Justin Case escreveu:Amigos,
Eu não concordo com a decisão de publicar requisitos de vários sistemas militares no Diário Oficial.
Se existe algum documento legal recente que obriga a isso, não há muito o que fazer (a não ser revogar).
O principal problema não é tanto o sigilo (as informações publicadas são superficiais e até óbvias), mas o conjunto de restrições futuras que isso pode trazer.
Os nossos processos decisórios são absurdamente longos e tanto as necessidades como os requisitos são altamente evolutivos.
Não interessam (ou não devem interessar) compras "de prateleira" e, por isso mesmo, existem requisitos nacionais. Existem mudanças de cenários, tanto operacionais como econômicos, industriais, políticos e de relações exteriores. Isso certamente irá requerer adequação dos requisitos. Isso não é fácil fazer com requisitos publicados no DOU. Certamente poderão dizer que as mudanças visam favorecer algum fornecedor.
Alguém, muitos lá na frente, virá com um sistema pronto, quase obsoleto, que atende aos requisitos absolutos e irá dizer: o meu produto atende ao mínimo requerido e é mais barato...
E teremos mais projetos estagnados ainda na fase de seleção de fornecedores.
Definitivamente, não gostei da ideia.
Abraços,
Justin
Projeto VANT
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- Justin Case
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Re: Projeto VANT
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Re: Projeto VANT
http://portuguese.ruvr.ru/2012_09_12/88004484/A quem pertence o céu da Europa?
Os aviões não tripulados estão a ocupar o espaço aéreo da Europa – tais avisos, cheios de dramatismo, têm vindo a surgir nos meios de comunicação social europeus. Trata-se de um documento de trabalho preparado e divulgado pela Comissão Européia (CE) concernente ao alargamento da esfera de emprego de aeronaves não tripuladas que circulem sobre o território da UE.
O documento acima citado prevê a necessidade de igualar o estatuto de engenhos voadores tripulados e não tripulados - VANTs ou drones. Espera-se que, em breve, estes últimos poderão executar vôos não pelos corredores espaciais destinados para eles, mas também por trajetos seguidos, como regra, por aviões civis comuns.
Na elaboração de padrões e recomendações relativas ao emprego de aviões não tripulados participa ainda a ICAO, Organização da Aviação Civil Internacional. Todavia, apesar disso, o campo jurídico de utilização de aviões não tripulados no espaço aéreo da UE se destaca pela sua heterogeneidade e diversidade.
Peritos opinam que, por trás da iniciativa da CE, se encontram os interesses multifacetados dos grupos de lobistas bem influentes. A mídia européia aponta, neste contexto, para a recente reunião de Paris em que, para além de altos funcionários da CE e outros organismos comunitários, vieram participar representantes das Forças Armadas, polícia, órgãos de segurança pública e Tropas de Guarda Fronteira.
Foi, aliás, então que se decidiu atribuir aos drones um nome mais erudito – Sistemas Aéreos de Pilotagem à Distância ou Remotely Piloted Aircraft Systems – RPAS (sigla inglesa). Será difícil de supor que tal alteração do nome possa tranqüilizar os habitantes do Afeganistão ou do Paquistão cujos familiares se tornaram vítimas "colaterais" ou acidentais dos ataques aéreos efetuados por aviões não tripulados norte-americanos.
Atualmente, a questão que se coloca diz respeito à eventual admissão de aviões do gênero ao espaço aéreo próprio. Os EUA irão abri-lo já em 2015. Por isso, segundo constatam peritos, os europeus também estão com pressa a fim de os consórcios aeronáuticos poderem obter avolumados lucros que se estimem em bilhões de dólares.
Hoje em dia, conforme estimativas da mídia, em 19 países comunitários se encontram em via de projeção cerca de 400 tipos de aviões não tripulados cujo tamanho varia entre o gigantesco "Airbus 320" e um avião de pequenas dimensões e super leve, com alguns gramas de peso. Ao todo, tais engenhos estão ser produzidos em quase 40 países.
O que farão os aviões não pilotados potentes, capazes, de carregar a bordo as armas pesadas nos céus da Europa? Os analistas não têm resposta inequívoca e clara a esse respeito.
"Aos aviões não tripulados que circulem no espaço aéreo da Europa não se incumbem missões de combate. No entanto, tem suscitado dúvidas a eficácia do seu emprego no cumprimento de tarefas civis, inclusive o controle do trânsito nas ruas de grandes cidades. Claro que as empresas produtoras têm certos benefícios a não perder e se interessam pela intensificação de vendas."
O papel e as potencialidades de aviões não tripulados pesados em «pontos quentes» do planeta são mais do que evidentes. Os peritos da ONU se pronunciam pela regularização de aspetos jurídicos deste tipo de armamentos. No que tange à circulação no céu da Europa de potentes aeronaves do gênero gigantes, nessa aérea resta uma inteira de questões em aberto. Em todo o caso, sobra tempo até dezembro do corrente, altura em que a CE irá apresentar ao exame um projeto final do documento em causa.
- NettoBR
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Re: Projeto VANT
Pequeno drone vira arma valiosa para infantaria israelense
20 de setembro de 2012 • atualizado às 10h50
Soldados israelenses montam o pequeno drone durante exercício em 16 de janeiro de 2012
Armado com uma potente câmera e sensores avançados, o miniavião sem piloto Skylark se transformou em uma das ferramentas mais valiosas das forças de infantaria israelenses para vigiar e espionar o inimigo em zonas de combate.
Fabricado pela empresa Elbit Systems - uma das mais conhecidas do planeta no desenvolvimento de sistemas eletro-ópticos para o campo de batalha - este aparelho está a serviço do exército israelense desde 2007, e também foi vendido para mais de 20 países que participaram dos últimos conflitos ao redor do mundo, entre eles as incursões no Iraque e Afeganistão.
"O aparelho presta serviços em nível de batalhão para fornecer informação em tempo real aos oficiais de comando", explicou à Agência Efe o tenente Nir Zabarsky, comandante da unidade de reconhecimento que opera estas aeronaves, durante um exercício militar no norte de Israel em que são simuladas as condições mais extremas.
"Com eles podemos ver a situação no terreno de vários lugares (ao mesmo tempo)", acrescentou sobre uma possibilidade que não existia em nenhum exército do mundo.
Não faz muito tempo as missões de reconhecimento tático eram de responsabilidade das pequenas unidades avançadas que informavam ao resto do batalhão, e também das unidades a bordo de aviões e helicópteros que nem sempre se encontravam disponíveis na zona de combate. Também foram empregados, nos princípios da aeronáutica (século 18), balões aero estáticos tripulados.
O Skylark tem uma carga máxima de decolagem de apenas 7,5 quilos e 1,2 quilos úteis. Por não necessitar de pista (a aterrissagem é feita por desaceleração e sobre um colchão inflável), sua grande vantagem é que pode ser usado pela Infantaria que, assim, não necessita de apoio para missões de reconhecimento tático.
"O aeromodelo nos oferece uma informação que de fato não existia até agora, nem no nosso exército nem no de outros países. Pode se deslocar de um lugar a outro em qualquer circunstância, é muito rápido e funciona nas condições mais adversas", afirmou Zabarsky.
Com uma envergadura de 3 metros, todo o equipamento é desmontável e pode ser transportado em duas mochilas. Em questão de minutos, os soldados encaixam a fuselagem com os demais componentes - asas, comando, etc - e dão vida a um avião que para decolar é "catapultado" à mão livre com a ajuda de um cabo elástico.
Um operador de rádio funciona como "piloto" com um pequeno computador e um radar, também removível, que trabalha no link de comunicação. "Fazê-lo funcionar requer, na realidade, somente duas pessoas: um que lança o avião (ao ar) e outro que o pilota. Dou as instruções a partir de um computador", relatou "o piloto" Noam Goldberg.
Na guerra moderna são cada vez mais os aparelhos e equipamentos que funcionam sem tripulação. Israel foi um dos primeiros países do mundo a introduzir em seus contingentes, há quase duas décadas, aviões não tripulados para missões de reconhecimento, os popularmente conhecidos como "drones", pelo som de seus motores, elétrico no caso do Skylark e inaudível a 100 m de altitude.
Seu coração é uma potente câmera de visão diurna e noturna e os sensores, que em questão de milissegundos transferem ao centro de comando, em alta resolução, tudo o que veem na superfície.
Durante as três horas de autonomia, o avião pode vigiar um raio de 20 a 40 km - dependendo da versão do aparelho -, além de observar a movimentação de forças inimigas e detectar a localização exata de infraestruturas e a presença de civis. "Serve para tudo: para orientar nosso poder de fogo com mais exatidão, para garantirmos que não serão afetados inocentes que não participam dos combates", especificou Zabarsky.
Os sensores infravermelhos e eletro-ópticos oferecem visão em até 15 mil pés de altitude, mas o Skylark pode também realizar voos em altitude muito baixa, quase rasante, características que qualquer general de campo só poderia ter sonhado há menos de uma década.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... lense.html
20 de setembro de 2012 • atualizado às 10h50
Soldados israelenses montam o pequeno drone durante exercício em 16 de janeiro de 2012
Armado com uma potente câmera e sensores avançados, o miniavião sem piloto Skylark se transformou em uma das ferramentas mais valiosas das forças de infantaria israelenses para vigiar e espionar o inimigo em zonas de combate.
Fabricado pela empresa Elbit Systems - uma das mais conhecidas do planeta no desenvolvimento de sistemas eletro-ópticos para o campo de batalha - este aparelho está a serviço do exército israelense desde 2007, e também foi vendido para mais de 20 países que participaram dos últimos conflitos ao redor do mundo, entre eles as incursões no Iraque e Afeganistão.
"O aparelho presta serviços em nível de batalhão para fornecer informação em tempo real aos oficiais de comando", explicou à Agência Efe o tenente Nir Zabarsky, comandante da unidade de reconhecimento que opera estas aeronaves, durante um exercício militar no norte de Israel em que são simuladas as condições mais extremas.
"Com eles podemos ver a situação no terreno de vários lugares (ao mesmo tempo)", acrescentou sobre uma possibilidade que não existia em nenhum exército do mundo.
Não faz muito tempo as missões de reconhecimento tático eram de responsabilidade das pequenas unidades avançadas que informavam ao resto do batalhão, e também das unidades a bordo de aviões e helicópteros que nem sempre se encontravam disponíveis na zona de combate. Também foram empregados, nos princípios da aeronáutica (século 18), balões aero estáticos tripulados.
O Skylark tem uma carga máxima de decolagem de apenas 7,5 quilos e 1,2 quilos úteis. Por não necessitar de pista (a aterrissagem é feita por desaceleração e sobre um colchão inflável), sua grande vantagem é que pode ser usado pela Infantaria que, assim, não necessita de apoio para missões de reconhecimento tático.
"O aeromodelo nos oferece uma informação que de fato não existia até agora, nem no nosso exército nem no de outros países. Pode se deslocar de um lugar a outro em qualquer circunstância, é muito rápido e funciona nas condições mais adversas", afirmou Zabarsky.
Com uma envergadura de 3 metros, todo o equipamento é desmontável e pode ser transportado em duas mochilas. Em questão de minutos, os soldados encaixam a fuselagem com os demais componentes - asas, comando, etc - e dão vida a um avião que para decolar é "catapultado" à mão livre com a ajuda de um cabo elástico.
Um operador de rádio funciona como "piloto" com um pequeno computador e um radar, também removível, que trabalha no link de comunicação. "Fazê-lo funcionar requer, na realidade, somente duas pessoas: um que lança o avião (ao ar) e outro que o pilota. Dou as instruções a partir de um computador", relatou "o piloto" Noam Goldberg.
Na guerra moderna são cada vez mais os aparelhos e equipamentos que funcionam sem tripulação. Israel foi um dos primeiros países do mundo a introduzir em seus contingentes, há quase duas décadas, aviões não tripulados para missões de reconhecimento, os popularmente conhecidos como "drones", pelo som de seus motores, elétrico no caso do Skylark e inaudível a 100 m de altitude.
Seu coração é uma potente câmera de visão diurna e noturna e os sensores, que em questão de milissegundos transferem ao centro de comando, em alta resolução, tudo o que veem na superfície.
Durante as três horas de autonomia, o avião pode vigiar um raio de 20 a 40 km - dependendo da versão do aparelho -, além de observar a movimentação de forças inimigas e detectar a localização exata de infraestruturas e a presença de civis. "Serve para tudo: para orientar nosso poder de fogo com mais exatidão, para garantirmos que não serão afetados inocentes que não participam dos combates", especificou Zabarsky.
Os sensores infravermelhos e eletro-ópticos oferecem visão em até 15 mil pés de altitude, mas o Skylark pode também realizar voos em altitude muito baixa, quase rasante, características que qualquer general de campo só poderia ter sonhado há menos de uma década.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... lense.html
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Re: Projeto VANT
Que merd@ de chapéu/capacete é esse que os soldados israelenses usam??
Parecem chapéu dos Smurfs...
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Re: Projeto VANT
O "chapéu dos Smurfs" se chama chapéu dos mitznefet.Sávio Ricardo escreveu:Que merd@ de chapéu/capacete é esse que os soldados israelenses usam??
Parecem chapéu dos Smurfs...
Ele facilita a camuflagem do militar no ambiente que ele for operar.
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Re: Projeto VANT
"Quebra" as formas geométricas, que normalmente não existem na natureza. O "chapeu de Smurf"/Mitznefet gera formas disformes, mais fáceis de camuflar.
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Re: Projeto VANT
Eu acho super eficiente essa teoria israelense de que as formas amorfas se mimetizam mais com o ambiente ao quebrarem contornos definidos que normalmente caracterizam objetos feitos pelo homem, como capacetes redondinhos contra um fundo de pedras serrilhadas, por exemplo, mas me pergunto, por que só eles usam isso diariamente?
...
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Re: Projeto VANT
O Mitznefet é uma cobertura para o capacete de infantaria utilizada pelas Forças de Defesa de Israel a partir de 1994. É consideravelmente maior do que o capacete, dando a impressão de um chapéu de chefe de cozinha. A finalidade da cobertura de capacete flexível é quebrar o contorno característico de uma cabeça com capacete e, assim, ajudar na camuflagem do usuário. Ele foi originalmente adaptado na década de 1990 para a guerra de guerrilha na terra da madeira e mata do sul do Líbano, depois adicionando um camo de dois lados, um para o deserto e um para o terreno da floresta. O Mitznefet é facilmente removível e pode ser conectado ao capacete, enquanto dobrado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitznefet_ ... sraelense)
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Projeto VANT
Sem manutenção, avião antitráfico não voa desde janeiro
Uma das estrelas da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, o avião não tripulado que seria a principal arma para combater o tráfico de drogas nas fronteiras não voa desde janeiro deste ano por falta de contrato de manutenção.
Uma cláusula da compra do sistema, feito junto à empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries), impede a aeronave de voar sem o contrato de manutenção. A manutenção não é só para eventuais reparos do avião em caso de acidente. Ela inclui a checagem do equipamento, altamente sofisticado, antes de toda decolagem.
Os Vants (veículos aéreos não tripulado) são aeronaves controladas remotamente, a partir de uma base em terra. A versão comprada pela PF é capaz de fotografar o rosto de um traficante a 9.000 metros de altitude, segundo a empresa israelense. O sistema completo consumiu cerca de R$ 80 milhões, de acordo com a PF. Inclui uma estação terrestre, equipamentos ópticos que registram e transmitem imagens para uma base terrestre e um segundo Vant que ainda não chegou ao Brasil.
No primeiro ano do governo Dilma, a PF anunciou que o projeto inteiro estava orçado em R$ 655 milhões. O pacote incluía 14 Vants e quatro estações terrestres: no Paraná, em Brasília, em Rondônia e no Estado do Amazonas. O conjunto seria suficiente para patrulhar os 15.791 quilômetros da fronteira terrestre brasileira, de acordo com o projeto original.
Uma única estação saiu do papel, em São Miguel do Iguaçu (PR), ao lado de Foz de Iguaçu, na tríplice fronteira. Foi inaugurada em novembro de 2011, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Desde então, o projeto já sofreu com falta de combustível e até de uma carreta para transportar o Vant.
O avião voou 400 horas e identificou cerca de 1.200 alvos críticos, como portos e barcos clandestinos. Parou no fim do ano passado porque acabaram as horas de treinamento que a empresa israelense incluiu na venda. Daí a necessidade do contrato de manutenção.
A PF diz que não pode informar sobre o futuro cronograma do projeto por se tratar de “informação reservada”. O contrato de manutenção ainda não foi finalizado, segundo a polícia, porque está em fase de “discussão técnica”. A instituição considera “normal” o prazo da administração pública. A manutenção será feita por uma empresa brasileira, que receberá treinamento do fabricante israelense.
A Folha apurou que a PF teme os termos do contrato depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou desproporcional o custo do treinamento dos 13 pilotos que estavam previstos no projeto original: R$ 24,3 milhões, ou R$ 1,9 milhão por piloto. O treinamento consumiu 31% do custo total do projeto.
O preço supera o valor gasto pela Força Aérea Brasileira (FAB) para treinar seus pilotos de Vants. Defensores do projeto da PF dizem que o Vant da instituição é mais complexo que o da FAB. O custo ficou alto, segundo essa visão, porque o treinamento levou em conta que o projeto seria implantado integralmente, com 14 aviões e quatro bases terrestres. Se isso tivesse ocorrido, o treinamento corresponderia a 3,8% dos R$ 655 milhões previstos.
Leia mais (Read More): Sem manutenção, avião antitráfico não voa desde janeiro | Poder Aéreo - Informação e Discussão sobre Aviação Militar e Civil
http://www.aereo.jor.br/2012/09/24/sem- ... e-janeiro/
Uma das estrelas da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, o avião não tripulado que seria a principal arma para combater o tráfico de drogas nas fronteiras não voa desde janeiro deste ano por falta de contrato de manutenção.
Uma cláusula da compra do sistema, feito junto à empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries), impede a aeronave de voar sem o contrato de manutenção. A manutenção não é só para eventuais reparos do avião em caso de acidente. Ela inclui a checagem do equipamento, altamente sofisticado, antes de toda decolagem.
Os Vants (veículos aéreos não tripulado) são aeronaves controladas remotamente, a partir de uma base em terra. A versão comprada pela PF é capaz de fotografar o rosto de um traficante a 9.000 metros de altitude, segundo a empresa israelense. O sistema completo consumiu cerca de R$ 80 milhões, de acordo com a PF. Inclui uma estação terrestre, equipamentos ópticos que registram e transmitem imagens para uma base terrestre e um segundo Vant que ainda não chegou ao Brasil.
No primeiro ano do governo Dilma, a PF anunciou que o projeto inteiro estava orçado em R$ 655 milhões. O pacote incluía 14 Vants e quatro estações terrestres: no Paraná, em Brasília, em Rondônia e no Estado do Amazonas. O conjunto seria suficiente para patrulhar os 15.791 quilômetros da fronteira terrestre brasileira, de acordo com o projeto original.
Uma única estação saiu do papel, em São Miguel do Iguaçu (PR), ao lado de Foz de Iguaçu, na tríplice fronteira. Foi inaugurada em novembro de 2011, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Desde então, o projeto já sofreu com falta de combustível e até de uma carreta para transportar o Vant.
O avião voou 400 horas e identificou cerca de 1.200 alvos críticos, como portos e barcos clandestinos. Parou no fim do ano passado porque acabaram as horas de treinamento que a empresa israelense incluiu na venda. Daí a necessidade do contrato de manutenção.
A PF diz que não pode informar sobre o futuro cronograma do projeto por se tratar de “informação reservada”. O contrato de manutenção ainda não foi finalizado, segundo a polícia, porque está em fase de “discussão técnica”. A instituição considera “normal” o prazo da administração pública. A manutenção será feita por uma empresa brasileira, que receberá treinamento do fabricante israelense.
A Folha apurou que a PF teme os termos do contrato depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou desproporcional o custo do treinamento dos 13 pilotos que estavam previstos no projeto original: R$ 24,3 milhões, ou R$ 1,9 milhão por piloto. O treinamento consumiu 31% do custo total do projeto.
O preço supera o valor gasto pela Força Aérea Brasileira (FAB) para treinar seus pilotos de Vants. Defensores do projeto da PF dizem que o Vant da instituição é mais complexo que o da FAB. O custo ficou alto, segundo essa visão, porque o treinamento levou em conta que o projeto seria implantado integralmente, com 14 aviões e quatro bases terrestres. Se isso tivesse ocorrido, o treinamento corresponderia a 3,8% dos R$ 655 milhões previstos.
Leia mais (Read More): Sem manutenção, avião antitráfico não voa desde janeiro | Poder Aéreo - Informação e Discussão sobre Aviação Militar e Civil
http://www.aereo.jor.br/2012/09/24/sem- ... e-janeiro/
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Re: Projeto VANT
Reportagem da ‘Isto É’ acusa cúpula da PF e FAB por VANT que não voa
29 de setembro de 2012, em Noticiário Nacional, VANT, por Guilherme Poggio
Claudio Dantas Sequeira
Há duas semanas, ISTOÉ trouxe à tona um episódio inconveniente para a cúpula da Polícia Federal. Seu avião não tripulado de última geração, comprado há dois anos para vigiar as fronteiras, sofreu uma avaria e corre o risco de não voar mais. A partir daí o órgão passou a divulgar a informação, até então mantida em sigilo, de que a aeronave estaria parada pela simples ausência de um contrato de manutenção, que não fora previsto no pacote original firmado pela gestão anterior. Admitir o erro foi a saída para não expor as fragilidades que cercam o programa, no qual já foram investidos R$ 80 milhões. Arquivos confidenciais e relatos obtidos pela reportagem indicam que o projeto de veículo aéreo não tripulado (Vant) corre riscos por causa da suposta conivência da atual cúpula da PF com interesses do comando da Aeronáutica, que estaria ligado ao lobby de uma fornecedora de Vants concorrente.
Para entender esse imbróglio é preciso voltar a 2008, quando o governo lançou a Estratégia Nacional de Defesa. O plano previa o uso de Vants na vigilância das fronteiras da Amazônia e no combate ao narcotráfico. Criado um grupo de trabalho para estudar a aquisição do equipamento, a PF selecionou modelos de três países diferentes, EUA, Alemanha e Israel. Optou-se pela compra do Heron I, considerado o mais avançado dos Vants, da empresa IAI (Israel Aerospace Industry).
De outro lado, a FAB preferiu lançar um processo de compra independente e optou por uma aeronave mais barata, o Hermes-450, adquirido da Aeroeletrônica (AEL), uma subsidiária da também israelense Elbit. É nesse ponto que os problemas começam a surgir. Durante todo o processo, o comando da Aeronáutica trabalhou para minar a compra da PF. Disseminou que o Vant não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, foi colocado sob suspeita de ter interesses pessoais no caso. A PF produziu um relatório de inteligência, enviado ao Palácio do Planalto, acusando Saito de beneficiar escancaradamente a AEL/Elbit em contratos com a Força Aérea. O documento confidencial cita a contratação do coronel reformado Luiz Guimarães Pondé, concunhado de Saito, para o cargo de diretor de relações institucionais da empresa. Questionado por ISTOÉ, o brigadeiro respondeu que a aquisição se deu por “critérios técnicos” e que não houve “qualquer interferência de cunho pessoal”.
Até 2011, a FAB e a Polícia Federal estavam em lados opostos na briga dos Vants. Mas a atual cúpula da PF passou a trabalhar contra o seu próprio projeto. Era tudo o que a FAB queria. Essa mudança de postura ocorreu em razão de uma briga de poder dentro da própria polícia. Integrantes da PF que, durante o governo passado, tinham interesse em assumir o controle do programa do Vant, mas não conseguiram, passaram a boicotá-lo quando assumiram o poder a partir da nomeação do atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello. No ano passado, esse grupo fez uma denúncia sobre supostas irregularidades no projeto ao TCU. Um dos autores da denúncia com e-mails e ofícios internos obtidos por ISTOÉ é o ex-comandante da Coordenação de Aviação Operacional da PF coronel Rubens Maleiner. Antes mesmo da conclusão da análise do tribunal, esse grupo, que hoje ascendeu ao poder na PF, resolveu parar todos os processos de aquisição do programa Vant.
As consequências começam a ser conhecidas agora. Deixaram de ser comprados os pacotes de manutenção e o link de satélite, sem o qual a aeronave não pode ser utilizada em sua capacidade máxima. Também foi suspensa a compra de cinco galpões em São Miguel do Iguaçu. Sem as instalações, o Vant, que estava num hangar antigo, precisou ser transferido depois que uma tempestade danificou a estrutura do local. Sem alternativa, agentes da PF tentaram colocar o avião num galpão menor. Em junho, providenciou-se uma gambiarra, com trilhos e cabos de aço. O improviso não deu certo. A ponta da asa direita da aeronave bateu no portão, o que causou avarias na fuselagem e numa lanterna. Desde então, por recomendação da IAI, o avião não pode decolar até que se faça uma avaliação de dano estrutural na asa. ISTOÉ questionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as denúncias e o futuro do programa, mas ele se recusou a responder.
FONTE: IstoÉ
NOTA DO EDITOR: título original – “Intrigas, lobby e sabotagem”
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29 de setembro de 2012, em Noticiário Nacional, VANT, por Guilherme Poggio
Claudio Dantas Sequeira
Há duas semanas, ISTOÉ trouxe à tona um episódio inconveniente para a cúpula da Polícia Federal. Seu avião não tripulado de última geração, comprado há dois anos para vigiar as fronteiras, sofreu uma avaria e corre o risco de não voar mais. A partir daí o órgão passou a divulgar a informação, até então mantida em sigilo, de que a aeronave estaria parada pela simples ausência de um contrato de manutenção, que não fora previsto no pacote original firmado pela gestão anterior. Admitir o erro foi a saída para não expor as fragilidades que cercam o programa, no qual já foram investidos R$ 80 milhões. Arquivos confidenciais e relatos obtidos pela reportagem indicam que o projeto de veículo aéreo não tripulado (Vant) corre riscos por causa da suposta conivência da atual cúpula da PF com interesses do comando da Aeronáutica, que estaria ligado ao lobby de uma fornecedora de Vants concorrente.
Para entender esse imbróglio é preciso voltar a 2008, quando o governo lançou a Estratégia Nacional de Defesa. O plano previa o uso de Vants na vigilância das fronteiras da Amazônia e no combate ao narcotráfico. Criado um grupo de trabalho para estudar a aquisição do equipamento, a PF selecionou modelos de três países diferentes, EUA, Alemanha e Israel. Optou-se pela compra do Heron I, considerado o mais avançado dos Vants, da empresa IAI (Israel Aerospace Industry).
De outro lado, a FAB preferiu lançar um processo de compra independente e optou por uma aeronave mais barata, o Hermes-450, adquirido da Aeroeletrônica (AEL), uma subsidiária da também israelense Elbit. É nesse ponto que os problemas começam a surgir. Durante todo o processo, o comando da Aeronáutica trabalhou para minar a compra da PF. Disseminou que o Vant não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, foi colocado sob suspeita de ter interesses pessoais no caso. A PF produziu um relatório de inteligência, enviado ao Palácio do Planalto, acusando Saito de beneficiar escancaradamente a AEL/Elbit em contratos com a Força Aérea. O documento confidencial cita a contratação do coronel reformado Luiz Guimarães Pondé, concunhado de Saito, para o cargo de diretor de relações institucionais da empresa. Questionado por ISTOÉ, o brigadeiro respondeu que a aquisição se deu por “critérios técnicos” e que não houve “qualquer interferência de cunho pessoal”.
Até 2011, a FAB e a Polícia Federal estavam em lados opostos na briga dos Vants. Mas a atual cúpula da PF passou a trabalhar contra o seu próprio projeto. Era tudo o que a FAB queria. Essa mudança de postura ocorreu em razão de uma briga de poder dentro da própria polícia. Integrantes da PF que, durante o governo passado, tinham interesse em assumir o controle do programa do Vant, mas não conseguiram, passaram a boicotá-lo quando assumiram o poder a partir da nomeação do atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello. No ano passado, esse grupo fez uma denúncia sobre supostas irregularidades no projeto ao TCU. Um dos autores da denúncia com e-mails e ofícios internos obtidos por ISTOÉ é o ex-comandante da Coordenação de Aviação Operacional da PF coronel Rubens Maleiner. Antes mesmo da conclusão da análise do tribunal, esse grupo, que hoje ascendeu ao poder na PF, resolveu parar todos os processos de aquisição do programa Vant.
As consequências começam a ser conhecidas agora. Deixaram de ser comprados os pacotes de manutenção e o link de satélite, sem o qual a aeronave não pode ser utilizada em sua capacidade máxima. Também foi suspensa a compra de cinco galpões em São Miguel do Iguaçu. Sem as instalações, o Vant, que estava num hangar antigo, precisou ser transferido depois que uma tempestade danificou a estrutura do local. Sem alternativa, agentes da PF tentaram colocar o avião num galpão menor. Em junho, providenciou-se uma gambiarra, com trilhos e cabos de aço. O improviso não deu certo. A ponta da asa direita da aeronave bateu no portão, o que causou avarias na fuselagem e numa lanterna. Desde então, por recomendação da IAI, o avião não pode decolar até que se faça uma avaliação de dano estrutural na asa. ISTOÉ questionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as denúncias e o futuro do programa, mas ele se recusou a responder.
FONTE: IstoÉ
NOTA DO EDITOR: título original – “Intrigas, lobby e sabotagem”
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Re: Projeto VANT
A FAB responde:
Nota Oficial - Esclarecimentos sobre reportagem da revista ISTOÉ (Ed.2238)
O Comando da Aeronáutica repudia veementemente as inverdades, especulações e deturpações publicadas pela Revista ISTOÉ na reportagem "Intrigas, lobby e sabotagem", de autoria do jornalista Claudio Dantas Sequeira. A reportagem parte de informações parciais para sugerir fatos que não correspondem à realidade e assim promover um mau jornalismo, sem compromisso com a ética ou com os leitores.
A reportagem afirma que a Força Aérea Brasileira (FAB) favorece “escancaradamente” a empresa Aeroeletrônica, no entanto, deixa de informar, por exemplo, que em 2011 esta companhia perdeu o contrato para o fornecimento da aviônica do avião KC-390.
O curioso é que esta informação foi repassada ao jornalista no dia 21 de setembro, mas, lamentavelmente, o profissional preferiu ignorar a informação e oferecer ao público da revista ISTOÉ uma generalização sem embasamento.
A aquisição do Hermes 450, designados RQ-450 na FAB, aconteceu após uma análise técnica que teve como objetivo escolher um modelo que pudesse cumprir as missões atuais e também fornecesse a tecnologia necessária para que futuramente seja desenvolvido um VANT nacional. A empresa IAI também participou desse processo de seleção com um modelo diferente do Heron 1 (modelo adquirido pela Polícia Federal citado na reportagem).
Vale lembrar que os contratos da Força Aérea Brasileira são assinados a partir de critérios técnicos, logísticos, industriais e de transferência de tecnologia (offset). Também passam por fiscalização e estão, todos, à disposição dos órgãos de controle. Não há qualquer parecer negativo sobre esse processo de aquisição de VANT para a FAB, assinado em 2010 e publicado no Diário Oficial da União.
A escolha pelo Hermes 450 ocorreu devido ao entendimento de que aquela plataforma atende aos requisitos atuais da FAB. Inclusive, o modelo é empregado com sucesso por outras Forças Armadas ao redor do mundo, entre elas o exército do Reino Unido.
Cada Força Armada ou órgão de segurança pública, no entanto, tem seus próprios critérios e adquire seus produtos de acordo com suas necessidades específicas. É natural que requisitos diferentes cheguem a soluções diferentes. O mesmo ocorre, por exemplo, com a frota de helicópteros: FAB e PF operam modelos distintos por terem necessidades distintas.
Essas informações também foram repassadas previamente para o jornalista, que preferiu omití-las para o público leitor da revista ISTOÉ. O profissional preferiu dizer que o Comando da Aeronáutica "trabalhou para minar a compra da PF" de forma leviana, sem apresentar provas para uma afirmação tão grave.
Já a presença de militares da reserva em empresas que atuam na área de defesa no Brasil e no exterior é uma situação comum, até pela experiência e conhecimento que esses profissionais têm no assunto, o que não significa haver interferências de cunho pessoal.
A reportagem informa ainda que o Comando da Aeronáutica “disseminou que o Vant não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB”. O jornalista sugere que o objetivo seria impedir os voos de VANT da Polícia Federal quando, na realidade, o Comando da Aeronáutica, por ser responsável pela segurança do espaço aéreo brasileiro, precisou estabelecer regras para assegurar que os voos desses veículos aéreos não tripulados não oferecessem riscos aos milhões de passageiros que utilizam o transporte aéreo no país e a população das cidades sobrevoadas. Dessa forma, foi estabelecido que todos os voos de VANT precisam ocorrer em áreas previamente reservadas.
Esta regra, inclusive, não foi uma criação do Comando da Aeronáutica, e sim uma recomendação da Organização da Aviação Civil Internacional. No Brasil, ela é válida não apenas para a Polícia Federal, e sim para toda organização que opere Veículos Aéreos Não Tripulados no espaço aéreo brasileiro, inclusive os Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O documento sobre o tema é a Circular de Informação Aeronáutica (AIC-N 21), emitida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) em 23 de setembro de 2010 e disponível no site do DECEA.
Neste caso, o jornalista poderia oferecer ao leitor da ISTOÉ as informações completas, mas preferiu não enviar uma pergunta sobre esse tema específico e assim acabou cometendo mais um erro. O bom jornalismo ensina a questionar a instituição antes de tecer uma crítica, o que não foi feito. A informação precisa e correta, tão importante para o jornalismo de qualidade, mais uma vez foi deixada de lado.
Por fim, o Comando da Aeronáutica tem como missão a garantia da soberania e da defesa do Brasil, o que requer uma ação integrada, planejada e coordenada entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública. É esse o principal interesse do Comando da Aeronáutica, que, em nenhum momento, trabalha contra ou põe em risco qualquer projeto da Polícia Federal. Ao contrário, o Comando da Aeronáutica colabora para que a Polícia Federal consiga cumprir sua missão institucional da melhor forma possível. A cooperação entre as duas instituições está acima de qualquer interesse e não será abalada por insinuações e manipulações de um falso jornalismo mais preocupado em criar polêmicas que oferecer aos leitores uma visão verdadeira dos fatos. Veja aqui matéria recente da Agência Força Aérea sobre o emprego dos VANTs da FAB na vigilância das fronteiras.
Brasília, 30 de setembro de 2012.
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Nota Oficial - Esclarecimentos sobre reportagem da revista ISTOÉ (Ed.2238)
O Comando da Aeronáutica repudia veementemente as inverdades, especulações e deturpações publicadas pela Revista ISTOÉ na reportagem "Intrigas, lobby e sabotagem", de autoria do jornalista Claudio Dantas Sequeira. A reportagem parte de informações parciais para sugerir fatos que não correspondem à realidade e assim promover um mau jornalismo, sem compromisso com a ética ou com os leitores.
A reportagem afirma que a Força Aérea Brasileira (FAB) favorece “escancaradamente” a empresa Aeroeletrônica, no entanto, deixa de informar, por exemplo, que em 2011 esta companhia perdeu o contrato para o fornecimento da aviônica do avião KC-390.
O curioso é que esta informação foi repassada ao jornalista no dia 21 de setembro, mas, lamentavelmente, o profissional preferiu ignorar a informação e oferecer ao público da revista ISTOÉ uma generalização sem embasamento.
A aquisição do Hermes 450, designados RQ-450 na FAB, aconteceu após uma análise técnica que teve como objetivo escolher um modelo que pudesse cumprir as missões atuais e também fornecesse a tecnologia necessária para que futuramente seja desenvolvido um VANT nacional. A empresa IAI também participou desse processo de seleção com um modelo diferente do Heron 1 (modelo adquirido pela Polícia Federal citado na reportagem).
Vale lembrar que os contratos da Força Aérea Brasileira são assinados a partir de critérios técnicos, logísticos, industriais e de transferência de tecnologia (offset). Também passam por fiscalização e estão, todos, à disposição dos órgãos de controle. Não há qualquer parecer negativo sobre esse processo de aquisição de VANT para a FAB, assinado em 2010 e publicado no Diário Oficial da União.
A escolha pelo Hermes 450 ocorreu devido ao entendimento de que aquela plataforma atende aos requisitos atuais da FAB. Inclusive, o modelo é empregado com sucesso por outras Forças Armadas ao redor do mundo, entre elas o exército do Reino Unido.
Cada Força Armada ou órgão de segurança pública, no entanto, tem seus próprios critérios e adquire seus produtos de acordo com suas necessidades específicas. É natural que requisitos diferentes cheguem a soluções diferentes. O mesmo ocorre, por exemplo, com a frota de helicópteros: FAB e PF operam modelos distintos por terem necessidades distintas.
Essas informações também foram repassadas previamente para o jornalista, que preferiu omití-las para o público leitor da revista ISTOÉ. O profissional preferiu dizer que o Comando da Aeronáutica "trabalhou para minar a compra da PF" de forma leviana, sem apresentar provas para uma afirmação tão grave.
Já a presença de militares da reserva em empresas que atuam na área de defesa no Brasil e no exterior é uma situação comum, até pela experiência e conhecimento que esses profissionais têm no assunto, o que não significa haver interferências de cunho pessoal.
A reportagem informa ainda que o Comando da Aeronáutica “disseminou que o Vant não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB”. O jornalista sugere que o objetivo seria impedir os voos de VANT da Polícia Federal quando, na realidade, o Comando da Aeronáutica, por ser responsável pela segurança do espaço aéreo brasileiro, precisou estabelecer regras para assegurar que os voos desses veículos aéreos não tripulados não oferecessem riscos aos milhões de passageiros que utilizam o transporte aéreo no país e a população das cidades sobrevoadas. Dessa forma, foi estabelecido que todos os voos de VANT precisam ocorrer em áreas previamente reservadas.
Esta regra, inclusive, não foi uma criação do Comando da Aeronáutica, e sim uma recomendação da Organização da Aviação Civil Internacional. No Brasil, ela é válida não apenas para a Polícia Federal, e sim para toda organização que opere Veículos Aéreos Não Tripulados no espaço aéreo brasileiro, inclusive os Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O documento sobre o tema é a Circular de Informação Aeronáutica (AIC-N 21), emitida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) em 23 de setembro de 2010 e disponível no site do DECEA.
Neste caso, o jornalista poderia oferecer ao leitor da ISTOÉ as informações completas, mas preferiu não enviar uma pergunta sobre esse tema específico e assim acabou cometendo mais um erro. O bom jornalismo ensina a questionar a instituição antes de tecer uma crítica, o que não foi feito. A informação precisa e correta, tão importante para o jornalismo de qualidade, mais uma vez foi deixada de lado.
Por fim, o Comando da Aeronáutica tem como missão a garantia da soberania e da defesa do Brasil, o que requer uma ação integrada, planejada e coordenada entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública. É esse o principal interesse do Comando da Aeronáutica, que, em nenhum momento, trabalha contra ou põe em risco qualquer projeto da Polícia Federal. Ao contrário, o Comando da Aeronáutica colabora para que a Polícia Federal consiga cumprir sua missão institucional da melhor forma possível. A cooperação entre as duas instituições está acima de qualquer interesse e não será abalada por insinuações e manipulações de um falso jornalismo mais preocupado em criar polêmicas que oferecer aos leitores uma visão verdadeira dos fatos. Veja aqui matéria recente da Agência Força Aérea sobre o emprego dos VANTs da FAB na vigilância das fronteiras.
Brasília, 30 de setembro de 2012.
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
- Alcantara
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Re: Projeto VANT
Muito bom! Deu uma esculachada na "reporcagem" da Isto É. A FAB tinha que vir mais vezes em público com notas como estas.
"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
- NovaTO
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Re: Projeto VANT
Boa resposta da FAB. Devia ser assim para todas as "fofocas" e desinformações que aparecem na mídia.
[]'s
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- Carlos Lima
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