia, estimados em não mais de 15 aeronaves no total. Estes provavelmente serão insuficientes para manter o mesmo nível de apoio aéreo na região.

Para fins de comparação, o número original de aeronaves de combate adicionais chegando a Belbek de unidades na Rússia foi estimado em oito interceptadores MiG-31BM, dez bombardeiros Su-34 e oito caças Su-35S. Em 22 de agosto, acreditava-se que eles haviam sido reduzidos a apenas quatro MiG-31BM, sete Su-34 (destes cinco estavam em Hvardiyske) e quatro aeronaves Su-35S. Isso reduziu o número total de aeronaves em Belbek para 30-35, que é praticamente o complemento original em tempos de paz.

Isso seria apenas uma indicação de pequenos danos a instalações militares na Crimeia que obrigou o comando russo a reorientar as aeronaves baseados na península, quando os ucranianos realmente estiverem empenhados em desencadear uma reação ainda maior dos russos, os ataques serão ainda mais intensos e concentrados.

Embora aqui eu esteja desconsiderando os esforços russos na Crimeia em criar até uma redundante IADS, por exemplo, recentemente um drone Mugin-5 foi derrubado com guerra eletrônica na Crimeia, isso sugere que o esforço EW na Crimeia aumentou, acredito que em grande parte devido aos ataques anteriores da Ucrânia, o que dificultaria o sucesso ucraniano, mas isso é uma outra abordagem.
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 4:03 pm Explodir as conexões na Criméia só obrigará aos Russos utilizarem meios aéreos e navais para reabastecimento até que possam restabelecer as conexões físicas terrestres.

Nada adiantará se a Ucrânia não conseguir transpor o Dniper com mais de 15 mil tropas, todos os Leopard 2, Challenger 2, Bradley e Stryker. A Ucrânia enviou uma quantidade boa de M777 e D-20 restantes pra Kherson, como resposta da destruição de todo posto avançado contra o Dniper e não chegaram nem perto de fazer contra-bateria, servindo de alvo pra Lancet adoidado.

Pros Russos abastecer Kherson foi extremamente difícil depois das avarias na ponte da cidade, sobrando somente o reservatório em Berislav e uso de barcas pra transpor equipamento e suprimentos. Isso sem estar sob fogo de artilharia e drones.
Eu duvido muito de que vejamos uma travessia do rio Dnipro no oblast de Kherson, seria uma missão fadada ao fracasso. Se houver algo ali, seria apenas uma infiltração de tropas e grupos DRGs ou talvez uma Demons Anf, ou qualquer operação diversionária ou específico para sucessos imprevisíveis ou para um fracasso esperado. Não vai haver incursão ali até Melitopol cair que é o eixo principal logístico da frente(o vídeo do MoD austríaco que você postou em anteriormente demonstra vagamente isso). Estrategicamente, assim que a margem ocidental do Dnipro tivesse sido evacuada em novembro, a Ucrânia deveria ter atacado Tokmak, mesmo ao custo de muitas baixas. A consequência do atraso é esta distribuição de posições defensivas - a partir de 23 de janeiro de 2023:
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Tokmak interrompe a linha ferroviária da Crimeia e abre a rodovia M-14 perto de Melitopol (a estrada para Berdyansk e Mariupol) para emprego seguro de GMLRS, interrompendo efetivamente a logística da maior parte da frente entre Zaporozhia e Donetsk e forçando a Rússia a dispersar as linhas de abastecimento ao longo do mesmo má rede rodoviária local. Assim que Tokmak for capturado, ele abre todo o flanco em direção a Energodar e permite avançar em direção a Melitopol. Isso tornaria Tokmak um alvo semelhante ao que Bakhmut é atualmente - um alvo que a Rússia deve recapturar para consolidar suas linhas defensivas. Mas Tokmak seria mais fácil de defender do que Bakhmut porque, embora a Ucrânia retenha profundidade, as forças russas têm muito pouco dela.
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Vermelho - linha de frente atual
Laranja - linha de frente especulativa de ganho mínimo após capturar Tokmak
Rosa - alcance máximo aproximado para GMRLS de posições seguras

A frente sul também se beneficiaria de melhores defesas aéreas em comparação com a frente leste, enquanto a Rússia teria que manter seus SAMs fora de alcance. A captura dessa área também explica a posição russa.

A perda de Melitopol no segundo dia da invasão (os combates na cidade duraram até 1º de março, mas as estradas ao redor foram tomadas em 27 de fevereiro) é o maior erro da guerra, seguido pela perda de Nova Kakhovka no primeiro dia. Rompeu as linhas defensivas na fronteira do DPR e Mariupol só foi cercada quando foi atacada pelo oeste por forças vindas de Melitopol e Berdyansk (tomada em 27 de fevereiro).
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A Ucrânia não só não reforçou a fronteira com a Crimeia para evitar a travessia rápida por terra, como também não tinha unidades estacionadas em Melitopol. Em vez disso, um batalhão estava estacionado em Novooleksiivka, perto da fronteira, bem como em Skadovsk e perto de Nova Kakhovka, a oeste. Essas unidades foram superadas e dispersas nas primeiras horas e então as forças russas simplesmente invadiram a área por pura iniciativa. Com uma defesa adequada, eles nunca seriam capazes de passar por Nova Kakhovka, Kherson e Melitopol sem uma luta intensa por muitos dias. Compare com avanços através do limite do LDNR. O colapso da frente sul é inteiramente por culpa dos gênios militares como Poroshenko e Zelensky.

Mas o que isso significa é que, ao olhar para o mapa, você perde o fato de que uma das razões fundamentais pela qual a Rússia foi capaz de capturar essa área foi porque não houve resistência significativa - até mesmo porque as demais unidades da AFU estavam presas nas outras 4 direções que a Rússia invadiu. Compare com o avanço para Izyum, que levou cerca de 2 semanas. A Ucrânia teve que se defender em todos os outros lugares, incluindo a oeste de Nikolaev e, consequentemente, a linha de frente se estabilizou por volta de 20 de março, onde está hoje, e demorou um pouco até que as forças fossem reunidas em ambos os lados. Melitopol é a direção mais vulnerável depois que o oeste do Dnipro for limpo e deve ser priorizado mesmo sem a importância da conquista da Crimeia para a guerra.
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 4:03 pm Mesmo que os Russos retirem a VDV da Criméia pra atuar em Zaporizhzhia em um ataque diversionário, a AFU ainda teria que atravessar milhares de tropas e equipamentos pesados à centenas, sob fogo pesadíssimo de drones, artilharia e aviação, ainda mais com os Russos usando cada vez mais ataques de precisão a longa distância, com as KAB-500S-E e as KAB-1500S-E, essa última sendo bastante usada em Adveenvka e Marynka.
Sem superioridade aérea local e ainda isso passar a ser contestado pela Ucrânia nada disso será representado na realidade. Não o coloco em uma perspectiva atual, mas futura - assim quando a Ucrânia receber alguns novos equipamentos, sinceramente, eu queria muito ver como o MiG-31 se sairia em missões DCA contra F-16 e Typhoons vetorados por ativos ISR da OTAN, enquanto isso não se comprovar no campo de batalha, eu não posso seguir em direção nenhuma sobre o que vai acontecer. Enquanto isso, eu estarei sentado na cadeira e esperando isso acontecer e isso provavelmente não está longe de acontecer, mas o Ocidente ainda está em dúvida em enviar os caças ocidentais, parece que a primazia é integrar o HARM aos caças ucranianos de origem soviética.
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 4:03 pm A AFU teria que desviar uma quantidade grande de M777 e D-20, além de BM-21, usar todos os Caesar e os AS-90, provavelmente todos os M109 pra tentar dar uma cobertura de artilharia pra esse transporte que talvez seria a maior operação de translado de curso d'água desde a Segunda Guerra Mundial.

Isso ainda sim não evitaria a aviação de atingir seus alvos fora do escopo antiaéreo e dos drones ou sistemas de saturação de atuar.
Eu duvido muito disso. Na minha opinião, não vai haver uma grande operação de transposição do rio Dnipro em Kherson. Se houver, será ao mesmo tempo em que os ucranianos estiverem avançando em Tokmak sentido à Melitopol e antes de que isso aconteça, obrigatoriamente terá que acontecer o que eu já afirmei, ataques na Crimeia obrigando os russos a transferirem os ativos do VKS para outros locais mais afastados da península, prioritariamente as aeronaves de asa fixa.

Sobre a travessia em cursos d'água, saiu uma notícia recente:

Traduzindo: A OTAN está preparando ativamente a ofensiva de primavera da AFU, aparentemente com o cruzamento de barreiras de água. O Bundeswehr anunciou hoje a transferência para a Ucrânia de mais dois Gepard ZSUs (36 no total), dois veículos para guardas de fronteira, bem como outros 13 Biber bridgelayer para os já existentes.

Uma outra matéria que gostaria de linkar é esta:
https://www.politico.com/news/2023/03/0 ... s-00085877
U.S. military eyes mounting Western air-to-air missiles on Ukrainian MiGs

Eis o que diz a matéria: The effort, if successful, could be part of a solution to Kyiv’s need for additional firepower and air defenses as both Ukraine and Russia prepare for major offensives this spring

É justamente isso que eu espero. Mas eu duvido muito dessa integração porque há uma necessidade de substituição de radar/aviônico dos MiGs para tirarem o melhor proveito dos AMRAAMs. A Ucrânia tem apenas SARH. Isso permite a AFU fugir ou se manter travado no alvo. Com ARH você pode fazer as duas coisas. O alcance de rastreamento do N019 é de 60km vs RCS de 3m2. Su-27/30 tem RCS 10m2+. Já o Su-35 teve sua capacidade reduzida. O R-77 não oferece alcance extra para segurança, então o R-37 é necessário, mas o Su-35 e o MiG-31 não podem voar indefinidamente, então o AMRAAM é capaz de diminuir a diferença em relação ao VKS.
gabriel219 escreveu: Ter Mar 07, 2023 7:27 pm Vindo do ISW, não duvido de nada. Lembro dos reports ridículos deles ano passado, durante a primeira e a segunda ofensiva em Kherson da AFU. Uma semana depois, os reports sumiram devido ao desastre que se abateu, em tropas blindadas da AFU machando em campo aberto, sem apoio aéreo e de artilharia. Simplesmente omitiram que existia.
O próprio DefMon(@DefMon3) deu uma bronca no ISW pelos erros gerados nos relatórios.
gabriel219 escreveu: Qua Mar 08, 2023 2:41 pm Por isso prefiro, mil vezes, ler relatórios como o do Exército Austríaco e dos Franceses que da ISW.

Qualquer outro não pode ser pior que a inteligência britânica.
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Pás...

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 9:35 am
por Suetham
https://www.teletrader.com/borrell-11-0 ... s/59602842
Borrel afirma que a UE vai treinar 11.000 soldados da Ucrânia e 30.000 até o final do ano, totalizando 41.000 soldados.

Uma situação interessante acontecendo em Avdiivka, parece Bakhmut 2.0.

Parece que os russos estão avançando(algumas ofensivas menores) em alguns pontos(Svatove, Bakhmut e Avdiivka) centrais.


É tudo muito confuso. Grandes movimentos ofensivos são impossíveis sem que a situação das falhas estruturais sejam corrigidas. Uma série de ofensivas menores até o momento é o que está acontecendo como já afirmam diversos analistas. Acho que, assumindo que o contra-ataque ucraniano ainda não começou, pode ser que eles mirem em Avdiivka, Marinka, Kupiansk e Siversk. Se tudo for ganho sem comprometer a segunda metade das forças mobilizadas, isso já seria um grande sucesso. Se a Rússia comprometer a segunda metade de seu pessoal mobilizado antes que a ofensiva ucraniana chegue, a Rússia estará ferrada porque não terá reservas para conter esse movimento. E se eles conseguirem que a Ucrânia comprometa suas unidades recém-formadas aos poucos para lutar em batalhas de desgaste ao longo dos pontos quentes atuais, isso, na minha opinião, seria o único sucesso estratégico que a Rússia pode esperar aqui. Porém, o atrito em um nível que levaria a Ucrânia a ficar sem pessoal ainda pode levar algum tempo. Os ganhos territoriais russos são basicamente sem sentido estrategicamente falando, pelo menos do ponto de vista operacional, mas quando se analisa os objetivos e metas, são claras em incorporar o restantes dos oblasts de Zaporizhia e Donbas, mas suas execuções são muito estranhas.

Revendo alguns episódios anteriores, a espinha dorsal da logística militar da Ucrânia já está praticamente quebrada, pelo menos na linha de frente, os equipamentos são reduzidos rapidamente e as substituições estão sendo lentas, isso em parte devido as quais ferrovias serão usadas que ainda não estão controladas ou desenergizadas, não dá para manter o esforço de guerra sem o sistema logística que permite isso, isso é verdadeiro para ambos os lados da guerra que dependem de ferrovias. Os ataques as centrais de energia da Ucrânia ontem impactam diretamente nisso, tenho certeza que prejudicará o esforço a curto prazo.


Aqui é um outro aspecto complicado mas ao mesmo tempo muito simples de conclusão. A princípio, a conclusão parece uma traição total do Paquistão para armar um aliado dos EUA contra um aliado chinês, mas não é o que parece da perspectiva do Paquistão. A Rússia para a China é o o principal aliado contra os EUA. A Rússia para o Paquistão é o principal fornecedor de armas para a Índia. A Rússia é a espinha dorsal dos mísseis, aeronaves, submarinos, porta-aviões e etc... da Índia. Esses sistemas de armas russos estão todos lá na Índia esperando para tirar vidas paquistanesas. Assim, para o Paquistão, não há lágrimas derramadas por armar um adversário russo, especialmente se o preço for justo.



Em teoria, isso faz sentido, ou seja, destrói a capacidade russa com pouco custo para os EUA. Na realidade:

1. O custo direto para a OTAN em transferências de armas excede o custo para o orçamento de defesa russo.
2. Queda de 160-200 bilhões no PIB da UE, em 2022, estimada como resultado da guerra.
3. Perda de 100 bilhões para o PIB da Ucrânia, em 2022.
4. Custo semelhante em 2023 (itens 1-3)
5. Custo dos subsídios da UE em energia e custo de refugiados por 2 anos(US$100 bilhões)

Para a Rússia:

1. Defesa incremental - Aproximadamente US$30 bilhões (a maior parte do consumo são estoques antigos)
2. Queda no PIB em 2022/2023
3. Gastos improdutivos (US$10 bilhões) - movendo trabalhadores para apoiar o esforço de guerra, pagamentos, reconstruindo Donbas.

Isso exclui ativos congelados ou custo de oportunidade de vendas de energia mais altas para a UE.

Os EUA são o maior ganhador (com a Noruega)
- Todas as transferências de armas dos EUA para a Ucrânia são pagas pelo governo dos EUA para o complexo industrial militar dos EUA.
- A maioria das armas da era soviética transferidas pela OTAN para a Ucrânia são substituídas por armas fabricadas nos EUA(eu diria todas as armas, mas Polônia por exemplo está indo em direção a Coreia do Sul o que é bastante inteligente da parte deles com transferência de tecnologia)
- Os EUA não importam petróleo e gás (a importação líquida de petróleo é próxima de 0 e exporta gás caro pra UE).

Quem perde é a Europa, perde até mais do que a Rússia. Não observei o custo para os EUA, pois, a meu ver, é um ganho líquido financeiramente. A longo prazo, na minha opinião, custará caro aos EUA se os principais países do mundo deixarem de adotar o dólar(Índia por exemplo vai comercializar com Bangladesh em rúpia e taka, suas respectivas moedas nacionais saindo do esquema do dólar como moeda de troca internacional e moeda de reserva). Também empurrou Rússia, China e Irã firmemente para um campo de confronto inevitável, mas que poderia ter sido adiado.

Na realidade, tenho que consertar um detalhe, a UE é o segundo maior perdedor, o maior perdedor é a Ucrânia:
- Toda ajuda dos EUA é empréstimo/arrendamento e terá que ser reembolsada. Não há precedência onde foi dispensada. Até o Reino Unido teve que pagar pela Segunda Guerra Mundial.
- Não tenho certeza se o preenchimento de armamento soviético também conta como ajuda. Nesse caso, Polônia/Eslováquia/etc. obtiveram atualizações gratuitas para seu armamento da era soviética.
- Depressão econômica por causa da guerra
- Crise de refugiados além do ardo fardo de se contabilizar as perdas na guerra e despesas médicas por toda a vida dos veteranos feridos durante e após o fim da guerra provavelmente com grande parte sendo custeado pelo serviço de aposentadoria e pensionistas

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 11:17 am
por P44
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Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm
por gabriel219
@Suetham mas meu ponto quanto a aviação é o uso de ataques precisos a distância, que é o que a Rússia está fazendo há alguns meses, apesar de eu ver helicópteros e Su-25 ainda fazendo apoio cerrado em vídeos publicados recentemente. Inclusive essa política de ataques mais cirúrgicos foi transferida para qualquer ataque.

Mas voltando ao princípio, não é que as tropas em terra da AFU, seja em Zaporizhzhia ou em Kherson estarem a mercê da aviação Russa mas sim as linhas de comunicação, pontos de translado - em Davydiv Riv, os Russos explodiram a ponte e a AFU foi obrigada a construir pontes móveis no Inhulets, que foram explodidas pela aviação Russa a longa distância e interrompeu o fluxo de suprimentos - e locais C2 da Ucrânia.

Com a JDAM-ER, os Ucranianos podem atacar as linhas de comunicação Russas, mas ainda sim terão que romper as linhas de defesa e suprimir a artilharia local. Vejo que mesmo que os Ucranianos interrompam a linha férrea em Melitopol e atinjam as estradas principais, ainda terá todo seu flanco contra Donetsk e o território Russo.

Outro ponto é se os Russos aplicarem força em outros pontos, o que obrigará os Ucranianos a deslocarem tropas para essas regiões, além de ter suas melhores tropas extremamente desgastadas devido a Bakhmut. Esse talvez seja o meu principal ponto quanto a um insucesso da AFU na ofensiva, em que a qualidade de sua tropa seja questionada, até mesmo a quantidade em si disponível.

Quanto aos Bridge Layer, eles serão importantes em Zaporizhzhia, mas não vejo como poderão ser em Kherson. A distâncias da margem proibem o uso desse tipo de ponte móvel, terão que usar barcas móveis. Outro problema é o terreno entre as margens, que é pantanoso, além do controle das pequenas ilhas que há entre as margens. Essas vem sendo motivo de combates entre as duas forças.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 5:04 pm
por knigh7

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 9:26 pm
por gabriel219
T-72B4 em testes para ser entregue. Provavelmente um modelo de um dos lotes, já que costumam entregar quantidades a nível SU por vez. Pelo sistema de tiro, é do modelo modernizado na fábrica de Ural, já que dá pra ver o Sosna-U e o sistema meteorológico:




Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Mar 09, 2023 9:53 pm
por Suetham
gabriel219 escreveu: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm @Suetham mas meu ponto quanto a aviação é o uso de ataques precisos a distância, que é o que a Rússia está fazendo há alguns meses, apesar de eu ver helicópteros e Su-25 ainda fazendo apoio cerrado em vídeos publicados recentemente. Inclusive essa política de ataques mais cirúrgicos foi transferida para qualquer ataque.
Essa suposta mudança em tese poderia corresponder com ordens de aumento de produções de PGMs. O grande problema de ambas as forças é justamente a altitude de lançamento já que ambos os lados podem ter DAAe de médio alcance assim como de longo alcance ativos na região, o que tornariam passíveis de serem abatidos. É muito difícil saber se o VKS está lançando a baixa/média ou mesmo alta altitude pelos vídeos publicados, a maioria eu vi em Avdiivka. Como eu disse, a Ucrânia não tinha PGMs ar-terra, ainda mais de longo alcance, isso colocava a aeronave de lançamento próximo da faixa de alcance dos sistemas AAe russos e até MANPADS, isso é uma situação bastante precária da Ucrânia que em tese mudaria positivamente com o emprego do JDAM-ER, mesmo se forem empregados com os antigos caças soviéticos da AFU, haveria um certo equilíbrio aqui.
gabriel219 escreveu: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm Mas voltando ao princípio, não é que as tropas em terra da AFU, seja em Zaporizhzhia ou em Kherson estarem a mercê da aviação Russa mas sim as linhas de comunicação, pontos de translado - em Davydiv Riv, os Russos explodiram a ponte e a AFU foi obrigada a construir pontes móveis no Inhulets, que foram explodidas pela aviação Russa a longa distância e interrompeu o fluxo de suprimentos - e locais C2 da Ucrânia.
Em Davydiv Riv, os russos explodiram a ponte usando forças especiais que minaram a ponte, não foi ataque com PGM do VKS, os ucranianos realmente fizeram pontes móveis, mas a Ucrânia fez travessias fluviais com sucesso duas vezes, mas isso não é o que eu quero focar. O VKS realmente usou algumas PGMs em pontes, não lembro bem agora o local, mas certamente foi muito limitado, eles não podem fazer muito com bombas aéreas, conseguiram empregar mísseis de cruzeiro ar-terra, mas isso foi poucas vezes que dá para se contar nos dedos, a realidade é que o VKS não realiza(ou não tem mesmo a capacidade) a interdição aérea, como eu já mencionei várias vezes aqui, o VKS é praticamente nulo em muitas missões, para isso ocorrer, os russos vão ter que usar Iskander ou Kinzhal.
gabriel219 escreveu: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm Com a JDAM-ER, os Ucranianos podem atacar as linhas de comunicação Russas, mas ainda sim terão que romper as linhas de defesa e suprimir a artilharia local. Vejo que mesmo que os Ucranianos interrompam a linha férrea em Melitopol e atinjam as estradas principais, ainda terá todo seu flanco contra Donetsk e o território Russo.
Na verdade não. A menos que a Ucrânia receba munições de longo alcance, invariavelmente acima de 100 km, não há como interromper as linhas de comunicações da Rússia com JDAM-ER. Se você visualizar bem o vídeo que eu postei, ele mostra um ataque com JDAM-ER na linha de contato, o que significa que as aeronaves estão lançando a bomba muito atrás das linhas de contato, a uma distância segura provável de 30-40 km. Digamos que a Ucrânia começasse a empregar JDAM-ER na tentativa de atingir atrás das linhas inimigas, o máximo que vai conseguir em lançamentos em modo toss a média altitude é 40 km, só que estaria ao alcance de engajamento de sistemas de médio alcance da Rússia ou mesmo de longo alcance, porque estaria sendo lançado o JDAM-ER na linha de contato ou próximo dela, na realidade estaria até mesmo ao alcance de MANPADS russos, eu duvido muito de que a Ucrânia faça isso e seguramente farão o ataque com JDAM-ER a uma distância de 20-30 km atrás da linha de contato, o que seguramente oferece um ataque no interior a 30-40 km atrás das linha de contato. Essa distância não é suficiente para interromper qualquer suporte logístico russo em Tokmak/Melitopol.

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Vamos pegar esse mapa do ISW.

Para a Ucrânia conseguir atingir Tokmak ou qualquer linha de comunicação principal ali, o JDAM-ER teria que ser lançado de Novomykolaivka em uma alta altitude para alcançar 70 km, nesse intervalo, sistemas como S-300VM implantados em Tokmak estariam no alcance de interceptação, mesmo que os russos não tenham o S-300VM em Tokmak, mesmo em Melitopol, o S-300VM cobriria a faixa de alcance até o Dnipro, como o JDAM-ER precisa planar até o alvo para ter o alcance máximo, seria uma interceptação totalmente viável, eu duvido que os ucranianos façam qualquer tentativa disso. Na realidade, eles tentam fazer um SEAD justamente pra interromper o suporte DAAe dos russos nesse eixo:

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Não dê muitos ouvidos ao que ele afirma, mas isso vem sendo constantemente perseguido. Um bem recente:


Se houverem ataques as principais linhas de comunicações dos russos será por sistemas com alcance maior do que 100 km, como o próprio GLSBD, além de outros sistemas de artilharia. Eu vejo a Ucrânia usando muito mais o JDAM-ER para atacar as fortificações russas na linha de contato e dando suporte aéreo as tropas terrestres do que atacando as linhas russas no interior.
gabriel219 escreveu: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm Outro ponto é se os Russos aplicarem força em outros pontos, o que obrigará os Ucranianos a deslocarem tropas para essas regiões, além de ter suas melhores tropas extremamente desgastadas devido a Bakhmut. Esse talvez seja o meu principal ponto quanto a um insucesso da AFU na ofensiva, em que a qualidade de sua tropa seja questionada, até mesmo a quantidade em si disponível.
Concordo totalmente com esse questionamento.
gabriel219 escreveu: Qui Mar 09, 2023 3:14 pm Quanto aos Bridge Layer, eles serão importantes em Zaporizhzhia, mas não vejo como poderão ser em Kherson. A distâncias da margem proibem o uso desse tipo de ponte móvel, terão que usar barcas móveis. Outro problema é o terreno entre as margens, que é pantanoso, além do controle das pequenas ilhas que há entre as margens. Essas vem sendo motivo de combates entre as duas forças.
Eles podem criar pontes flutuantes com blocos pré-montados que qualquer empresa de engenharia pode comprar no mercado civil, o uso desse de tipo de veículo bridge layer seria colocado como pontos de conexão entre esses blocos, permitindo assim a transposição do rio dos equipamentos militares. Obviamente que dependeria dos melhores lugares para fazer isso e seria o ideal não estar sob o alcance da artilharia inimiga, isso é uma iniciativa totalmente operacional que não vou entrar no mérito, mas com os blocos pré-montados, se cria uma ponte improvisada com bridge layer sendo o ponto de conexão entre os blocos, isso é algo que os russos poderiam ter feito desde o início dos primeiros ataques na ponte Antonovsky.
Seria mais ou menos com isso:
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Acredito que os russos não fizeram isso porque estavam ao alcance da artilharia ucraniana com Himars, já que pontes assim são muito frágeis, mas a Rússia tinha condições de criar várias desses tipos de pontes improvisadas como forma de redundância, aliviando o fardo logístico das barcas móveis que não são ideias para uma sustentação a longo prazo das unidades na outra margem.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Mar 10, 2023 12:00 am
por gabriel219
@Suetham acho que há meios mais fáceis de colocar pontes de translado do que usar as Leguans, mas tem essa possibilidade.

Quanto a VKS, o que quero dizer é uma das possibilidades. A AFU também não deve possuir grandes quantidades de sistemas de médio alcance, então teria que desviar ou confiar tais pontes em sistemas de curto alcance para que possa proteger essa linha de comunicação.

Ainda há artilharia, drones, mísseis e foguetes, por ai vai. Não vejo como essa operação pode dar certo, mesmo que em Kherson ocupada e na Criméia ainda fique apenas com as tropas Mecanizadas e Motorizadas, além dos Spetznaz, com a VDV sendo enviada pra Zaporizhzhia num possível ataque contra Tokmak, em apoio a MPR e as demais tropas, que também pode receber tropas dos mobilizados que estão em treinamento ou na reserva.

Por Zaporizhzhia, imagino que vão causar dano aos Russos mas creio que haja uma pequena chance de sucesso, mas em Kherson pra mim é certeza de derrota.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Mar 10, 2023 1:19 am
por knigh7
Interessante:


Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Mar 10, 2023 1:26 am
por knigh7
gabriel219 escreveu: Qua Mar 08, 2023 2:41 pm Por isso prefiro, mil vezes, ler relatórios como o do Exército Austríaco e dos Franceses que da ISW.

Sim, o canal oficial das Forças Armadas Austríacas é muito informativo e criterioso sobre o conflito na Ucrânia.
Eu sigo desde o fim do ano passado. Às vezes eles soltam um vídeo sobre o conflito em alemão primeiro. Mas depois divulgam no Esperanto que deu certo (Inglês):

https://www.youtube.com/@OsterreichsBundesheer

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Mar 10, 2023 1:02 pm
por Túlio
É, e a narrativa cada vez mais incomodada com essa irrelevância conhecida como REALIDADE: