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Re: AC 130 é viavel na AmazÔnia?

Enviado: Sex Jun 03, 2011 5:38 pm
por Alcantara
sapao escreveu:Olha, sem querer ser chato mas isso funciona muito bem na teoria, mas pratica a Amazonia é outra... :)
Temos basicamente 2 problemas: no Sensoreamento Remoto o problema e a capacidade de processar os dados em um tempo habil para que essa informação seja util.
Se não me engano a relação fica entre 1 hora de vôo de levantamento para cada 3 meses de processamento.
Sapão, por acaso não seria o projeto de mapeamento da Amazônia não? É diferente juntar dados para fazer um mapa vs uso imediato.



Conhecendo a Amazônia
Escrito por André M. Mileski

O governo federal destinará R$ 350 milhões para o mapeamento da Amazônia, em iniciativas que envolvem a modernização de aeronaves e a construção de novos navios hidrográficos



Para o exercício pleno da soberania brasileira sobre a Amazônia, não basta apenas ocupar, vigiar ou proteger a região; é também preciso conhecê-la. Tendo em vista este objetivo, em setembro de 2009 foi lançado publicamente pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Projeto Cartografia da Amazônia, sob a coordenação do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM).

O projeto envolve ao todo investimentos de R$ 350 milhões ao longo de cinco anos, com a meta de concluir as cartografias terrestres, geológicas e náuticas de aproximadamente 35% do território da região da Amazônia sem informações, acabando assim com os chamados “vazios cartográficos”.

A Amazônia Legal brasileira possui cerca de 5,2 milhões de quilômetros quadrados, sendo que 1,8 milhão de quilômetros quadrados concentrados nos Estados do Amazonas, Pará, Amapá, Mato Grosso e partes do Acre, Maranhão e Roraima não possuem informações cartográficas atualizadas.


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Os novos mapas, a serem produzidos por sensores embarcados em aeronaves e navios, auxiliarão o planejamento e a execução de projetos de infra-estrutura, tais como ferrovias, rodovias, gasodutos e hidrelétricas. Serão também usados para a demarcação de áreas de assentamentos agrários, áreas de mineração, agronegócio, ordenamento territorial, segurança territorial e desenvolvimento regional, entre outros, ajudando assim no conhecimento da região amazônica e na geração de informações estratégicas para o monitoramento de segurança e Defesa Nacional, particularmente nas regiões fronteiriças.

Do investimento total, cerca de R$ 85 milhões serão para a modernização de sistemas de aquisição e processamento de dados de aeronaves especializadas em sensoriamento remoto, software e hardware para o tratamento e processamento dos dados e imagens, capacitação de recursos humanos e a construção de cinco navios hidrográficos para realizar a cartografia náutica.

Embora seu marco inicial seja setembro, já no início do ano, em março o governo federal realizou os primeiros repasses orçamentários para a execução do projeto, que envolve diversos órgãos e entidades governamentais, especialmente os três comandos das Forças Armadas e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).



Três vertentes

O projeto coordenado pelo CENSIPAM, todo formulado na escala de 1:100.000, possui três vertentes principais: cartografias terrestre, geológica, e náutica. Com base nas informações coletadas será montado um banco de dados de informações mais precisas sobre a Amazônia.

As atividades relacionadas à cartografia terrestre já foram iniciadas este ano, na região da Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia. Todo o processo de mapeamento está dividido em duas partes principais, uma envolvendo áreas com cobertura de árvores e outra denominada área de não-floresta.

Nas áreas de florestas, cerca de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, o mapeamento está sendo executado por um sensor radar aero-embarcado que opera em banda P, desenvolvido e operado pela empresa Orbisat. Já em cerca de 700 mil quilômetros quadrados, nas áreas de não-floresta, o imageamento será feito pelas aeronaves R-99B da Força Aérea Brasileira (FAB).


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Modernização dos R-99B

Para a execução do imageamento, pouco mais de R$ 15 milhões para a modernização do sistema de gravação de dados do sensor radar de abertura sintética (SAR, sigla em inglês) dos três R-99B foram incluídos no projeto. O atual sistema em uso pelas aeronaves, baseado em fitas magnéticas de alta-densidade será substituído por discos rígidos portáteis. “Agora será mais ágil. Haverá um grande salto em termos de coleta e processamento dos dados”, disse à T&D Wougran Galvão, diretor de Produtos do SIPAM e coordenador do projeto.


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Este ano, R$ 7,6 milhões já foram destinados ao contrato de modernização dos R-99B, em execução pela companhia estadunidense Raytheon e, em 2009, outros R$ 8 milhões serão aplicados. O cluster de processamento de dados do SIPAM existente em Manaus (AM) também será modernizado a fim de acompanhar o salto qualitativo dos aviões-radares da FAB.


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Cartografia geológica

A cartografia geológica será realizada especialmente pelo CPRM, com a colaboração de outros órgãos governamentais, inclusive das Forças Armadas. Serão geradas informações cartográficas nas escalas 1:250.000 e 1:100.000, além de levantamentos aerogeofísicos de áreas da Amazônia Legal com conhecimento geológico escasso ou de reconhecida potencialidade mineral, atividades que exigirão a maior parte dos recursos destinados ao projeto, cerca de R$ 177 milhões. Acredita-se que a execução da cartografia geológica induzirá investimentos privados em prospecção e pesquisa mineral da ordem de R$ 1,1 bilhão.



Cartografia náutica

A última vertente do projeto envolve a cartografia náutica dos rios locais, sob a responsabilidade da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil.

Para se ter uma idéia da importância de se ter cartas náuticas atualizadas e confiáveis, além da navegação diária de centenas de milhares de pessoas pelos rios amazônicos, neles também navegam cerca de 20% do volume das exportações brasileiras (representando 78,2 milhões de toneladas), de produtos que variam de celulose, bauxita, soja, fertilizantes e petróleo, a eletroeletrônicos, automotivos, óticos e metalúrgicos, entre outros.

Serão destinados R$ 34 milhões para a construção de cinco navios hidrográficos – um de maior porte e outros quatro menores - equipados com os melhores sistemas de hidrografia existentes no mundo. Os projetos das embarcações já foi concluído e aprovado pela Marinha e a previsão é de que em junho ou julho de 2009 sejam iniciadas as licitações para a sua construção. Uma vez contratados, a expectativa é que em 15 meses o primeiro navio já esteja em operação.

Enquanto os novos navios não chegam, a Marinha tem comprado sensores e sistemas para o upgrade de outros navios já existentes a fim de garantir mais segurança nas hidrovias.


http://www.tecnodefesa.com.br/index.php ... &Itemid=54

Re: AC 130 é viavel na AmazÔnia?

Enviado: Sáb Jun 04, 2011 10:25 am
por alcmartin
Muito bom, Alcantara...[009]Realmente, o Brasil estava precisando disso. Algumas cartas aeronauticas da regiao norte tem data da decada de 60 :? e tem aquela terrivel observacao "dados nao precisos e nao confiaveis"... :shock: Fora que ha muitas cidades que nem constam! Eu costumava comentar que o Brasil adotou o sistema dos russos na II GM: ninguem pode ter mapa(na verdade, carta :oops: ) e quem tem, ta errada, para confundir o inimigo! :mrgreen:
Tenho um amigo que voa la na Orbisat. 15 dias la, 15 de folga, voando reto e nivelado, mapeando com o radar.

abs!

Re: AC 130 é viavel na AmazÔnia?

Enviado: Dom Jun 05, 2011 2:17 pm
por sapao
Olha Alcantara, o processo acredito que seja o mesmo.
So ressaltei e que a aerea é muito grande, e literalmente procurar por pequenas informações em um volume tão grande de dados leva um tempo.
Na situação que citamos, atacar um coluna inimiga por exemplo, até o dado ser processado e estar a disposição o alvo ja teria se locomovido.
Logico que poderia ser levantado, com alguma precisão, rotas, acampamentos instalaçoes. Mas ainda acho que seria muito demorado, a utlização do sensoreamento é muito mais eficaz na elaboração de cartas e modelos topograficos.
Normalmente as missões de combate precisam de mais agilidade no processamento de dados, por isso até hoje no Afeganistão a OTAN utilza aeronaves com maquinas de filme para fazer algumas missões; não tem sensor, drone ou satelite que possa fazer o mesmo.
Para terminar, falando de satelites, vamos lembrar que temos basicamente 2 tipos: estacionario a orbital; no primeiro teriamos a limitação do campo de visada, qualquer coisa fora dali não seria percebida. Ja no segundo teriamos alimitação da posição e dos horarios, qualquer coisa fora idem tambem.
E não acho que um satelite seja algo simples de mudar de posição a qualquer hora, muito pelo contrario. Sem contar o custo de coloca-lo para funcionar.
Em resumo, acredito que o ideal, como sempre, e termos TODOS esses meios disponiveis para utilizarmos sempre o mais recomendado para cada tipo de situação.

Re: AC 130 é viavel na AmazÔnia?

Enviado: Dom Jun 05, 2011 3:01 pm
por LeandroGCard
sapao escreveu:Para terminar, falando de satelites, vamos lembrar que temos basicamente 2 tipos: estacionario a orbital; no primeiro teriamos a limitação do campo de visada, qualquer coisa fora dali não seria percebida. Ja no segundo teriamos alimitação da posição e dos horarios, qualquer coisa fora idem tambem.
Só um pequeno aparte Sapão:

O maior problema dos satélites geo-estacionários é a distância em que ficam suas órbitas, 36.000 kilômetros acima da superfície da terra. Nesta altura não tem telescópio que adiante, mesmo com o Hubble a resolução máxima seria de pelo menos várias dezenas ou centenas de metros, o bastante para detectar uma formação de nuvens ou a topografia do local, mas nem mesmo um navio do porte de uma fragata seria identificável, apareceria no máximo como um conjuntinho de três ou quatro pixels. E isso se o contraste com o fundo fosse muito grande, senão nem isso. Por isso não existem satélites de observação militar estácionários.


Leanro G. Card

Re: AC 130 é viavel na AmazÔnia?

Enviado: Seg Jun 06, 2011 9:00 pm
por sapao
Sim Leandro, você tem toda a ração.
Eu que não fui preciso e esqueci de comentar que estava falando em sensores que operem em outras faixas que não a visivel.