TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

[FCarvalho]

Do ponto de vista das previsões macroeconômicas que andam sendo feitas para o Brasil no curto e médio prazo, as coisas não estão nada boas. E isso não é o caso só de um rescaldo de pandemia e assemelhados. A coisa toda é a nível mundial. E se não fizermos aqui nosso dever de casa, que é continuar modernizando, e diminuindo onde possível, a máquina pública e sua influência sobre a economia, não vai haver orçamento para nada mesmo além do mínimo básico necessário.

E não é preciso dizer que não existe nenhum compromisso político real de quaisquer lados sobre o tema defesa no país, seja lá quem for que leve cadeira do rei nos próximo quadriênio e quiçá além.

Este é um cenário claro e vívido em todas as três forças, que estão simplesmente se atendo à realidade dos fatos. Não existe dinheiro para tudo, o que existe é pouco e será usado em Defesa somente quando for oportuno, politicamente falando, ou absolutamente necessário. Fora disso, cada um vai ter que se virar com o que receber e sem reclamar.

Viva-se com isso.

[knigh7]

Pessoal,

O orçamento da FAB para investimento e pagamento de financiamentos neste ano é de R$3,55 bilhões. As obrigações financeiras do Gripen (R$1,4 bi) não correspondem nem a metade ao que Força despende. Ela tem condições de suportar um novo financiamento (cujo valor, aliás, seria menor) desde que haja uma maior concentração orçamentária no programa e é isso que o Comandante vem buscando.

[gogogas]

Aposto em satélites onde vai boa parte dos investimentos!

[knigh7]

Aposto em satélites onde vai boa parte dos investimentos!

Desconheço a demanda do PESE para os próximos anos, mas neste ano e em 2021 o orçamento para o programa foi de R$120 milhões/ano.

[FCarvalho]

Foi divulgado o áudio da entrevista coletiva com o Comandante da FAB. A Força quer passar a fabricação dos "F" para a Suécia por economia haja vista a intenção de um novo contrato para mais unidades.
O Comandante não mencionou nada sobre a mudança na liderança do desenvolvimento da versão biposta, que é nossa e é o mais importante.

Eu queria saber exatamente o que essa nossa liderança no projeto do Gripen F agrega valor ao conjunto da obra do contrato do FX. Por que até agora eu ainda não entendi o quanto isso nos traz, ou trará, não sei, algum tipo de benefício que a Embraer não possa desenvolver por ela mesma ou possamos simplesmente pagar para obter.
Enfim, pouco ou quase nada se tem falado dos Gripen F neste contexto como um todo, mas, sei lá. Um modelo de dois lugares do Gripen E será realmente tudo isso que valha pagar um extra para fazer uma versão só para nós com desenvolvimento made in Embraer e SAAB a tira colo

Transferido para o lugar correto.

[FCarvalho]

Pessoal,
O orçamento da FAB para investimento e pagamento de financiamentos neste ano é de R$3,55 bilhões. As obrigações financeiras do Gripen (R$1,4 bi) não correspondem nem a metade ao que Força despende. Ela tem condições de suportar um novo financiamento (cujo valor, aliás, seria menor) desde que haja uma maior concentração orçamentária no programa e é isso que o Comandante vem buscando.

Me parece que sem uma melhor gestão, e ampliação, do leque orçamentário da FAB, e demais forças, no que tange as contas investimento e custeio, vamos continuar a ver navios por muito tempo.
O orçamento do MD aumentou relativamente, e muito, nos últimos anos, mas não foi com o que mais importa\interessa, que é investimento em modernização e operacionalidade.
De concreto mesmo só o que cresceu foram os salários e pensões, e ficamos por aí. E este parece ser o único pleito que importa de fato aos comandos das nossas forças militares no tema orçamentário, dado que todo o restante continua minguado e sem qualquer expectativa de melhoria, ou mudança de tratamento consequente.
O negócio é que não tem como aumentar e nem melhorar a gestão de investimento e custeio em Defesa sem desatrelar salários do orçamento do MD. Isto nunca vai dar certo. Sempre vai ser a mesma conversa de sempre. E pelo jeito ninguém, dentro e fora do MD, quer saber de mexer nisso de verdade.
Azar o nosso, que vamos passar à eternidade vendo a Defesa se virar com as sobras do soldo da caserna, e sem maiores pretensões de futuro ou efetividade operacional verdadeira.
26 Gripen E\F no segundo lote
Começo a duvidar até de metade disso.

[FCarvalho]

Aposto em satélites onde vai boa parte dos investimentos!

Desconheço a demanda do PESE para os próximos anos, mas neste ano e em 2021 o orçamento para o programa foi de R$120 milhões/ano.

Em um mundo onde a sigla NCW mais do que nunca tornou-se a base central de qualquer estratégia e doutrina de guerra vencedora, nós tratamos o tema assim.

[knigh7]

Eu queria saber exatamente o que essa nossa liderança no projeto do Gripen F agrega valor ao conjunto da obra do contrato do FX. Por que até agora eu ainda não entendi o quanto isso nos traz, ou trará, não sei, algum tipo de benefício que a Embraer não possa desenvolver por ela mesma ou possamos simplesmente pagar para obter.
Enfim, pouco ou quase nada se tem falado dos Gripen F neste contexto como um todo, mas, sei lá. Um modelo de dois lugares do Gripen E será realmente tudo isso que valha pagar um extra para fazer uma versão só para nós com desenvolvimento made in Embraer e SAAB a tira colo

Transferido para o lugar correto.

O @Cassio poderia te responder mais especificadamente sobre esse ganho da Embraer bem como esse assunto já foi abordado em edições da revista Força Aérea. Segue abaixo uma página de um dos cadernos eletrônicos da SAAB sobre o andamento da participação industrial brasileira. De 2020. À respeito da versão "F":

[FCarvalho]

As informações são muito boas, grato Manuel.

Em relação ao projeto em si, do alto da minha lerdeza mental em engenharia, o que se está fazendo no Gripen F, com a ajuda da SAM e da AKAER, meio que parece uma mera adaptação do que existe hoje no Gripen E para as dimensões, necessidades e características de um modelo biplace. Se eu não estou enganado, a Embraer já sabe mais ou menos, digamos, o caminho dos espinhos em relação a tais adaptações com o desenvolvimento e produção do AMX em suas versões mono e biplace. E talvez até mesmo mexendo nos F-5E\F durante a modernização.

Se é assim, em termos de novidade produtiva e de projeto, não parece que estejamos de fato aprendendo algo realmente novo que já não se tenha feito ou conhecido em menor ou maior escala na empresa brasileira. Ou não

É claro que tem de se respeitar as diferenças gigantescas entre AMX, F-5 e Gripen E, mas dado que as linhas mestras dos projetos de um caça biplace devem seguir as mesmas regras básicas de engenharia de projeto, sei lá, será que dá para afirmar concretamente que a Embraer está de fato tendo ganhos que lhe tragam novidades em termos de capacidade de engenharia Ou estou enganado

A saber, SAM e Akaer estão fabricando muita coisa que já é pertinente ao modelo E, e que devem ser, via de regra geral, os mesmos no modelo F, o que é natural, e mesmo intencional, dado que a maior comunalidade possível entre os modelos é um item de base. Com base no exposto do texto acima, o que atrai a atenção é a questão da adaptação e\ou redesenho dos sistemas e de partes da fuselagem que devem ser orientadas para a versão de dois lugares, o que me parece, novamente, algo que não seja de todo uma novidade objetiva em termos de aprendizado de coisas novas que já não tenhamos feito aqui antes. Mas claro, há o fato de que existem 400 engenheiros da Embraer envolvidos neste projeto, sendo que 50 foram à Suécia aprender fazendo o que lhes é mister das áreas de atuação. Com certeza eles devem ter visto e aprendido algo por lá. Mas a escala de aprendizagem em relação à empresa Embraer ficamos a saber.

Dos sistemas de bordo existentes hoje no modelo E, o WAD, o HUD e demais sistemas de C2 devem ser orientados pela AEL em sua adaptação no modelo F, de forma que este é talvez um dos trabalhos mais interessantes de serem feitos.

Por fim, como dito no texto, o modelo F deve estar pronto em 2023 para começar seus testes de voo. Já estamos entrando na segunda metade de 2022 e até o momento não se tem notícias sobre a fase de construção do primeiro protótipo biplace. E os envolvidos, FAB, Embraer e SAAB não demonstraram até o momento nenhuma empolgação em falar sobre o mesmo. Neste processo todo o Gripen F continua sendo um mero e ilustre desconhecido.

[EduClau]

223M Biden$ cada F-16 b70 para a Colômbia depois dessa já deve ter gente por lá mirando com carinho o gripen.

https://www.infodefensa.com/texto-diari ... o-colombia

Sds

[gabriel219]

223M Biden$ cada F-16 b70 para a Colômbia depois dessa já deve ter gente por lá mirando com carinho o gripen.

https://www.infodefensa.com/texto-diari ... o-colombia

Sds

Caralho, mas espera ai, como conseguiram fazer F-16 por USD 223 milhões??? Será mesmo que estão certos, pois isso é impossível!

Pagamos por um ToT e por uma aeronave mais capaz metade disso, praticamente. Jesus amado, melhor os Colombianos irem de Gripen ou até Hornet do Kwait, apesar dos custos operacionais. Porém, os Colombianos perderam a oportunidade de ouro quando a IAI ofereceu Kfir NG com F404/414, AESA e tudo mais, fabricado no país localmente.

[EduClau]

Bom para os europeus, vão acabar enfiando neles Typhoon usados dos primeiros bloques.

[gabriel219]

Bom para os europeus, vão acabar enfiando neles Typhoon usados dos primeiros bloques.

Já acho o Typhoon muita coisa pros Colombianos em termos de custo operacional, ainda mais se for o T1. Há um tempo atrás, a RAF pagava USD 18 mil por hora de vôo no Typhoon e era o T2, que tem custos operacionais reduzidos em torno em cima do T1.

Talvez, juntando custo operacional com custo de aquisição e possível modernização, já que o T1 está sem uma série de possibilidades que o T2 tenha, vale mais a pena eles adquirir algo como o Gripen mesmo ou ter a sorte de conseguir algo usado mais barato, como F-16 C/D ou Hornet.

[FCarvalho]

Bom, parece que vai ser difícil a FAC querer pagar mais de US 5 bi para os primos ricos só para poder continuar na amizade.
Vamos ver como o pessoal da SAAB\Embraer consegue resolver mais este imbróglio colombiano.

[Túlio]

Do ponto de vista das previsões macroeconômicas que andam sendo feitas para o Brasil no curto e médio prazo, as coisas não estão nada boas. E isso não é o caso só de um rescaldo de pandemia e assemelhados. A coisa toda é a nível mundial. E se não fizermos aqui nosso dever de casa, que é continuar modernizando, e diminuindo onde possível, a máquina pública e sua influência sobre a economia, não vai haver orçamento para nada mesmo além do mínimo básico necessário.

E não é preciso dizer que não existe nenhum compromisso político real de quaisquer lados sobre o tema defesa no país, seja lá quem for que leve cadeira do rei nos próximo quadriênio e quiçá além.

Este é um cenário claro e vívido em todas as três forças, que estão simplesmente se atendo à realidade dos fatos. Não existe dinheiro para tudo, o que existe é pouco e será usado em Defesa somente quando for oportuno, politicamente falando, ou absolutamente necessário. Fora disso, cada um vai ter que se virar com o que receber e sem reclamar.

Viva-se com isso.

Até que enfim alguém olha para o quadro GLOBAL e diz algo sensato: a coisa está tão mas TÃO FEIA pros lados da UE, da qual a Suécia faz parte, que já começaram a puxar o que podem da produção para lá, espichando para um quimérico "vamos ver" o início dela aqui.

Mas isso nem é a pior parte: numa Economia Mundial descobrindo finalmente que globalização tem seus percalços e que não são pequenos nem fáceis de superar, diria que apostar em segundo lote de Gripen é coisa que eu não faria; o que temos de concreto é que um certo cajuzinho, já em seu último ano no comando da FAB, juntou sua patota para matar o que precisasse de Programas Nacionais para tentar salvar um da Suécia; ano que vem já vai ser outro CMT, não importa quem ganhe a eleição (se tiver).

Assim, ou assinam tudo quanto é contrato AGORA, e tão bem "amarrados" que não tenha como mexer em muita coisa depois, ou fica como está (36 a 40/45). E a mesma regra que permitiu/permite cortar 1/4 dos 390 sem pedir licença pra ninguém vale para o Gripen idem, significando que de 36, 40, 45 ou 66 se pode estagnar em 27/28, 30 ou no máximo 49/50.

Basta apenas quem entrar depois achar que os empregos na EMBRAER valem mais do que os na SAAB.