China...

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Re: China...

#826 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 03, 2020 10:49 am

"Nós avisámos que vírus era perigoso". China faz vídeo de propaganda com Legos para ridicularizar os EUA

"Era uma vez um vírus" é o título de um curto vídeo de propaganda difundido pela agência de noticias oficial chinesa e que ridiculariza a resposta norte-americana à propagação do novo coronavírus.

03 Mai 2020, 12:09 17

Enquanto dormia - o Miguel Pinheiro ou a Filomena Martins preparam para si um guia resumido do que se passa, logo de manhã pelas 9h00, todos os dias úteis.
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“Era uma vez um vírus” é o título de um curto vídeo de propaganda difundido pela agência de noticias oficial chinesa, a Xinhua, que ridiculariza a resposta norte-americana à propagação do novo coronavírus – ao mesmo tempo, claro, que elogia a atuação do governo chinês. O vídeo usa peças de Lego para contar a história, o que já levou a empresa dinamarquesa a sublinhar que não teve “qualquer envolvimento” na produção.

As duas principais personagens são um guerreiro “terracota” chinês usando máscara cirúrgica e uma imagem da Estátua da Liberdade, também em Lego. Na versão dos acontecimentos contada por este vídeo, a China aparece a avisar em janeiro (não especificando quando, em janeiro), que havia um novo vírus perigoso, ao que a Estátua da Liberdade responde “é apenas uma gripe”.

Mais tarde, em “março”, é ridicularizada a acusação por Trump de que a China escondeu informações sobre o vírus, ao que o guerreiro chinês responde que tinha avisado que o vírus era perigoso.

“Nós temos sempre razão, mesmo quando nos contradizemos”, diz a Estátua da Liberdade, já doente. “É isso que eu adoro em vocês, americanos: a vossa consistência”.





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Re: China...

#827 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 03, 2020 10:55 am

Como este vírus se transformou num problema diplomático para a China (e não apenas com os EUA)

A pandemia do novo coronavírus veio mudar o mundo — não apenas ao nível humano, mas também económico. Os Estados Unidos foram os primeiros a apontar baterias à responsabilidade chinesa, mas não estão sós. Também a Austrália e a Suécia exigiram a Pequim mais informação sobre a origem do vírus, cujos primeiros casos conhecidos foram na província de Wuhan. Depois de controlar o surto dentro de portas, o país enfrenta agora — em várias frentes — problemas diplomáticos.

No final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China, surgia a doença que está agora nas bocas do mundo. Até ao momento, a pandemia de covid-19 já matou mais de 240 mil pessoas e infetou mais de três milhões.

O novo coronavírus, SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da covid-19, terá surgido num mercado de animais vivos na China. Contudo, não existem ainda certezas sobre a sua origem exata e têm sido levantados rumores de que possa ter sido criado em laboratório.

A par, Pequim é acusada de esconder informação sobre a gravidade do vírus.

Até ao momento, países como os Estados Unidos, a Austrália ou a Suécia já exigiram a Pequim mais informação sobre a origem do surto — o que começa a causar desconforto e a deteriorar relações diplomáticas que já não viviam os melhores dias.

Estados Unidos: a mentira dos números

Os Estados Unidos acusam a China de ter falseado os dados sobre a gravidade do novo coronavírus: os serviços de inteligência norte-americanos estimam que o número de mortes e casos de infeção divulgados por Pequim sejam falsos, intencionalmente abaixo face à realidade da pandemia naquele país.

A administração de Donald Trump, nomeadamente pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou duramente a China nas últimas semanas, dizendo que houve falta transparência de Pequim sobre os contornos da pandemia, que agora se propaga pelo mundo.

A coordenadora da unidade de crise criada pela Casa Branca para combater a pandemia corroborou também a tese de que os números fornecidos pela China sobre a pandemia pecavam por defeito. "A comunidade médica interpretou os números chineses como sendo graves, mas não tão graves como deveriam ter sido porque não tinha uma quantidade significativa de dados [de Pequim]", comentou Deborah Birx.

Até à divulgação deste relatório, a administração Trump não tinha acusado Pequim de forma tão clara de ter falseado o balanço e os efeitos da pandemia — e entretanto a retórica subiu de tom.

Em entrevista recente à rede televisiva norte-americana Fox, Mike Pompeo afirmou que o Governo chinês "sabia do vírus antes de decidir informar o público".

Apesar de a Organização Mundial da Saúde ter designado o novo coronavírus de SARS-CoV-2, tanto o secretário de Estado norte-americano como Trump passaram a referir-se ao "vírus de Wuhan" ou "vírus chinês".

Numa reunião com empresários de hotéis, o Presidente fez questão de sublinhar a origem do vírus, perguntando ao responsável da cadeia Marriott, Arne Sorenson, onde é que sentiu o impacto pela primeira vez.

"Tudo isto começou na China, certo? Foi lá que viu o problema e sofreu as consequências inicialmente", questionou Trump, ao que Sorenson respondeu: "Absolutamente". "Espero que todos vocês tenham ouvido isso", disse Trump aos jornalistas presentes.

Mas há ainda outra questão a considerar: é que as relações entre a China e os EUA já eram tensas antes desta situação, uma vez que os dois países travam já uma guerra comercial e tecnológica.

O facto é que Washington definiu a China como a sua "principal ameaça", apostando nos últimos anos numa estratégia de contenção das ambições chinesas que ameaça bipolarizar o cenário internacional.

A guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais levou Washington a aumentar as taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de bens chineses, para conter as ambições tecnológicas e geopolíticas de Pequim.

A marinha norte-americana reforçou ainda as patrulhas no Mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos, ao mesmo tempo que tem intensificado os laços com Taiwan contra a vontade da China, que considera a ilha parte do seu território.

Depois da guerra comercial lançada por Trump ou da campanha de Pompeo contra o grupo chinês de telecomunicações Huawei e a condenação da repressão contra minorias étnicas religiosas de origem muçulmana no oeste do país, a China recorre agora a teorias de conspiração para responder às acusações dos EUA relativamente à sua responsabilidade na propagação do novo coronavírus.

"As forças armadas dos Estados Unidos podem ter levado a epidemia para Wuhan", chegou a defender o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian, através da rede social Twitter, bloqueada na China. "Os Estados Unidos devem-nos uma explicação", frisou.

Para apoiar as suas suspeitas, Zhao citou dois artigos da Global Research, um portal conhecido pelas teorias da conspiração.

"A China difundiu informações falsas de que os nossos militares levaram para lá o vírus", reagiu Trump. "Isso é falso e, em vez de entrar em discussões, eu vou passar a chamar o vírus pelo local de origem. Veio da China. Acho que é um termo muito preciso. E não, eu não gostei de ver a China a culpar os nossos militares", acrescentou.

Logo após os comentários de Trump, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou a expulsão dos jornalistas norte-americanos do New York Times, do Wall Street Journal e do Washington Post. A China disse que a medida constitui uma retaliação à designação pelo Governo de Trump de cinco órgãos de comunicação chineses como missões estrangeiras, o que acarretou restrições no número de funcionários chineses dessas organizações nos EUA.

"A China é obrigada a responder à opressão irracional sobre os órgãos de imprensa chineses nos EUA", justificou o Ministério.

Pompeo lamentou a decisão da China de "reduzir ainda mais a capacidade do mundo de obter informação livre que, francamente, seria muito boa para o povo chinês nestes tempos incrivelmente desafiadores". "Mais informação e mais transparência servem agora para salvar vidas. Espero que eles reconsiderem", apontou.
Austrália: as dúvidas sobre a origem do coronavírus

A Austrália, por sua vez, prometeu que vai continuar a exigir uma investigação sobre a origem do novo coronavírus.

No final do mês de abril, o governo australiano pediu uma investigação "transparente" sobre a origem do novo coronavírus, que foi inicialmente detetado na cidade chinesa de Wuhan. A proposta, que inclui o aprofundamento na gestão e troca de informações sobre a doença, foi condenada por Pequim, que considerou existirem motivações políticas.

"A Austrália continuará a adotar esse curso de ação extremamente razoável e sensato. Este vírus já matou mais de 200.000 pessoas em todo o mundo e paralisou a economia global. As implicações e os impactos são extraordinários", apontou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.

A Austrália, forte aliada de Washington, propôs a investigação logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar a China com "consequências", caso seja provado que o país é "deliberadamente responsável" por causar a pandemia de Covid-19.

O embaixador chinês em Camberra, Cheng Jingye, sugeriu então um possível boicote chinês sobre produtos australianos como carne e vinho, e outros serviços do país oceânico.

Em entrevista publicada no jornal Australian Financial Review, Cheng alertou que, se a tensão aumentar, "os turistas podem ter dúvidas. Talvez os pais dos alunos também tenham dúvidas sobre se este lugar não é tão acolhedor e agradável, mas antes hostil".

O chefe do Tesouro australiano, Josh Frydenberg, respondeu igualmente, garantindo à rede local Sky News que o seu país “não se curvará perante a extorsão, e vai continuar a defender o interesse nacional australiano e a não negociar a saúde para obter resultados económicos".

A China é o principal parceiro comercial da Austrália. No entanto, as relações entre os dois países deterioraram-se devido a questões como a militarização do Mar do Sul da China por Pequim ou a aprovação na Austrália de leis contra interferência estrangeira, depois de terem sido descobertos casos de doações chinesas a políticos e ciberataques a agências estatais e universidades australianas, atribuídas à China.

Suécia: Depois do caso Gui Minhai, o vírus

A Suécia admitiu também pedir à União Europeia que investigue a origem da pandemia do novo coronavírus, numa decisão que pode deteriorar ainda mais as relações entre Estocolmo e Pequim.

"Quando a crise global da Covid-19 estiver controlada, é razoável e importante que seja realizada uma investigação internacional independente para que se apure a origem e a disseminação do coronavírus", disse a ministra da Saúde da Suécia, Lena Hallengren, em resposta ao parlamento sueco.

A ministra da saúde sueca considerou ainda ser "importante que a forma como toda a comunidade internacional lidou com a pandemia de Covid-19, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), seja investigada". "A Suécia tem o prazer de levantar esta questão no âmbito da cooperação dentro da UE", apontou.

E não é a primeira vez que a OMS está na berlinda. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, sugeriu que qualquer investigação à OMS deveria ocorrer após o término da pandemia, isto depois de Donald Trump ter anunciado que vai suspender a contribuição do país à instituição, justificando a decisão com a "má gestão" da pandemia de covid-19.

"Achamos que a OMS está a fazer um trabalho importante neste momento e, portanto, julgamos não ser altura de prestar contas, mas antes de os deixar fazer o seu trabalho", defendeu Linde. A ministra ressalvou, porém, que esta posição não significa que Estocolmo está "feliz" com o trabalho da organização.

A Suécia foi o primeiro país ocidental a estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China, em 1950, mas as relações entre os dois países foram abaladas, nos últimos anos, pelo caso de Gui Minhai, um editor e livreiro sueco de origem chinesa, de 54 anos, que vendia obras críticas do regime chinês em Hong Kong.

Gui desapareceu durante umas férias na Tailândia e apareceu detido na China mais tarde. Em fevereiro passado foi condenado a 10 anos de prisão por um tribunal chinês por "prestar serviços ilegais de inteligência a países estrangeiros".

Em novembro passado, os dois países voltaram a envolver-se numa disputa diplomática, depois de a ministra da Cultura da Suécia, Amanda Lind, ter participado numa homenagem ao livreiro, apesar de o embaixador chinês em Estocolmo ter avisado que a participação de qualquer representante do Governo no ato implicaria uma proibição da sua entrada na China.

Já na semana passada, a Suécia ordenou o encerramento do último Instituto Confúcio no país. O organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino da língua e cultura chinesa, e presente em universidades em todo o mundo, é visto como parte da propaganda e atividade de influência do regime chinês.

Apesar das acusações, China recusa investigação sobre origem do coronavírus

Apesar das acusações, o Governo chinês recusa aceitar uma investigação sobre a origem do novo coronavírus, apontando que esta seria "politizada" e "presumiria a culpa" do país, numa altura em que vários líderes mundiais pedem mais transparência a Pequim.

Em entrevista à cadeia televisiva norte-americana NBC, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China Le Yucheng afirmou que Pequim apoia o intercâmbio entre cientistas, mas que se opõe a que o país se sente no banco dos réus, "sem qualquer evidência e com presunção de culpa".

O diplomata indicou que não há "base" para a realização de uma investigação internacional e que "isso apenas contribuiria para estigmatizar a China".

Le Yucheng acusou "alguns políticos" de "politizarem a pandemia" e afirmou que estes deviam "lutar juntos", em vez de fazerem acusações.

Este argumentou ainda que as medidas adotadas pela China para controlar o surto foram "abertas, transparentes e responsáveis" e que o país "não ocultou ou atrasou nenhuma informação".

"Os números publicados são verdadeiros", disse.

De referir, porém, que o país já foi obrigado a rever em alta os seus números, acrescentando mais 1290 casos aos óbitos contabilizados em Wuhan, uma vez que não estavam a ser consideradas mortes fora de ambiente hospitalar.

Le Yucheng defendeu que se deve "confiar nos especialistas que garantiram que o coronavírus é natural" e, citando o diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, garantiu que é "impossível" que o vírus tenha origem no laboratório, como sugeriram alguns políticos norte-americanos.

A par, lembrou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), "até à data a origem da SARS-CoV-2 é desconhecida", mas que "todos os dados disponíveis sugerem que é de origem animal" e, portanto, não se trata de um vírus criado em laboratório.

A conclusão foi aliás reiterada pela própria OMS este fim de semana. “Quanto à origem do vírus em Wuhan, ouvimos muitos cientistas que o estudaram e temos a certeza de que é de origem natural”, afirmou o diretor dos programas de emergência da OMS, Michael Ryan, numa videoconferência de imprensa, acrescentando: “O importante é que determinemos o hospedeiro natural deste vírus”.

"A China não causou a pandemia, é um desastre natural com que nós sofremos também. Somos uma vítima do vírus, não cúmplices. Além disso, a China contribuiu para combater a pandemia. Culpar a China ou pedir uma indemnização à China é uma farsa", defendeu Le Yucheng.

O diplomata lembrou que a China informou a OMS sobre o vírus em 03 de janeiro e que, no dia 12 do mesmo mês, anunciou a sequência do seu genoma, "fornecendo informações importantes para diagnóstico e tratamento e para o desenvolvimento de uma vacina".

Após uma lenta reação inicial e de ter até silenciado médicos que alertavam para os perigos de uma nova doença contagiosa, o Governo chinês tomou medidas drásticas, incluindo colocar a província de Hubei, da qual Wuhan é capital, sob quarentena, e a paralisia económica do país.

Novo coronavírus SARS-CoV-2

A Covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

A maioria das pessoas infetadas apresentam sintomas de infeção respiratória aguda ligeiros a moderados, sendo eles febre (com temperaturas superiores a 37,5ºC), tosse e dificuldade respiratória (falta de ar).

Em casos mais graves pode causar pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte. Contudo, a maioria dos casos recupera sem sequelas. A doença pode durar até cinco semanas.

Considera-se atualmente uma pessoa curada quando apresentar dois testes diagnósticos consecutivos negativos. Os testes são realizados com intervalos de 2 a 4 dias, até haver resultados negativos. A duração depende de cada doente, do seu sistema imunitário e de haver ou não doenças crónicas associadas, que alteram o nível de risco.

A covid-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus, ou superfícies e objetos contaminados.

Quando tossimos ou espirramos libertamos gotículas pelo nariz ou boca que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo. Estas gotículas podem depositar-se nos objetos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada. Por sua vez, outras pessoas podem infetar-se ao tocar nestes objetos ou superfícies e depois tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos.

Estima-se que o período de incubação da doença (tempo decorrido desde a exposição ao vírus até ao aparecimento de sintomas) seja entre 2 e 14 dias. A transmissão por pessoas assintomáticas (sem sintomas) ainda está a ser investigada.

Vários laboratórios no mundo procuram atualmente uma vacina ou tratamento para a covid-19, sendo que atualmente o tratamento para a infeção é dirigido aos sinais e sintomas que os doentes apresentam.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/c ... com-os-eua




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#828 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 03, 2020 11:14 am

China condena apoio dos EUA à inclusão de Taiwan na ONU
AFP
postado em 02/05/2020 14:18

A China condenou uma publicação dos Estados Unidos em uma rede social, apoiando a participação de Taiwan na ONU, enquanto a organização trabalha com seus 193 Estados-membros para combater a pandemia de coronavírus.

A missão diplomática de Pequim nas Nações Unidas expressou "forte indignação e oposição firme" a uma mensagem publicada pelo governo americano na sexta-feira, no Twitter. Nela, Washington classificou a exclusão de Taiwan como uma "afronta" aos princípios da organização.

Considerado por Pequim como uma província rebelde que aguarda a reunificação, o território autônomo foi visto como um modelo na luta contra o vírus. Menos de 500 casos foram detectados na ilha, apesar de sua proximidade com a China continental, onde o surto começou.

"Proibir #Taiwan de pôr os pés na ONU é uma afronta não apenas ao orgulhoso povo de Taiwan, mas também aos princípios da ONU", disse a missão dos EUA em sua mensagem, retuitada pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Kelly Craft.

Em resposta, Pequim disse que "Taiwan é uma parte inalienável da China".

A conta do Twitter da missão dos EUA também compartilhou mensagens anteriores do Departamento de Estado on-line, pedindo que Taiwan seja incluída na próxima reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As relações entre ONU e Taiwan se tensionaram bem antes da pandemia, mas se deterioraram ainda mais nos últimos três meses. A situação ficou especialmente delicada, depois que os líderes da OMS foram acusados pelos Estados Unidos de estarem muito próximos de Pequim desde o início da pandemia.

https://www.em.com.br/app/noticia/inter ... -onu.shtml




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Re: China...

#829 Mensagem por akivrx78 » Ter Mai 05, 2020 5:58 pm

Human Rights Watch pede à China que acabe com discriminação a africanos
A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu hoje a Pequim que acabe com a discriminação aos africanos na China no âmbito da pandemia da covid-19.

O Governo chinês deve parar com o tratamento discriminatório aos africanos relacionado com a pandemia de Covid-19", afirmou a ONG em comunicado.

"As autoridades também devem proteger africanos e pessoas de ascendência africana em toda a China contra discriminação no emprego, moradia e em outros domínios", defendeu a HRW.

Um dos membros da organização na China, Yaqiu Wang, citado na mesma nota, argumentou que "as autoridades chinesas reivindicam 'tolerância zero' à discriminação, mas o que estão a fazer com os africanos em Cantão [cidade no sul] é apenas um exemplo".

"Pequim deve investigar imediatamente e responsabilizar todos os funcionários e outros responsáveis pelo tratamento discriminatório", acrescentou.

A ONG recordou que a 12 de abril as autoridades da província de Guangdong, onde se situa Cantão, anunciaram que todos os estrangeiros deviam aceitar as medidas de prevenção e contenção da pandemia da covid-19.

Mas, na prática, as autoridades tinham como alvo os africanos para testes e quarentena forçado, alegou a HRW: "Visitaram casas de residentes africanos, testando-os no local ou instruindo-os a fazer um teste em um hospital. Alguns receberam ordens para se confinarem em casa com câmaras de vigilância ou alarmes instalados fora dos seus apartamentos".

O que não se justificava, para a ONG, já que "não havia base científica evidente para esta política".

Afinal, "a maioria dos casos importados da covid-19 para a província eram cidadãos chineses que regressavam ao país" e "muitos africanos já haviam testado negativo para o coronavírus, não tinham histórico recente de viagens ou não tinham contacto com pacientes", acrescentou a HRW.

Em meados de abril, o Governo chinês garantiu ter "tolerância zero" para com tratamento discriminatório, depois de países africanos terem protestado formalmente contra a alegada discriminação sofrida pelos seus cidadãos em Cantão, devido à pandemia do novo coronavírus.

"Os nossos amigos africanos podem contar com uma receção justa, cordial e amigável na China", afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian.

O porta-voz respondeu assim a uma carta enviada pelos embaixadores africanos ao ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Os embaixadores africanos denunciaram ainda alegadas quarentenas forçadas para africanos, apesar de testarem negativo, ameaças de anulação do visto de residência e deportação pelas autoridades chinesas, apesar de terem os documentos em dia.

Portugueses a residirem na China, precisamente em Cantão, queixaram-se também à Lusa em meados de abril de discriminação por parte de chineses por medo da covid-19, uma realidade que já então a HRW disse que afetava a comunidade estrangeira e que estava a ser ignorada por Pequim.

"O Governo central tem o dever de proteger toda a gente (...) Este racismo tem de ser parado", afirmou também em meados de abril à agência Lusa o vice-diretor da HRW para a Ásia, acrescentando que a ONG tem recebido várias denúncias de estrangeiros barrados em vários serviços e que estão a sofrer ataques xenófobos nas ruas e nas redes sociais do país.

A mesma organização denunciou casos em que proprietários expulsaram residentes africanos, forçando muitos a dormir na rua, e de hotéis, lojas e restaurantes que recusaram clientes africanos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse (AFP), a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/ ... -africanos




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Re: China...

#830 Mensagem por akivrx78 » Qui Mai 07, 2020 3:15 pm

China censura carta aberta dos 27 com aval "relutante" da UE
Uma carta aberta dos embaixadores da União Europeia a sublinhar a importância da cooperação com a China foi publicada com censura pelo jornal 'oficial' China Daily, com o aval "relutante" do corpo diplomático europeu, admitiu hoje a Comissão Europeia.

Por ocasião do 45.º aniversário das relações diplomáticas UE-China, o embaixador da União em Pequim, Nicolas Chapuis, e os 27 embaixadores dos Estados-membros na China redigiram em conjunto um artigo para ser publicado nos mais diversos órgãos de comunicação social, mas o China Daily, principal jornal controlado pelo regime, publicou-o após censura prévia do Ministério dos Negócios Estrangeiros, retirando uma referência ao facto de a pandemia da covid-19 ter tido origem na China.

A delegação da UE em Pequim foi informada do que se passava, mas ainda assim decidiu, "com relutância considerável", avançar com a publicação do texto, pela sua parte integralmente, mas sabendo que, na publicação chinesa, este seria censurado, reconheceu hoje o executivo comunitário, que atribui a decisão à importância de "fazer passar uma série de mensagens".

Esta nova polémica surge poucos dias depois de uma outra relativa a pressões de Pequim sobre o Serviço Europeu de Ação Externa em relação a um relatório sobre desinformação no contexto da covid-19, e foi um dos assuntos em destaque na conferência de imprensa de hoje da Comissão Europeia, que reafirmou o seu forte compromisso com a liberdade de imprensa apesar deste incidente.

"Lamentamos que este texto conjunto não tenha sido publicado na íntegra pelo China Daily. A versão integral foi publicada no 'site' da delegação da UE na China e distribuída aos órgãos de comunicação social chineses", notou a porta-voz da Comissão responsável pelos Negócios Estrangeiros, Virginie Battu-Henriksson.

A porta-voz confirmou que "a delegação da UE na China foi informada de que o texto só poderia ser publicado no China Daily com o acordo do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês", fez saber, "de forma nada ambígua a sua inquietação" e desconforto com "a supressão da parte sobre a origem do surto" da covid-19, mas ainda assim preferiu não suspender a divulgação do artigo.

"A delegação da UE decidiu ainda assim avançar com a publicação do artigo, com relutância considerável, por considerar importante comunicar várias mensagens-chave sobre prioridades políticas da UE, como alterações climáticas, sustentabilidade, direitos humanos, multilateralismo e resposta global à covid-19", justificou.

"A China controla os media, há censura, é um facto", acrescentou.

Face às insistentes questões sobre como pôde a UE dar 'luz verde' à publicação de um texto seu censurado, quando advoga constantemente a liberdade de imprensa, o porta-voz principal da Comissão, Eric Mamer, disse que "o embaixador [da UE na China] tomou uma decisão na hora, tendo em conta um equilíbrio de um conjunto de considerações".

"Foi uma decisão pontual tendo em vista um objetivo específico de fazer passar um certo numero de mensagens. Isso não quer dizer que consideremos a censura aceitável. Mas a nossa delegação na China trabalha num contexto muito particular e deve tomar decisões sobre a melhor forma de comunicar um determinado número de mensagens", argumentou.

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/ ... ante-da-ue




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Re: China...

#831 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 10, 2020 7:56 am

China: Uma ameaça para as democracias ocidentais

O autoritarismo está de volta. Em particular o "modelo da China", que tem a pretensão de se considerar um exemplo superior para o mundo e tenta derrubar o nosso liberalismo.
10 Mai 2020

Aqueles que acreditam que o “liberalismo” saiu irreversivelmente vencedor após o colapso do comunismo soviético estão infelizmente enganados. O autoritarismo está de volta. Em particular o “modelo da China”, uma mistura de governo autoritário e sistema económico capitalista, que tem a pretensão de se considerar um exemplo superior para o mundo e tenta derrubar o nosso liberalismo.

A China procura ter hegemonia sobre toda a Ásia e sobre o Pacífico. Cultiva e mantém, de forma agressiva, laços com as comunidades de etnia chinesa em países como Singapura e Austrália com o intuito de influenciar as suas políticas. Mais importante ainda, desafia cada vez mais os Estados Unidos para a corrida da liderança global e defronta-o em todas as frentes – económica, política, tecnológica e até militar.

1 A economia da China irá, inevitavelmente, ultrapassar a dos Estados Unidos. Um país com um quarto da população da China não poderá manter, para sempre, uma economia cinco vezes maior do que a da China.

Até ao momento, o “modelo da China” produziu taxas de crescimento anuais impressionantes de 9 ou 10%. Milhões de pessoas foram retiradas do limiar da pobreza. Xangai e Pequim, e outras capitais regionais, são metrópoles em expansão, que rivalizam com qualquer cidade americana ou europeia.

Nos últimos anos, o fluxo anual de ajuda externa da China tornou-a na maior fonte bilateral de assistência externa, chegando mesmo a superar a dos EUA. A sua crescente influência em África, no Sudeste Asiático e na América Latina é notável. O grosso deste auxílio é constituído por créditos ou empréstimos à exportação. Este é um tipo de empréstimo que pode vir a prender as economias mais fracas numa armadilha de dívidas da qual se verão livres apenas quando forçadas a vender os seus ativos estratégicos à China.

Através dos acordos bilaterais da “Belt and Road Initiative” a China está disposta a gastar mais de um trilião de dólares para criar um bloco de laços económicos e estratégicos com países que se estendem por todo o sul, centro e oeste da Ásia, até à Europa e à África. Esta é uma escala de investimento sem precedentes, mesmo quando comparada com a dos investimentos dos Estados Unidos e da União Soviética durante a Guerra Fria.

Um poder económico recém-descoberto traduz-se, mais cedo ou mais tarde, em poder militar e poderá mesmo chegar a causar conflitos geopolíticos. A China procurará inevitavelmente construir a sua própria ordem mundial, moldada pela sua exclusiva visão do mundo, interesses económicos e políticos. De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um laboratório de ideias independente de Washington, a China, na última década, quase quintuplicou o seu investimento em defesa nacional. Mais relevante ainda, a China está agora em condições de desafiar a supremacia militar americana onde ela mais importa: nas águas em redor de Taiwan e no disputado Mar da China Meridional.

Com a sua saída da Parceria Transpacífica (TPP) os Estados Unidos autoinfligiram aquela que foi possivelmente a ferida mais grave à sua liderança global desde a criação da organização mundial liberal pós-Segunda Guerra Mundial. A retirada de Trump constituiu um presente enorme para a China autoritária e um sério golpe nas aspirações democráticas no Sudeste Asiático.

Estreitamente aliada a esta expansão económica e militar está a demanda da superioridade tecnológica. A China procura avidamente ganhar o domínio de tecnologias transformadoras de ponta, como a inteligência artificial, a supercomputação, a robótica, os drones, os carros elétricos, a realidade virtual, a blockchain e a biotecnologia. Está preparada para usar todos e quaisquer meios para ir no encalço dessas tecnologias – desde a espionagem industrial e do roubo cibernético ao envio de um sem-número de estudantes para integrarem programas de pós-graduação em ciências e tecnologia nos EUA e a investimentos em start-ups americanas e europeias.

2 Durante décadas, os políticos americanos assumiram que o modelo americano – de democracia liberal com economia aberta – era internacionalmente bem mais apelativo do que o modelo de ditadura e capitalismo estatal da China. Hoje em dia, isto é cada vez menos verdadeiro. Em 2017, o Pew Research Center concluiu que o intervalo entre as atitudes globais favoráveis face ​​à China e aos Estados Unidos tinha diminuído. As apreciações favoráveis da China em países como a Austrália, a Holanda e a Espanha chegaram mesmo a superar as dos EUA em mais de dez pontos percentuais. No Canadá, na Alemanha, em França e na Grã-Bretanha, os níveis de sentimento positivo em relação aos EUA e à China estão apenas a cinco pontos um do outro. Podemos considerar que parte disto se deve ao “efeito” Trump e que assistiremos a um novo crescimento da popularidade dos EUA quando Trump estiver afastado do poder. Mas, em qualquer dos casos, isto é algo que teria sido impensável há 10 anos.

O que atrai as pessoas de todo o mundo em relação à China é o seu rápido crescimento económico. A China tende a incentivar regimes autoritários pelo poder do exemplo. Há cada vez mais países a adotar o autoritarismo como forma de criar crescimento e desenvolvimento. Da Turquia à Polónia, até à Hungria, há uma lista crescente de democracias que têm vindo a desenvolver um certo fascínio pelo “capitalismo autoritário” da China.

A própria China está a ficar gradualmente mais autoritária, dir-se-ia mesmo neototalitária, com seu sistema de crédito social, a intensa supressão das minorias religiosas e culturais, a cada vez mais apertada repressão e a concentração de poder sob o jugo de Xi Jinping. As suas reivindicações de domínio sobre o Mar da China Meridional e as disputas territoriais com outros países asiáticos, bem como a compra de portos e outras infraestruturas, deviam deixar Washington e outras capitais ocidentais alerta.

3 Os Estados Unidos, o garante do liberalismo, tornou-se complacente. Alguns especialistas ainda creem que o crescimento económico virá a requerer, ou melhor, a exigir, liberalização política. Parece que ainda não repararam no facto de que a China, sob Xi Jinping, se tem movido na direção oposta. Poderá esta reafirmação de repressão política significar que o Estado de partido único chinês se sente ameaçado? Possivelmente. Mas, num contexto em que o autoritarismo em geral está de regresso e em que o mundo democrático está a ser assolado por uma crise de confiança, poderá ser complacente olhar para isto como se se tratasse do começo do fim do governo de partido único na China.

4 O Ocidente parece estar a passar por uma época de autoflagelação. Os EUA e o Reino Unido, tradicionalmente os dois líderes do mundo livre, parecem perdidos. O presidente dos EUA conseguiu afastar os seus aliados mais próximos e virar a América para dentro. As políticas de Trump estão enraizadas na visão do mundo “America First” e numa retórica repleta de elogios aos ditadores. O Reino Unido decidiu continuar sozinho e pediu o divórcio da UE. Na verdade, a UE está a sofrer os seus próprios problemas: países do Norte vs países do Sul, uma crescente intolerância em alguns estados membros e uma burocracia paralisante. O mundo livre parece ter perdido a confiança nas suas próprias instituições. Reputadas democracias estão a tornar-se mais polarizadas, intolerantes e até disfuncionais.

A nível económico as notícias que nos chegam não são muito melhores e contribuem ainda mais para uma crise de legitimidade. As crescentes disparidades, que roçam a obscenidade, entre ricos e pobres e os rendimentos estagnados da classe trabalhadora e da classe média não são a melhor publicidade. As pessoas começam a questionar-se se a vida dos seus filhos será melhor do que a deles. Há hoje uma nova geração de intelectuais que proclama a superioridade do “modelo chinês” de governo autocrático combinado com um vibrante crescimento capitalista.

Por mais que gostemos de culpar Trump por todos os problemas do mundo, o declínio da democracia americana e a sua crescente postura isolacionista precederam a eleição de Trump. O fiasco da guerra do Iraque e o colapso financeiro de 2008 não contribuíram muito para o prestígio da América. Décadas de crescente polarização política transformaram os seus dois principais partidos em tribos em guerra. Os meios de comunicação social privilegiam o sensacionalismo e o pensamento de grupo – o debate baseado em evidências e o livre pensamento foram afastados pelo discurso ideológico e do politicamente correto.

5 Finalmente, um dos elementos mais alarmantes do crescente perfil internacional da China são os seus esforços acelerados para projetar “sharp power” , uma expressão de Larry Diamond, um dos maiores peritos académicos em democracia do mundo. O poder duro refere-se ao recurso regular da China à desinformação, ao equívoco, à coação, ao suborno e à influência penetrante em instituições políticas e civis das sociedades abertas com o intuito de tentar moldar o discurso sobre a China.

A China está a usar a abertura e o pluralismo das democracias para as subverter. Estabelece alianças com grupos sociais chineses no exterior e com indivíduos proeminentes, enquanto vai também, ao mesmo tempo, gerindo informações, promovendo propaganda e envolvendo-se em espionagem. Ex-altos funcionários dos governos do Reino Unido, de França, da Alemanha, da Austrália e de Portugal têm vindo a ocupar cargos lucrativos com interesses chineses depois de deixarem as suas funções governamentais.

A Covid-19 é um exemplo de como a China se tornou boa a “reinterpretar” a realidade. É irónico como a China foi o local onde (não convém esquecermos) a Covid-19 surgiu pela primeira vez e onde as autoridades inicialmente ocultaram o problema do mundo, sem dúvida piorando as coisas. Desde então, a China tem tentado alterar o discurso e tornar-se o “salvador” da humanidade, fornecendo ao Ocidente testes (muitas vezes defeituosos), máscaras faciais e ventiladores. Numa altura em que a China tem muito a explicar, nós vergonhosamente compramos essa retórica.

Será que estamos perante o início de uma Segunda Guerra Fria? Em grande medida, a China parece achar que o seu modelo pode competir frente a frente com a democracia e o capitalismo ao estilo americano, com os seus padrões ocidentais “enfadonhos” de responsabilidade e as suas crenças “moralistas” de liberdade e direitos. Tudo isto representa uma enorme ameaça às nossas ‘sociedades abertas’.

Seria bom que nos lembrássemos de quão más são as alternativas a uma forma de vida democrática-liberal. Não é possível viver-se em liberdade sem democracia. Numa não-democracia não existem direitos individuais para falar, publicar, pensar, orar, reunir, criticar, ler e pesquisar na Internet. A China pode ostentar um modelo de organização superior, mas sem o estado de direito, apenas os governados são constrangidos, não os governantes. Este tipo de organização governamental pode rapidamente transformar-se em tirania, em terror, em aprisionamento em massa e em genocídio.

Quer os protestos estudantis em Hong Kong, quer agora a Covid-19 abriram-me os olhos. O progresso tecnológico e a capacidade de processamento de dados da atualidade permitem que regimes autocráticos como o da China possam controlar os seus cidadãos de formas que nem Hitler nem Estaline teriam imaginado. Este não é um modelo superior. Porém, representa uma ameaça muito real às democracias ocidentais. Em muitos aspetos, a China é um inimigo bem mais perigoso do que o ex-Império Soviético alguma vez foi. Ignorá-lo seria imprudente.

https://observador.pt/opiniao/china-uma ... cidentais/




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Re: China...

#832 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 10, 2020 7:59 am

Tropas da Índia e China se envolvem em confronto e deixam feridos em região fronteiriça, diz mídia

05:37 10.05.2020

Mais de 100 soldados estiveram envolvidos em um confronto na fronteira entre a Índia e a China no Himalaia, deixando vários feridos, informou mídia indiana.

Segundo o jornal Hindustan Times, citando duas fontes militares de alto escalão, o incidente ocorreu no sábado (9), em uma passagem montanhosa no nordeste do estado indiano de Siquim, na fronteira com a China, a uma altitude de mais de 5.000 metros.

"Quatro soldados indianos e sete tropas chinesas sofreram ferimentos durante o confronto, que envolveu cerca de 150 soldados", afirmou um oficial anônimo, descrevendo o incidente como um "confronto agressivo".

Fontes militares indianas também confirmaram à ANI que o conflito fronteiriço ocorreu na parte norte de Siquim, afirmando que "comportamento agressivo e ferimentos leves ocorreram em ambos os lados".

Ambas as mídias informaram que o conflito foi resolvido a nível local.
Disputas territoriais

A Índia e a China têm várias disputas territoriais e, ocasionalmente, acontecem confrontos ao longo da fronteira entre o estado indiano de Siquim e o Tibete (região autônoma da China), bem como na Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês) mutuamente acordada na região fronteiriça da Caxemira.

Para resolver os problemas de fronteira, Pequim e Nova Deli mantêm negociações de alto nível. Em dezembro de 2019, os dois países concordaram em estabelecer uma linha de comunicação direta entre os seus exércitos para evitar conflitos ao longo da LAC.

https://br.sputniknews.com/asia_oceania ... diz-midia/




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Re: China...

#833 Mensagem por akivrx78 » Dom Mai 10, 2020 11:30 pm



China introduzirá enorme imposto sobre importações de trigo

Diz-se que a China está introduzindo um imposto de importação de 80% sobre o trigo australiano, em meio a tensões crescentes, depois que o primeiro-ministro Scott Morrison pediu um inquérito sobre as origens do coronavírus.

https://www.9news.com.au/videos/nationa ... m4b3syfg4o




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Re: China...

#834 Mensagem por akivrx78 » Seg Mai 11, 2020 10:32 pm

China suspende a habilitação de quatro plantas frigoríficas australianas

Publicado em 11/05/2020 15:39 161 exibições
Os fechamentos vêm após troca de acusações entre os governos australiano e chinês acerca da crise do COVID-19

De acordo com as informações divulgadas pela a Consultoria Agrifatto, a Administração Geral da Alfândega da China suspendeu nesta segunda-feira a habilitação de quatro plantas frigoríficas australianas. O volume exportado de carne bovina para a China subiu 41% em março na comparação mensal, tornando a Austrália o 4º principal fornecedor chinês com 11% de marketshare.

Dentre as plantas que foram suspensas pela a potência asiática estão as unidades 170 e 235 da JBS, a unidade 239 da NCMC e a unidade 640 da KILCOY. “Os fechamentos vêm após troca de acusações entre os governos australiano e chinês acerca da crise do COVID-19, em que a Austrália solicitou investigações profundas sobre a origem do surto em Wuhan e da atuação do governo central da China”, ressaltou a consultoria.

Ainda segunda a Agrifatto, a China está sob suspeita da comunidade internacional de ter ocultado informações sobre a transmissão e patogenicidade do vírus, e usa a Austrália como exemplo de como poderá retaliar ações que apontem o dedo para sua atuação ao longo do surto.

As plantas bloqueadas estão entre as maiores habilitadas para exportar, a China enfrenta uma inflação de alimentos persistente que, apesar de ter desacelerado em março para 18,3%, está nos maiores patamares históricos já registrados em função a peste suína africana ter dizimado metade do rebanho suíno no país.

https://www.noticiasagricolas.com.br/no ... ianas.html




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Re: China...

#835 Mensagem por Túlio » Qua Mai 13, 2020 10:59 am

É blefe dos chinas, até parece que a produção e distribuição de alimentos do planeta nem está se reduzindo graças às prisões domiciliares QUARENTENAS DO BEM, bloqueios em estradas e rodovias, portos e aeroportos.

Se apertarem mais a coleira, vão dar o que para a sua população comer? Lá não tem tanto morcego, rato e cobra assim, a ponto de garantir proteínas para toda uma população de mais de 1,5 BILHÃO de pessoas que andam com a inexplicável mania de volta e meia se rebelarem na Maior Democracia do Mundo :mrgreen: .

Aliás, tem um antigo ditado Chinês (li numa obra de Pearl S. Buck chamada "A Boa Terra", recomendo, delícia de ler) que diz "se o preço do arroz está baixo, o Magistrado vive tranquilo; se o preço do arroz está acima do que o Povo pode pagar, o Magistrado cai".

Assim, como disse, É BLEFE! Se a Austrália ou qualquer outro grande produtor de alimentos perde mercado ali, não vai faltar quem compre em outro lugar e aí, quando os chinas quiserem comprar de novo, vão ouvir um "sinto muito mas já tenho outro freguês, vão ter que esperar a gente plantar outra safra maior/criar mais gado até o ponto do abate" e isso leva ANOS, o que vão comer até lá? A CHINA IMPLODE!




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Re: China...

#836 Mensagem por P44 » Sex Mai 15, 2020 2:03 pm





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Re: China...

#837 Mensagem por Túlio » Dom Mai 17, 2020 5:01 pm

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Re: China...

#838 Mensagem por akivrx78 » Qua Mai 27, 2020 6:41 am

Acusações de corrupção na China quase dobraram em 2019
AFP
26/05/20 - 10h38

O número de pessoas julgadas por corrupção na China quase dobrou em 2019 (+90%), segundo um relatório do Ministério Público divulgado nesta terça-feira (26), com a campanha de fortalecimento disciplinar do presidente Xi Jinping como pano de fundo.

Inúmeros funcionários do Partido Comunista chinês foram demitidos desde 2013 e o lançamento, com a ascensão de Xi ao poder, da operação “mãos limpas”.

No ano passado, 18.585 pessoas foram processadas por corrupção, ou seja, 90% a mais em relação ao ano anterior, segundo relatórios do Ministério Público Supremo, entregues na segunda-feira aos deputados reunidos atualmente em Pequim, no âmbito da sessão parlamentar anual.

Em dezesseis casos, estavam envolvidos políticos do primeiro escalão, entre chefes provinciais e ministros.

Em 2019, houve cerca de 25.000 ações judiciais por corrupção, desvio de fundos ou subornos, nos quais quase 29.000 pessoas foram condenadas, de acordo com o Ministério Público.

No âmbito desta vasta campanha anticorrupção lançada pelo presidente Xi Jinping, pelo menos 1,5 milhão de funcionários membros do Partido Comunista Chinês (PCC) já foram sancionados, segundo os últimos dados oficiais disponíveis.

Essa operação mostrou-se muito popular entre a opinião pública, cansada dos desvios de verbas públicas, embora também suspeitem que seja utilizada para remover os adversários internos das diretrizes propostas pelo chefe de Estado.

Por outro lado, o Ministério Público também relatou 22 julgamentos, em 2019, vinculados a uma lei controversa sobre mártires, que penaliza qualquer tipo de insulto a pessoas consideradas heróis da história comunista oficial.

As acusações também aumentaram significativamente nos setores de cibercrime (+33%) e de infrações às leis de propriedade intelectual (+32%).

https://www.istoedinheiro.com.br/acusac ... m-em-2019/




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Re: China...

#839 Mensagem por akivrx78 » Qua Mai 27, 2020 6:43 am

YouTube exclui comentários que insultam Partido Comunista da China
Guilherme Preta, editado por Fabiana Rolfini 26/05/2020 13h15

Exclusão aparentemente é feita automaticamente em apenas 15 segundos

O Google acaba de se envolver em mais uma polêmica relacionada ao Partido Comunista Chinês. Frequentemente acusado de atender desejos do partido para censurar conteúdos, a empresa aparentemente cadastrou certas expressões para serem automaticamente excluídas em comentários no YouTube.

Em apenas 15 segundos, expressões como “bandido comunista” e “partido de 50 centavos” escritas no alfabeto tradicional (共匪 e 五毛) são apagadas dos comentários. Quando escritas em outro idioma ou em versão de caracteres Pinyin equivalente, nada acontece.

Não está claro o motivo dessa exclusão, mas a velocidade da remoção sugere que elas foram colocadas em filtros de spam ou texto ofensivo. Para deixar a questão ainda mais curiosa, o YouTube está atualmente bloqueado na China, o que daria menos motivos para censuras a comentários contrários ao governo chinês.

Segundo o site The Verge, as reclamações mostram que isso acontece pelo menos desde outubro de 2019. O portal entrou em contato com o Google, mas não obteve resposta.

https://olhardigital.com.br/fique_segur ... ina/101262




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Re: China...

#840 Mensagem por akivrx78 » Qua Mai 27, 2020 6:50 am

‘Mulher Morcego’ da China: “Coronavírus é apenas a ponta do iceberg”
Yan Heiji, 16 horas ago 0 2 min read
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Shi Zhengli, virologista conhecida por seu trabalho sobre coronavírus em morcegos, disse em uma entrevista na televisão estatal chinesa que os vírus que estão sendo descobertos agora são “apenas a ponta do iceberg” e pediram cooperação internacional na luta contra epidemias.

Conhecida como “Mulher Morcego” da China, a vice-diretora do Instituto de Virologia de Wuhan disse que a pesquisa sobre os vírus precisa de cientistas e governos transparentes e cooperativos, e que é “muito lamentável” quando a ciência é politizada.

“Se queremos impedir que os seres humanos sofram com o próximo surto de doença infecciosa, precisamos nos preparar com antecedência para conhecer esses vírus desconhecidos transportados por animais selvagens na natureza e dar alertas primeiro”, disse Shi à CGTN. “Se não estudá-los, poderá haver outro surto”.

Sua entrevista ao canal de TV CGTN coincidiu com o início do Congresso Nacional do Povo, uma reunião anual das principais lideranças da China em Pequim.

O CNP deste ano acontece à medida que o relacionamento do país com os EUA fica cada vez mais desgastado, com o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Michael Pompeo dizendo que o coronavírus que varre o mundo provavelmente está vinculado ao laboratório de Wuhan.

A China rejeitou as acusações. Shi disse que as características genéticas dos vírus com os quais ela trabalhou não coincidem com as do coronavírus que se espalham nos seres humanos.

Em um post de mídia social, ela escreveu que “juraria pela minha vida” que a pandemia não tinha nada a ver com seu laboratório. Em outra entrevista à CGTN no fim de semana, o diretor do Instituto Wuhan de Virologia, Wang Yanyi, disse que a idéia de que o vírus escapou do laboratório era “pura fabricação”.

O surto já infectou mais de 5,4 milhões de pessoas em todo o mundo e matou mais de 345.000.

https://cointimes.com.br/mulher-morcego ... o-iceberg/
Putz, logo a maior suspeita de ter criado e espalhado o vírus vem falar de cooperação...




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