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Mensagem
por FCarvalho » Ter Jan 21, 2025 1:44 pm
Penso que tem uma coisa que precisa ficar muito clara. Ninguém passa o filé do conhecimento que desenvolveu para outros países, mesmo pagando. E com os suecos não seria diferente. Não fazem isso nem com a OTAN, ou aceitaram submeter-se aos caprichos britânicos no projeto do caça de 6a G. Enfim.
Ademais, em 2014 quase ninguém na BIDS era capaz de receber tudo o que estava no contrato em termos de repasse de tecnologia e off set. Tanto que a SAAB Estruturas, segundo diversas matérias nos últimos 10 anos, aludem esta iniciativa como sendo uma opção da SAAB, em acordo com a FAB, exatamente pela falta no Brasil de quem tivesse expertise e\ou interesse em fazer o trabalho. Na falta de quem assumisse o desafio, os suecos resolveram bancar o negócio para não atrasar o processo como um todo logo de saída.
Então, não tem essa de os suecos não nos passaram tudo. Tem que ver o que está no contrato, o que, por óbvio, é praticamente inviável para reles mortais como nós. Se não está no contrato, então não tem do que reclamar. A Embraer é muito maior que a SAAB, tanto em termos comerciais como tecnológicos. Mas, o suprassumo do programa FX-2 é justamente reunir em um lugar só, e debaixo dos mesmos requisitos as capacidades de ambas as empresas, de forma a complementar uma a outra. Essa foi a grande jogada que levou à vitória do Gripen E\F naquele programa. E até agora nenhuma das partes tem nada a reclamar uma da outra, pelo contrário, todos são só elogios à parceria.
O único que destoa neste processo é o Estado brasileiro, que nunca fez e não faz qualquer questão de assumir a responsabilidade pelo parto deste programa desde 1998. E até hoje não tem ninguém neste país que obrigue a fazê-lo, por bem ou por mal. A não ser que sejamos bridados com o inesperado.
Carpe Diem