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Enviado: Dom Out 21, 2007 8:32 pm
por soultrain
2007-10-20 - 00:00:00

Reportagem: Esquadra 751
Missão salvar vidas


Vítor Mota
Um dos dez náufragos do pesqueiro ‘Rainha do Mundo’ salvos pela Força Aérea em Fevereiro de 2004. Em baixo, o major José Diniz, um dos mais experientes pilotos da esquadra 751
Um dos dez náufragos do pesqueiro ‘Rainha do Mundo’ salvos pela Força Aérea em Fevereiro de 2004. Em baixo, o major José Diniz, um dos mais experientes pilotos da esquadra 751
"Tive pesadelos durante anos. Não conseguia dormir. Acordava sobressaltado a meio da noite a pensar naquela missão.” O major José Diniz lembra uma operação de resgate na Madeira que o marcou para sempre. Na altura – ano 2000 – comandava um helicóptero Puma, que foi chamado a resgatar um homem que tinha caído numa falésia profunda. Os bombeiros demorariam 24 horas a chegar ao local – a diferença entre trazer um ferido ou um morto. O piloto levou a máquina até ao vale escarpado – “não tínhamos mais de dois metros de intervalo entre as pás da hélice e as paredes da falésia” – e decidiu avançar, apesar do perigo. Conseguiram resgatar a vítima com vida, mas foi só quando aterrou em solo seguro que a dúvida se instalou na cabeça de José Diniz: “Pus em risco a vida de cinco pessoas para salvar uma. Ainda hoje não sei se tomei a decisão correcta.”




Parte da resposta a esta dúvida pode ser resolvida com um olhar para a placa que está à entrada do edifício da Esquadra 751, na base aérea do Montijo. Aí se lê “2134 vidas salvas”. Uma contagem desactualizada. “O balanço de salvamentos da esquadra do Montijo é de 2161 desde a criação da unidade. Somando os salvamentos nas ilhas, já deve ultrapassar as 2600 pessoas”, diz o tenente João Silva, um dos pilotos da unidade.


A esquadra 751 conta actualmente com sete comandantes e o dobro de co-pilotos, que operam com os helicópteros EH101 Merlim. Têm por missão assegurar o salvamento marítimo no Continente e nas ilhas da Madeira e dos Açores. Dos 12 aparelhos disponíveis, oito estão na base aérea do Montijo, três na Ilha Terceira e outro em Porto Santo.

A todo o momento, quatro destes gigantes dos céus estão prontos a partir para responder a situações de emergência. As tripulações estão treinadas para levantar voo no intervalo máximo de meia hora desde que lhes chega o pedido de socorro. Voam de dia e de noite, em quase todas as situações meteorológicas. Só ventos com rajadas superiores a 100 km/hora obrigam a ficar em terra.

Os helicópteros EH101 começaram a substituir os Puma, máquinas do tempo da guerra colonial, no início de 2006. Os 12 novos aparelhos, que custaram 446 milhões de ao Estado português, não estão todos operacionais. As razões são duas: falta de verbas e falta de meios humanos. Tal como acontece com os pilotos de aviões, também neste caso a Força Aérea Portuguesa sente os efeitos da ‘fuga’ dos melhores para a aviação comercial. Sete pilotos têm de assegurar a manutenção de quatro máquinas operacionais a todo o instante, obrigando os homens a horários prolongados e poucos dias de folga: “Mal temos tempo para estar com as nossas famílias”, confirma o major José Diniz, chefe da formação e avaliação da esquadra.

A formação de um piloto começa com um ano e meio do curso básico de pilotagem de helicópteros. Isto no caso dos oficiais milicianos, contratados por um período de seis anos. Os que iniciam carreira na Academia cumprem quatro anos de curso e mais um de pilotagem. Para voar com o EH101, tanto os oficiais milicianos como os militares de carreira fazem um curso de sete semanas em Inglaterra, entre aulas teóricas e voos em simulador. Após esta fase, um piloto tem de cumprir pelo menos 60 horas de voo até estar habilitado a comandar uma aeronave em missões reais.

Nos próximos meses, mais três pilotos vão completar a formação, mas, dadas as saídas já previstas, a capacidade operacional vai ficar praticamente na mesma.

A falta de verbas faz com que só esteja disponível em permanência metade da frota. Os quatro helicópteros destinados ao resgate em situação de combate (CSAR) e os dois à fiscalização de pescas e tráfego marítimo (SIFICAP) ainda não operam nessas funções devido à falta de treino específico dos militares e à escassez de verbas. Todas as energias são canalizadas para a missão de busca e salvamento.

A entrada ao serviço dos EH101 obrigou a mudanças nos métodos de trabalho. Em vez de cinco elementos, as equipas dos helicópteros passaram a voar com apenas quatro – piloto, co-piloto, operador de grua e recuperador salvador. Cada saída obriga a calcular todos os pormenores. A distância e o número de vítimas a resgatar condicionam as contas do combustível e a própria configuração do aparelho, que, em condições ideais, pode transportar um máximo de 30 passageiros. Opera até às 400 milhas náuticas (730 km) da costa – mais 200 do que o Puma – mas a instalação de um depósito extra de combustível limita a capacidade de transporte. Nada pode ser deixado ao acaso.

Uma característica fundamental das equipas de resgate é o treino permanente. Os recuperadores salvadores – os homens que têm a arriscada missão de descer pelo guincho do helicóptero e trazer as vítimas para bordo – têm de cumprir um programa rigoroso. “Para estarmos habilitados a fazer salvamentos não podemos estar mais de um mês sem fazer um exercício no mar ou uma operação real”, explica o sargento adjunto António Barreiros, de 45 anos. No caso de operações em zonas escarpadas, é obrigatório treinar os procedimentos de 90 em 90 dias.

Os militares repartem o tempo entre o Continente e as Ilhas, num esquema de turnos rotativos que os afasta de casa por longos períodos. “Há um grande sacrifício pessoal de toda a gente que trabalha nesta esquadra”, reconhece António Barreiros. Um sacrifício justificado pelo cumprimento do objectivo mais nobre: salvar vidas.

CINCO AVIÕES PARA VIGILÂNCIA E SALVAMENTO

A Força Aérea Portuguesa vai ter, dentro de dois anos, cinco aparelhos para as missões de luta anti-submarina, vigilância costeira e busca e salvamento. Os aviões P3C, que já estão em Portugal, não são novos – foram comprados à Holanda, que os abateu ao serviço – mas vão ser equipados com tecnologias de última geração que os põem em igualdade de circunstâncias com os que são usados pelos parceiros da NATO. O contrato com o fabricante Lockheed foi assinado este Verão e os primeiros aparelhos chegam em Agosto e Dezembro de 2009.

O tenente-coronel Paulo Ropio, comandante da esquadra 601, explica a importância desta renovação “Os aviões que usamos actualmente – os P3P – estão a chegar ao limite da idade de utilização. As novas aeronaves vão permitem-nos manter a operacionalidade, não só em território português mas nas missões internacionais”.

Os dois aviões P3P ainda ao serviço têm como missão primordial a vigilância costeira, mas são também uma preciosa ajuda em operações de busca e salvamento. “Actuamos a longa distância, em zonas fora do raio de alcance dos helicópteros. Em caso de necessidade, podemos atirar balsas de sobrevivência para náufragos que estejam no mar”, explica o comandante.

Os P3 são preciosos na localização de vítimas. Com uma autonomia de voo de 11 horas, conseguem percorrer distâncias maiores e sinalizar com precisão o local do acidente. A informação permite aos helicópteros poupar tempo e combustível. O P3 funciona ainda como retransmissor das comunicações dos helis que, devido às baixas altitudes em que operam ficam, frequentemente, incontactáveis durante os salvamentos.

TECNOLOGIA A BORDO

Apelidado de ‘Rolls Royce’ dos céus, o EH101 oferece aos pilotos uma série de dispositivos que facilitam a pilotagem e as operações de busca. A destacar a câmara de infravermelhos, que permite visualizar fontes de calor em ambiente de escuridão mostrando aos pilotos onde estão as vítimas quando os olhos nada vêem. Outra novidade em relação aos Puma é a função de piloto automático, que liberta os pilotos das funções mais básicas, permitindo-lhes concentrarem-se no objectivo de encontrar as vítimas.

RESGATADOS DO MAR NO ÚLTIMO MOMENTO

Manda a praxe da esquadra que o primeiro salvamento de um recuperador salvador obriga a pagar uma rodada aos colegas. A 20 de Fevereiro de 2004, Paulo Santos estreou-se com a evacuação de uma doente de Porto Santo para o Funchal. Não quis pagar: “Foi mais um serviço de enfermeiro”, explica. Horas depois, o telemóvel toca. A chamada é curta: “Querias um salvamento, então vem depressa.” O pesqueiro ‘Rainha do Mundo’ estava à deriva e dez tripulantes em risco de vida. Paulo Santos retirou-os da água, um por um. Ao jantar, pagou a rodada.

Os 12 nadadores recuperadores da esquadra 751 têm outro hábito – guardar os coletes dos náufragos. Vítor Casimiro só trouxe uma t-shirt do resgate feito ao tripulante do navio ‘Hannes’, que caiu ao mar ao largo de Sines, a 27 de Junho deste ano. O homem passou quatro horas dentro de água, sem colete, apenas com uma t-shirt a protegê-lo do frio. Desmaiou mal foi agarrado pelo recuperador, mas salvou-se e ficou-lhe agradecido para a vida.

SÓ METADE DOS HELI ESTÁ PRONTA A VOAR

A manutenção dos EH101 é dispendiosa e as reparações das avarias custam milhares de euros. Todas as operações no hangar têm de ser planeadas tendo em conta as limitações financeiras da Força Aérea.

Dos 12 helicópteros comprados pelo Estado português, só metade está permanentemente disponível para voar. As tripulações vão rodando pelas máquinas conforme o grau de operacionalidade de cada uma. Por outro lado, a esquadra 751 só dispõe de sete comandantes, o que torna impossível pôr os 12 helicópteros a voar em simultâneo. Ainda assim, os militares garantem que há meios suficientes para cumprir as missões de busca e salvamento.

MISSÕES DE FISCALIZAÇÃO E COMBATE ADIADAS

A Força Aérea tem à sua disposição quatro helis EH101 na versão de salvamento em ambiente de guerra (CSAR) e dois vocacionados para a fiscalização da costa, nomeadamente das actividades de pesca e tráfego de navios suspeitos (SIFICAP). No entanto, nenhuma destas valências está ainda a funcionar em Portugal.

Já há militares com formação para operar em acções de fiscalização, mas o mesmo não acontece em relação ao salvamento em ambiente de guerra. Estas missões obrigam a um investimento em equipamento específico e não há prazos definidos. Os helicópteros têm sido usados em missões de busca e salvamento normais.

SALVAMENTOS EM NÚMEROS

400 milhas náuticas, cerca de 730 quilómetros, é a distância máxima a que o EH101 faz operações de salvamento. É o dobro da distância do Puma.

4 helicópteros preparados para partir a qualquer momento para salvamentos. Dois estão no Montijo, um nos Açores e um em Porto Santo.

2161 pessoas foram salvas pelos militares da esquadra 751 desde o início do serviço de buscas e salvamento na década de 1970.

30 minutos é o tempo máximo entre a chegada do pedido de ajuda e a descolagem do helicóptero. Tecnicamente, é impossível sair mais cedo.

12 nadadores recuperadores cumprem missão no Montijo, Porto Santo e Ilha Terceira. São eles que descem pelo guincho até à água para retirar os náufragos do mar.

711 é o número da esquadra baseada nos Açores, recentemente desactivada. O serviço foi unificado numa só unidade, a esquadra 751.

LEMA

Apesar de já não estar ao serviço, o helicóptero Puma continua a figurar no emblema e a emprestar o nome à esquadra 751. O lema da unidade revela a vocação dos militares que resgatam vítimas do mar.
José Carlos Marques

Enviado: Dom Out 21, 2007 8:42 pm
por alex
Os Eh101 com seus tres motores deve ter uma manutenção muito cara.
Pena que nunca foi pensado uma versão com apenas 02 motores...

Enviado: Sex Out 26, 2007 5:18 pm
por soultrain
Açores: Radares de defesa aérea nas ilhas a partir de 2011
O chefe do Estado-maior da Força Aérea disse hoje que os radares de defesa aérea previstos na actual Lei da Programação Militar serão instalados nos Açores a partir de 2011, altura em que haverá verbas disponíveis

Luís Araújo sublinhou que o sistema de radares já está «instalado em três pontos do território continental e encontra-se em instalação na região Autónoma da Madeira, a que se seguirá a sua instalação, a partir de 2011, nos Açores».

O CEMFA, que falava depois da cerimónia de rendição do comandante do Comando Aéreo dos Açores, disse à agência Lusa que «será também por essa altura que deverá ser destacada para a Região uma missão de aviões F-16».

«Depois de completar a aquisição das três dezenas de F-16 que farão parte da nossa Força Aérea, estão previstos destacamentos para os Açores», frisou.

Luís Araújo revelou, ainda, que foram comprados cinco aviões P-3 Orion que, depois de actualizados tecnologicamente, reforçarão as missões que são feitas nos mares dos Açores, nomeadamente em distâncias que as outras aeronaves não possam executar.

«Estas modernizações são necessárias de forma a garantir uma fiscalização adequada de uma zona cujas linhas de comunicação marítima e aérea são relevantes no contexto geoestratégico e não estão isentas de ameaças», acrescentou.

Na sua intervenção, o CEMFA reafirmou que as missões que estão confiadas à FAP são realizadas «de acordo com aquilo que orçamentalmente o país disponibiliza para este sector», procurando que «seja rentabilizado racionalmente».

Durante a cerimónia, tomou posse como comandante da Zona Aérea dos Açores o Major-General piloto aviador Victor Fernando Fragoso, que substitui nestas funções o Major-general José Tareco.

Diário Digital / Lusa

26-10-2007 17:48:00

Enviado: Sex Out 26, 2007 10:52 pm
por A-29
F-16 nos açores, que massa !!!!!

É Portugal nos mostrando que não basta reivindicar a soberania sobre algum lugar, é preciso exercê-la.

Enviado: Sáb Out 27, 2007 5:21 am
por old
A-29 escreveu:F-16 nos açores, que massa !!!!!

É Portugal nos mostrando que não basta reivindicar a soberania sobre algum lugar, é preciso exercê-la.


Y que problema de Soberania tienen en la Azores? :wink:


Pensaba que el contrato ya estaba firmado y en El Pico Do Arriero ya estaban montados los radares de defensa aerea.

En cualquier caso, buena noticia!!

Enviado: Sáb Out 27, 2007 7:09 am
por soultrain
old escreveu:
A-29 escreveu:F-16 nos açores, que massa !!!!!

É Portugal nos mostrando que não basta reivindicar a soberania sobre algum lugar, é preciso exercê-la.


Y que problema de Soberania tienen en la Azores? :wink:


Pensaba que el contrato ya estaba firmado y en El Pico Do Arriero ya estaban montados los radares de defensa aerea.

En cualquier caso, buena noticia!!


Caro Old,

Pico do Arieiro é na Madeira, que terá também um destacamento de F-16.

Quanto aos Açores é território soberano Português e "apetece-nos" garantir essa soberania, algum problema?

[[]]'s

Enviado: Sáb Out 27, 2007 8:10 am
por Rui
Que noticia boa, excelente, assim me gusta. :D :twisted:

Enviado: Sáb Out 27, 2007 1:24 pm
por Internauta
Boas noticías sim senhor, F16 devem estar também nos Açores e na Madeira.

????

Enviado: Sáb Out 27, 2007 1:33 pm
por Al Zarqawi
Tudo bem,

Já deveriam estar nos nossos porta-aviões fixos em pleno Atlântico(9,sabendo optimizar nossas potencialidades,a um custo muito modesto em relação a países que têm de gastar balúrdios).Aos açorianos,peço desculpa pela figura de estilo(comparação),mas nada pejorativo a essa incrivel região e de onde tenho óptimos amigos.Mas vossa posição posição estratégica é nevralgica.Podemos ter um conceito de defesa nacional com poucos recursos,estamos chegando lá.

Abraços,

Enviado: Dom Out 28, 2007 5:19 pm
por A-29
Quanto à exercer a soberania, não me referi, obviamente, às ilhas, mas ao grande mar territorial que as circunda :wink:

Açores

Enviado: Dom Out 28, 2007 5:25 pm
por Al Zarqawi
A-29 escreveu:Quanto à exercer a soberania, não me referi, obviamente, às ilhas, mas ao grande mar territorial que as circunda :wink:


Entendi,A-29

Imagem


Zona Econômica Exclusiva dos Açores:984.280 Km².

Enviado: Seg Out 29, 2007 2:38 pm
por Rui Elias Maltez
Na minha opinião, tão necessário como acelerar o programa de MLU dos F-16 e tanto qunato possível não vender os 12 F-16 que o Governo anunciou, mas já sabem a minha opinião a este respeito, deverá, é imperioso que haja uma nova politica de admissão e gestão de recursos humanos para as FA's e nomeadamente para a FAP.

Não é admíssível que se tenham os aparelhos, que nem são tantos assim para um país de 10 milhões de hab, e depois não haja gente suficiente para ter as esquadras em estado de operacionalidade total.

Enviado: Seg Out 29, 2007 4:24 pm
por ferrol
Yo me pregunto si es útil tener un número de los escasos F-16 en medio del Atlántico...la zona no es en absoluto peligrosa, o con problemas que no solucionen los helicópteros de SAR o un par de patrulleros.

No entiendo la necesidad de desplegar F-16 a no sé cuantos miles de kilómetros del continente...

?

Enviado: Seg Out 29, 2007 4:32 pm
por Al Zarqawi
ferrol escreveu:Yo me pregunto si es útil tener un número de los escasos F-16 en medio del Atlántico...la zona no es en absoluto peligrosa, o con problemas que no solucionen los helicópteros de SAR o un par de patrulleros.

No entiendo la necesidad de desplegar F-16 a no sé cuantos miles de kilómetros del continente...


Pura estratégia,meu caro.Para se evitar curiosos!Além do mais em nosso território colocamos o que queremos à hora que entendemos,agora Açores logo na Madeira.Se alguém não entende,problema de quem não quer entender.Vejo que está algo incomodado com o facto.

Abraços,

Enviado: Ter Out 30, 2007 8:51 am
por P44
Trinta militares da Força Aérea partem hoje para a Lituânia

Cerca de 30 militares da Força Aérea Portuguesa (FAP) partem hoje para a Lituânia onde farão, a partir de 01 de Novembro e durante seis semanas, o policiamento aéreo dos três estados do Báltico.

O grupo que parte hoje de madrugada para a base aérea de Zokniai, nos arredores da cidade de Siauliai, no Norte do país, vai juntar-se aos 40 militares que já lá estão desde sábado para preparar a missão.

Do total de 74 militares, 68 ficarão na base de Zokniai e seis na estação de vigilância radar de Karmevala.

Quatro caças F-16 da FAP vão fazer o policiamento aéreo da Lituânia, Estónia e Letónia até 15 de Dezembro, uma missão que resulta de um pedido de ajuda dos três países bálticos (ex-repúblicas da URSS) para o policiamento do seu espaço aéreo, depois de aderirem à NATO, em Março de 2004, ano em que aderiram igualmente à União Europeia.

Portugal será o 12º país da Aliança a participar na operação Policiamento Aéreo dos (países) Bálticos, no âmbito da NATO, e o destacamento da Força Aérea será comandado pelo tenente-coronel Paulino Honrado.

A cerimónia de transferência da autoridade, actualmente entregue à Roménia, decorrerá na quarta-feira, na base de Zokniai.

Segundo as regras de empenhamento, as duas tripulações dos F-16 portugueses passam a estar em alerta de reacção rápida 24 horas por dia, sete dias durante as seis semanas de missão, de 01 de Novembro a 15 de Dezembro.

Preparados para enfrentar temperaturas muito baixas, eventualmente até 30 graus negativos no fim de Novembro, os militares levam uniformes especiais para condições extremas.

A Força Aérea Portuguesa adianta, no seu site na Internet, que o objectivo da operação é assegurar a soberania dos espaços aéreos da Estónia, Letónia e Lituânia, através de missões de policiamento aéreo, de forma «a obter e manter a integridade do espaço aéreo aliado».

Os quatro F-16 vão substituir na missão os MiG 21 de fabrico soviético da força aérea da Roménia.

A base aérea de Zokniai, a norte da capital, Vilnius, foi uma das principais das forças soviéticas na região do Báltico durante a Guerra Fria mas foi abandonada em 1993, após o fim da União Soviética.

Diário Digital / Lusa

30-10-2007 9:34:07