Frações de Infantaria

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Frações de Infantaria

#91 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Out 06, 2012 12:14 pm

Naval escreveu:Os Alemães sempre na Vanguarda.
Grande Exército, nunca escondi a admiração.

Abraços.
Sem dúvida que eles têm é uma capacidade industrial brutal, mas o militar Alemão não é nada de mais.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Frações de Infantaria

#92 Mensagem por Naval » Sáb Out 06, 2012 12:56 pm

Reginaldo Bacchi escreveu:
Naval escreveu:Os Alemães sempre na Vanguarda.
Porque? O que eles estão fazendo, que os outros não fazem?

Bacchi
Primeiramente, gostaria de agradecer por comentar o meu post Sr. Bachi. Tenho uma profunda admiração pelo Senhor e seu trabalho. Aprendo muito.

Bem, quanto ao meu comentário acima, verdade, outros exércitos desenvolvidos ocidentais estão se modernizando.

Mas eu admiro muito os Alemães pelas idéias inovadoras em momentos críticos, algumas que me lembro agora.

1) Na primeira guerra mundial, para poder vencer a inércia da guerra de trincheiras, implantaram as "stormtrops", armadas com uma genial submetralhadora, idéia inovadora pra época, quando a guerra ainda se baseava nos rifles, o problema é que foi tarde, não deu tempo de mudar os rumos da guerra, mas mesmo assim, obtiveram grandes sucesso, tanto que depois, no Tratado de Versalhes proibiram esse tipo de armamento por considerar altamente "perigoso" ;

2) Inovaram com a "Blitzkrieg", que os Americanos vieram a usar tantas décadas depois na guerra do Iraque;

3) Espalharam os fardamentos camuflados(SS) às tropas comuns, tornou-se regra nas guerras seguintes, comprovando a sua eficácia;

4) Os Panzers;

Enfim, acredito que trata-se de um povo guerreiro nato, derivado do espírito Prussiano. :twisted: Diferente dos Gauleses :twisted:

Abraços.




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Re: Frações de Infantaria

#93 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Out 06, 2012 1:24 pm

Eu estou a falar na actualidade, e não do que está para trás. :wink:




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Re: Frações de Infantaria

#94 Mensagem por Túlio » Sáb Out 06, 2012 10:26 pm

Deixo-lhes um excelente PDF sobre o estudo psicológico de nossos soldados que voltaram do Haiti e alterações feitas no currículo da AMAN em função disso...


http://www.aman.ensino.eb.br/index2.php ... &Itemid=60


Não se assustem, não é muito longo, seis páginas e meia que valem a pena... :wink: 8-] )))




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Re: Frações de Infantaria

#95 Mensagem por Bourne » Sáb Out 06, 2012 10:31 pm

Tem certeza que é esse documento? :lol:




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Re: Frações de Infantaria

#96 Mensagem por Túlio » Sáb Out 06, 2012 10:37 pm

Corrigido com o apoio do amigo/colega Jumentodonordeste. :wink: 8-]


(Mudou grande parte de minha opinião sobre o ensino na AMAN, por exemplo...)))




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Re: Frações de Infantaria

#97 Mensagem por jumentodonordeste » Sáb Out 06, 2012 11:58 pm

Bourne escreveu:Tem certeza que é esse documento? :lol:
http://www.aman.ensino.eb.br/index2.php ... &Itemid=60




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Re: Frações de Infantaria

#98 Mensagem por marcelo l. » Dom Out 07, 2012 1:26 pm

Não sei se é bem local, mas saiu este texto sobre Infantaria.

The Renaissance Of Competence
http://www.strategypage.com/htmw/htinf/ ... 21006.aspx

October 6, 2012: Over the last decade South Korea, Russia, and China have followed the American example by building an instrumented combat training range for its ground forces. Part of this involves forming a combat unit to play the "enemy" (opposing force or OPFOR) in these battalion and brigade sized training exercises. Each country finds, as did the Americans, that this OPFOR brigade or battalion becomes the most formidable combat unit in the country. That's because the OPFOR unit gets more combat practice than any other outfit.
In some countries, belonging to the training center OPFOR unit is a great honor and only the most competent applicants are allowed in. This is the case where the South Korean Jeongal Daedae (OPFOR battalion) is very much an elite unit and troops who want to make a career of the army, or simply have something to brag about, hustle to qualify for the unit. Even after being accepted, candidates must pass a brutal three week training/screening period. Thus the South Korean OPFOR unit is probably the most formidable of all OPFOR units, which is what members of the Jeongal Daedae like to think.
cont.
só o começo por que sei além da tradução do strategypage ser complicada do google e é um sitio que tem certa postura em termos de ideias.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re:

#99 Mensagem por Túlio » Seg Out 15, 2012 9:08 pm

Clermont escreveu:”O CABO ESTRATEGISTA": LIDERANÇA NA GUERRA EM TRÊS BLOCOS.

Pelo general Charles C. Krulak – Marines Magazine, janeiro de 1999.


Com o passar dos anos, entretanto, uma percepção tem crescido de que a autoridade de nossos praças graduados tem sido erodida. Alguns acreditam que nós, lentamente, os despimos de liberdade, do poder discricionário, e da autoridade necessária para fazerem o seu trabalho. Tal percepção precisa ser destruída. Os vestígios remanescentes da “mentalidade de defeito zero” precisam ser trocados por um ambiente no qual seja concedido a todos os fuzileiros navais a “liberdade de falhar” e com isso, a oportunidade de ter sucesso. Micro-administração precisa se tornar uma coisa do passado e a supervisão – essa espada de dois gumes – precisa ser complementada por um aconselhamento pró-ativo. E mais importante, nós precisamos, agressivamente, dar poderes aos nossos praças graduados, mantê-los estritamente responsáveis por suas ações, e permitir que o potencial para liderança, dentro deles, floresça.

Sempre volto a este tópico e o releio todo, para mim um dos mais valiosos do DB e não apenas para Militares mas para tantos que, como eu, se viram envolvidos em situações críticas, ora comandando, ora sendo comandados. A falta de iniciativa dos demais pelo medo de errarem - mesmo de boa fé - e serem punidos/responsabilizados como se o erro tivesse sido proposital ou fruto de incompetência (o que sempre é decidido por que NÃO ESTÁ no terreno, bobear nunca esteve) gera o que chamo de "síndrome do feijão com arroz", ou seja, fazer o mínimo para não se encrencar, quem está no comando que comande e assuma os resultados de suas decisões.

Há que se proporcionar SIM a LIBERDADE DE ERRAR, porque só erra quem FAZ, quem toma a si o direito e a responsabilidade de decidir e agir! Só erra quem toma uma iniciativa, um atitude baseada em seu julgamento pessoal do que vê diante de si e isso é o que menos vemos, o normal é parar tudo e esperar por alguém que DECIDA, e a dita decisão normalmente não é mais do que algo que poderia ser feita no momento por quem estivesse no local. Quanto tempo se perde? Quantas oportunidades são desperdiçadas?

Tigrada, isso IRRITA!!!


PS.: muitíssimo obrigado pelo tópico, Clermont! :D :D :D :D




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Re: Frações de Infantaria

#100 Mensagem por Naval » Seg Out 15, 2012 11:55 pm

Tulio,

não sei nas outras forças irmãs, mas no CFN a iniciativa é muito estimulada. Um soldado tem liberdade de chegar e "sugerir", ao seu sargento ou oficial no comando, uma ação qualquer, basta ter um fundamento sério. Acho muito válido, porque outro pode ter um ponto de vista daquela situação melhor que a sua, isso se chama humildade, uma qualidade muito apreciada nos líderes.

Tirando o período de recrutamento que vc é tratado igual lixo - faz parte da formação - quando se forma, ninguém te trata como um nada, pois todos são fuzileiros navais, desde o soldado até o almirante, o espírito de corpo é muito forte no CFN. Isso é uma das coisas que eu mais admiro nessa tropa, me dá um tremendo orgulho.

Mas é claro, tem q haver o respeito e a disciplina, esse é o pilar da hierarquia.

Abraços.




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Re: Frações de Infantaria

#101 Mensagem por Túlio » Ter Out 16, 2012 9:36 am

Nada contra H&D. Aliás, tudo a favor. A questão que coloco - embasada no trecho que selecionei - é a de se SELECIONAR e depois TREINAR o homem dentro da fração para assumir maiores responsabilidades, pesar as possíveis consequências delas diante do quadro de situação e assumir esta, aquela ou nenhuma atitude, aguardando ordens. Há ocasiões para tudo o que citei. O que não se pode nem se deve, seja com que motivo/desculpa for, é engessar a iniciativa individual pelo temor do erro (e aí vemos o mau uso da H&D que tanto podem ser usadas para impor o necessário RESPEITO quanto o contraproducente MEDO. A diferença se viu nas Falklands, por exemplo, onde os soldados Ingleses RESPEITAVAM seus Cmts e tomavam iniciativas individuais sempre que necessário, enquanto os Argentinos TEMIAM seus Cmts e sua iniciativa individual era ZERO, por temor a punição. Deu no que deu, a Iniciativa esteve sempre na mão de quem a sabia tomar e manter, desde os escalões inferiores até os superiores...). Repito, só erra quem FAZ, para não errar nunca é só ficar no "feijão com arroz" o que, a meu ver, sobrecarrega desnecessariamente a cadeia de comando e é chamariz de derrota...




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Re: Frações de Infantaria

#102 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Out 16, 2012 1:04 pm

Na minha tropa é a mesma coisa, na verdade quando o pessoal está a tirar a sub-especialidade há sempre um “aluno de dia”, dando a oportunidade a todos os militares de terem durante um dia o controle/poder e devendo o mesmo cumprir as funções que por norma só um Sargento ou um Oficial tem. Em unidades desta natureza quer-se militares altamente motivados e com capacidade de decisão e não “carneiros”. No geral toda a tropa em Portugal tem muita autonomia para desempenhar a sua missão/função.




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Re: Frações de Infantaria

#103 Mensagem por Túlio » Ter Out 16, 2012 1:38 pm

Tomara que seja assim aqui também. Segundo o Amigo/Colega NAVAL, ao menos no CFN é. Falta o GUERRA falar pelo EB...




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Re: Frações de Infantaria

#104 Mensagem por sapao » Ter Out 16, 2012 7:12 pm

Em tempo,
nas tripulações de helicopteros e aeronaves essa mentalidade tambem é estimulada. Muitas vezes a opinião do graduado é que define a decisão do comandante; sendo que em algumas missões esse comandante NÃO é o piloto.




[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: Frações de Infantaria

#105 Mensagem por Clermont » Dom Jun 30, 2013 12:59 pm

O GRUPO DE COMBATE NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

Gary Kennedy.

O grupo de combate (Brasil), Rifle Squad (EUA) ou Rifle Section (Comunidade Britânica), constitui-se no bloco básico de construção de qualquer batalhão de infantaria.

As grandes nações combatentes da agruparam três tipos distintos de GC. A versão de maior relevância para a infantaria era construída em volta da base de fogo fornecida por uma única arma automática, suplementada por armas individuais tais como fuzis, granadas e submetralhadoras.

A Wehrmacht foi a primeira a emendar esta fórmula com o acréscimo de uma segunda arma automática em certas unidades, principalmente aquelas operando dentro da Arma Panzer. Embora um passo aparentemente simples, ele teve um efeito notável na dinâmica interna do GC. Enquanto a guerra progredia, esta tática podia ser encontrada entre unidades do Exército americano e o Exército Vermelho, e mais especialmente no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.

A terceira variação é a mais inusitada e parece ter se confinado às forças alemãs e russas. Grupos de combate inteiros foram rearmados inteiramente com submetralhadoras, algumas vezes retendo uma metralhadora leve como equilíbrio. Posteriormente, o recém-desenvolvido fuzil de assalto alemão foi destinado para estes grupos Sturm, embora quantos foram realmente desdobrados é uma questão de pura conjectura.

Cada um destes tipos será examinado por vez, começando com o mais numeroso adotado pela infantaria.

Constituição do "típico" grupo de combate.

Essencialmente, o típico GC, independente de origem nacional, compreendia três elementos; o líder de GC, a esquadra de tiro e a esquadra de volteadores.

Dentro da Rifle Section britânica, eles eram referidos como líder de seção, Gun Group e Rifle Group. A Rifle Squad americana referia-se a um líder, Scout Team, turma de batedores (segurança), BAR Team, turma do fuzil automático Browning (base de fogo) e Rifle Team, turma de fuzileiros (manobra). Termos diferentes, funções similares. As doutrinas alemã e russa não pareciam identificar, especificamente, tais distinções formais dentro do grupo de combate, no entanto, a divisão de funções (volteadores, atiradores, líder) é acurada.

O líder de GC

Ele compunha o primeiro elo na longa cadeia de comando que estendia-se por todo o caminho até o comando divisionário e além. Os vários manuais da época salientam as virtudes exigidas do líder de GC bem-sucedido: coragem, altruísmo e, é claro, liderança. O líder de GC ocupava um ponto crítico na cadeia. Era sua função focalizar os esforços de seu GC na missão em vista, fosse ofensiva ou defensiva.

Não era preocupação primordial do líder de GC liderar o combate pelo fogo, por exemplo. Antes, ele deveria direcionar os esforços de seus volteadores e da esquadra de tiro. Pode-se esperar das táticas apenas que dotem os homens com alguns pontos familiares de referência para guiá-los através do caos inevitável do combate. Em qualquer engajamento, poderá haver uma enormidade de alvos para os membros do GC engajarem. A chave era priorizar estes alvos e engajá-lo na ordem de precedência. Fazer isto exigia um homem que orquestrasse o plano de fogo, este homem seria o líder de GC. Deixados ao seu próprio arbítrio, uma fração inexperiente poderia concentrar seu fogo de salva sobre um único alvo, aparentemente valioso, tal como uma peça de metralhadora leve. Isto poderia ser muito bom, a não ser que a peça estivesse cobrindo o avanço de meia dúzia de volteadores hostis, cerrando, sem serem molestados, para dentro do alcance eficaz de granada de mão.

A filosofia sendo de que, era melhor ficar com um homem a menos participando do combate pelo fogo, para dirigir os esforços dos restantes, do que ter todo o GC engajado num chafurdo indisciplinado. A tentação para o líder de GC juntar-se à troca de tiros sempre estava presente, especialmente quando armado com um fuzil. Não foi surpresa, então, que ele tenha tornado-se o primeiro homem a ser dotado com a nova geração de submetralhadoras que apareceu durante a Segunda Guerra Mundial. Rearmar o líder de GC com uma arma de curto alcance foi um incentivo para desviá-lo da tentação da troca de tiros de longo alcance. Também, aumentou o poder de fogo do GC no combate aproximado, e colocou a arma nas mãos do homem encarregado de liderar.

Outra responsabilidade do líder de GC era economizar a munição da fração, por exemplo, ao operar numa posição avançada, poderia passar algum tempo antes que o ressuprimento fosse efetuado. Havia uma tendência instintiva para homens em combate desfecharem tantos tiros quanto possível, sem levar em conta se existia algum alvo para atingir. Um típico GC carregava entre 1500 e 1600 cartuchos de fuzil e pistola. Se não fossem contidos, eles poderiam dispender uma considerável porção em curto tempo, sem nenhum ganho apreciável. Líderes poderiam até mesmo especificar quantos cartuchos deveriam ser disparados contra um alvo particular, ao designá-lo para seus volteadores (por exemplo, "Volteadores inimigos na crista. Jones, Dawkins, Simpson, cinco cartuchos cada, fogo rápido!")

Os esforços do líder de GC eram reforçados por seu auxiliar, fosse este outro graduado ou um praça velho. O auxiliar do líder podia se encontrar dentro da esquadra de volteadores ou da esquadra de tiro, dependendo do posicionamento preferido do líder do GC. Na ausência deste último, o auxiliar assumiria o controle de toda a fração. Se o líder de GC tombasse, o auxiliar assumiria o comando, escolhendo um volteador para atuar como seu auxiliar e potencial sucessor.

A esquadra de tiro.

Ela era encarregada do serviço da base de fogo do GC, a peça de metralhadora leve (ou do fuzil automático). O efetivo variava, com um mínimo de dois homens exigidos para transportar a arma e seus vários equipamentos, talvez com um terceiro homem para compartilhar a carga. Também variava se a esquadra de tiro ficava sob controle direto do líder de GC, se era delegada ao seu auxiliar ou era controlada pelo próprio atirador da arma.

Os britânicos colocavam seu Gun Group sob o segundo-em-comando da seção, enquanto os alemães preferiam que o líder do GC exercesse o controle pessoal. Em qualquer caso, a capacidade do grupo de combate para levar à cabo, com sucesso, o combate pelo fogo e, na verdade, para sobreviver, repousava fortemente sobre a manutenção da peça de metralhadora leve em ação.

A peça era o único meio pelo qual o GC podia projetar fogo automático preciso e sustentado. Cada homem do GC deveria estar capacitado a servir a peça, se necessário e, com freqüência, carregaria uma parcela da munição. A peça de metralhadora leve podia varrer uma área com fogo de uma forma que os volteadores individuais não seriam capazes. Ela podia dominar uma via de aproximação na defesa ou, por sua vez, aferrar os defensores inimigos, permitindo que a esquadra de volteadores cerrasse, para o assalto final.

O "estranho no ninho" para esta teoria era fornecido pelo Exército dos Estados Unidos. Em sua Rifle Squad, a base de fogo era fornecida pelo fuzil automático Browning, o BAR, de modo algum, uma autêntica metralhadora leve, e incapaz de fogo sustentado. Esta incapacidade, eu acho, provocou uma mudança da base de fogo do único BAR, para os volteadores acompanhantes. Ambos os GCs dos paraquedistas e dos Rangers carregavam a bem mais eficiente metralhadora leve M1919A4 ou A6, que os aliviavam deste desequilíbrio. A resposta dos GCs da infantaria foi aparentemente, nada mais do que um ligeiro incremento no número de BAR, após o Dia-D.

A esquadra de volteadores.

Maneuver Team, Rifle Team, Assault Team, Escouade de Granadiers-Voltigeurs; a turma de assalto, de manobra, de fuzileiros ou de granadeiros-volteadores, podia ter muitos nomes. Seu tamanho variava entre seis e oito homens, dependendo da nação e, é claro, das baixas. Era o fundo de potencial humano do GC, fornecendo, muito literalmente, sua força de baionetas.

O emprego do homem do fuzil era, como sempre, definido até certo ponto, pela sua arma. Para a vasta maioria dos homens, isto significava um fuzil de ação de ferrolho, uma ferramenta incômoda, de tiro lento, mas com potencial para grande precisão nas mãos certas. Isto restringia os volteadores a engajarem alvos de ponto, soldados inimigos individuais, efetivamente. Desfechar eficaz fogo de salva exigia o esforço da esquadra de volteadores como um todo. O fuzil semi-automático M1 do Exército americano permitia ao seu GC produzir um volume de fogo, de longe maior, embora a distinção entre esquadras fosse mantida.

A esquadra de volteadores dotava o GC com seus batedores, granadeiros e atiradores de precisão. Na defensiva, o número disponível de volteadores determinava a frente que o GC podia cobrir, enquanto na ofensiva eles, sob direção do líder de GC, realmente avançavam para engajar o inimigo em combate aproximado.

Desde a introdução da metralhadora leve ou de propósito geral, tem surgido uma tendência a descrever os volteadores como virtuais transportadores de munição e escoltas para a arma automática. A evolução das táticas dá alguma validade a este argumento, mas no final, sem a presença do volteador individual, o grupo de combate se mostraria uma ferramenta unidimensional. Sua força repousa na cooperação da esquadra de volteadores e da esquadra de tiro, unificadas sob a direção do líder do grupo de combate.

O grupo de combate na ofensiva.

Idealmente, não era a intenção que o GC atuasse isoladamente no assalto. Mesmo durante a menor operação, era esperado que ele atuasse como parte de uma força maior. Mas o ideal nem sempre era obtido na realidade. Apesar de sua parte como pequena engrenagem numa grande máquina o grupo de combate ainda assim tinha de ser capaz de se agüentar sobre seus próprios dois pés, mais comumente referidos como o fogo e o movimento.

Fogo e movimento.

Estes são os dois princípios fundamentais da doutrina do ataque, e podem ser aplicados desde dois homens cobrindo um ao outro na luta de rua, até as formações mais elevadas. O defensor tentará desorganizar o assalto contra sua posição com fogo preciso sobre a tropa atacante. Diminuir o efeito deste fogo defensivo exigirá um peso ainda maior de fogo ofensivo contra os defensores. Isto deverá encorajá-los a tomar cobertura, mesmo se apenas temporariamente. Durante este intervalo, a tropa assaltante tentará diminuir a distância da linha inimiga e entrar em combate aproximado.

Ao nível do GC, isso era praticado utilizando a combinação da esquadra de volteadores e da esquadra de tiro. Essa última fornecia a base de fogo, visando posições inimigas conhecidas ou suspeitas. Isso permitiria à esquadra de volteadores sair da cobertura e avançar para a linha inimiga. Idealmente, a esquadra de tiro manteria o fogo de cobertura até que os volteadores estivessem encima da linha inimiga. Na prática, essa fórmula simples nem sempre era fácil de obter.

De forma a proteger a peça de metralhadora leve, posições de tiro alternativas precisavam ser usadas. Uma vez que a peça abrisse fogo, naturalmente virava um alvo para a retaliação inimiga. Se ficasse no mesmo ponto por muito tempo, o fogo de retorno podia ser zerado com eficácia e precisão. Sempre que possível, toda vantagem era tirada do terreno e da área adjacente para permitir à esquadra de tiro desengajar e se movimentar para uma segunda localização acordada, sem sair de cobertura.

Durante este tempo, os volteadores não ficavam ociosos. Se a distância da linha inimiga era grande demais para atravessar de um só lanço, eles buscariam uma posição defensável. Uma vez alcançada, esta permitiria a esquadra de tiro fazer sua mudança. Agora, era a vez dos volteadores fornecerem fogo de cobertura, idealmente dirigido contra a posição inimiga de maior ameaça para a sua, agora vulnerável, esquadra de tiro.

Uma vez que a peça de metralhadora leve alcançasse sua posição secundária, a guarnição reiniciaria o fogo, desta vez, de um ângulo diferente, assim, forçando o fogo de retorno a ser redirecionado. Os volteadores, agora poderiam ir em frente, ou para uma nova posição de tiro, ou para assaltar a linha inimiga, diretamente. A esquadra de tiro estaria continuamente buscando novas localizações que lhe permitissem desfechar fogo por tanto tempo quanto possível, antes que os volteadores, avançando, se arriscassem a atravessar seu caminho. Este processo poderia ser repetido tantas vezes quanto necessário para colocar os volteadores numa posição para efetuarem o assalto final.

Esta forma deliberada de avanço era utilizada tanto por britânicos como americanos. A vantagem era que ela dotava os homens de uma fórmula simples, fácil de repetir, sobre como conduzir o avanço. A única arma automática cobria o movimento de aproximadamente dois terços da força do GC. Estes, por sua vez, devolviam o favor valendo-se de seus números para criar um volume de fogo mais efetivo de armas inferiores. A contínua mudança de posição da base de fogo reduzia a eficácia do fogo de resposta, e mais importante, cada homem era encorajado a usar o terreno para escudar seus movimentos até o lanço final. Os britânicos descreviam esta técnica como sempre ficar "com um pé no chão", uma lema adequado já que o avanço imitava a caminhada. O problema era que caminhar não é de modo algum correr.

Fogo em marcha.

A interpretação do fogo e movimento descrita antes tem vários inconvenientes na execução. O principal sendo a velocidade. Dependendo da distância a ser coberta, a necessidade de troca de posições de tiro para manter cobertura por tanto tempo quanto possível podia retardar o avanço. Quanto mais tempo levasse o assalto, maior a oportunidade para o inimigo visar os atacantes e infligir baixas. Se a esquadra de tiro fosse detida, os volteadores teriam de executar os últimos lanços por sua própria conta. Pior ainda, se estes ficassem sob fogo de uma origem inesperada, tal como uma metralhadora oculta, poderiam ficar encalhados na terra de ninguém, sem nenhuma outra opção que uma custosa retirada.

A alternativa estava no fogo em marcha. Neste conceito, o GC avançava como uma fração única. Todas as armas eram disparadas contra o inimigo durante o avanço. A chave para o sucesso repousava num avassalador fogo desfechado pela artilharia, morteiros, metralhadoras e, idealmente, tanques de apoio. Não havia sutileza nenhuma envolvida. A vantagem era a velocidade. Utilizando tal ação de choque, uma linha de fuzileiros poderia avançar rapidamente rumo à linha inimiga e mover-se para a fase do combate aproximado. Ela reunia todo o impulso do ataque e, se levada à frente, resolutamente, podia ser espantosamente bem-sucedida.

A doutrina alemã era baseada numa utilização muito mais agressiva da metralhadora leve do grupo de combate. O GC era manobrado como uma fração indivisível, sem nenhuma distinção entre esquadras de tiro e de volteadores. No assalto, a peça de metralhadora leve lideraria o avanço, sob a direção pessoal do líder de GC. Ela era considerada como a árbitra primordial do combate pelo fogo. Os tiros dos fuzileiros individuais não eram desfechados até o estágio do assalto aproximado quando, imaginava-se, ele se provaria mais eficaz. O manual alemão só faz referências de passagem ao GC avançando por lanços, usando apoio mútuo. Ao invés, a intenção é que ele avançasse sob a cobertura das armas mais pesadas fora de sua própria estrutura, embora sua organização e equipamento lhe permitisse isso.

O manual do Exército Vermelho enfatizava o GC efetuando o assalto aproximado sob a liderança da peça de metralhadora leve, mas encorajava o avanço com apoio mútuo para alcançar este ponto. Pode parecer um compromisso lógico, mas a idéia de dividir a força atacante era prevenir o defensor de concentrar seu fogo sobre um único alvo. As vantagens ganhas pela aproximação coberta para o contato parecem desperdiçadas pelo avanço final feito sem apoio. Talvez a escala das baixas do Exército Vermelho apóiam esta pressuposição, sem pretender que tenha sido o maior fator contribuidor.

Em qualquer variante, o problema nesta filosofia era o perigo, sempre presente, de perder impulso. Manter o fogo de cobertura num assalto pré-planejado não deveria ser problema para um exército profissional. A chave era tornar eficaz o fogo. Uma linha de infantes, abandonando a cobertura de forma a avançar rapidamente, oferecia o tipo de alvo que os metralhadores adoravam. Se estes tivessem a oportunidade para desfechar seu fogo, mesmo se apenas por uns poucos segundos, isso poderia ser devastador. A única defesa dos fuzileiros era abraçarem o chão, saíndo da linha do horizonte. Se o metralhador estivesse numa posição bem escondida, ele poderia aferrar os fuzileiros até que o fogo fosse suprimido ou neutralizado. Enquanto este fosse o caso, o avanço não levaria a lugar nenhum.

Executado contra posições defensivas apressadamente erguidas, ou um inimigo confuso, a tática podia ser lucrativa, mesmo sem avassalador apoio de fogo. Mas contra posições mantidas em profundidade, por um defensor determinado, ela poderia custar caro.

Pós-Assalto.

Fosse qual fosse o método a ser utilizado, a missão continuava depois de um assalto bem-sucedido.

Depois de tomar uma posição inimiga, o grupo de combate não podia relaxar. Ele precisava se reagrupar, avaliar o custo do ataque, preparar-se para um possível contra-ataque, cuidar dos feridos e lidar com quaisquer prisioneiros-de-guerra que pudessem ter sido pegos. Isso, inevitavelmente, desfalcaria o GC, mesmo se o assalto não o tivesse feito, já que os PGs precisavam ser escoltados para a retaguarda. O suprimento de munição precisava ser avaliado e redistribuído onde necessário, a peça de metralhadora leve sendo a receptora primordial.

Se um rápido reforço por tropas descansadas estivesse à mão, estas poderiam utilizar a posição recém-adquirida como trampolim para seu próprio avanço, dando tempo à fração original para reagrupar, antes de se movimentar para trás da nova tropa, para assumir a posição desta, em outra ocasião. Se este não é o caso, e um avanço posterior era necessário, o GC poderia ter pouco tempo para fazer seus preparativos antes de retomar a ação. Era neste ponto que o GC estava mais vulnerável ao contra-ataque, ocupando terreno estranho que o inimigo conhecia bem, e tendo consumido munição, energia e, provavelmente, sangue, para conquistá-lo.

Os soldados eram treinados para começarem a cavar mesmo se o objetivo que haviam tomado fosse apenas um de vários dos quais foram encarregados naquele dia. Esta era a única resposta para o inevitável bombardeio que eles, em breve, suportariam da artilharia defensora. No entanto, se nenhum avanço imediato fosse determinado, uma consolidação mais meticulosa poderia começar, mudando rapidamente do ataque para a defesa.

O grupo de combate na defensiva.

Comparada às complexidades do assalto, a defesa é bem direta: resista ao atacante e mantenha o terreno que ocupa.

De novo, o GC era apenas uma parte de uma ampla rede defensiva, mas talvez ainda mais do que no assalto, era vital para cada fração conseguir seu objetivo. No avanço era possível desbordar certos obstáculos, ou pelo menos fixá-los com fogo. Na defesa, qualquer revés concede ao atacante um ponto-de-apoio na posição.

Nuam posição defensiva, o GC buscaria neutralizar as táticas ofensivas descritas anteriormente. A chave para qualquer defesa bem-sucedida é preparação. Durante a Segunda Guerra Mundial, o segundo item mais importante do equipamento de qualquer soldado, depois de sua arma, era sua ferramenta de sapa. Fogo de artilharia e de morteiros podia ser o prelúdio para qualquer ataque, exceto uma incursão noturna. O único jeito de sobreviver aos seus efeitos erea cavar, fundo. Na Normandia, as tropas aliadas aprenderam a cavar, no mínimo, poços rasos, no momento em que paravam na expectativa da barragem vindoura. Os alemães raramente os desapontaram. Suas próprias tropas também eram ensinadas sobre o valor de cavar após tomarem seus objetivos.

Fosse uma posição defensiva rapidamente improvisada, ou uma meticulosamente preparada, o conceito era o mesmo. Muito aproximadamente falando, um GC podia ser esperado manter uma frente entre 30 e 40 metros. Isto variava com as circunstâncias e o número de soldados disponível para a defesa total. De modo a cobrir efetivamente esta frente, os homens tinham de ser desdobrados de modo que toda possível via de acesso podia ser colocada sob fogo. A metralhadora leve, de novo, fornecia o elemento central da defesa como no ataque. Uma posição ideal lhe permitiria pegar o inimigo em aproximação de um flanco, antes do que simplesmente de frente.

Os volteadores estariam dispersos em entrincheiramentos, normalmente poços de tiro de dois homens. Estas posições seriam situadas de uma tal maneira que qualquer assalto sobre uma deixaria os atacantes expostos ao fogo de uma trincheira de apoio. Os soldados eram encorajados a cavarem embasamentos simulados em frente para confundir os atacantes sobre quais estavam ocupados. Também, posições de recuo eram preparadas para permitir ao defensor mudar rapidamente para novas localizações de tiro.

De acordo com o mesmo plano, o GC podia ser mantido atrás, na reserva, encarregado de expulsar quaisquer atacantes que lograssem penetrar as defesas.

Movimento por formações.

Qualquer um que tenha visto os manuais contemporâneos da época estará familiarizado com os desenhos indicando como se esperava que o GC se movimentasse pelo terreno. Uma inspeção mais aproximada, veria uma surpreendente similaridade entre eles.

Uma formação típica era encabeçada pelo líder do GC. Alguma distância atrás dele, vinha a esquadra de tiro, pronta para desfechar rápido fogo de apoio. Os volteadores seguiam a turma da arma automática, com o auxiliar do GC fechando a retaguarda, nos modelos alemão e americano. Variações britânicas e russas colocavam este com a esquadra de tiro.

Esta formação em coluna era favorecida durante o avanço para a zona de combate. Não era uma formação de combate, simplesmente de locomoção. Naquelas áreas onde era incerto em qual ponto, exatamente, o GC poderia encontrar resistência, um ou dois homens iriam na frente como batedores. O GC americano, rotineiramente, colocava dois homens na ponta da coluna, em frente ao líder.

Antes do combate,ou após cair sob fogo inesperado, o GC desdobrava-se. Os volteadores formariam uma linha de escaramuça, ou centrada ao redor da metralhadora leve, ou a flanqueando, de um ou do outro lado, dependendo da doutrina favorita. Para reduzir a vulnerabilidade ao fogo inimigo, esta linha de escaramuça seria espaçada, deixando cerca de 3 a 5 metros entra cada homem.

Na realidade, o movimento era ditado mais pelo terreno, condições e ação inimiga. Os homens aprendiam a abrir intervalos entre esquadras, tanto como evitar ajuntamentos. Este era o pecado cardeal, já que ceder à tentação de ficar perto de um amigo na frente, significava uma chance muito maior de ambos caírem vítimados por uma única granada ou rajada de metralhadora.

No avanço para a linha de partida para um assalto, havia espaço para interpretações mais formais do movimento, mas uma vez em ação, o terreno e o fogo inimigo tornavam-se os fatores primordiais. Os homens sempre procurariam avançar sob cobertura de árvore, cercas, muros, desfiladeiros, riachos, depressões naturais, qualquer coisa que colocasse uma barreira entre eles e a linha de mira do inimigo. Mas o terreno nem sempre seria gentil, e em algum ponto, surgiria uma extensão de terreno sem nenhuma cobertura discernível. E apenas o mais caridoso ou incompetente dos inimigos deixaria de cobrir essa extensão com fogo.

Abrir passagem sobre terreno debaixo de fogo exigia velocidade e supressão, mas como o infante debelaria a barragem da artilharia distante? A não ser que seus próprios canhões estivessem executando fogo de contrabateria, a única solução era esperar por uma pausa e então, lançar-se à frente, esforçando-se para alcançar a próxima cobertura antes que os obuses chovessem de novo. Se o fogo fosse mais localizado, um solitário metralhador inimigo, rápidos lanços por indivíduos ou duplas podiam funcionar, contanto que a distância a ser coberta fosse mínima, atravessando um intervalo entre edificações, por exemplo.

De todas as condições para tentar descrever, a formação ao nível do GC é a mais diversificada. O princípio básico era manter a integridade do grupo de combate, não deixando os homens ficarem pertos demais, sem deixá-los ficarem afastados demais. Com, na maioria dos casos, por volta de uma dúzia de homens, o GC não poderia se permitir separar-se por uma grande distância. Mesmo com a esquadra de tiro fornecendo fogo de uma posição alternativa, afastada da esquadra de volteadores, esta separação não podia ser maior que o alcance eficaz da metralhadora leve, idealmente não mais do que uma centena de metros. Volteadores individuais só podiam ser destacados para desempenharem funções necessárias, tais como reconhecimento ou transmissão de mensagens. Mesmo se uma dupla recebesse o encargo de afastar-se para flanquear uma posição inimiga, eles ainda teriam de permanecer dentro do alcance eficaz do fogo de cobertura.

Alternativas ao típico grupo de combate.

Como mencionado previamente, o típico GC podia ser emendado por uma diferente dotação de armamentos.

Dupla base de fogo.

A forma mais óbvia para aumentar o poder de fogo do GC era através da alocação de uma segunda arma automática.

Algumas vezes, isto era feito apenas com certo número de GCs no pelotão enquadrante. No entanto, era uma prática padrão nas frações Panzergrenadier alemãs e, a partir de 1943, nos GCs dos Fuzileiros Navais americanos, que avançaram o princípio um passo à frente, no ano seguinte.

O modo mais simples para absorver o poder de fogo extra, era atribuir a arma à esquadra de volteadores. Isso tinha a vantagem de permitir que o princípio do fogo e movimento ainda fosse seguido. A esquadra de volteadores agora era mais capaz de desfechar fogo de cobertura eficaz, quando a especializada esquadra de tiro mudasse de posição. Também haveria um apreciável aumento do fogo da esquadra de volteadores durante seu avanço final rumo ao contato. Provavelmente, este foi o método empregado quanto ao problema da alocação de novos fuzis automáticos Browning nas companhias de fuzileiros americanas, em meados de 1944.

Quando o GC avançava desdobrado, a teoria alemã colocava as duas armas flanqueando o líder de GC no centro. Porém, o método mais inovador implicava no realinhamento do próprio grupo de combate. A separação entre esquadra de volteadores e esquadra de tiro foi descartada em favor da criação da esquadra de fuzileiros (Fire Team nos Estados Unidos, e esquadra de tiro, na terminologia do CFN da Marinha do Brasil).

A esquadra de fuzileiros implicou na remontagem do GC ao redor das duas peças de metralhadoras, cada peça com um atirador e um municiador. O líder de GC e seu auxiliar assumiam, cada um, o controle de uma esquadra, enquanto os volteadores eram repartidos entre elas. Agora, o método do fogo e movimento tornava-se um exercicio mais equilibrado, já que cada esquadra era igualmente capaz de desfechar fogo de supressão. Utilizada de forma ousada, e com as armas apropriadas, o GC podia até mesmo tentar mesclar o fogo em marcha, com a esquadra avançada com o mais tradicional fogo de cobertura da outra.

O Corpo de Fuzileiros Navais americano levou isto um passo mais à frente, com o estabelecimento de um grupo de combate à três esquadras de fuzileiros, em 1944, sob a direção de um líder independente. Isso permitia ao GC desdobrar um elemento de reserva que poderia ser utilizado, seja como apoio de fogo, ou para explorar ganhos.

Dadas as vantagens disso, parece intrigante por quê a base dupla de fogo não foi mais amplamente utilizada. Os britânicos, por exemplo, nunca a adotaram, oficialmente. Porém, ela tinha alguns inconvenientes. O primeiro destes era a perda de volteadores. Novos homens não foram fornecidos para o GC, para guarnecerem sua segunda arma automática, portanto, dois volteadores foram realocados como atirador e municiador. Para servir adequadamente a segunda arma automática, ainda mais munição precisava ser transportada, aumentando, ainda mais, a carga de cada homem. Também seria o caso de sugerir que o aumento no poder de fogo levava à tentação de prestar menos atenção na manobra. Por quê você sondaria o caminho ao redor de obstáculos quando você poderia saturá-los com fogo de metralhadora leve? Uma barreira mais realista era a simples questão de produzir armas o bastante para satisfazer a demanda.

Na defensiva, não havia argumentos negativos. O uso de duas armas automáticas permitia uma resposta muito mais agressiva aos atacantes, e maior flexibilidade ao confrontá-los. Duas armas podiam criar um fogo cruzado que ninguém poderia atravessar. Igualmente, manter a segunda arma "muda", no jargão alemão, podia atrair os atacantes para a utilização de uma via de acesso coberta pela segunda arma, enquanto eles buscavam evitar a primeira. Então, uma súbita rajada de fogo podia ter resultados devastadores.

Grupos de submetralhadoras ou Sturm.

O rearmamento mais intrigante do grupo de combate foi, primeiramente, praticado pelo Exército Vermelho. Uma companhia de submetralhadoras, de cem homens, foi anexada ao regimento de fuzileiros para ser desdobrada como tropa de choque. Cada indivíduo desta subunidade estava armado com a excelente PPsh-41. Ela descartava, completamente, as técnicas estabelecidas de fogo e movimento, pois, mesmo com a melhor boa vontade do mundo, os homens só poderiam disparar eficazmente até cerca de 50 metros.

A chave para seu desdobramento bem-sucedido repousava na sua utilização como parte de uma força combinada, operando em proximidade com os fuzileiros e as peças de metralhadora pesada do regimento. Gradualmente, no entanto, a tática tornou-se uma forma barata de aumentar o poder de fogo automático e, eventualmente, certos batalhões também foram, desta forma, equipados (mantendo suas armas de apoio, sempre é bom salientar). Por volta de 1944, os alemães estavam incorporando este método em suas unidades Volksgrenadier, para compensar seu pobre treinamento e pontaria.

Um tal GC somente era útil no combate aproximado. O temível efeito de um grupo de seis a dez homens abrindo fogo contra o inimigo a curto-alcance, com armas automáticas de tiro rápido, pode ser imaginado. Fazer com que eles chegassem assim tão perto, já era outra questão, naturalmente.

Na doutrina alemã, tais GCs eram agrupados juntamente com as mais tradicionais frações de fuzileiros. A doutrina do Exército Vermelho também colocava os GCs ou nas companhias de fuzileiros ou na estrutura regimental acima mencionada. Entretanto, num sentido mais amplo, o GC combinava o uso de avassalador poder de fogo com rápido e implacável avanço, sob apoio mais pesado, clássicas táticas de choque. Na defesa, ele não podia, verdadeiramente, ser considerado capaz de manter um atacante à distância. Simplesmente, seu poder de fogo era curto demais para tanto. A visão russa recomendava que o GC fosse mantido em reserva, e utilizado para suprimir qualquer ruptura com poder de fogo bruto, desfechado numa alcance tão curto que o atacante não poderia manobrar para reagrupamento.

A evolução final foi o Grupo Sturm (assalto) alemão, normalmente dotado com a submetralhadora MP-40, mas projetado para empregar o revolucionário Sturmgewehr, o fuzil de assalto. Aqui, o GC combinaria as vantagens da arma automática leve com a capacidade de engajar, precisamente, além dos 500 metros. De forma interessante, a metralhadora leve, o alicerce do anterior pensamento tático alemão, foi removida dos GCs, exceto o terceiro, em cada pelotão. A crença era que os dois GCs de ponta poderiam cobrir seu próprio avanço suficientemente, enquanto o terceiro GC oferecia um apoio mais convencional.

Os números relativamente pequenos de fuzis de assalto realmente desdobrados significam que esta tática foi de conseqüência marginal para a conduta das operações, mas teve um efeito profundo em seu desenvolvimento. Hoje, o típico grupo de combate agrupa duas esquadras de fuzileiros, cada uma baseada numa "arma automática de esquadra", enquanto os homens restantes estão armados com fuzis de assalto. A jornada até este ideal moderno começou a cinqüenta anos atrás, no caldeirão do combate de infantaria da Segunda Guerra Mundial.


(continua...)




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