FAB vai comprar caças usados
Aviões Mirage 2000-5 substituirão aeronaves retiradas de operação
KLÉCIO SANTOS
Agência RBS/Brasília
O Brasil deve anunciar nos próximos dias a aquisição de caças Mirage 2000-5, atualmente em uso pela força aérea francesa. Os aviões usados substituirão os Mirage III, que no final do ano têm de ser retirados de operação. A oferta da França surge como a mais atraente.
Um lote de 10 a 12 aviões custaria cerca de 100 milhões de euros, mas com um prazo de pagamento de 10 anos, considerado vantajoso para uma solução tapa-buraco. A compra foi a solução emergencial encontrada pela Aeronáutica, após o sepultamento em fevereiro do Programa F-X, licitação de US$ 750 milhões que previa a compra de novos supersônicos.
- Eu diria que tem 80% de chances de o negócio ser oficializado. A oferta é muito favorável - revela uma fonte da Aeronáutica.
O lote de aviões usados deverá ser entregue em sete ou oito meses. O atraso seria motivado pela necessidade de retirada de todos os implementos sigilosos - equipamentos de navegação e ataque específicos da força áerea francesa - existentes nos Mirage 2000-5.
O Mirage 2000-5 participou da Cruzex - exercício que envolveu a FAB e as forças aéreas da França e de países da América Latina, em Natal (RN) no fim do ano passado - e foi testado por pilotos brasileiros.
Ao fechar negócio com a França, o Brasil vislumbra no futuro adquirir um avião mais moderno do que os oferecidos no Programa F-X. E o sonho da FAB é o francês Rafale, que estaria iniciando sua vida útil. O Rafale também é fabricado pela Dassault, parceira da Embraer, o que facilitaria a transferência de tecnologia, permitindo à empresa brasileira continuar ampliando espaço no mercado internacional.
- A proposta atual não tem nenhuma relação efetiva com o Rafale - nega um brigadeiro.
Segundo a fonte, como a intenção da França é desativar todos os Mirage 2000-5, o Brasil poderá adquirir, se necessário, ainda outro lote de caças com um baixo preço.
Aviões F-16 da Holanda, uma versão modernizada do modelo originário dos EUA, também foram oferecidos. Os Estados Unidos ainda pressionam para a adoção dessa alternativa, com o objetivo de restabelecer a primazia da venda de material bélico para o Brasil. Setores da Aeronáutica acreditam que o assunto deverá entrar na pauta da visita da secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, que hoje desembarca no Brasil.
Essa notícia tá um pouco defasada, mas será que é definitivo ou é só mais um capítulo da novela FX-B???