Sobre os programas de modernização e ampliação do CFN:
''A END ressalta que ao garantir o poder para negar o uso do mar ao inimigo, o Brasil precisa manter a capacidade de projetar poder e criar condições para controlar suas Linhas de Comunicação Marítimas, as áreas marítimas e águas interiores de importância político-estratégica, econômica e militar. Nesse contexto, estabelece que, para assegurar a capacidade de projeção de poder, a MB possuirá meios de Fuzileiros Navais em permanente condição de pronto-emprego.
Os fuzileiros navais são essenciais para a defesa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, para atuar em missões de paz e em operações humanitárias, em qualquer parte do mundo. Nas vias fluviais, são fundamentais para assegurar o controle das margens durante as Operações Ribeirinhas.
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) deve consolidar-se como uma força de caráter expedicionário por excelência.
Desse modo, a articulação e o reaparelhamento do CFN considera a ampliação da capacidade anfíbia do Poder Naval e a consolidação do emprego dos Fuzileiros Navais por meio de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav).
Os GptOpFuzNav deverão possuir recursos materiais apropriados, que contribuam para ampliar a capacidade de permanência em combate. Assim, considerando-se as necessidades das atuais e futuras organizações militares (OM) planejadas, foram concebidos diversos projetos, dentre os quais destacam-se:
a) Modernização de Meios de Fuzileiros Navais
Engloba a modernização dos Carros Lagarta Anfíbios, das Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Lagartas, a execução do Programa Geral de Manutenção (PROGEM) do acervo atual, além do recompletamento das dotações de viaturas operativas, equipamento de comunicações, armas leves, morteiros e equipagens operativas das OM já existentes no CFN.
b) Obtenção de Meios de Fuzileiros Navais
Consiste das seguintes obtenções principais:
- Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) e Carros de Combate (CC);
- Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Rodas (VBTP SR) e Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Lagartas (VBTP SL);
- Baterias de Artilharia de Campanha e de Lançadores Múltiplos de Foguetes (LMF);
- Sistemas de Defesa Antiaérea (SisDefAAe), Sistemas de Guerra Eletrônica (SisGE), Equipamentos de Comunicações, Sistemas de Defesa Antiaérea dos Pontos Sensíveis da MB e Sistemas de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica; e
- Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANT-CFN).
Dentre essas obtenções, destacam-se alguns projetos que têm potencial para contribuir de forma relevante para a consolidação e o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa, tais como: o LMF ASTROS; o Fuzil IMBEL IA2; as VtrBld SR Guarani; os Radares SABER; e as Vtr Leves MARRUÁ (AGRALE).
Ainda nesse contexto, destaca-se o planejamento da criação de diversas OM, dentre elas: o Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de Itaguaí e de ARAMAR; o Grupamento de Fuzileiros Navais de São Paulo; o 4º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais; o Batalhão de Operações Ribeirinhas de Tabatinga; o Comando da Tropa de Desembarque Ribeirinho; e a 2ª Força de Fuzileiros da Esquadra, na região Norte/Nordeste.
Recentemente foram criados o Comando do Desenvolvimento Doutrinário do CFN (CDDCFN) e a Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM).
Não menos importante, a reestruturação de OM já existentes visa, principalmente, adensar a presença da MB nas regiões Amazônica e Centro-Oeste, com destaque para as seguintes elevações de categoria:
• do Grupamento de Fuzileiros Navais de Belém para 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas;
• do Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário para 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas;
• da Companhia de Apoio ao Desembarque para Batalhão; e
• do Pelotão de Defesa Nuclear, Bacteriológica, Química e Radiológica em Companhia.
Por fim, destaca-se que o crescimento balanceado do CFN está diretamente atrelado a diversos projetos de obtenção de meios navais, imprescindíveis à constituição dos conjugados anfíbios. São eles: os Navios de Propósitos Múltiplos; os Navios-Transporte de Apoio; os Navios Anfíbios; as Embarcações de Desembarque de Carga Geral; e as Embarcações de Desembarque de Viaturas e Material.
Tais conjugados permitem, de forma inequívoca, o atendimento das premissas estabelecidas na END, no que tange ao cumprimento da tarefa de projeção de poder pela MB e à consolidação do CFN como parcela indissociável do Poder Naval brasileiro.''
Sds
Lord Nauta