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Enviado: Dom Fev 11, 2007 11:58 pm
por hayes
Carlos Mathias escreveu:Claro Hayes, mas a polícia já ficou prá trás a muito tempo. Além do que, não pode travar esta guerra com as mãos presas que tem pela nossa ligislação idiota e criminosa.

Polícia não trava guerra, impõe a lei, e para isso dispõe dos meios necessários. Se depois, no processo penal, ocorrem alguns desmandos, alguns erros, libertinagem de todo o tipo, o aparato policial não tem culpa.

Portanto, cabe ao Governador e à Assembléia Legislativa fluminense tratarem para - se a polícia "ficou para trás" - colocarem-na novamente no rumo, e não apenas ficarem defendendo as milícias.

E, de uma vez por todas, acabem com a cultura sensasionalista e efêmera de "ocupar favelas". A presença do estado por meio das forças policiais deve ser perene.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:01 am
por Carlos Mathias
Ih Hayes, esse papo de advogado amigo, nesse momento? Você conheçe o Rio? Mora aqui?

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:05 am
por hayes
Carlos Mathias escreveu:Ih Hayes, esse papo de advogado amigo, nesse momento? Você conheçe o Rio? Mora aqui?

Por favor, não me confunda com um amante das "tradições jurídicas brasileiras".

Entretanto, sei muito bem onde vai parar essa história de "o inimigo do meu inimigo é meu amigo". Já vivi anos e anos, suficiente para saber que aliviar para uns (as milícias) para que estes combatam outros (o tráfico) sempre acaba em um problema maior ainda.

Se o poder público fizer vista grossa para as milícias, estará, outrossim, alimentando um potencial problema para o futuro. E honestamente, o Rio de Janeiro não pode se dar este luxo. O poder público deve se fazer presente, e fazer valer as leis que aí estão, sejam elas boas ou ruins. Ou se cobra o cumprimento das leis de todos, ou de ninguém.

Sds.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:07 am
por Paisano

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:14 am
por Carlos Mathias
Hayes, acorda cara! Que poder público amigo? Num ter poder nenhum cara! Isso funciona num país civilizado e com todas as estruturas intactas. E "onde vai parar" não, já parou à muito tempo.

A milícia surgiu extamente pela absoluta inépcia do estado. O estado e nada dá no mesmo. Eu moro num bairro pobre de subúrbio. Polícia aqui e nada é a mesma coisa, simplesmente não existe. Hoje no começo da noite passei na porta da delegacia e arua estava fechada, não vi uma viatura sequer na rua, nada, absolutamente nada. Zona sul funciona mais ou menos, mas nos subúrbios é terra de ninguém amigo.

Meu carro foi roubado e no dia seguinte já tinha policiais ligando prá minha casa querendo grana prá resgatar o carro, R$2000,00. É essa polícia que vai resgatar a dignidade e o estado de direito? É essa polícia que vai fazer cumprir as leis, boas e ruins? Por favor amigo.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:18 am
por hayes
Por favor sou eu quem peço à você.


A questão é sim "onde vai parar". Preste atenção, preste bem atenção. Talvez no futuro próximo, 20 anos, ou 30, eu não estarei mais aqui. Você eu acho que sim. Se nada for feito sobre as milícias, você verá "onde vai parar". O tempo irá cobrar seu tempo.

Sobre a inépcia do estado, é amplamente reconhecida. Justamente por causa disso que eu chamo a atenção para a necessidade de dar uma solução à isso.

Ficar aguardando pela boa vontade de milícias certamente não é a solução. Espere e verá. Aceite o conselho deste velho.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:22 am
por Argus
Um texto que acho que todos deveriam ler.

http://www.averdadesufocada.com/index.p ... &Itemid=34

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:29 am
por Argus

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:35 am
por Carlos Mathias
Velho você não é, tenho certeza. Entendi perfeitamente o que você quer dizer. Mas o meu ponto aqui é que AGORA, a "solução" que existe para a população é a milícia. No dia em que o estado se tornar competente novamente, a milícia acaba por si mesma. É como plano de saúde, só existe porque a saúde pública é um lixo. Você, que é cascudo como eu, lembra que não existia essa farra de plano de saúde, não é? Eu fui atendido em hospital público numa mergência e o médico estava esperando na porta. Nada de filas, falta disso ou daquilo. Funcionava bem prá caramba.

Quando o estado tomar as coisas na mão outra vez, não vai mais haver necessidade de milícia, entendeu? Na verdade, quem criou a milícia foi o estado e sua incompetência. A milícia existe devido ao caldo de cultura do Rio(no resto do país é só questão de tempo). Um estado completamente ausente e o poder do tráfico cada vez mais sufocante, as leis cada vez mais suaves e condescendentes, enfim, uma zona total. Como bem disse uma delegada daqui que agora é deputada federal, a milícia aparece onde o estado desaparece.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 12:37 am
por Argus
E também mais um:

http://www.averdadesufocada.com/index.p ... &Itemid=34

Carlos Mathias escreveu:Velho você não é, tenho certeza. Entendi perfeitamente o que você quer dizer. Mas o meu ponto aqui é que AGORA, a "solução" que existe para a população é a milícia. No dia em que o estado se tornar competente novamente, a milícia acaba por si mesma.


Concordo com o que ele disse, a milícia surgiu por iniciativa própria dos policias, bombeiros e etc... que se viram emperrados nas engrenagens legais de um Estado que beneficia criminosos e pune inocentes.

Fico torcendo para o brasileiro acordar que somos reféns de ONGs que defendem abertamente criminosos, torço para que tomemos consciência desse malditos defensores de criminosos e acabemos com eles.

Eles são um dos maiores entraves ao combate efetivo, violento e repressor, que deve ser empreendido contra essa massa de monstros selvagens que se utilizam das engrenagens de uma democracia para transformá-la numa anarquia. (hmmm.......isso me pareceu familiar)

Esses criminosos só entendem uma linguagem: o medo; só respeitam uma instituição: a repressão. Temos que combatê-los nos termos deles, com terror e choque. Da mesma forma que desbaratamos organizações terroristas durante a ditadura militar.

Enviado: Seg Fev 12, 2007 4:32 am
por Einsamkeit
Onde eu assino?

8-]

Enviado: Qua Fev 14, 2007 1:06 pm
por Sniper
Tronco humano é encontrado em caixote no Rio

Um tronco humano foi encontrado na manhã desta quarta-feira dentro de um caixote na avenida Rodrigues Alves, próximo à subida do viaduto da Perimetral, no centro do Rio de Janeiro. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) foram para o local.

Na segunda-feira, a polícia encontrou, também na avenida Rodrigues Alves, dentro de uma mala, uma cabeça, pernas e braços, que pertenceriam a um homem negro. Para os policiais, o tronco humano faz parte do mesmo corpo.


http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1410360-EI316,00.html

Enviado: Qua Fev 14, 2007 3:47 pm
por Paisano
Olhos roxos

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL5793 ... 48,00.html

O clima ficou tenso durante a entrevista dos quatro suspeitos na delegacia. Principalmente, quando todos afirmaram que Carlos Eduardo estava ao volante do carro que arrastou João. Outro momento nervoso foi quando Thiago, que estava com os dois olhos roxos, argumento que o motivo era por ter dormido pouco, pois se sentia desconfortável. Depois, ele revelou que apanhou na cadeia. "Na Polinter, me bateram, mas não vi quem foi. Eles me mandaram abaixar a cabeça", contou Thiago.

Enviado: Qui Fev 15, 2007 10:36 am
por Paisano
Ontem na Candelária, para João Helio,*

Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br

A missa rezada por Deus

Aquela multidão que talvez tenha ido à Igreja da Candelária pela primeira vez sentiu ou até mesmo viu e não apenas na imaginação a presença de Deus. O clima de medo e de horror que se transformou em paixão tinha que ter inspiração e vontade divina. Não há outra explicação, qualquer que seja a convicção dos que estavam presentes.

Também tem que ser aceita como direta intervenção divina a serenidade dos pais de João Helio, o menino sacrificado pela desumanidade de alguns, mas completamente reverenciado e já idolatrado por multidões.

Os pais de João Helio já haviam mostrado grandeza, desprendimento e altíssimo espírito de solidariedade ao perdoar publicamente os pais dos assassinos. Nenhum ódio, nenhum espírito de vingança, nada que pudesse mesmo de longe parecer como retaliação. Estavam consolidados pela fé em Deus, que como digo no título e preciso repetir estava presente, rezou a missa. E todos, sem exceção, olhavam para os pais de João Helio, e tinham a impressão de estarem vendo aquele menino lindo. Que desapareceu, mas sem dúvida estava ali, dando a impressionante força aos pais.

Há muito não se via missa tão emocionante quanto a de ontem na Candelária, sétimo dia pela alma do menino João Helio. Era emoção pura, surgindo dentro das pessoas com uma vibração que dá até para acreditar que o futuro seja muito mais seguro do que agora.

As pessoas choravam mesmo, com um sentimento que parecia um fio de eletricidade estremecendo a todos. Marcada para as 11 horas, às 10 a igreja estava lotada, às 11 superlotada. Todos gritavam JUSTIÇA, JUSTIÇA, JUSTIÇA, sem parar.

Sérgio Cabral teve a coragem de ir e sem nenhuma segurança, o que é de registrar. Não foi hostilizado, lógico, a culpa não era dele e sim do coletivo de Poder. É evidente que os candidatos, principalmente no Rio e em São Paulo, só falavam em garantir a segurança do cidadão, alguns davam até prazo.

(Como fez Anthony Mateus, que como governador disse que acabaria com a violência em 90 dias, não fez nada. E ainda foi secretário de Segurança, uma afronta).

Pela primeira vez os fotógrafos não se voltavam para "autoridades" e sim para o próprio povo. O menino João Helio, que fez o País chorar pelo horror, agora fazia chorar pela saudade.

Embora a missa fosse toda chorada e emocionada, o momento de maior tensão e até angústia foi a chegada dos pais de João Helio. Por quase 5 minutos, todos batiam palmas, rezavam, gritavam, eles nem podiam atravessar a igreja para assumir o lugar de onde acompanhariam emocionados a emoção extravasada por todos.

Foi muito bonito. Era a coletividade se transformando em humanidade, naquele momento nem pensavam nos monstros assassinos. Talvez seguindo o exemplo dos pais de João Helio, se voltavam para o menino e para Deus, e todos queriam se aproximar dos pais, abraçá-los, segurá-los, ouvi-los e falar com eles.

PS - Não houve exagero ou desespero. Muitos pais que não tiveram filhos mortos pela violência, pretendendo contribuir da forma que fosse para amenizar a dor da mãe e do pai de João Helio.

PS 2 - Não foi nem preciso, embora a manifestação tivesse tal carga de sentimento que ficará para sempre na história do Rio. A crueldade não foi esquecida. Mas através dela se manifestou a beleza da solidariedade. E só ela poderia fazer com que existisse uma missa rezada por Deus. Com João Helio ao seu lado, os dois fraternal e carinhosamente se dirigindo ao povo.

*Helio Fernandes

Enviado: Qui Fev 15, 2007 10:54 am
por Sniper
Vídeo do tiroteio no complexo do Alemão onde a FNS atuou:
http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL5924-5606,00.html

:arrow: Gostei muito do uniforme de combate deles! Todo preto... muito bom! Bem melhor que aquela fardinha feiosa que eles usavam nos treinamentos... :twisted:

:arrow: Que capacete é aquele que eles estavam usando ? Qual o nível de proteção ? 556 ? :lol: :D

Abraços!