TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85906 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 02, 2024 12:45 am

J.Ricardo escreveu: Sáb Nov 02, 2024 12:02 am Vou ser bem sincero, acho que esse negócio de empregar ex-coronéis e militares de altas patentes como representantes (lobistas) de empresas bélicas fazem uma confusão gigatesca nessas instituições, programas são bombardeados, soluções mirabolantes são defendidas a despeito dos interesses das FA, tudo em troca de polpudas comissões e, claro, com a devida recompensa pra quem assina o papel.
Acho que esse tipo de atividade deveria ser proibida.
Ou devidamente regulamentada e legalizada como é nos USA. E a coisa funciona muito bem.
Se aqui daria certo, vai saber. Esse país é tudo menos normal.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85907 Mensagem por FIGHTERCOM » Sáb Nov 02, 2024 6:57 am

Skiperd2024 escreveu: Sex Nov 01, 2024 2:25 am Em relação ao Gripen, vou deixar esse relato do Pedro paulo
A verdade é que o programa F-X2 segue com sérios problemas técnicos, por parte da Suécia, e financeiros, por parte do Brasil. O radar Leonardo ES-5 RAVEN desenvolvido especialmente na Escócia apresenta bom resultado em bancada, mas mostra uma tendência a superaquecimento em voo (apesar da refrigeração a líquido) no Gripen E.

Uma reunião entre as partes ocorreu entre os dias 20 e 24 de julho em paralelo ao Show Aéreo de Farnborough com uma novidade: além dos representantes da COPAC, um observador do Ministério da Defesa participou do encontro patrocinado pela Leonardo. Na ocasião foram apresentados resultados de seis meses de testes do RAVEN ao ar livre na base de Pratica di Mare, onde se concentram os voos experimentais da Aeronáutica italiana. Protegido das intempéries por uma cúpula, o equipamento não mostrou sinais de superaquecimento mesmo durante o verão mediterrâneo, quando temperaturas superiores a 30° centígrados são comuns. O problema é que o sistema da SAAB no avião não entrega a refrigeração necessária e não há espaço interno para ampliá-lo.

Por sua vez, a parte brasileira solicitou que a SAAB acelerasse o processo de homologação das operações de reabastecimento em voo, por enquanto restritas a simuladores com 60% de taxa de sucesso. O Gripen E possui uma sonda retrátil colocada cerca de um metro atrás e à esquerda do piloto, o que dificulta o procedimento. A questão é que a célula apresenta vibrações quando ela é estendida. O mesmo fenômeno ocorre com cargas assimétricas em baixa e alta velocidade.

Para evitar o custo do projeto de uma nova asa, a SAAB desenvolveu superfícies de controle (elevons) maiores no bordo de fuga da asa (o que ampliou a superfície em mais de 10%) e novos canards ampliados. As partes estruturais serão reforçadas e se adicionarão atuadores mais potentes. No momento, duas células, uma na Suécia e outra no Brasil, passam por processo de homologação. No entanto, a nova unidade brasileira, recebida em agosto, ainda emprega as superfícies de controle originais e, no futuro, passará por uma reforma (retrofit) junto ao resto da frota caso a modificação seja aprovada.

No momento, o Gripen E é visto na Suécia como um protótipo e, nesta condição, é operado por pilotos de prova da Saab e militares adjuntos à Administração de Material de Defesa (FMV). O cronograma prevê a concessão da capacidade operacional inicial (Initial Operating Capability — IOC, na sigla em inglês) em 2025, mesmo assim limitada a combates aéreos e interceptação. O país detém mais de 60 unidades do Gripen C/D plenamente operacionais e pretende operar parte da frota ao lado do Gripen E até, no mínimo, 2040.

No Brasil, o Comando da Aeronáutica homologou o IOC do F-39E Gripen em 19 de dezembro de 2022. O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Jr., foi determinante na decisão, prematura por sinal. O país recebera, na ocasião, apenas três aviões e nenhum deles estava apto para combater. Seu objetivo era forçar a aquisição de um segundo lote de 24 caças suecos até o fim do mandato de Jair Bolsonaro na Presidência da República.

A FAB atualmente dispõe de poucos meios operativos para a defesa aérea.
Hoje, a proteção do espaço aéreo nacional depende de dezesseis caças F-5EM Tiger II e dois EMBRAER A-1 (também conhecido como AMX). Em teoria, poderíamos somar oito dos nove caças SAAB F-39 Gripen E (um serve como célula de testes em Gavião Peixoto), mas eles só estarão aptos a disparar mísseis ar-ar no próximo ano. Estes números explicam a razão do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, buscar um novo aparelho capaz de dar um mínimo de operacionalidade às unidades de combate.
A FAB procurou os F-16
Em função deste quadro, causado pelas administrações anteriores, Damasceno saiu em campo em busca de uma solução emergencial, capaz de ser implantada em até dois anos. A primeira opção foi por 12 a 24 aviões Lockheed-Martin F-16C Viper usados em boa situação estrutural. O Comando da Aeronáutica recebeu oferta do Egito, desconsiderada em função do mau estado das células, e sondou a Força Aérea dos Estados Unidos. Os aparelhos disponibilizados pertencem à Guarda Nacional e são de uma versão um pouco mais antiga. Se o Brasil puder esperar, tem unidades americanas mais recentes no Japão que devem ceder lugar para novos caças invisíveis F-35A Lightning II. O preço unitário ficaria em torno de US$ 18 milhões.
A FAB também recebeu ofertas de outras aeronaves além do F-16
O Brasil também recebeu propostas de aviões usados Dassault Rafale Mk.3, franceses, e Eurofighter Typhoon Mk.1, da Espanha. As duas ofertas trariam problemas de política interna para a FAB que preferiu o caça sueco.
Em relação a oferta de Gripens C/D pela Saab
A SAAB, depois de muita hesitação, ofereceu de 12 a 24 Gripen C/D convertidos a partir de modelos Gripen A/B. A bem da verdade, seriam células praticamente novas. A fábrica descarta a fuselagem do avião e constrói uma nova com capacidade de reabastecimento em voo (REVO no jargão militar) que é acoplada às asas, trem de pouso e canards (superfícies de controle horizontal colocados na parte frontal do caça) do aparelho doador. Também são reaproveitados o assento ejetável e controles de bordo e de voo (FCS e Flight by Wire). O motor RM12, um derivado do General Electric F404 americano, é substituído por um revisado e atualizado. O radar é revisado e atualizado e os computadores de combate são trocados.

Esta brincadeira, hoje, custaria US$ 50 milhões por célula. A vantagem estaria na integração de armas ar-ar iguais às do Gripen E e na capacidade incorporada de ataque ao solo. O problema estaria no prazo de entrega que é muito curto. A África do Sul teria aeronaves prontas para entrega (metade da força de 26 aviões está em solo), mas necessitariam investimentos, como a troca de rádios, para adequá-las aos requerimentos da FAB.
Seria o Pedro Paulo Rezende?

Se for, ele nunca nutriu qualquer "simpatia" pelo Gripen. Na verdade, é só mais uma viúva da família Sukhoi.

Nota: me apontem um projeto que não apresentou dificuldades durante o seu desenvolvimento. Seria estranho é se não tivesse. Até mesmo o suprassumo do F-35, mesmo injentando bilhões, tem uma lista enorme.


Abraços,

Wesley




"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85908 Mensagem por akivrx78 » Sáb Nov 02, 2024 7:48 am



O F-16 Block 50, aeronave designada pelo comandante 35FW na Base Aérea de Misawa, registrou 9.500 horas de voo.
Data de distribuição: 26/11/2017 21h55
Defesa/atividades militares/treinamento

Na segunda-feira, 20 de novembro de 2017, o F-16C Fighting Falcon Block 50, cauda número 90-0808, pertencente à Base Aérea de Misawa da Força Aérea dos EUA, registrou mais de 9.500 horas de voo, 27 anos após sua fabricação. ``90-0808'' é designado pelo comandante do 35th Fighter Wing e tem ``35FW'' em sua cauda, ​​e é o primeiro F-16 da Força Aérea dos EUA a exceder 9.500 horas.

Os pilotos do 13º Esquadrão de Caça (13FS) e do 14º Esquadrão de Caça (14FS) da 35ª Ala de Caça também tiveram a oportunidade de pilotar esta aeronave como parte de seu treinamento, e há 10 anos eles voaram no F-Tenente-Coronel Matt Kenkel , que voou pela primeira vez o 16 e é o atual comandante do 14FS, também teve a oportunidade de voar o 90-0808.

O tenente-coronel Kenkel disse que as operações de longo prazo, como idade da aeronave, fadiga da aeronave, ciclo de vida, troca de motor, prevenção de corrosão e reparo de rachaduras na fuselagem, dependem do pessoal de manutenção. estiveram envolvidos.

“Estender e sustentar a vida útil do Block 50 F-16 é um dos objetivos mais difíceis das forças de manutenção”, disse o coronel R. Scott Jobe, comandante do 35FW, acrescentando que “estender e sustentar a vida útil do Block 50 F- 16 é um dos objetivos mais desafiadores da força de manutenção", acrescentando: "A eliminação progressiva de 4.800 horas ``Alcançar 9.500 horas de voo em um caça a jato programado para voar é um feito incrível e, apesar da crescente complexidade do tecnologia, nossas equipes de manutenção no local continuam a atender a essas demandas.'' .

Além disso, a Força Aérea dos EUA decidiu no início de 2017 estender o tempo de voo do F-16 para 12.000 horas, e o “90-0808” continuará a servir como aeronave designada pelo comandante do 35FW.

https://flyteam.jp/news/article/87233

Os de Misawa já estão no fim de vida...


https://www.cnn.co.jp/usa/35221132.html

Os 36 F-16 vão ser substituídos por 48 F-35A.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85909 Mensagem por FIGHTERCOM » Sáb Nov 02, 2024 9:08 am

E assim, um a um, vão caindo os argumentos apresentados por "Pedro Paulo". Triste!


Abraços,

Wesley




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85910 Mensagem por knigh7 » Sáb Nov 02, 2024 11:52 am

FIGHTERCOM escreveu: Sáb Nov 02, 2024 6:57 am
Skiperd2024 escreveu: Sex Nov 01, 2024 2:25 am Em relação ao Gripen, vou deixar esse relato do Pedro paulo



A FAB atualmente dispõe de poucos meios operativos para a defesa aérea.



A FAB procurou os F-16


A FAB também recebeu ofertas de outras aeronaves além do F-16



Em relação a oferta de Gripens C/D pela Saab

Seria o Pedro Paulo Rezende?

Se for, ele nunca nutriu qualquer "simpatia" pelo Gripen. Na verdade, é só mais uma viúva da família Sukhoi.

Nota: me apontem um projeto que não apresentou dificuldades durante o seu desenvolvimento. Seria estranho é se não tivesse. Até mesmo o suprassumo do F-35, mesmo injentando bilhões, tem uma lista enorme.


Abraços,

Wesley
Sim, é ele. Quando li, eu copiei e joguei no Google para me certificar. E percebi o motivo do usuário não colocar o sobrenome nem o link. A gente conhece bem quem é ele. Pelo menos aqueles que têm memória.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85911 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 02, 2024 12:11 pm

FIGHTERCOM escreveu: Sáb Nov 02, 2024 6:57 am
Seria o Pedro Paulo Rezende?

Se for, ele nunca nutriu qualquer "simpatia" pelo Gripen. Na verdade, é só mais uma viúva da família Sukhoi.

Nota: me apontem um projeto que não apresentou dificuldades durante o seu desenvolvimento. Seria estranho é se não tivesse. Até mesmo o suprassumo do F-35, mesmo injentando bilhões, tem uma lista enorme.


Abraços,

Wesley
Wesley, eu ainda fui inocente em ignorar o nome, mas parei de ler na parte do superaquecimento do radar em vôo, é um non-sense que não vou perder meu tempo explicando pois boa tarde dos colegas aqui sabem como funciona um radar refrigerado a líquido. É tipo um Jornalista aqui que proferiu ofensas quando foi indagado pela sua defe$a de MMBTs...

Não é de hoje, mas infelizmente o DefesaNet perdeu seu rumo de uma maneira inexplicável, se é que um dia já teve um. Não vai demorar pra ver matérias falando de MMBTs também.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85912 Mensagem por J.Ricardo » Sáb Nov 02, 2024 12:18 pm

Nem entra nessa história de MMBR pq a última mudança do edital parece que foi toda direcionada para esse fim, espero que eu esteja muito errado.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85913 Mensagem por knigh7 » Sáb Nov 02, 2024 12:32 pm

J.Ricardo escreveu: Sáb Nov 02, 2024 12:18 pm Nem entra nessa história de MMBR pq a última mudança do edital parece que foi toda direcionada para esse fim, espero que eu esteja muito errado.
O EB criou um grupo para estudos de um chassi único, mas ainda não alterou os requisitos, ou seja, ainda não houve uma decisão de mudar.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85914 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 02, 2024 3:46 pm

Esquece essa conversa fiada de mmbt ou CC.

A FAB está literalmente implodindo e o governo não está nem aí, e vocês acham que vão dar dinheiro de graça para o EB comprar um troço que ninguém acredita que tem utilidade nesse arremedo de pais, a começar pelos próprios militares?

30 anos pra escolher e receber um punhado de caças. Esqueceram?

Quando foi mesmo que CC ou qualquer outra coisa que atire se tornou importante na agenda brega e estapafúrdia da politicagem tupiniquim? 😴🤔😒




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85915 Mensagem por gogogas » Sáb Nov 02, 2024 4:05 pm

A FAB tá e ferrada pros próximos anos ! Sua aviação de caça vai ter que se virar com usados se quiser manter seus pilotos voando ! Do jeito que o orçamento tá , não duvido de mais atraso na compra de Gripens




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85916 Mensagem por arcanjo » Sáb Nov 02, 2024 4:51 pm

Afinal, o Gripen foi a melhor escolha para a FAB?

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAQZlZZGgR4SknnGN2jF1WnRQjN0r3XoXT1VU7jBcjgmOxQRbvj4KlcKJVLt781AnZp62TkCcOjh305ggXBEDbn6OUYJHsmLkHRzUek4YdptFaJaEpCOiLtOo-WB7IfXMeP3MLTVNh6M4a-8PuiAbyL8upZbLmdZxFCGPUNbwcgA_H2mV8ZSQXxuEFjvFb/s555/dbn_opiniao.jpg

Por Maurício Carrilho*

A escolha do caça sueco Saab Gripen NG (ou F-39E/F no Brasil) para compor a frota da Força Aérea Brasileira (FAB) foi um dos marcos mais discutidos no âmbito da defesa nacional. Desde o anúncio do vencedor do programa FX-2, em 2013, até os dias atuais, a decisão se mostra uma das mais estratégicas e coerentes que o Brasil poderia ter tomado, considerando as necessidades operacionais, os objetivos industriais e as limitações orçamentárias da FAB.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaLC7Htd37cMsZaIj9HcLSKW-XnZRglRvD_1GKEMrSrjS2I6rUuUJNZaINkD6dIlXLBIrUJ1MEa7KOFkP1EEyjX_M2VoRM0LoLxwqUZ88yGCxFlKzS5mlL3EoijGmGFEiTGp2AFWc_8ffEl56XENXj9eK8jS8SPkopWmeg21vhJpd8YRNGWmw_Vga176uZ/s2000/dbn_gripen.jpg

Histórico do Programa FX-2: Uma escolha demorada, mas cautelosa

O programa FX-2 foi a continuação de uma série de esforços do governo brasileiro para modernizar a frota da FAB, que por muitos anos operou com aeronaves que já começavam a se tornar obsoletas. No início dos anos 2000, aviões como o Mirage 2000 e o F-5M já demonstravam limitações significativas para as missões de defesa do espaço aéreo nacional. Em 2008, com a continuidade do FX-2, o Brasil abriu oficialmente uma competição para adquirir um novo caça multifuncional, levando em conta não só as capacidades técnicas das aeronaves, mas também aspectos econômicos e industriais.

A competição incluiu três finalistas: o Dassault Rafale francês, o Boeing F/A-18 Super Hornet americano e o Saab Gripen NG sueco. Durante anos, a disputa foi acirrada, e cada candidato tinha suas vantagens. O Rafale oferecia uma alta performance e tecnologia comprovada, mas o preço era elevado e os custos de manutenção assustavam. O Super Hornet, por outro lado, trazia a experiência americana e uma ampla integração com sistemas de defesa global, mas havia receios sobre a dependência dos EUA para peças e manutenção, além de restrições políticas para transferência de tecnologia.

Após anos de deliberação, o Gripen NG foi anunciado vencedor em 2013, surpreendendo a muitos. No entanto, com o passar do tempo, a escolha do Gripen tem se mostrado a melhor decisão para a FAB e para o Brasil de uma forma geral.

Os pontos fortes do Gripen NG: Tecnologia, economia e parceria industrial

O Gripen NG apresenta uma série de vantagens que atendem aos principais requisitos da FAB, além de se alinhar aos objetivos industriais do Brasil. Entre os pontos fortes do Gripen, destacam-se:
  • Transferência de Tecnologia - Um dos aspectos mais valorizados pelo Brasil foi o compromisso da Saab em realizar uma ampla transferência de tecnologia. Isso envolve não apenas o conhecimento técnico, mas também a formação de profissionais brasileiros para atuar em diferentes fases da produção e manutenção da aeronave. Empresas brasileiras, como a Embraer, a Akaer e a AEL Sistemas, passaram a participar do desenvolvimento e fabricação do caça. Esse compromisso permite ao Brasil se tornar menos dependente de fornecedores estrangeiros e ajuda a impulsionar a Base Industrial de Defesa (BID) nacional.
  • Custo-Benefício - O Gripen é uma das aeronaves de combate mais econômicas da sua categoria, tanto em termos de aquisição quanto de operação. Ele apresenta um custo operacional relativamente baixo em comparação aos concorrentes, e isso é fundamental para um país com orçamento militar limitado como o Brasil. Além disso, a flexibilidade do caça permite que ele execute diversas missões, desde defesa aérea até ataques táticos, o que maximiza o retorno sobre o investimento.
  • Flexibilidade e Atualização - O Gripen NG foi projetado para ser facilmente atualizado ao longo de sua vida útil, o que é uma vantagem em um setor onde as tecnologias avançam rapidamente. A arquitetura aberta da aeronave facilita a integração de novos sistemas e armamentos, garantindo que ela permaneça relevante e competitiva nas próximas décadas. Isso também dá ao Brasil uma maior independência para integrar sistemas desenvolvidos internamente, uma característica importante para a soberania nacional.
  • Desempenho Operacional - O Gripen NG é um caça leve e ágil, com capacidade de operar em pistas curtas e condições desafiadoras, algo essencial para um país com um território vasto e diverso como o Brasil. A combinação de sensores modernos, incluindo o radar AESA (Active Electronically Scanned Array), e a suíte de guerra eletrônica fazem dele uma plataforma competitiva frente a potenciais ameaças na América do Sul e em outras regiões.

Contribuições para a Base Industrial de Defesa (BID)

O impacto do Gripen NG na Base Industrial de Defesa brasileira é um dos maiores méritos desse projeto. A Saab firmou uma parceria com a Embraer e outras empresas nacionais para montagem e manutenção de parte da frota no Brasil, contribuindo para a geração de empregos qualificados e para o desenvolvimento de tecnologias de ponta. A Embraer Defesa e Segurança, por exemplo, teve papel central na construção do caça e na formação de engenheiros e técnicos.

Além disso, o programa Gripen abriu portas para que a indústria nacional participe de futuras atualizações e personalizações da aeronave, fortalecendo a BID e posicionando o Brasil como um importante fornecedor de componentes de alta tecnologia no mercado global de defesa. Isso significa que, no longo prazo, o país terá capacidade não apenas de manter sua própria frota de Gripens, mas também de exportar produtos e serviços relacionados à operação do caça.

Expectativas Futuras: Crescimento da BID e fortalecimento da FAB

A longo prazo, o Gripen NG deve continuar a oferecer retornos significativos ao Brasil, tanto no campo militar quanto no industrial. Espera-se que a tecnologia adquirida e o know-how desenvolvido ao longo do programa sejam aplicados em outros projetos de defesa, incluindo o desenvolvimento de novos produtos para exportação, o que deve ampliar ainda mais a capacidade da BID.

O Gripen também representa uma plataforma de adaptação tecnológica que permitirá ao Brasil ajustar a aeronave conforme as necessidades da FAB e as novas ameaças que surgirem. Esse nível de adaptabilidade é uma vantagem estratégica, pois permite ao país reagir a mudanças globais no campo de defesa e segurança com maior rapidez e flexibilidade.

Outro aspecto positivo é que o sucesso do programa Gripen pode servir como um "case" para futuras parcerias internacionais, atraindo novos investimentos e alianças para projetos tecnológicos e industriais. O Brasil demonstra, com o Gripen, que é um parceiro confiável e capaz de absorver tecnologia de ponta, o que fortalece sua posição geopolítica.

Conclusão

A escolha do Saab Gripen NG como novo caça da FAB foi acertada em vários aspectos, desde o custo-benefício e a adaptabilidade até o impacto na indústria de defesa brasileira. Embora haja desafios a serem superados, especialmente em termos de autonomia e dependência de fornecedores, o projeto do Gripen representa uma oportunidade sem precedentes para o Brasil desenvolver sua capacidade tecnológica e militar.

Com o tempo, o Gripen deve consolidar ainda mais seu papel na defesa aérea nacional, ao mesmo tempo em que fomenta a BID e contribui para a autossuficiência do Brasil no setor de defesa. Essa escolha, alinhada com um planejamento estratégico e uma visão de longo prazo, coloca o Brasil em uma posição vantajosa para enfrentar os desafios do futuro e fortalecer sua posição no cenário internacional.


Sobre o autor: Maurício Carrilho
Projetista Mecânico, entusiasta e estudioso desde a década de 1990 por tudo que é relacionado à temática Defesa e Tecnologia Militar
Criador, proprietário e editor do Defesa Brasil Brasil

https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... -para.html

abs.

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85917 Mensagem por knigh7 » Sáb Nov 02, 2024 5:20 pm

gabriel219 escreveu: Sáb Nov 02, 2024 12:45 am Mas alguém aqui duvida que tudo que anda saindo em relação ao LIFT de bosta é puro lobby? O pior é ver se o Alto-Comando da FAB vai abrir o cu de novo pra pica entrar, sem ganhar nem vaselina em troca.
Pega o valor do contrato dos 24 M-346 para a Nigéria, num financiamento pelo prazo de 15 anos e acrescenta só um spread de 2,5% na taxa básica de juros do Banco Central Europeu. Dá cerca de USD 130 milhões, ou seja metade do orçamento que temos reservado para o pagamento do Gripen.

E como já postei aqui, a relação carga x alcance, fornecida própria Leonardo, a capacidade dessa aeronave não chega nem perto da do A-1.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85918 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 02, 2024 5:24 pm

knigh7 escreveu: Sáb Nov 02, 2024 11:52 am
FIGHTERCOM escreveu: Sáb Nov 02, 2024 6:57 am
Seria o Pedro Paulo Rezende?

Se for, ele nunca nutriu qualquer "simpatia" pelo Gripen. Na verdade, é só mais uma viúva da família Sukhoi.

Nota: me apontem um projeto que não apresentou dificuldades durante o seu desenvolvimento. Seria estranho é se não tivesse. Até mesmo o suprassumo do F-35, mesmo injentando bilhões, tem uma lista enorme.


Abraços,

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Sim, é ele. Quando li, eu copiei e joguei no Google para me certificar. E percebi o motivo do usuário não colocar o sobrenome nem o link. A gente conhece bem quem é ele. Pelo menos aqueles que têm memória.
Pepê Rezende? 🤦‍♂️

De fato, qualquer um dos tempos do FX lembra dos posts dele, e sem nenhuma saudade, acrescento.

Pior só o Caiafa mesmo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85919 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 02, 2024 5:36 pm

knigh7 escreveu: Sáb Nov 02, 2024 5:20 pm Pega o valor do contrato dos 24 M-346 para a Nigéria, num financiamento pelo prazo de 15 anos e acrescenta só um spread de 2,5% na taxa básica de juros do Banco Central Europeu. Dá cerca de USD 130 milhões, ou seja metade do orçamento que temos reservado para o pagamento do Gripen.

E como já postei aqui, a relação carga x alcance, fornecida própria Leonardo, a capacidade dessa aeronave não chega nem perto da do A-1.
Não vejo nenhuma missão que o M346 faça que um A-29C/D não possa fazer ou até mesmo drones, investir pesado tanto em drones mais simples que possam usar bombas e mísseis e drones como Shahed.




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FCarvalho
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#85920 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 02, 2024 10:10 pm

O Gripen E/F deve trazer a doutrina da caça na FAB para o século XXI.

Falar em substituir os AMX agora por urgência porque vamos ficar sem um vetor de ataque é no mínimo um absurdo e um chute no saco dos planejadores estratégicos dá própria força aérea.

E isto é um problema seríssimo dado que, ao diminuir a questão a uma aparente mera troca de "aviões com missões especializadas" dá a entender que não saímos dos anos 1980 em termos de pensamento doutrinario. O que é um tremendo equívoco, para dizer o mínimo.

O AMX é dispensável na FAB hoje e no futuro. Podemos ficar sem eles indiferente a quaisquer supostos traumas nas capacidades da aviação de caça. Capacidades essas que obviamente serão aumentadas e qualificadas exponencialmente com a introdução do caça sueco em seu lugar.
Tanto FAB quanto MD e por conseguinte o governo de plantão são sabedores e conscientes dessa lógica traçada há dez anos atrás.
A resposta para o problema da retirada dos AMX tem contrato, nome e números.
Mas pelo jeito não o apoio de quem mais deveria defende-lo nesse momento.
O silêncio atros que paira sobre o comando da FAB e o ministério da defesa nesta querela são reveladores da passionalidade com que o programa Gripen E ainda é tratado dentro e fora das esferas burocráticas e políticas de Brasília.
E isso terá consequências. Nada boas para nós, diga-se de passagem.




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