Prezado Immortal,
Desculpe-me, mas você poderia citar outra fonte, qualquer que seja sobre todos esses problemas confirmados pelo Pepe?
Você pesquisou sobre o tema ou foi só um copia-cola do discurso do nosso amigo (o que realmente parece ser)?
Peço desculpas mais uma vez, mas, tudo que já foi dito, denunciado e exposto, seja por vários brigadeiros (contra ou a favor do projeto) ou pessoas ligadas à indústria contradizem ou desconhecem estes fatos.
O projeto AMX com certeza teve vários acertos e desacertos, mas longe de estar relacionado com a validade da plataforma.
Um ponto também que é relevante e que poucas vezes é comentado é que o AMX foi uma das primeiras vítimas do revanchismo do poder civil. Quando o projeto foi claramente delineado e a exposição de motivos foi levado para a aprovação do presidente Figueiredo (que obviamente o aprovou) eles não contavam com o contingenciamento de recursos e descrédito do governo civil nos projetos militares a partir de 1985 (história parecida com várias que vemos até hoje). Com isso a lentidão e a liberação de recursos em conta-gotas fizeram com que o produto final não saísse como o projeto inicial.
Outro ponto, foi a total inexperiência em projetos complexos deste tipo por parte da FAB e Embraer. Nestes tipos de projeto tem-se uma idéia inicial dos custos, mas, via de regra eles extrapolam (vide F-22, F-35, EFA, etc,etc), principalmente quando se parte do conhecimento ZERO como foi nosso caso. Daí, toda vez que o Comandante ia até o pessoal da área econômica do Governo com o pires na mão mendigar um pouco mais de recursos para concluir determinada etapa do projeto, ele ouvia – “Mas você não disse, lá no início que precisava de X para fazer este avião. Toma então ¼ do que você está pedindo e se vire.”
Para concluir, eu penso da seguinte forma. A FAB na época ousou, e por ousar ela deu a cara à tapa, e hoje nós temos que ouvir que ela foi incompetente, burra, etc. etc. etc. Mas isso só acontece com quem ousa, ela poderia muito bem ter comprado de prateleira. Ou quem sabe se o AMX tivesse a mesma sorte do A-29, que leva conhecimentos adquiridos no primo a jato (não no processo de construção em si, mas atitudes que a FAB/Embraer não mais irá praticar) nós não estaríamos discutindo a validade do projeto. Ou será que o C-390 é muita ousadia, ou isso, ou aquilo, ou....
Certeza só tem quem não ousa. Estamos passando por um processo muito parecido que daqui a alguns anos vamos ver os resultados. O Brasil pode escolher o F-16 como fez o Chile e não ousar, não existe maior certeza do que a operação de um F-16. Ou quem sabe podemos dar a cara a tapa e arriscar um Su-35, Rafale ou até mais com F-35.
Você ousaria conhecendo como o país encara suas FFAA??
Um grande abraço, e não me queira mal!
Mascarenhas