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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 11:32 am
por mauri
Mauri[/quote]

Quando eu falo de plataforma inercial, estou me referindo a sistemas inerciais. De uma olhada no programa SIA (Sistemas Inerciais para Aplicacao Aeroespacial) financiado pela FINEP e que envolve o desenvolvimento dos controles de atitude e orbita.[/quote]

Mas é isso mesmo, projeto SIA para o VLS, Projeto Giromar para o míssil antirradiação Mar-1 e o Projeto Lattes ACDH nacional(insipiente ainda).
Colega, o Brasil possui domínio praticamente em todas as áreas básicas de satélites, como estrutura e instrumentação, com exceção da área de controle que estamos agora recebendo a transferência de tecnologia da Argentina, é cruel mas é verdade.

Mauri

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 12:35 pm
por Centurião
mauri escreveu:Mauri

Mas é isso mesmo, projeto SIA para o VLS, Projeto Giromar para o míssil antirradiação Mar-1 e o Projeto Lattes ACDH nacional(insipiente ainda).
Colega, o Brasil possui domínio praticamente em todas as áreas básicas de satélites, como estrutura e instrumentação, com exceção da área de controle que estamos agora recebendo a transferência de tecnologia da Argentina, é cruel mas é verdade.

Mauri
O ACDH nacional ainda nao esta pronto, mas as ultimas informacoes dao conta de grande avanco.

A compra do ACDH da INVAP nao previa TOT. Compramos um produto, so isso. Segundo o proprio diretor do INPE ainda nao se sabe qual o beneficio nesse sentido dessa transacao. Alem disso, tem que se levar em conta que o ACDH foi comprado da INVAP quando o SIA nem existia ainda. Portanto, ao que tudo indica, essa informacao sobre um processo ativo de TOT da INVAP nao procede.

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 2:13 pm
por LeandroGCard
Centurião escreveu:Quando eu falo de plataforma inercial, estou me referindo a sistemas inerciais. De uma olhada no programa SIA (Sistemas Inerciais para Aplicacao Aeroespacial) financiado pela FINEP e que envolve o desenvolvimento dos controles de atitude e orbita.
É que na verdade são duas coisas diferentes, o sistema inercial, que é um sensor que detecta a posição e os deslocamentos do veículo (satélite, avião, submarino, etc...), e o sistema de controle de atitude, que permite alterar esta posição e mover o satélite se necessário.

Um pode existir sem o outro, o sistema inercial pode apenas mostrar os dados de posição, velocidade e aceleração para que a navegação seja feita por outros meios como a pilotagem manual, e o sistema de controle de atitude pode usar outros sensores que não os inerciais, como por exemplo orientação por rádio ou a navegação estelar.

No caso em questão desta notícia envolvendo o Amazônia-1, o que ficou pronto agora para ser testado é o sistema de controle de atitude para este satélite específico, que inclui alguns pequenos propulsores monopropelentes à hidrazina cuja tecnologia na verdade já é dominada pelo INPE há umas duas décadas ou mais. E alguns comentários que tem aparecido na imprensa sobre o possível uso destes motores do INPE no satélite SGB chegam às raias do ridículo, satélites aplicativos modernos não usam mais motores de hidrazina e sim propulsores iônicos, muito mais eficientes, a ponto de os EUA terem simplesmente deixado de produzir o catalizador utilizado nos motores monopropelentes de hidrazina por falta de demanda. Colocar motores de hidrazina em um satélite geoestacionário de projeto atual como se espera que seja o SGB só iria degradar seu desempenho e diminuir drasticamente sua vida útil, algo que não é nem um pouco recomendável dado o preço deste tipo de sistema. Isso sem falar nos custos e prazos de redesenho e testes de um satélite que seria praticamente um projeto novo.

A compra do ACDH da INVAP nao previa TOT. Compramos um produto, so isso. Segundo o proprio diretor do INPE ainda nao se sabe qual o beneficio nesse sentido dessa transacao.
Bom, o benefício é que o satélite pode ficar pronto no prazo. A questão é se isso servirá de alguma coisa, pois é bem provável que o foguete para lançá-lo não esteja de qualquer maneira :cry: .


Leandro G. Card

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 2:33 pm
por Centurião
LeandroGCard escreveu:
Um pode existir sem o outro, o sistema inercial pode apenas mostrar os dados de posição, velocidade e aceleração para que a navegação seja feita por outros meios como a pilotagem manual, e o sistema de controle de atitude pode usar outros sensores que não os inerciais, como por exemplo orientação por rádio ou a navegação estelar.

Leandro G. Card
Certo, mas varias vezes foi afirmado que o ACDH do INPE esta relacionado ao sistema inercial.

Bom, o benefício é que o satélite pode ficar pronto no prazo. A questão é se isso servirá de alguma coisa, pois é bem provável que o foguete para lançá-lo não esteja de qualquer maneira .
Estava me referindo ao beneficio em termos de transferencia de tecnologia. Concordo quanto ao lancador.

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 3:16 pm
por LeandroGCard
Centurião escreveu:Certo, mas varias vezes foi afirmado que o ACDH do INPE esta relacionado ao sistema inercial.
E está, porque ele vai usar o sistema inercial como fonte de dados de posição. Mas podem existir sistemas ACDH que usem outras fontes para orientação (eles já existiam antes mesmo das plataformas inerciais serem inventadas).

Estava me referindo ao beneficio em termos de transferencia de tecnologia. Concordo quanto ao lancador.
Eu entendi, é que neste aspecto acho que o benefício é zero, compramos só o produto de prateleira pronto para usar, então o único benefício que sobra é o relativo ao prazo mesmo.


Leandro G. Card

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 3:20 pm
por joao fernando
Propulsores ionicos??? Pô Mestre Leandro, nos conte mais e em detalhes...

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 4:27 pm
por LeandroGCard
João,

O que acontece é que no controle de atitude dos satélites podem ser utilizadas forças de empuxo muito pequenas, até na ordem de alguns milésimos de grama, e para estas condições já existem diversos tipos de motores iônicos, que estão disponíveis desde a década de 70 do século passado.

Nestes motores não se usa a energia química dos propelentes para aquecer e acelerar o gás de exaustão, e sim campos elétricos para gerar e acelerar um plasma a velocidades muito maiores que as possíveis nos motores-foguete convencionais. Existem diversos modelos diferentes, alguns mecanicamengte bem simples, e o desempenho em geral é extremamente elevado. As faixas de impulso específico (Isp) vão de 3.000 a mais de 10.000 s, contra menos de 200 s em um motor monopropelente a hidrazina. Isto significa que o satélite pode tansportar até 50 vezes menos combustível para uma mesma vida-útil, ou ter sua vida-útil extendida em até 50 vezes (na prática outros fatores de desgaste limitam a vida útil, então o que se faz é aumentá-la em 3 ou 4 vezes e reduzir a massa de combustível, permitindo aumento no número e na potência dos sistemas de bordo). Também é mais fácil controlar o empuxo destes motores do que nos temperamentais motores-foguete. Por isso praticamente todos os satélites modernos utilizam propulsores iônicos para controle de atitude, e motores-foguete estão em extinção para esta finalidade.

Mas infelizmente nem tudo são flores. Primeiro, estes motores só funcionam no vácuo do espaço. Além disso, maioria dos propulsores iônicos sofre severas limitações de tamanho (plasmas pequenos são fáceis de gerar e controlar, plasmas maiores não são), e poucos podem oferecer empuxos maiores do que algumas frações de Newton, mesmo os mais sofisticados mal chegam a uns poucos Newtons (enquanto os motores-foguete químicos facilmente atingem milhares de Newtons de empuxo). E o pior de tudo, eles exigem um consumo relativamente grande de energia elétrica para gerar mesmo os baixíssimos empuxos de que são capazes (algo como 25 Kw para gerar 1 Newton de empuxo :cry: ). Os satélites precisam usar painéis solares extras e acumuladores para poder armazenar a energia necessária para ativar seus motores iônicos.

Por isso sua aplicação na propulsão de sondas espaciais interplanetárias ainda é bastante limitada, até mesmo na correção de órbita dos satélites de órbita baixa o empuxo dos motores iônicos pode ser insuficiente (o que obviamente não é problema no caso de satélites de comunicação geo-estacionários como o SGB). E somente nos sonhos dos visionários mais tresloucados é que os propulsores iônicos podem substituir os motores-foguete no lançamento de cargas ao espaço.

Para informações mais detalhadas sobre o tema o site da Wikipédia em inglês é bastante completo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Ion_thruster

Um grande abraço,


Leandro G. Card

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 5:16 pm
por mauri
Centurião escreveu:
mauri escreveu:Mauri

Mas é isso mesmo, projeto SIA para o VLS, Projeto Giromar para o míssil antirradiação Mar-1 e o Projeto Lattes ACDH nacional(insipiente ainda).
Colega, o Brasil possui domínio praticamente em todas as áreas básicas de satélites, como estrutura e instrumentação, com exceção da área de controle que estamos agora recebendo a transferência de tecnologia da Argentina, é cruel mas é verdade.

Mauri
O ACDH nacional ainda nao esta pronto, mas as ultimas informacoes dao conta de grande avanco.

A compra do ACDH da INVAP nao previa TOT. Compramos um produto, so isso. Segundo o proprio diretor do INPE ainda nao se sabe qual o beneficio nesse sentido dessa transacao. Alem disso, tem que se levar em conta que o ACDH foi comprado da INVAP quando o SIA nem existia ainda. Portanto, ao que tudo indica, essa informacao sobre um processo ativo de TOT da INVAP nao procede.
Centurião,

Mais uma vez você está equivocado, o projeto SIA nasceu em 2004 e o ACDH nacional ainda não tem nem um projeto especifico, ele está sendo previsto dentro do projeto do satélite científico Lattes.

Quanto a licitação para compra do ACDH para o PMM, o projeto de Controle da PMM teve inicio em 2003 e foi concluído em 2006, a primeira licitação ocorreu em 2007, mas teve problemas, a firma francesa vencedora não quis cumprir com o acordo de transferência de tecnologia, então a licitação foi cancelada.

Em 2008, foi dispensado a licitação e comprado a INVAP, isso por dois motivos, primeiro pelo que já disse o Leandro,o prazo de entrega e o segundo pela transferência de tecnologia.

Se este diretor, que você falou, disse isso, eu pergunto? O que faz os técnicos do INPE na Invap nesses anos todos? Pois todos os anos eu vejo publicado no D.O.U, as despesas com as passagens e estadia deles em Bariloche na Argentina, acho que turismo não é?

ARCÉLIO COSTA LOURO, Tecnologista Pleno III do INPE, para participar de Reuniões Técnicas na empresa INVAP, para realização de de acompanhamento do contrato INVAP/INPE para o desenvolvimento do Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH) do satélite Amazônia-1, que é a primeira carga útil da Plataforma Multi-missão (PMM), na qualidade de Responsável Técnico pelo Satélite Amazônia-1 e Arquiteto elétrico, em Bariloche, Argentina, no período de 26/07/2009 a 31/07/2009, com ônus para o INPE, art. 1º, inciso V.

Outra coisa, que está fazendo as partes estruturais do subsistemas dos sensores e a Orbital, e está recebendo toda a orientação vindo da INVAP, inclusive mandaram engenheiros para a formação na Argentina.

Bom se isso não for transferência de conhecimentos eu não sei o que é mais!!!

Mauri

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qua Jul 18, 2012 5:36 pm
por mauri
Só para completar veja esta noticia de 2009.

Atualizações Sobre o ACDH da PMM

André Mileski

Esta semana, o blog entrou em contato com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, e com o coordenador de Engenharia e Tecnologia Espacial, Mário Quintino, a fim de obter informações sobre o atual status da contratação do Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH, sigla em inglês), para a Plataforma Multimissão (PMM), fechada no início deste ano com a empresa argentina INVAP (para saber mais, leiam a postagem “Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II”, de março deste ano).

Segundo Quintino, o INPE mantém uma equipe de até oito pessoas nas instalações da INVAP em Bariloche, envolvidas no processo de transferência de tecnologia por meio da estratégia “on job training”. Conforme a necessidade, o Instituto também envia à empresa argentina missões para tratar de pontos específicos, referentes, por exemplo, à interface do ACDH com o satélite de observação Amazônia-1, que será a primeira missão a utilizar a PMM.

De acordo com os dirigentes do INPE, o contrato segue conforme o planejado. “Em linhas gerais, a relação com a INVAP é excelente, e eles estão cumprindo todos os itens do contrato", afirmou Gilberto Câmara. "Tudo indica que a escolha da INVAP foi acertada e que finalmente saímos de um impasse que durou mais de 10 anos. Finalmente, o INPE terá todo o conhecimento necessário para fazer o ACDH dos próximos satélites do Programa Espacial Brasileiro", completou.

"O modelo implementado, a meu ver, atenderá plenamente nossos anseios de ganho de conhecimento em todo o conteúdo da tecnologia de ACDH", destacou Quintino.

Mauri

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qui Jul 19, 2012 12:44 am
por Centurião
mauri escreveu: Em 2008, foi dispensado a licitação e comprado a INVAP, isso por dois motivos, primeiro pelo que já disse o Leandro,o prazo de entrega e o segundo pela transferência de tecnologia.

Se este diretor, que você falou, disse isso, eu pergunto? O que faz os técnicos do INPE na Invap nesses anos todos? Pois todos os anos eu vejo publicado no D.O.U, as despesas com as passagens e estadia deles em Bariloche na Argentina, acho que turismo não é?

ARCÉLIO COSTA LOURO, Tecnologista Pleno III do INPE, para participar de Reuniões Técnicas na empresa INVAP, para realização de de acompanhamento do contrato INVAP/INPE para o desenvolvimento do Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH) do satélite Amazônia-1, que é a primeira carga útil da Plataforma Multi-missão (PMM), na qualidade de Responsável Técnico pelo Satélite Amazônia-1 e Arquiteto elétrico, em Bariloche, Argentina, no período de 26/07/2009 a 31/07/2009, com ônus para o INPE, art. 1º, inciso V.

Outra coisa, que está fazendo as partes estruturais do subsistemas dos sensores e a Orbital, e está recebendo toda a orientação vindo da INVAP, inclusive mandaram engenheiros para a formação na Argentina.

Bom se isso não for transferência de conhecimentos eu não sei o que é mais!!!

Mauri
Admito que estou errado quanto ao inicio do SIA. Confundi com a data de aprovacao de um financimento da FINEP.

No entanto, a impressao que o diretor do INPE passou em uma recente entrevista e de que o TOT nao foi incluido no processo de compra do ACDH do INVAP.

Segue o comentario:
Quanto à compra do ACH argentino para o Amazônia-1, episódio sempre lembrado e duramente criticado pela indústria espacial brasileira, o dirigente afirmou que o INPE fará uma avaliação sobre os benefícios gerados. "Qual é o nível de transferência de tecnologia do ACDH argentino para o Brasil?", questionou. O blog questionou Perondi se o contrato previa algum tipo de transferência tecnológica, o que ele negou, dizendo que se trata do fornecimento do sistema, com capacitação de pessoal na Argentina, não havendo, portanto, a compra da tecnologia.
Fonte: http://panoramaespacial.blogspot.ca/

Ele admite que o pessoal foi a Argentina para ser capacitado, mas indica que nao houve um processo formal de transferencia de tecnologia. De acordo com as palavras do proprio diretor, parece que o proprio alcance desse processo nao esta muito claro.

No entanto, voce proporcionou mais informacoes sobre essa cooperacao. Diante das informacoes do diretor do INPE, pode ser que o processo tenha ocorrido parcialmente. Ou o diretor esteja errado.

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Qui Jul 19, 2012 8:23 am
por mauri
Centurião escreveu:
mauri escreveu: Em 2008, foi dispensado a licitação e comprado a INVAP, isso por dois motivos, primeiro pelo que já disse o Leandro,o prazo de entrega e o segundo pela transferência de tecnologia.

Se este diretor, que você falou, disse isso, eu pergunto? O que faz os técnicos do INPE na Invap nesses anos todos? Pois todos os anos eu vejo publicado no D.O.U, as despesas com as passagens e estadia deles em Bariloche na Argentina, acho que turismo não é?

ARCÉLIO COSTA LOURO, Tecnologista Pleno III do INPE, para participar de Reuniões Técnicas na empresa INVAP, para realização de de acompanhamento do contrato INVAP/INPE para o desenvolvimento do Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH) do satélite Amazônia-1, que é a primeira carga útil da Plataforma Multi-missão (PMM), na qualidade de Responsável Técnico pelo Satélite Amazônia-1 e Arquiteto elétrico, em Bariloche, Argentina, no período de 26/07/2009 a 31/07/2009, com ônus para o INPE, art. 1º, inciso V.

Outra coisa, que está fazendo as partes estruturais do subsistemas dos sensores e a Orbital, e está recebendo toda a orientação vindo da INVAP, inclusive mandaram engenheiros para a formação na Argentina.

Bom se isso não for transferência de conhecimentos eu não sei o que é mais!!!

Mauri
Admito que estou errado quanto ao inicio do SIA. Confundi com a data de aprovacao de um financimento da FINEP.

No entanto, a impressao que o diretor do INPE passou em uma recente entrevista e de que o TOT nao foi incluido no processo de compra do ACDH do INVAP.

Segue o comentario:
Quanto à compra do ACH argentino para o Amazônia-1, episódio sempre lembrado e duramente criticado pela indústria espacial brasileira, o dirigente afirmou que o INPE fará uma avaliação sobre os benefícios gerados. "Qual é o nível de transferência de tecnologia do ACDH argentino para o Brasil?", questionou. O blog questionou Perondi se o contrato previa algum tipo de transferência tecnológica, o que ele negou, dizendo que se trata do fornecimento do sistema, com capacitação de pessoal na Argentina, não havendo, portanto, a compra da tecnologia.
Fonte: http://panoramaespacial.blogspot.ca/

Ele admite que o pessoal foi a Argentina para ser capacitado, mas indica que nao houve um processo formal de transferencia de tecnologia. De acordo com as palavras do proprio diretor, parece que o proprio alcance desse processo nao esta muito claro.

No entanto, voce proporcionou mais informacoes sobre essa cooperacao. Diante das informacoes do diretor do INPE, pode ser que o processo tenha ocorrido parcialmente. Ou o diretor esteja errado.
Bem, nós quatros estamos falando da mesma coisa, porem você e o tal diretor estão falando de transferência plena, incluindo a industria nacional, e eu o Dr. Quintino estamos falando em transferência de conhecimentos.

Acontece que temos uma industria bem mais capacitada que a da Argentina e o pessoal do INPE/CTA, por outro lado, ainda não tem este conhecimento, então nada mais lógico que capacitarmos nossos técnicos para que depois eles possam passar este conhecimento para industrial nacional, de uma forma mais eficiente, como normalmente acontece no nosso ambiente cientifico tecnológico.

Um outro fator que nos levou a isso, foi o fato dos franceses da Eads-Austrium se negarem a transferir esta tecnologia, e acho que qualquer outro pais faria isso, pra você ter uma ideia a primeira licitação custava trés vezes mais e também não tinha ToT.

Mauri

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Ter Jul 24, 2012 5:09 pm
por Grifon
Lançamento do primeiro foguete binacional Brasil-Ucrânia deve atrasar para 2014

A novela da parceria espacial Brasil-Ucrânia deve ter mais capítulos antes do final feliz. O lançamento do foguete binacional Cyclone-4 saindo da base aérea de Alcântara, a cerca de 400 km da capital maranhense São Luís, deve atrasar para 2014.

A informação é de José Raimundo Braga Coelho, presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira) desde maio deste ano.

Pela primeira vez em um grande evento científico como chefe da agência, Coelho disse na reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em São Luís do Maranhão, que a construção da área de lançamento do Cyclone-4 não deve ficar pronta antes de 2014.

Esse espaço está sendo feito pela empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), criada em 2007 pelo Brasil e pela Ucrânia.

O lançamento do Cyclone-4 deveria acontecer até novembro de 2013, de acordo com um termo assinado no ano passado pelo ex-ministro de Ciência Aloizio Mercadante.

"Mas andando pela obra e conversando com o pessoal que trabalha nas construções, vi que o cronograma deve atrasar", disse Coelho.

Conforme a Folha apurou anteriormente, a ACS não paga as empreiteiras que executam as obras desde dezembro do ano passado.

"Há muitas empresas envolvidas, muitos processos de licitação. É uma logística complicada", disse Coelho.

LANÇAMENTO NACIONAL

O espaço de lançamento da ACS fica encravado nos oito mil hectares da base aérea de Alcântara.

Nesse mesmo terreno está sendo construída outra torre para o lançamento do foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites).

O primeiro teste de segurança dessa nova torre, diz Coelho, foi feito com sucesso há duas semanas. Mais dois testes devem ser feitos até que o VLM seja lançado, o que seve acontecer em 2013.

A torre brasileira antiga foi destruída em um incêndio durante o lançamento do foguete VLS em 2003. O incidente matou 21 pessoas e afetou a credibilidade do programa espacial brasileiro.

Para Coelho, a chance de haver outro acidente agora é "praticamente nula".

"Nós contratamos especialistas russos para fazer uma varredura no nosso programa de satélites. A torre antiga não tinha rota de fuga. Agora temos."

QUILOMBOLAS

Os conflitos com a população local de Alcântara, remanescente de quilombos, também têm atrasado o cronograma do lançamento de foguetes em Alcântara.

A região onde está instalada a base era habitada por famílias quilombolas que viviam basicamente da pesca. Desde a década de 1980 essas famílias têm sido deslocadas para áreas agrícolas longe do mar.

"Eu sei que os quilombolas têm direitos garantidos por lei [como direito à terra]. Mas é preciso pensar nos benefícios que a sociedade como um todo terá com o programa espacial."

"Eu sou maranhense e tenho discutido bastante com as comunidades locais. Ontem passei três horas com eles. No meio da reunião a luz acabou e eu continuei discutindo."

SETOR PRIVADO

Coelho disse ainda na reunião da SBPC que a dependência brasileira da indústria estrangeira mina o setor espacial do país.

"Nenhum peça que voa no espaço é fabricada no Brasil. Temos de importar cada pedacinho para fazer um satélite nacional."

Coelho deixou o Parque Tecnológico de São José dos Campos em maio para assumir a agência a pedido do ministro Marco Antonio Raupp (Ciência), que já chefiou a própria agência e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"Isso foi quase uma loucura. As coisas em Brasília não são fáceis."

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/11 ... 2014.shtml

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Ter Jul 24, 2012 6:22 pm
por mauri
Vocês imaginem em que situação está a nossa política espacial, um projeto deste totalmente contrário aos interesses nacionais, e ainda por cima com tecnologia ultrapassada e sem ganho tecnológico para a nação, só interessava a este governo infeliz e seus burocratas, era uma espécie de prêmio a oferecer a nação para encobrir a incompetência de não terem feito nada neste tempo todo de governo.
Não esta indo pra frente!!!!O que será que vai pra frente neste pais?

Mauri

Grifon escreveu:
Lançamento do primeiro foguete binacional Brasil-Ucrânia deve atrasar para 2014

A novela da parceria espacial Brasil-Ucrânia deve ter mais capítulos antes do final feliz. O lançamento do foguete binacional Cyclone-4 saindo da base aérea de Alcântara, a cerca de 400 km da capital maranhense São Luís, deve atrasar para 2014.

A informação é de José Raimundo Braga Coelho, presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira) desde maio deste ano.

Pela primeira vez em um grande evento científico como chefe da agência, Coelho disse na reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em São Luís do Maranhão, que a construção da área de lançamento do Cyclone-4 não deve ficar pronta antes de 2014.

Esse espaço está sendo feito pela empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), criada em 2007 pelo Brasil e pela Ucrânia.

O lançamento do Cyclone-4 deveria acontecer até novembro de 2013, de acordo com um termo assinado no ano passado pelo ex-ministro de Ciência Aloizio Mercadante.

"Mas andando pela obra e conversando com o pessoal que trabalha nas construções, vi que o cronograma deve atrasar", disse Coelho.

Conforme a Folha apurou anteriormente, a ACS não paga as empreiteiras que executam as obras desde dezembro do ano passado.

"Há muitas empresas envolvidas, muitos processos de licitação. É uma logística complicada", disse Coelho.

LANÇAMENTO NACIONAL

O espaço de lançamento da ACS fica encravado nos oito mil hectares da base aérea de Alcântara.

Nesse mesmo terreno está sendo construída outra torre para o lançamento do foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites).

O primeiro teste de segurança dessa nova torre, diz Coelho, foi feito com sucesso há duas semanas. Mais dois testes devem ser feitos até que o VLM seja lançado, o que seve acontecer em 2013.

A torre brasileira antiga foi destruída em um incêndio durante o lançamento do foguete VLS em 2003. O incidente matou 21 pessoas e afetou a credibilidade do programa espacial brasileiro.

Para Coelho, a chance de haver outro acidente agora é "praticamente nula".

"Nós contratamos especialistas russos para fazer uma varredura no nosso programa de satélites. A torre antiga não tinha rota de fuga. Agora temos."

QUILOMBOLAS

Os conflitos com a população local de Alcântara, remanescente de quilombos, também têm atrasado o cronograma do lançamento de foguetes em Alcântara.

A região onde está instalada a base era habitada por famílias quilombolas que viviam basicamente da pesca. Desde a década de 1980 essas famílias têm sido deslocadas para áreas agrícolas longe do mar.

"Eu sei que os quilombolas têm direitos garantidos por lei [como direito à terra]. Mas é preciso pensar nos benefícios que a sociedade como um todo terá com o programa espacial."

"Eu sou maranhense e tenho discutido bastante com as comunidades locais. Ontem passei três horas com eles. No meio da reunião a luz acabou e eu continuei discutindo."

SETOR PRIVADO

Coelho disse ainda na reunião da SBPC que a dependência brasileira da indústria estrangeira mina o setor espacial do país.

"Nenhum peça que voa no espaço é fabricada no Brasil. Temos de importar cada pedacinho para fazer um satélite nacional."

Coelho deixou o Parque Tecnológico de São José dos Campos em maio para assumir a agência a pedido do ministro Marco Antonio Raupp (Ciência), que já chefiou a própria agência e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"Isso foi quase uma loucura. As coisas em Brasília não são fáceis."

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/11 ... 2014.shtml

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Seg Out 15, 2012 11:01 am
por Grifon
Satélite não precisará ter conteúdo nacional

O primeiro satélite geoestacionário brasileiro não terá exigência de conteúdo nacional. A Visione, uma joint venture controlada pela Embraer (com 51% do capital) e pela Telebras (49%) será a responsável pelo projeto.

"Nesse primeiro, não vai ter [índice de nacionalização]. Não há como impor isso neste momento", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.

"A gente absorve um pouco de tecnologia, e aí um segundo satélite pode ter maior conteúdo nacional."

Quanto à imposição de transferência de tecnologia, Aguiar também é cético.

"Acreditamos que é difícil alguém transferir tecnologia para outro. Temos de ter capacidade de absorção e, em alguns segmentos escolhidos, aprender vendo fazer."

O satélite geoestacionário (que fica "estacionado" em relação a um ponto da Terra) terá uso dual: comunicações estratégicas de governo e expansão da banda larga, principalmente em regiões carentes.

Aguiar afirma que a empresa já foi criada. "Estamos em fase pré-operacional, ouvindo proponentes para a elaboração de contrato. Há diversos fornecedores interessados da Ásia, dos EUA e da Europa."

A abertura de propostas para fornecedores deverá ser concluída a partir do primeiro trimestre de 2013. Comenta-se que o custo será de cerca de R$ 720 milhões, mas, segundo Aguiar, o valor não está decidido e dependerá do contrato com o Ministério das Comunicações. No projeto estão também os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Defesa.

A Visione funcionará em um parque tecnológico em São José dos Campos (SP), onde há empresas do setor.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/me ... onal.shtml

Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro

Enviado: Seg Out 15, 2012 12:09 pm
por LeandroGCard
Grifon escreveu:
Satélite não precisará ter conteúdo nacional

O primeiro satélite geoestacionário brasileiro não terá exigência de conteúdo nacional. A Visione, uma joint venture controlada pela Embraer (com 51% do capital) e pela Telebras (49%) será a responsável pelo projeto.

"Nesse primeiro, não vai ter [índice de nacionalização]. Não há como impor isso neste momento", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.

"A gente absorve um pouco de tecnologia, e aí um segundo satélite pode ter maior conteúdo nacional."

Quanto à imposição de transferência de tecnologia, Aguiar também é cético.

"Acreditamos que é difícil alguém transferir tecnologia para outro. Temos de ter capacidade de absorção e, em alguns segmentos escolhidos, aprender vendo fazer."

O satélite geoestacionário (que fica "estacionado" em relação a um ponto da Terra) terá uso dual: comunicações estratégicas de governo e expansão da banda larga, principalmente em regiões carentes.

Aguiar afirma que a empresa já foi criada. "Estamos em fase pré-operacional, ouvindo proponentes para a elaboração de contrato. Há diversos fornecedores interessados da Ásia, dos EUA e da Europa."

A abertura de propostas para fornecedores deverá ser concluída a partir do primeiro trimestre de 2013. Comenta-se que o custo será de cerca de R$ 720 milhões, mas, segundo Aguiar, o valor não está decidido e dependerá do contrato com o Ministério das Comunicações. No projeto estão também os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Defesa.

A Visione funcionará em um parque tecnológico em São José dos Campos (SP), onde há empresas do setor.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/me ... onal.shtml
Eu já tinha cantado esta bola muito antes, será simplesmente impossível incluir qualquer participação nacional por dois motivos básicos:

1- Não daria tempo de modificar nenhum projeto já existente de satélite para incluir nem mesmo um parafuso nacional, e ainda mandá-lo ao espaço dentro do tempo previsto.

2- Não existe nenhuma tecnologia nacional compatível com satélites aplicativos modernos que pudesse ser incorporada ao SGB.


Agora, depois de toda a onda de propaganda que incluiu até a criação desta empresa com participação da Embraer para gerenciar o projeto deste satélite, as fichas da realidade vão caindo e vai se admitindo que tudo será apenas comprado lá fora, como fazem todos os países que querem ser usuários de aplicações espaciais mas jamais gastaram um centavo sequer no desenvolvimento de tecnologia para isso (e está cheio de países por aí fazendo isso, do México à Malásia e a Arábia Saudita). O próprio ministério das comunicações poderia perfeitamente ter feito isso, sem o custo adicional desta "empresa".


Leandro G. Card