Túlio escreveu:Thor escreveu:Muito bem colocado, LH.
Só corrigiria o percentual atribuído às Forças Armadas para pagamento de pessoal para 70%, o que não ocorre nos demais países por estarem alocados em outras pastas (Fazenda, Previdência, etc), por isso a impressão que os gastos militares são tão elevados no Brasil quanto em países desenvolvidos, mas é uma falácia. Do pouco que sobra para custeio e investimento, ainda há uma série de atribuições que não seriam do MD, mas em nosso país são executados por militares e que consomem uma parcela dessa migalha que sobrou, tais como pesquisa e desenvolvimento de área espacial, cibernética, nuclear, GLO (deficiente segurança pública), transporte de órgãos (deficiente gestão do Min Sau), Saúde para militares (deficiente Saúde Pública), operações contra narcotráfico (deficiente controle de fronteiras - Polícia Federal), transporte e segurança de autoridades (GTE, PR e VPR), entre outras. Tem como dar certo?
Abraços
Mestre, não é apenas uma questão de QUANTO há em recursos disponíveis, mas, acima a e além, de COMO SE USA esses recursos. Como sabes como funciona
por dentro, do mesmo modo que o Juarez véio, tentes desmentir o que direi a seguir, com 3 exemplos, ou seja, que as 3 Forças se mantêm de costas umas para as outras, o que gera duplicação/triplicação de esforços e um tremendo desperdício das poucas verbas disponíveis, que poderiam ser melhor usadas. Os exemplos:
1 - FAB - O PROBLEMA - Entrou sozinha, de costas para MB e EB, no Programa AAM-WVR A-Darter, fazendo parceria com a África do Sul. E na hora de, pronto o míssil, quando precisa começar a comprar? A FAB tradicionalmente compra apenas um punhado (e já deu de barbada que vai ser só para o Gripen E/F), primeiro porque o tutu é curto, segundo porque não acredita que vá precisar usar na vida real; os Sul-Africanos, numa baita crise, vão comprar também apenas um punhado para seus Gripens C/D e Hawks. E depois? Mercado externo lotado de concorrentes, como fica? Problemão...
FAB - COMO O PROBLEMA TERIA SIDO EVITADO - Antes mesmo de tocar no assunto AAM no MD, ter conversado abertamente com as outras 2 Forças. Ter mostrado que seria do interesse de todas, pois qualquer AAM do jeito que está, no máximo com um booster, tem potencial (menor) para servir como SAM; devidamente desenvolvido (e dei o exemplo do CAMM, descendente do ASRAAM, com as mesmas funções e dimensões do A-Darter, só que agora dotado de sensor RADAR ATIVO, tecnologia que também poderíamos desenvolver com os Sul-Africanos, que inclusive já a possuem e, na josta em que estão, compartilhariam como Israel o fez com eles), seria coisa de 1º mundo para todas elas. E Nacional.
A REALIDADE - Segue, de modo tortuoso, a FAB sozinha com o A-Darter; o EB já mostrou interesse (parece que deixou de lado por falta de grana) de uma das versões do citado CAMM (Land Ceptor) para ser lançada a partir do ASTROS; a MB parece seguir com seu plano de importar diretamente outra versão do mesmo CAMM, chamada Sea Ceptor. Ou seja, prejuízo para a moribunda P&D Nacional, prejuízo para a moribunda BID e prejuízo para as 3 moribundas Forças. Prejuízos apenas, e por pura falta do entrosamento que nasce do diálogo aberto e franco.
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2 - MB - O PROBLEMA - Entrou sozinha, de costas para FAB e EB, em um Programa com a MBDA, primeiro para revalidar/melhorar o motor-foguete do Exocet e, a seguir, fazer o
SEU MANSUP, que será equivalente em desempenho a um Exocet MM-40 do século passado. Não se descarta por completa uma versão aerolançada, para os helis médios Franceses. E na hora de comprar? Vai ser um punhado para a minguante Frota de Superfície e (se sair a versão aerolançada) um outro punhado para os helis. De resto, declaram oficialmente que aguardam exportações para Países que não precisem e/ou não possam pagar por um Msl de última geração, e este é seu ÚNICO cartucho no mercado externo. Quem compra em quantidade vai escolher entre coisas muito mais modernas.
MB - COMO O PROBLEMA TERIA SIDO EVITADO - Antes mesmo de tocar no tema MANSUP com o MD, ter conversado abertamente com as outras 2 Forças. Ter mostrado que seria do interesse de todas, pois os protótipos e uma pequena pré-série serviriam para (a) armar algumas das poucas unidades ainda operativas da minguante Frota e (b) testes para validar as soluções desenvolvidas no Programa. Em paralelo, as 3 Forças (IPqM, CTA e CTEx) estariam trabalhando em um turbina, sistemas correlatos e aletas dobráveis para as versões do que chamarei MANSUP 2. Ao final, a MB teria um Msl AN capaz de rivalizar com os melhores do mundo, tanto para lançamento por navios quantos por aeronaves e até subs; a FAB teria um aerolançado idem; e o EB ressuscitaria sua falecida Artilharia de Costa com coisa MUITO melhor do que Vickers 152 mm ou SS-60/80 com alcance relativamente curto e trajetória tão balística quanto a das munições 152. E mais, as 3 Forças poderiam optar por um desenvolvimento ulterior (ou mesmo paralelo) do mesmo Msl para funções de ataque tático (
cruise missile), retirando o radar do nariz e substituindo o radar-altímetro por uma variante dele, mas usada como TFRR, e guiagem INS/GPS. Na hora de comprar seriam encomendas de várias versões pelas 3 Forças e, sendo de última geração, competiriam de igual para igual com o que de melhor houvesse por aí.
A REALIDADE - Segue, de modo tortuoso, a MB sozinha se esfalfando para desenvolver seu Msl dos anos 80/90 para estar operacional já na segunda década do século XXI. A FAB importou HARPOON, um Msl de ponta, para seus Orion e cogita importar uma versão avançada do RBS-15 para seus Gripens, provavelmente ficando entre um e outro importado, caso resolva dotar os AMX sobreviventes desta capacidade (AN). O EB, pouco ligando para Artilharia Costeira, segue apostando no ASTROS para, caso não tenha o que fazer, atacar navio. Resultado? Prejuízo para a moribunda P&D Nacional, prejuízo para a moribunda BID e prejuízo para as 3 moribundas Forças. Prejuízos apenas, e por pura falta do entrosamento que nasce do diálogo aberto e franco.
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3 - EB - O PROBLEMA - Entrou sozinho, de costas para MB e FAB, e através da Avibrás, no Programa AV-TM, um Msl de Cruzeiro de alcance relativamente curto mas com a vantagem de ser movido a turbina Nacional e poder ser lançado a partir da plataforma ASTROS. E na hora de comprar? Vai ser um punhado para a relativamente pequena frota de lançadores ASTROS, sendo apenas UMA das opções de munição. De resto, declaram oficialmente que aguardam exportações, já que o Msl não fere nenhum dispositivo do MCTR (grande josta, a França vendeu centenas de Storm Shadows, de exportação supostamente proibida pelo citado Tratado, e ninguém deu um pio; se mais alguém quiser, é só ter grana que leva).
EB - COMO O PROBLEMA TERIA SIDO EVITADO - Antes mesmo de
pensar em tocar no tema Msl Tático com o MD, ter conversado aberta e francamente com as outras 2 Forças. Ter mostrado que seria do interesse de todas e inclusive convergente com outro programa, o MANSUP. A FAB também não acharia nada ruim ter um Msl de Cruzeiro como opção em seu arsenal, e de cujo desenvolvimento participaria (versão aerolançada), junto com as outras Forças. Na verdade, os Programas MANSUP e AV-TM poderiam ser um só, com grande economia de recursos financeiros e grande incremento no conhecimento, dentro dos Institutos de P&D. Todos ganhariam.
A REALIDADE - Segue, do jeito que dá, o EB sozinho se matando para desenvolver o AV-TM, arriscando parar tudo a qualquer momento em que surgir um novo corte de verbas. A FAB não mostra o menor interesse em um arma assim e a MB muito menos. Como fica? Prejuízo para a moribunda P&D Nacional, prejuízo para a moribunda BID e prejuízo para as 3 moribundas Forças. Prejuízos apenas, e por pura falta da saudável harmonia que nasce de um entrosamento que jamais existiu entre 3 fracas Forças, que preferem aparentemente permanecer assim a DIALOGAR entre si.
Como seria melhor se fosse diferente...