Che Guevara:HORA DE DERRUBAR MAIS UM MITO
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- Moacir Barbosa de León
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Não estou creditando nossa pobresa à ação efetivamente imperialista dos EUA, estou afirmando as razões do meu antiamericanismo. Temos deficiências e erRos cometidos no passado e no presente, como Nação. Entretanto não posso apoiar um país que reiteradamente tem invadido outros paises em nome de uma liberdade para eles. Interferindo criminosamente na auto-determinação dos povos. Muitas vezes contrariando os ditames da ONU (que aliás, ultimamente tem sido subordinada aos EEUU). Quanto à alca, continuo a dizer que se for para direitos e deveres iguais eu apoio. SEM SUBORDINAÇÃO. E que acabem com a espionagem do ECHELON!!!
"Diga a seu chefe que assinaremos a paz com o Império com o sangue do primeiro invasor estrangeiro que atravessar a fronteira. Pois antes de tudo somos brasileiros”. David Canabarro (Comandante Farroupilha)
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A ALCA é uma boa oportunidade. Mas deve negociar os termos. Sou contra um acordo que será prejudicial para nós. Agora, que fuga é essa? Vamos negociar! Ser contra só por ser contra os EUA, o "Grande Satã", o "Império", é uma tolice fruto de mentes limitadas como a do Chavez do 8.
Vinicius Pimenta
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A OUTRA FACE DE GUEVARA - Historiador americano analisa os erros estratégicos que levaram à derrota do guerrilheiro em suas últimas campanhas e à morte na Bolívia.
Marcelo Ferroni - Galileo, fevevereiro de 2004
Em janeiro de 1952, Ernesto Guevara, então com 23 anos e sem o apelido "Che" que o tornaria famoso, deixou Buenos Aires acompanhado do amigo Alberto Granado, de 30 anos, para uma viagem sem destino pela América do Sul. A aventura, que chega às telas neste ano em um filme dirigido por Walter Salles, marcou o início de uma vida extremamente ativa, que iria transformar o jovem argentino em um mito.
Che conheceu revoluções na América Central, invadiu Cuba sob o comando de Fidel Castro e se tornou o símbolo mundial de idealismo e rebeldia. O que poucas pessoas sabem, no entanto, é que o guerrilheiro e comandante teve também uma parte da vida marcada por derrotas e erros graves de estratégia que acabaram culminando com a sua morte na Bolívia.
Depois da revolução cubana, Guevara foi até a África Central em 1965, onde tentou instituir uma guerrilha bem organizada no Congo. Após um ano, fracassou completamente. Pouco tempo depois foi à Bolívia, onde montou um foco combatente para derrubar o regime ditatorial do general René Barrientos. Em pouco menos de um ano, foi cercado pelo Exército boliviano e acabou sendo capturado e morto, em 9 de outubro de 1967, com 39 anos.
Sua atuação como líder guerrilheiro e estrategista militar é analisada em um livro polêmico lançado recentemente nos EUA. "Che Comandante", escrito por Paul Dosal, professor de história da Universidade do Sul da Flórida, analisa como alguns erros estratégicos levaram ao fracasso de Che em seus últimos anos de vida.
"Seu temperamento agressivo e sua inabilidade política foram fatores importantes para a derrota na Bolívia", diz Dosal, em entrevista a GALILEU. O livro é mais um documento que ajuda a esclarecer essa fase sombria da vida do guerrilheiro.
Che Guevara tinha o hábito de manter diários. Em 7 de novembro de 1966, inaugurou um novo caderno ao escrever "hoje começa uma nova etapa". Ele havia acabado de chegar ao sul da Bolívia e estava pronto para iniciar um foco guerrilheiro no país. Aquela seria a terceira vez que Che participaria de um combate.
O primeiro ocorreu em Cuba. Em 2 de dezembro de 1956, Ernesto Guevara, o único argentino entre 80 cubanos liderados por Fidel Castro, desembarcou ilha com a intenção de derrubar o ditador Fulgencio Batista. A campanha começou mal. Cercados pelo Exército em 5 de dezembro, apenas 16 guerrilheiros sobreviveram ao ataque. Castro, seu irmão Raúl, Che e os demais combatentes se refugiaram nas montanhas de Sierra Maestra, no sul da ilha, onde recomeçaram as atividades. O grupo se reforçou, ganhou apoio da população, enfrentou um exército desmotivado e, no Ano Novo de 1959, derrubou o governo.
Guevara teve uma importância fundamental durante a campanha. Em batalha, o guerrilheiro motivava os demais com sua agressividade e ousadia, que, em muitos momentos, parecia uma atitude suicida. "Ele era determinado a correr riscos, como se não se importasse em morrer em batalha", comenta Dosal. Essa agressividade era contrabalançada pela astúcia de Fidel Castro. "Fidel era excelente ao lidar com política. Ele era um líder carismático, capaz de persuadir as pessoas a ajudá-lo. Che não era nem um pouco desse jeito", diz o historiador. Castro retinha Che quando achava arriscadas suas tendências a sempre enfrentar o inimigo. Além disso, ele era extremamente competente para fazer alianças com grupos de interesses diversos. A atuação rebelde de Che, aliada à ponderação e ao oportunismo de Fidel, foi fundamental para a vitória.
Depois da tomada de Cuba, Che começou a atuar no novo governo. Logo no início, comandou uma série de execuções aos ex-aliados de Batista. Em seguida, foi presidente do Banco Nacional e ministro das indústrias. Viajou pelo mundo como emissário cubano, discursou nas Nações Unidas, encontrou-se com líderes soviéticos, chineses, africanos e brasileiros. Escreveu discursos, ensaios e manuais sobre a guerra de guerrilhas.
Sua vida de "burocrata" se encerrou em 1965, quando acreditou que era possível iniciar uma guerrilha no Congo, nos mesmos moldes que a praticada em Cuba. Só que, desta vez, estava sem Fidel, e suas atitudes impulsivas não seriam mais freadas por ninguém. No Congo, Che cometeu diversos erros. "Guevara estava mal-informado sobre quase tudo", diz Dosal. "Ele pensava que havia um movimento revolucionário em ação, e que esse movimento era radical em seus objetivos, o que não era verdade. Dessa forma, nunca conseguiu sair da estaca zero." Além disso, segundo o historiador americano, Che demonstrou arrogância no Congo. Ele entrou no país disfarçado, sem avisar os líderes rebeldes. "Che pensava que sua aparição no campo iria mudar as circunstâncias, e as pessoas se ligariam à causa. Mas ele com certeza estava desinformado sobre isso também." Em quase um ano, Che não havia conseguido treinar os rebeldes congoleses, se desentendera com os líderes e foi facilmente superado pelas forças inimigas. Na madrugada de 21 de novembro de 1965, três lanchas evacuaram os cubanos do Congo.
Sua busca por revoluções, no entanto, não parou. Poucos meses depois, os cubanos já organizavam um novo foco guerrilheiro, desta vez na Bolívia. A idéia de Guevara era realizar uma campanha bem-sucedida no país, que em seguida se espalharia pelas outras nações sul-americanas, incluindo o Brasil. Ele defendia a criação de "muitos Vietnãs" pelo mundo, de forma a lutar contra o poder dos Estados Unidos em escala global. Os guerrilheiros que chegaram à Bolívia antes de Che compraram uma propriedade ao sul de Santa Cruz, onde iniciariam sua campanha. Guevara, novamente disfarçado, entrou no país em 3 de novembro. No dia 7, quando inaugurou seu diário, já se encontrava na propriedade chamada Ñancahuazú.
Na Bolívia, ele iria cometer erros ainda mais graves do que no Congo. Em primeiro lugar, indica Dosal, ele foi inábil para fazer uma aliança com o Partido Comunista boliviano. "A chave para entender o fracasso na Bolívia é que ele não tinha mais Fidel Castro ao seu lado para contê-lo."
Além de perder rapidamente o apoio dos bolivianos, Che não sabia como coordenar uma rede urbana. Sem ela, os guerrilheiros eram obrigados a arrumar seus próprios mantimentos e armas, além de serem os únicos capazes de recrutar novos combatentes. Justamente o contrário do que ocorrera em Cuba.
E militarmente Che Guevara fez exatamente o oposto do que ele mesmo aconselhava em seu manual sobre guerrilha. "O erro crucial ocorreu em março de 1967, quando o Exército boliviano se aproximou de seu campo e Guevara decidiu atacar, em vez de se retirar, como indicava o seu livro", diz Dosal. "E desse ponto em diante seus erros só pareciam piorar."
Sem apoio, cercado pelo Exército boliviano, os guerrilheiros foram dizimados e Che, capturado em 8 de outubro, ferido na perna. No dia seguinte, o Exército o executou.
Segundo Dosal, muito da derrota se deveu aos seus próprios erros estratégicos. "Atuando sob as ordens de Fidel, ele era um excelente comandante de campo. Mas como comandante-em-chefe, ele era muito mais fraco." Guevara, ao que tudo indica, pode ter sido um estrategista de valor duvidoso. Mas isso os mitos não mostram.
Che Guevara foi fundamental para a revolução cubana. Comandante obstinado, extremamente agressivo em combate, liderou uma batalha que mudou o rumo da guerra. A batalha em questão ocorreu na tomada da cidade de Santa Clara, na região central de Cuba, nos últimos dias de 1958. Para chegar até o local, a coluna de Che atravessou cerca de 500 quilômetros em apenas cinco semanas, desviando-se de emboscadas do Exército, bombardeios e ganhando popularidade no caminho.
Para conquistar a cidade, cortando as ligações entre as forças de Batista, Che precisaria superar um forte contingente de soldados, que contava com um trem blindado que bloqueava o caminho dos guerrilheiros. Mas isso não impediu Che de dominá-la, em uma batalha de quatro dias. "A tomada de Santa Clara foi sua única grande vitória, mas representou um feito imenso", conta Dosal. "Guevara já havia participado de pequenos combates na Sierra Maestra, sempre sob o comando de Fidel. Dessa vez não."
Em 2 de janeiro, a coluna de guerrilheiros partiu para Havana e chegou à cidade sem encontrar resistência. O governo de Fulgêncio Batista estava vencido. "O Exército tinha meios para derrotar os rebeldes, mas muitos oficiais e soldados simplesmente não tinham motivação para lutar contra eles", escreve o pesquisador em seu livro "Che Comandante".
Cinco coisas que você não sabia sobre Che
O apelido "Che" surgiu no México, enquanto treinava para a invasão a Cuba. "Che" é uma gíria argentina que significa "cara". De tanto que a usou, os cubanos decidiram chamá-lo assim.
Mas "Che" não foi seu único apelido. Na adolescência, era chamado de "chancho" (porco), porque raramente tomava banho e não era muito delicado na mesa.
Em suas viagens na juventude, Che dava atenção especial para as fotos. Quando precisou de dinheiro, chegou a cobrar para tirar retratos em praças e a trabalhar para uma agência de notícias.
Che teve crises graves de asma por toda a vida. Nas batalhas, precisava se esforçar para não ficar para trás, e muitas vezes teve de ser socorrido com medicamentos.
Ao que tudo indica, Che jogava muito bem xadrez. Conta-se que aos 18 anos enfrentou um mestre enxadrista argentino. Perdeu, claro, mas soube se defender de forma excelente.
Para ler:
"Comandante Che", Paul Dosal. Penn State Press. 2003.
"Che Guevara", John Lee Anderson. Editora Objetiva, 1997.
"Ernesto Guevara, Também Conhecido como Che", Paco Ignacio Taibo II. Editora Scritta, 1997
"De Moto.
Marcelo Ferroni - Galileo, fevevereiro de 2004
Em janeiro de 1952, Ernesto Guevara, então com 23 anos e sem o apelido "Che" que o tornaria famoso, deixou Buenos Aires acompanhado do amigo Alberto Granado, de 30 anos, para uma viagem sem destino pela América do Sul. A aventura, que chega às telas neste ano em um filme dirigido por Walter Salles, marcou o início de uma vida extremamente ativa, que iria transformar o jovem argentino em um mito.
Che conheceu revoluções na América Central, invadiu Cuba sob o comando de Fidel Castro e se tornou o símbolo mundial de idealismo e rebeldia. O que poucas pessoas sabem, no entanto, é que o guerrilheiro e comandante teve também uma parte da vida marcada por derrotas e erros graves de estratégia que acabaram culminando com a sua morte na Bolívia.
Depois da revolução cubana, Guevara foi até a África Central em 1965, onde tentou instituir uma guerrilha bem organizada no Congo. Após um ano, fracassou completamente. Pouco tempo depois foi à Bolívia, onde montou um foco combatente para derrubar o regime ditatorial do general René Barrientos. Em pouco menos de um ano, foi cercado pelo Exército boliviano e acabou sendo capturado e morto, em 9 de outubro de 1967, com 39 anos.
Sua atuação como líder guerrilheiro e estrategista militar é analisada em um livro polêmico lançado recentemente nos EUA. "Che Comandante", escrito por Paul Dosal, professor de história da Universidade do Sul da Flórida, analisa como alguns erros estratégicos levaram ao fracasso de Che em seus últimos anos de vida.
"Seu temperamento agressivo e sua inabilidade política foram fatores importantes para a derrota na Bolívia", diz Dosal, em entrevista a GALILEU. O livro é mais um documento que ajuda a esclarecer essa fase sombria da vida do guerrilheiro.
Che Guevara tinha o hábito de manter diários. Em 7 de novembro de 1966, inaugurou um novo caderno ao escrever "hoje começa uma nova etapa". Ele havia acabado de chegar ao sul da Bolívia e estava pronto para iniciar um foco guerrilheiro no país. Aquela seria a terceira vez que Che participaria de um combate.
O primeiro ocorreu em Cuba. Em 2 de dezembro de 1956, Ernesto Guevara, o único argentino entre 80 cubanos liderados por Fidel Castro, desembarcou ilha com a intenção de derrubar o ditador Fulgencio Batista. A campanha começou mal. Cercados pelo Exército em 5 de dezembro, apenas 16 guerrilheiros sobreviveram ao ataque. Castro, seu irmão Raúl, Che e os demais combatentes se refugiaram nas montanhas de Sierra Maestra, no sul da ilha, onde recomeçaram as atividades. O grupo se reforçou, ganhou apoio da população, enfrentou um exército desmotivado e, no Ano Novo de 1959, derrubou o governo.
Guevara teve uma importância fundamental durante a campanha. Em batalha, o guerrilheiro motivava os demais com sua agressividade e ousadia, que, em muitos momentos, parecia uma atitude suicida. "Ele era determinado a correr riscos, como se não se importasse em morrer em batalha", comenta Dosal. Essa agressividade era contrabalançada pela astúcia de Fidel Castro. "Fidel era excelente ao lidar com política. Ele era um líder carismático, capaz de persuadir as pessoas a ajudá-lo. Che não era nem um pouco desse jeito", diz o historiador. Castro retinha Che quando achava arriscadas suas tendências a sempre enfrentar o inimigo. Além disso, ele era extremamente competente para fazer alianças com grupos de interesses diversos. A atuação rebelde de Che, aliada à ponderação e ao oportunismo de Fidel, foi fundamental para a vitória.
Depois da tomada de Cuba, Che começou a atuar no novo governo. Logo no início, comandou uma série de execuções aos ex-aliados de Batista. Em seguida, foi presidente do Banco Nacional e ministro das indústrias. Viajou pelo mundo como emissário cubano, discursou nas Nações Unidas, encontrou-se com líderes soviéticos, chineses, africanos e brasileiros. Escreveu discursos, ensaios e manuais sobre a guerra de guerrilhas.
Sua vida de "burocrata" se encerrou em 1965, quando acreditou que era possível iniciar uma guerrilha no Congo, nos mesmos moldes que a praticada em Cuba. Só que, desta vez, estava sem Fidel, e suas atitudes impulsivas não seriam mais freadas por ninguém. No Congo, Che cometeu diversos erros. "Guevara estava mal-informado sobre quase tudo", diz Dosal. "Ele pensava que havia um movimento revolucionário em ação, e que esse movimento era radical em seus objetivos, o que não era verdade. Dessa forma, nunca conseguiu sair da estaca zero." Além disso, segundo o historiador americano, Che demonstrou arrogância no Congo. Ele entrou no país disfarçado, sem avisar os líderes rebeldes. "Che pensava que sua aparição no campo iria mudar as circunstâncias, e as pessoas se ligariam à causa. Mas ele com certeza estava desinformado sobre isso também." Em quase um ano, Che não havia conseguido treinar os rebeldes congoleses, se desentendera com os líderes e foi facilmente superado pelas forças inimigas. Na madrugada de 21 de novembro de 1965, três lanchas evacuaram os cubanos do Congo.
Sua busca por revoluções, no entanto, não parou. Poucos meses depois, os cubanos já organizavam um novo foco guerrilheiro, desta vez na Bolívia. A idéia de Guevara era realizar uma campanha bem-sucedida no país, que em seguida se espalharia pelas outras nações sul-americanas, incluindo o Brasil. Ele defendia a criação de "muitos Vietnãs" pelo mundo, de forma a lutar contra o poder dos Estados Unidos em escala global. Os guerrilheiros que chegaram à Bolívia antes de Che compraram uma propriedade ao sul de Santa Cruz, onde iniciariam sua campanha. Guevara, novamente disfarçado, entrou no país em 3 de novembro. No dia 7, quando inaugurou seu diário, já se encontrava na propriedade chamada Ñancahuazú.
Na Bolívia, ele iria cometer erros ainda mais graves do que no Congo. Em primeiro lugar, indica Dosal, ele foi inábil para fazer uma aliança com o Partido Comunista boliviano. "A chave para entender o fracasso na Bolívia é que ele não tinha mais Fidel Castro ao seu lado para contê-lo."
Além de perder rapidamente o apoio dos bolivianos, Che não sabia como coordenar uma rede urbana. Sem ela, os guerrilheiros eram obrigados a arrumar seus próprios mantimentos e armas, além de serem os únicos capazes de recrutar novos combatentes. Justamente o contrário do que ocorrera em Cuba.
E militarmente Che Guevara fez exatamente o oposto do que ele mesmo aconselhava em seu manual sobre guerrilha. "O erro crucial ocorreu em março de 1967, quando o Exército boliviano se aproximou de seu campo e Guevara decidiu atacar, em vez de se retirar, como indicava o seu livro", diz Dosal. "E desse ponto em diante seus erros só pareciam piorar."
Sem apoio, cercado pelo Exército boliviano, os guerrilheiros foram dizimados e Che, capturado em 8 de outubro, ferido na perna. No dia seguinte, o Exército o executou.
Segundo Dosal, muito da derrota se deveu aos seus próprios erros estratégicos. "Atuando sob as ordens de Fidel, ele era um excelente comandante de campo. Mas como comandante-em-chefe, ele era muito mais fraco." Guevara, ao que tudo indica, pode ter sido um estrategista de valor duvidoso. Mas isso os mitos não mostram.
Che Guevara foi fundamental para a revolução cubana. Comandante obstinado, extremamente agressivo em combate, liderou uma batalha que mudou o rumo da guerra. A batalha em questão ocorreu na tomada da cidade de Santa Clara, na região central de Cuba, nos últimos dias de 1958. Para chegar até o local, a coluna de Che atravessou cerca de 500 quilômetros em apenas cinco semanas, desviando-se de emboscadas do Exército, bombardeios e ganhando popularidade no caminho.
Para conquistar a cidade, cortando as ligações entre as forças de Batista, Che precisaria superar um forte contingente de soldados, que contava com um trem blindado que bloqueava o caminho dos guerrilheiros. Mas isso não impediu Che de dominá-la, em uma batalha de quatro dias. "A tomada de Santa Clara foi sua única grande vitória, mas representou um feito imenso", conta Dosal. "Guevara já havia participado de pequenos combates na Sierra Maestra, sempre sob o comando de Fidel. Dessa vez não."
Em 2 de janeiro, a coluna de guerrilheiros partiu para Havana e chegou à cidade sem encontrar resistência. O governo de Fulgêncio Batista estava vencido. "O Exército tinha meios para derrotar os rebeldes, mas muitos oficiais e soldados simplesmente não tinham motivação para lutar contra eles", escreve o pesquisador em seu livro "Che Comandante".
Cinco coisas que você não sabia sobre Che
O apelido "Che" surgiu no México, enquanto treinava para a invasão a Cuba. "Che" é uma gíria argentina que significa "cara". De tanto que a usou, os cubanos decidiram chamá-lo assim.
Mas "Che" não foi seu único apelido. Na adolescência, era chamado de "chancho" (porco), porque raramente tomava banho e não era muito delicado na mesa.
Em suas viagens na juventude, Che dava atenção especial para as fotos. Quando precisou de dinheiro, chegou a cobrar para tirar retratos em praças e a trabalhar para uma agência de notícias.
Che teve crises graves de asma por toda a vida. Nas batalhas, precisava se esforçar para não ficar para trás, e muitas vezes teve de ser socorrido com medicamentos.
Ao que tudo indica, Che jogava muito bem xadrez. Conta-se que aos 18 anos enfrentou um mestre enxadrista argentino. Perdeu, claro, mas soube se defender de forma excelente.
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"Comandante Che", Paul Dosal. Penn State Press. 2003.
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"De Moto.
- Moacir Barbosa de León
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Vinicios Pimenta disse: "A ALCA é uma boa oportunidade. Mas deve negociar os termos. Sou contra um acordo que será prejudicial para nós. Agora, que fuga é essa? Vamos negociar! Ser contra só por ser contra os EUA, o "Grande Satã", o "Império", é uma tolice fruto de mentes limitadas como a do Chavez do 8."
Moacir disse: "... Quanto à alca, continuo a dizer que se for para direitos e deveres iguais eu apoio. SEM SUBORDINAÇÃO. E que acabem com a espionagem do ECHELON!!!"
Não disse ser contra negociações na ALCA. Reitero a afirmação: se for para direitos e deveres iguais eu apoio. Mas o que os EUA defendem é uma ALCA como instrumento de subordinação. Nossos diplomatas e principalmente o Ministro Amorin, tem razão em exigir igualdade de tratamento. Esta é a principal razão do pequeno avanço até agora. Os EUA querem privilégios, em detrimento dos demais paises americanos. Quanto ao ECHELON, que façamos como o Parlamento Europeu, i.é., uma investigação e se comprovado exigir explicações dos EUA pela interferencia ilegal e imoral em nossas comunicações.
Moacir disse: "... Quanto à alca, continuo a dizer que se for para direitos e deveres iguais eu apoio. SEM SUBORDINAÇÃO. E que acabem com a espionagem do ECHELON!!!"
Não disse ser contra negociações na ALCA. Reitero a afirmação: se for para direitos e deveres iguais eu apoio. Mas o que os EUA defendem é uma ALCA como instrumento de subordinação. Nossos diplomatas e principalmente o Ministro Amorin, tem razão em exigir igualdade de tratamento. Esta é a principal razão do pequeno avanço até agora. Os EUA querem privilégios, em detrimento dos demais paises americanos. Quanto ao ECHELON, que façamos como o Parlamento Europeu, i.é., uma investigação e se comprovado exigir explicações dos EUA pela interferencia ilegal e imoral em nossas comunicações.
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Moacir, é por essa razão que não podemos aceitar termos impostos, devemos negociar. Mas devemos negociar! Só que há gente por aí que simplesmente tem repulsa pela a ALCA, mesmo que ela possa significar - se bem elaborada - um excelente oportunidade de desenvolvimento dos países americanos.
Vinicius Pimenta
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Vinicius Pimenta escreveu:Moacir, é por essa razão que não podemos aceitar termos impostos, devemos negociar. Mas devemos negociar! Só que há gente por aí que simplesmente tem repulsa pela a ALCA, mesmo que ela possa significar - se bem elaborada - um excelente oportunidade de desenvolvimento dos países americanos.
Vinícius, sobrestar a negociação também faz parte do "jogo" , pois abre a possibilidade da outra parte, no caso os EUA, oferecer outras vantagens para o reinício de negociações.
- Vinicius Pimenta
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Moacir Barbosa de León escreveu:Finken
Se a ALCA for instituida por membros (PAISES) com os mesmos direitos e deveres eu aceitaria. Entretanto o que se vê é uma irredutível atitude dos EUA em querer manter privilégios econômicos dentro da ALCA.
Quanto à subordinação, não se trata de "retórica do grande satã do norte", se trata de fatos reais atuais e históricos. Os EUA exigem, de todos os paises do mundo, comportamentos políticos condizentes com seus interesses. Aqueles que não aceitam, são deliberadamente excluidos e os demais países que tentam manter relações com os excluidos são advertidos!! Em seguida invadem com suas forças armadas e seus aliados subordinados. Nenhum país invadiu tantos outros quanto os EUA (só hitler invadiu tanto quanto!!). Isto não é retórica, é fato incontestável.
Moacir...
Esse comentário é cegamente anti-americano, sem contudo ser coerente.
O fato é que a ALCA está em negociação.
Não existe absolutamente nada decidido, mas a única coisa certa é que haverá uma relação de reciprocidade no que tange ao Livre Comércio, e isso me parece um tanto quanto óbvio, apesar da verborragia ignorante da esquerda (vide Caso da Base de Alcântara).
Querer imaginar que a ALCA seria instituída com mecanismos privilegiando os EUA, com todo o meu respeito, é bastante ingenuidade.
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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SGT GUERRA escreveu:FinkenHeinle, eu acho que se a ALCA fosse lucrativa para a maioria dos empresários brasileiros não haveria discussão.
Sgt. Guerra,
Como em qualquer Acordo de Livre Comércio, em determinados setores haverão perdas, e em outros, haverão ganhos.
Isso é natural. É algo que Adam Smith já falava há 300 anos. David Ricardo também!
Me parece óbvio que determinados setores serão, de fato, prejudicados, mas uma coisa lhes digo: nós temos mais à ganhar do que os EUA!
Vejam: o Mercado Consumidor Brasileiro é composto por cerca de 180 Milhões de Consumidores, sendo que desses, uma grande parte têm poder aquisitivo restritio.
O Mercado Americano, em contrapartida, é ainda maior que o nosso, e composto por pessoas, via de regra, com alto poder aquisitivo, e cada vez mais sedentas por produtos de consumo.
Já provamos ser extremamente competitivos em diversos setores! Certamente poderemos ter uma alavancagem na atração de indústrias dos EUA, interessadas em produzir aqui, para exportar para os EUA.
Novamente, repito: a ALCA não tras mecanismos institucionais para dar vantagens aos EUA! Todos os mecanismos serão recíprocos!
De qualquer forma, não sou um apoiador irrestrito da ALCA, mas achar que ela, de forma "existencial", é uma criação imperialista do "Grade Satã do Norte" para explorar os latino americanos é ingenuiddade!
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The Baaz escreveu:Como diz o Antônio Ermírio de Moraes e muitos outros: "ALCA: Ruim com, pior sem".
Pois é, é que muita gente quer o benefício, sem contudo arcar com o ônus...
Realmente, muito cômodo, foi por isso que tivemos tantos Planos Heterodoxos de Estabilização, todos sem resultados!
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A ALCA só será estimulada pelo EUA enquanto for um instrumento para favorecer as suas exportações, e importação de algumas matérias primas.
Nada mais.
Os EUA apesar do discuro liberal e do livre comércio são dos estados do ocidente mais proteccionistas, e mercantilistas.
O que estão a fazer com o aço europeu e brasileiro ou com as exportações de alguns productos agrícolas europeus é a prova e que em caso de crise eles sabem fechar as fronteiras.
Lembram, nos anos 80 o que fizera às importações para os EUA de automóveis japoneses?
Nada mais.
Os EUA apesar do discuro liberal e do livre comércio são dos estados do ocidente mais proteccionistas, e mercantilistas.
O que estão a fazer com o aço europeu e brasileiro ou com as exportações de alguns productos agrícolas europeus é a prova e que em caso de crise eles sabem fechar as fronteiras.
Lembram, nos anos 80 o que fizera às importações para os EUA de automóveis japoneses?
- VICTOR
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Nada a ver, Rui... Seu post tem um amontoado de erros.
Os EUA têm um déficit comercial gigantesco, sendo um dos maiores o com a China, importando justamente produtos industrializados. Isso é o inverso de protecionismo.
O protecionismo deles se dá em algumas áreas mais básicas como suco de laranja ou aço ou algodão ou soja, sendo no entanto menor o que na Europa. Sendo assim, sua teoria da "nova metrópole colonial" que quer exportar produtos industrializados e compar matérias primas não condiz em quase nada com a realidade.
Os EUA têm um déficit comercial gigantesco, sendo um dos maiores o com a China, importando justamente produtos industrializados. Isso é o inverso de protecionismo.
O protecionismo deles se dá em algumas áreas mais básicas como suco de laranja ou aço ou algodão ou soja, sendo no entanto menor o que na Europa. Sendo assim, sua teoria da "nova metrópole colonial" que quer exportar produtos industrializados e compar matérias primas não condiz em quase nada com a realidade.
- Guerra
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FinkenHeinle escreveu:
Me parece óbvio que determinados setores serão, de fato, prejudicados, mas uma coisa lhes digo: nós temos mais à ganhar do que os EUA!
FinkenHeinle, então porque o Brasil não apoia a ALCA? Pelo pouco que eu conheço do jogo do poder no Brasil, eu acho muito dificil essa questão ser levada pelo lado ideologico.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!