Quanto tempo Bacchi, bom ver você postando novamente.Reginaldo Bacchi escreveu:pt mencionou artigo de Paulo Mendonça no sitio Area Militar.
Tal artigo entre outras coisas mencionava:
"... Outras razões para o falhanço ...<cortar>... O facto de a Alemanha não ter autorizado a venda do canhão Rheinmetal de 120mm, forçou a ENGESA a optar pela peça de origem francesa, tecnicamente inferior. ...".
Depondo sobre este assunto, como acompanhante que fui do projeto do Osório, posso afirmar que JAMAIS a Alemanha negou o uso do canhão Rheinmetall 120 mm à ENGESA, por que a ENGESA jamais cogitou de usar este canhão.
O que aconteceu foi: A decisão da alta direção da ENGESA de oferecer o carro com canhão de 120 mm, esbarrou com a força de recuo dos canhões deste tipo disponíveis na época. Já se sabia por experiências realizadas pelos vários fabricantes de carros de combate, que a força de recuo para o Osório não devia superar a força de recuo do canhão de 105 mm modelo L7/M68 para um carro de 42 ton. Este canhão tinha uma força de recuo de 500 kN (51 ton.) para um curso de recuo de 340 mm.
Com efeito: o 120 mm modelo L11 da ROF (montado no Chieftain/Challenger) tinha uma força de recuo de 610 kN (62 ton.), com um curso de recuo de 370 mm; e o 120 mm da Rheinmetall instalado no Leopard 2 tinha uma força de recuo de 600 kN (61 ton.), associado à um curso de recuo de 340 à 370 mm.
Paralelamente à estes a GIAT tinha desenvolvido o canhão modelo F1 de 120 mm/52 calibres, projetado para utilizar a mesma munição do 120 mm da Rheinmetall, e que seria montado no futuro carro de combate francês destinado a substituir o AMX-30. Este canhão tinha força de recuo de 550 kN (56 ton.), com curso de recuo de 400 mm, valores bastante próximos dos canhões britânico e alemão.
Portanto, todos estes canhões de 120 mm não seriam aceitáveis para o novo carro de combate da ENGESA com suas 42 toneladas.
Felizmente a GIAT tinha desenvolvido em 1983 uma versão do AMX-30 - o AMX-40 - equipada com canhão de 120 mm. Para este veiculo de 43 toneladas se aplicava a mesma restrição de força de recuo, vista em relação ao futuro carro da ENGESA. A GIAT resolveu este problema desenvolvendo uma versão do F1 com menor força de recuo, designada como G1. Aumentando o curso de recuo do canhão - passaram de 400 mm para 485 mm - conseguiram reduzir a força de recuo para 365 kN (37 ton.).
Com isto a GIAT resolveu não só seu problema, como o da ENGESA. Inclusive ficou a firma brasileira com um canhão mais possante do que o alemão. Com efeito, tendo o canhão G1 um tubo de 52 calibres de comprimento, e o canhão alemão um tubo de 44 calibres, tinha o canhão francês uma vantagem de aproximadamente 10% à mais de velocidade de boca, para a mesma munição.
Isto foi o que eu tive a oportunidade de acompanhar.
Reginaldo J. Rodrigues da Silva Bacchi
Racionalmente, acho complicado comparar os carros russos com os ocidentais, qual o equivalente do T-55? T-62? T-64? T-72? T-80? T-90? Múltiplas variações deles?JL escreveu:mas racionalmente os carros russos são inferiores aos seus congeneres ocidentais, seja eles T 55, 62 ou 72. Particularmente considero que talvez o T 62 seja o pior de todos.
Comparando as versões mais recentes deles com os ocidentais mais modernos e fabricados em maior número (M1 e Leo 2) eles são mais leves, porém, menores, menos peso significa que talvez a blindagem seja inferior, porem, ser menor significa que há menos coisas para blindar, e por fim, do que são feitas as blindagens?
Talvez o melhor MBT russo realmente seja inferior ao melhor MBT ocidental, pessoalmente até acredito nisso, mas nunca vi bons argumentos para justificar isso, quando entra equipamento russo na discussão começam as declarações de amor e ódio.
Sempre achei que a Engesa tinha conseguido comprar a blindagem dos ingleses, mais um conceito errado sobre o Osório corrigido.Reginaldo Bacchi escreveu:A ENGESA inicialmente quis comprar tecnologia de blindagem composta. Não o conseguiu e a contra gosto começou um trabalho de desenvolvimento próprio.
Para este trabalho foi adquirido tubo de canhão de 35 mm Oerlikon (para construção de provete de teste) e munição APDS. Fui eu quem coordenou a importação deste material. O trabalho foi conduzido em escala reduzida e depois ampliado.
Para desenvolvimento das placas de alumina foi feito investimento com um pessoal técnico da Faculdade de Engenharia de São Carlos.
Por falar no Osório, o senhor nunca pareceu se importar com qualquer desvantagem do motor frontal e frequentemente cita as vantagens dele inclusive citando o Merkava, quais razões levaram a Engesa a optar pelo motor traseiro?