OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#91 Mensagem por Guerra » Qua Nov 23, 2011 11:18 pm

marcolima escreveu:Oi Guerra, você pode comentar algo sobre as táticas de uma tropa que está guarnecendo P Avanç C á frente da ADA da Bda, numa missão retardar!( não consigo colocar a bosta do ponto de interrogação).
Essa tropa não deve engajar-se em combate decisivo, certo. Como o EB treina isso!

Um abraço, Marco.
marcolima, é isso mesmo. Essa tropa serve para dar o alerta da aproximação do inimigo, impedir a observação do inimigo e de fazer fogos diretos sobre a posição defensiva, e dentro das suas possibilidades desorganizar e retardar o inimigo (para isso normalmente eles tem que estar reforçados com CC)

Para explicar melhor como funciona é bom lembrar o escalonamento da defensiva.
Da frente para a retaguarda seria as três fatias do terreno: a area de segurança, depois a area de defesa avançada e a area de reserva.

O PAC atua na area de segurança, um pouco mais atrás do PAG (a força de cobertura que é composta geralmente por cav mec), próximo ao LAADA (que o limite entre a area de defesa avançada e a area de segurança).

Esses postos (PAC) são normalmente lançados pelas forças que estão no primeiro escalão da defensiva. Essas forças variam de um pelotão até uma subunidade.

É a situação que vai determinar a missão do PAC, mas normalmente é bem simples. Eles fazem a ligação com o PAG (quando não existe PAG o próprio PAC faz o contato com o inimigo lançando uma patrulha a frente). Uma vez que o PAG retrai, o PAC faz o contato com o inimigo, ou cumpri a missão que lhe cabe, e retrai por iniciativa ou por determinação do Cmt.

E ai sim. É na area de defesa avançada que o inmigo vai ser destruido. Seja pelos elementos da ADA ou pelo emprego da reserva (que pode ser uma tropa blindada).




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#92 Mensagem por jauro » Qui Nov 24, 2011 6:01 pm

Aí Guerra, valeu! [009]




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#93 Mensagem por Guerra » Sex Nov 25, 2011 1:19 pm

jauro escreveu:Aí Guerra, valeu! [009]
Ok :!: :wink: :D




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#94 Mensagem por Guerra » Sex Nov 25, 2011 1:32 pm

gil eanes escreveu:Missões de um BIB

(1) Cerrar sobre o inimigo a fim de destruí-lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, utilizando o fogo o movimento e o combate aproximado.
(2) Manter o terreno, impedido, resistindo e repelindo e/ou destruindo o ataque inimigo por meio do fogo, do contra-ataque e do combate aproximado.
Olha como o BIB é "A UNIDADE " de infantaria. Essa definição da missão do BIB é definição da infantaria na sua essência.

Qualquer outra definição de outro tipo de infantaria seria a mesma, mas com as restrições das caracteriticas de cada uma.

É por isso que eu insisto sempre em dizer que a criação da infantaria mec é importantissima, mas o exército só vai´atingir um nivel aceitavel de operacionalidade quando os BIBs e RCC estiverem equipados com o que há de melhor.




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#95 Mensagem por Clermont » Sáb Out 14, 2017 10:14 pm

up.




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#96 Mensagem por Túlio » Qua Out 18, 2017 3:40 pm

Clermont escreveu:up.
Eu MATO quem der Pá de Ouro, corretíssimo e altamente NECESSÁRIO este up! Muito do que debatemos no tópico do Leo1A5 deveria estar aqui, aliás.

Tks, Clermont véio!!! :D :D :D :D




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#97 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 18, 2017 5:51 pm

Poxa Túlio, além de gastar com o meu velório ainda irías ter que me providenciar um terno novo pro enterro...
:lol: :lol: :lol:

Escapei por uns poucos dias. :mrgreen:

abs




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#98 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 04, 2017 2:32 pm

Na verdade este tópico é precioso demais para merecer "pá de ouro". Nele podemos ler posts de Colegas PRO, Militares que nos mostraram como o EB via - e vê - a Guerra Blindada. Também podemos ver (meu caso, p ex) o quão pouco sabíamos sobre o tema. A partir disso, podemos perceber que vários de nós evoluíram, a ponto de hoje ser perfeitamente factível (mas impensável, na época) discorrermos sobre o tema, mesmo sendo meros paisanos.

No meu caso, relendo os posts - infelizmente as imgs que os ilustravam se perderam - é fácil constatar que, em ternos de Doutrina, infelizmente o EB continua estacionado no começo dos anos 60, ao menos no que se refere à citada Guerra Blindada. Explico: até aquela época a linha doutrinária geralmente aceita no Ocidente era a NA (EUA), que preconizava o uso de grupos de MBTs nas ações de choque e estes levavam os APCs junto, tentando defendê-los enquanto tratavam de destroçar o que estivesse à frente. O divisor de águas foi a intensificação do uso de IFVs pelos Alemães, junto com a reforma dos Panzergrenadiere Gruppe, na citada década; o resto do Ocidente levou anos para implementar isso em suas próprias Forças Blindadas e mesmo assim, só para variar, a maioria seguiu a linha NA, que priorizava (e prioriza) o Pel, com GCs de tamanho e formato normal (09 integrantes) espalhados com pouco ou nenhum critério pelas 04 VTRs do citado Pel. Notem que logo esbarramos em uma impossibilidade matemática, pois 04 IFVs com capacidade somada que vai de 24 a 28 Infantes não conseguem transportar os 32 a 36 Militares correspondentes a 03 Grupos de Combate e 01 de Comando e Apoio. Alternativamente, se o Comando e Apoio fizer parte da tripulação intrínseca às próprias VTRs, se mantém a mistureba de integrantes de GCs, o que cria limites e perda de tempo no momento de desmontar e combater. A meu ver, na prática um Pel (repito, 04 IFVs) tem que se concentrar em um só alvo ou no máximo dois de cada vez, ao menos se a Inf Bld tiver que desmontar.

Em contraposição a isso vemos a Doutrina Alemã, na qual cada IFV leva a bordo dois Cmts, um da VTR e outro do Pz G, sendo que este se mantém completo e íntegro do montar ao desmontar. A ação é em Elementos (duplas), podendo atacar sem maiores problemas de dois a quatro (ou até mais) alvos de cada vez e de modo imediato, sem os atrasos e complicações inerentes à Doutrina NA e com maior liberdade em relação aos MBTs.

Teria muito mais o que falar mas vou ficar nisso por enquanto. Prefiro esperar para ver se sai DEBATE ou se vira no Super Trunfo de sempre.

NOTA - o Centro de Excelência em Guerra Blindada do EB não está alheio a nada do que falei, pelo contrário, sabe muito mais do que eu - muito MESMO, eu ficaria horrorizado se fosse o contrário - mas, dada a falta de material (IFVs e seus Simuladores), não tem como formar nova Doutrina, mais atual, o que mantém o EB no começo dos anos 60 até hoje, ao menos em Guerra Blindada.




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#99 Mensagem por knigh7 » Sáb Nov 04, 2017 2:47 pm

Esse tópico é uma excelente fonte de aprendizagem.




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#100 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Nov 04, 2017 4:57 pm

Túlio escreveu:que priorizava (e prioriza) o Pel, com GCs de tamanho e formato normal (09 integrantes) espalhados com pouco ou nenhum critério pelas 04 VTRs do citado Pel. Notem que logo esbarramos em uma impossibilidade matemática, pois 04 IFVs com capacidade somada que vai de 24 a 28 Infantes não conseguem transportar os 32 a 36 Militares correspondentes a 03 Grupos de Combate e 01 de Comando e Apoio. Alternativamente, se o Comando e Apoio fizer parte da tripulação intrínseca às próprias VTRs, se mantém a mistureba de integrantes de GCs, o que cria limites e perda de tempo no momento de desmontar e combater. A meu ver, na prática um Pel (repito, 04 IFVs) tem que se concentrar em um só alvo ou no máximo dois de cada vez, ao menos se a Inf Bld tiver que desmontar.
Nesses dias procurei e li muito material a respeito, ainda tenho dúvidas em relação à formação alemã pela dificuldade de achar material em idioma que eu entenda, então, vou falar da doutrina norte-americana mesmo.

Acho que ao menos entendi o porque deles "não ligarem" para o desencontro entre os IFVs e seus GCs, começando pelos MBTs, aqui é bom deixar claro, o "centro" da brigada blindada é o MBT, não o infante, chegaram a conclusão que da mesma forma que infantes não atuam individualmente não é vantajoso que os MBTs ajam, assim, há sempe um grupo (pelotão) de 4 MBTs se deslocando e combatendo em formação com uma visão melhor do que um MBT sozinho teria, de forma análoga, os IFVs atuam da mesma forma, ai é só encher os IFVs com os infantes que couberem, o fato deles estarem espalhados é um problema menor visto que esses 4 IFVs, supostamente, sempre estarão juntos, e, como já mencionei antes, sempre me parece nessas operações que há mais inafntes do que o necessário, e eles devem concordar, porque não estão desesperados para colocar mais, o número de subdivisões na parte desmontada (3 GCs com 2 "fireteams" cada) também parece mais do que o necessário visto que os IFVs não vão se separar, então, de toda forma, todo o pelotão de MBTs, o pelotão de IFVs e as tropas desmontadas vão se concentrar em um único local.

E todo mundo já sabe disso, então o que eu acho que agreguei escrevendo isso? É que agora, muito mais do que antes, me parece sem sentido questionar os 3 GCs dessa formação, esse é um detalhe de menor importância, pela necessidade dos IFVs atuarem juntos também não faz sentido uma subordinação de cada IFV a seu respectivo GC (como muitos outros países fazem), os 3 GCs me parcem apenas uma consequência das decisões tomadas em frações maiores, qualquer mudança não passa pelo questionamento do GCs como tanto fizemos, mas pela atuação do IFV, sobre o qual pouco discutimos, então, ficam as perguntas:
1) Há a necessidade dos IFVs atuarem como um pelotão?
2) Quais os prós e contras da atuação dos IFVs em conjunto em relação a cada IFV ser subordinado a um GC tendo mais independência em relação aos demais?
3) E a respeito do pelotão de MBTs com sua ligação tão distante na hierarquia com os IFVs e tropas desmontadas?




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Re: OPERAÇÕES COM FUZILEIROS BLINDADOS

#101 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Abr 23, 2018 11:47 am

Esses dias li alguns materiais sobre o tema.

Documento m pouco antigo, mas joga uma luz sobre uma questão recorrente por aqui: http://dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?AD=ADA367664

Em relação a como o lado vermelho da força fazia as coisas: http://cgsc.contentdm.oclc.org/utils/ge ... h/show/332

Vai muito além do tema do tópico, mas muito interessante mesmo assim: https://www.cia.gov/library/readingroom ... -3-1-4.pdf




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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