Marinha de Portugal

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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#796 Mensagem por Charlie Golf » Ter Mai 23, 2006 8:35 am

Como vem escrito no artigo de hoje do DN, mais do que a protecção anti-aérea, a Marinha parece estar agora mais preocupada em reforçar a sua capacidade oceânica (blue water). Sendo assim, uma fragata multifunções como é o caso da classe "Karel Doorman" fará todo o sentido. E estas já trazem VLS e tudo (Mk. 48 com capacidade para 16 Sea Sparrow). :lol:

E pode ser que com elas também venha algum Lynxzito holandês. A data apontada pelo DN para a sua chegada é a ideal: Natal de 2007. :mrgreen:




Um abraço,
Carlos Jorge Gomes

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Rui Elias Maltez
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#797 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Mai 23, 2006 10:22 am

Charlie:

Esta prioridade aparente que a Marinha estará a dar às fragatas de usos gerais dever-se-á ao facto de o LPD não estra incorporado antes de 2015?

Qual a sua opinião?

_____________


E o que pensar do facto de se manter a cortina de silêncio relativamente a uma outra aspiração da Marinha, que é a aquisição (novo ou usado) de um novo AOR?




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P44
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#798 Mensagem por P44 » Ter Mai 23, 2006 10:23 am

Rui...Rui..tem calma pá

O mal-Amado ainda só acabou de oferecer uma unha e tu já lhe queres levar o braço todo.... :mrgreen:




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#799 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Mai 23, 2006 10:26 am

Mas qual é a tua opinião pessoal, P44?

Achas que poderá residir nisso a actual preferência (a fazer fé na notícia do DN) pelas fragatas de usos gerais sobre outras para AAW?




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#800 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Mai 23, 2006 10:28 am

Eu acho é que se estão a esquecer-se de uma coisa, no futuro nós vamos ter uma Marinha para o exterior e outra que será pouco mais que uma Guarda Costeira. A Marinha de Guerra para as missões no exterior estará sempre em frotas internacionais que incluirá vasos de guerra com várias caracteristicas, por isso provavelmente não será tão necessário vasos de guerra tão especializados. O que acham?




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#801 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Mai 23, 2006 10:38 am

Também pode ser isso, Cabeça.

Mas ainda assim acho que deveriamos ter uma capacidade própria, ainda que não muito avantajada.

Imagine quando em 2015 ou mais tarde tivermos que enviar o nosso futuro LPD para um cenário de guerra.

Ou o enviamos integrado numa força multinacional, e aí outras marinhas poderão prestar-lhe protecção anti-aérea, ou então não teremos como o proteger em em cenários de media ou elevada intensidade.

Também é certo que mesmo com as OHP, em 2015 ou mais tarde, estas também já não prestariam grande serviço. :?

Por isso, se se concretizar esta vinda, eu por mim acho-a extremamente positiva para Portugal.




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#802 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Mai 23, 2006 10:44 am

Tirado da página do Ministério da Defesa:


Visita do Secretário de Estado da Defesa dos Países Baixos a Portugal

O Secretário de Estado da Defesa dos Países Baixos, Cees van der Knaap, deslocou-se a Portugal no dia 26 de Abril, em visita de trabalho.

No decurso desta deslocação, manteve um encontro com o Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Manuel Lobo Antunes, tendo, na ocasião sido assinado um Memorando de Entendimento entre os Ministérios da Defesa de Portugal e dos Países Baixos o qual visa desenvolver e enquadrar as actividades de cooperação, em curso e futuras, em várias áreas, nomeadamente Investigação e Desenvolvimento, Equipamentos de Defesa e Cooperação Industrial.


http://www.mdn.gov.pt/primeira.asp




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#803 Mensagem por Charlie Golf » Ter Mai 23, 2006 10:04 pm

Discurso do CEMA no passado Sábado 20 de Maio por ocasião do Dia da Armada. :wink:


Discurso do CEMA no Dia da Marinha:

--------------------------------------------------------------------------------
Senhor Ministro da Defesa Nacional
Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar
Senhora Secretária de Estado dos Transportes
Senhor Secretário de Estado do Orçamento
Ilustres Autoridades
Distintos convidados

Em primeiro lugar, quero dizer a todos que quiseram estar presentes que, não podendo mais comandar navios, esta é, e será para sempre, a minha honra maior: a de comandar os milhares de homens e mulheres, militares, militarizados e civis, que servem Portugal na Marinha.

Neste dia, em que celebramos a chegada de Vasco da Gama à Índia, há 508 anos, não haveria melhor cenário do que a terra que o viu nascer para lembrarmos aqueles que serviram esta Instituição, cuja história se confunde com a da nacionalidade, e homenagear os que hoje, com abnegação, coragem e dedicação, continuam a engrandecer a Marinha e o País.

Senhor Ministro da Defesa Nacional, dirijo-me a V. Ex.ª para agradecer a sua disponibilidade para presidir ao Dia da Marinha de 2006.

Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, o meu muito obrigado por estar junto da Marinha na celebração do seu Dia.

Senhora Secretária de Estado dos Transportes, a Marinha agradece a honra que nos dá com a sua presença.
Senhor Secretário de Estado do Orçamento, o meu muito obrigado pela sua disponibilidade para participar nesta cerimónia, o que muito nos honra.

Senhores Almirantes ex-Chefes do Estado-Maior da Armada
Senhores Generais representantes dos Chefes do Estado-Maior do Exército e da Força Aérea
Senhora Governadora Civil de Setúbal
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sines
Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Sines
Senhora Administradora do Porto de Sines
Senhores Vereadores, entidades militares e civis presentes
Senhores Directores-Gerais do Ministério da Defesa Nacional
Sinienses,

A presença de V. Ex.as nesta cerimónia transmite o apoio e coesão institucionais indispensáveis para o prosseguimento dos objectivos que traçámos: construir o futuro, ser relevante entre pares, ser uma mais valia para o desenvolvimento nacional sustentado e dar mais apoio às populações, para que a Marinha seja cada vez mais útil a este país de marinheiros - que por vezes voltou as costas ao Mar, mas que sempre nele encontrou rotas que o levaram a sair de crises e dificuldades.

Mas antes de falar da Marinha, Senhor Presidente da Câmara Municipal, permita-me que fale de Sines.

Falar de Sines é, para qualquer marinheiro, um grato prazer, pelas boas memórias das incontáveis vezes que por aqui passamos. Falar de Sines é, também, elogiar este belo cenário de uma baía natural abrigada dos ventos predominantes, que desde há muitos séculos para aqui atraiu gentes, que naturalmente fizeram do mar o seu principal modo de vida. Esta atracção do mar foi reforçada, há 35 anos, pela edificação do grande complexo industrial que fez crescer Sines em população e importância, tornando-a num dos principais pólos industriais e infra-estruturas portuárias do País. É, portanto, uma honra para a Marinha celebrar aqui o seu dia maior, a convite de V. Ex.ª e com o apoio inestimável da Administração do Porto de Sines, que muito agradecemos. Senhor Presidente, mais uma vez, o meu muito obrigado pelo seu gentil convite.

À população de Sines, gente do mar, que pronta e calorosamente sempre nos recebe e que de forma tão natural, quanto espontânea, tem aderido às festividades, um obrigado sincero em nome da Marinha!

Senhores Almirantes, Senhores Comandantes,
Senhores Oficiais, Sargentos, Praças, Militarizados e Civis da Marinha,
caros amigos, minhas senhoras e meus senhores,
marinheiros,

Permitam-me, agora, Excelências, distintos convidados, que vos fale da Marinha, dos seus trabalhos e projectos, para que a conheçam ainda melhor e avaliem o modo como usamos os recursos - de todos nós - que são colocados à nossa disposição.

De um tradicional espaço de circulação e fonte de recursos biológicos, o mar é hoje reservatório de energia e minerais, espaço de lazer e, infelizmente, também receptáculo de poluição e de prevaricações de toda a ordem.
É incontroverso que o mar representa actualmente um factor imprescindível ao progresso. Mas também é inquestionável que não haverá desenvolvimento sem segurança e é através da sua Marinha que Portugal detém os instrumentos de força indispensáveis à prossecução dos seus interesses no mar. Nas águas sob jurisdição portuguesa não acontece, nem acontecerá, o que ocorre em muitas zonas do mundo, em que a insegurança e a depredação de recursos são a regra.

Porém, a capacidade económica e financeira nacional não permite duplicações ou desperdícios em meios e organizações dedicados à contenção dos riscos que o mar comporta. É necessário fazer com pouco o muito que há a fazer! É por isso que a Marinha alia à sua componente militar uma actuação no domínio da autoridade do Estado sobre os espaços de jurisdição marítima. É o que designamos por “Marinha de duplo uso” que, através da flexibilidade de emprego das suas unidades, actua em todo o espectro de missões associadas à jurisdição e à preservação da segurança no mar, garantindo uma actuação eficaz e coordenada, com economia de meios e unicidade de comando.

Neste quadro geral de actuação, importará, neste momento em que a Marinha celebra o seu Dia, dar público conhecimento do serviço que presta ao país, e assim evidenciar o produto do investimento que o Estado lhe atribui.

A Marinha é tão importante em tempo de paz, como em tempo de crise ou de conflito. Os seus meios são utilizados em permanência, 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao serviço dos Portugueses, qualquer que seja o cenário nacional ou internacional, desde missões de apoio à paz à salvaguarda da vida humana no mar e à conservação daquilo que é nosso na extensíssima Zona Económica Exclusiva, 18 vezes superior à área terrestre do país.

Mas a Marinha não se limita às missões clássicas das marinhas militares e das guardas costeiras. No quadro do desenvolvimento económico, a renovação da esquadra é um estímulo sustentado para a indústria nacional, fomentando a construção naval, e todo um conjunto de empresas fornecedoras de tecnologia avançada a ela associadas, decorrente dos requisitos tecnológicos dos navios militares.
No âmbito das ciências do mar, o trabalho de investigação é uma realidade diária no Instituto Hidrográfico, casa de excelência que os portugueses conhecem bem da minimização das consequências das tragédias do Prestige e de Entre-os-Rios.
No âmbito cultural, preservamos, com uma relação custo eficácia que nos honra, um valioso património de muitos séculos, disponível para todos através do museu, do planetário, do aquário, do arquivo histórico, da biblioteca, da Academia de Marinha e de outros organismos.
Em síntese, a Marinha está presente em praticamente todos os sectores da vida nacional ligados ao mar e à projecção externa do nome de Portugal. Fá-lo por dever e fá-lo com devoção.

Militares, militarizados e civis da Marinha,
Fazemos muito, fazemos bem, mas muito mais há para fazer e muito melhor!
É esse o nosso empenho e a nossa responsabilidade!
Portugal, fruto do seu processo de construção de quase nove séculos, mantém interesses políticos, económicos, militares e culturais, que podem requerer o emprego da sua Marinha muito para além da geografia de proximidade.
Preservar uma Marinha de dimensão oceânica, ajustada à natureza e dispersão de tais interesses, sustentada num conjunto equilibrado de capacidades, em que exista um efeito de complementaridade sinérgica entre todos os meios, que possibilite empenhamentos no mar e a partir do mar, onde, quando e como o país precise, requer uma vontade política determinada. Este requisito é crítico no momento presente, porque a renovação dos meios não ocorreu de forma gradual e faseada. Esqueceu-se a forte dependência que a Marinha tem do cumprimento do planeamento. Com efeito, as Marinhas não se improvisam, e são mais fáceis e baratas de manter do que de edificar. Também é certo que a Marinha é dispendiosa, mas, como a história facilmente comprova, muito mais caro é não tê-la ou querer tê-la demasiadamente tarde.
O Governo correspondeu a esta imperativa necessidade com visão político-estratégica, decidindo investir na renovação da Esquadra mesmo em contra-ciclo económico, pelo que espero em breve ter notícias - boas notícias - para dar a todos os que compreendem os factores determinantes duma política de defesa que sirva Portugal.

Estes programas representam um enorme alento e uma acrescida responsabilidade para todos os marinheiros. A nova esquadra terá mais capacidade de intervenção dentro e fora do País, num leque mais alargado de situações, com maior influência nos acontecimentos e mais visibilidade para Portugal, como membro activo da comunidade internacional. Por outro lado, vai exigir um enorme esforço de adaptação a novas tecnologias e a novas formas de estar no mar, com menos pessoas e por períodos mais longos. É um desafio que vamos vencer!

Os novos patrulhas oceânicos em construção realizarão também tarefas de protecção ambiental. Duas destas unidades terão capacidades de balizagem e de combate à poluição. Anuncio com muito gosto que o primeiro, cujo aumento ao efectivo se prevê para 2008, será baptizado com o nome de “Sines”, como sinal de respeito e homenagem a esta nobre cidade, que sempre viveu virada para o mar e que prestigia e acarinha a sua Marinha, acolhendo-a fraternalmente e apoiando as suas iniciativas. Estou certo que a cidade se identificará e orgulhará daquele seu navio.

Se a requalificação das capacidades da esquadra é essencial à modernização da Marinha, a eficácia e a eficiência no cumprimento das missões só é possível com homens e mulheres qualificados, motivados, e em número suficiente.
O sector de pessoal é, na Marinha, extremamente complexo, podendo dizer-se que constitui um Caso de Estudo da administração pública. A harmonia estatutária entre militares, civis, e militarizados, não é uma questão menor e a tomada de medidas avulsas que se tem verificado ao longo de décadas não tem facilitado. Temos que encontrar soluções integradas e com visão de futuro, sendo imperativo que a anunciada revisão de carreiras contribua para solucionar, ou pelo menos minimizar, as assimetrias existentes. Em paralelo, há que encontrar soluções que respondam ao esforço de racionalização que a Marinha tem vindo a efectuar, e que nos últimos dez anos, se traduziu numa redução de 30% dos efectivos militares, bem como para as variadas alterações, nem todas sintónicas, do enquadramento legal.

Faremos mais, com menos gente; por isso há que recompensar adequadamente os melhores e dar, como temos feito, uma atenção muito especial à qualificação do pessoal.
O marinheiro é antes de mais um cidadão, um cidadão do mundo que ama e luta pelo seu país. Este é o enquadramento de tudo o resto. Mas, no dia a dia, há que formar este cidadão, também na modernidade das coisas do mar. Neste sentido, o actual sistema de formação profissional, iniciado em 2004, tem permitido que os sargentos e praças adquiram uma sólida e permanentemente actualizada preparação.

No ensino superior, fomos pioneiros no processo de Bolonha e prosseguiremos no seu aperfeiçoamento, no sentido de conferir aos futuros oficiais a adequada formação técnico-naval, militar e marinheira, assim como a formação humanista e científica de base, compatível com o exigente desempenho das suas futuras funções.

Na formação pós graduada, no que se refere ao Instituto de Estudos Superiores Militares, é forçoso que os cursos aí ministrados permaneçam com elevada qualidade e que, no harmonioso respeito das culturas próprias dos três Ramos das Forças Armadas e visão conjunta, habilitem os oficiais ao desempenho das funções de comando, direcção, chefia ou estado-maior, nos mais diversos, e exigentes ambientes. É que não há conjunto sem partes e só deste modo poderemos evoluir sinergicamente.

A motivação dos que servem a Marinha no mar constitui matéria central das nossas preocupações. Alguns dos seus aspectos fundamentais têm a ver com estatutos, quadros, carreiras e progressões que ultrapassam a Marinha. Os militares, militarizados e civis, em geral, têm compreendido as dificuldades do país, mas esperam, com confiança, a resolução dos problemas já identificados. Dos aspectos ligados à motivação ao alcance da Marinha, considero importante diferenciar a capacidade de progressão e ascensão nas carreiras dos mais capazes, dedicados e competentes e prosseguiremos o reconhecimento da especificidade do pessoal embarcado e com funções na primeira linha de exigência operacional.

É sabido, porém, que não existe organização sem disciplina. É meu dever tutelar os meus subordinados, isto é, defender os seus legítimos interesses.
Fá-lo-ei, como sempre. Mas também é minha obrigação defender os interesses da Marinha acima dos interesses individuais. Fá-lo-ei também, e exigirei que todos compreendam o conceito e o pratiquem na acção.

Excelências, distintos convidados, senhoras e senhores,
O lugar da Marinha é no mar. Por isso, neste dia, saúdo especialmente aqueles que lá se encontram, no cumprimento das suas missões, nacionais ou aliadas. Os números de 2005, que traduzem a presença da Marinha no mar, falam por si. Destaco as mais de 23 000 horas de navegação efectuadas por uma média de 10 navios com missão atribuída em cada dia do ano, e também as mais de 2 800 embarcações vistoriadas no mar territorial e ZEE, e o salvamento de 587 pessoas pelos navios e pelas embarcações salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos.
São números significativos, mas que não nos deixam satisfeitos. A Marinha quer estar ainda mais presente, mas tal só será possível com os novos meios navais, eventualmente com um novo modelo de apoio, mais eficiente e com ainda melhores prestações operacionais.

Fuzileiros e Mergulhadores são diariamente empregues em missões específicas, principalmente de serviço público. Após um interregno que durou desde 2004, data do regresso da missão em Timor-Leste, os Fuzileiros participarão em breve – espero - num exigente cenário internacional. O reequipamento efectuado e a inequívoca qualidade do pessoal garantem ao País uma força pronta e disponível para ser empregue, com o padrão de excelência a que nos habituaram, em qualquer dos teatros de operações em que a sua participação seja necessária.

A Autoridade Marítima através das capitanias e da sua componente operacional a Polícia Marítima é exercida 24 horas por dia, apesar dos parcos efectivos existentes não terem acompanhado o crescimento e exigência da actividade comercial e de recreio, onde muito especificamente a sua presença mais deve incidir. As mais de 23 000 vistorias a embarcações efectuadas em 2005 ilustram bem o esforço desenvolvido.

Ao nível interno, a Marinha colabora consistentemente com a Polícia Judiciária, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Polícia de Segurança Pública e está pronta a reforçar a cooperação e a apoiar a Brigada Fiscal da GNR, tanto nos aspectos da formação do pessoal e da manutenção dos meios, como em todas as operações que envolvam meios navais e da Autoridade Marítima, com o propósito único de melhor servir o País.
Curiosamente vemos hoje alguns países amigos adoptarem o paradigma há muito existente em Portugal, da Marinha de duplo uso, por ser aquele que melhor serve os interesses nacionais, enquanto alguns de nós continuam a tentar reinventar paradigmas novos, apesar do manifesto sucesso da visão inovadora encontrada há já muitos anos.

Também no domínio do conhecimento e investigação do mar, há que semear para colher. Por isso, estamos decisivamente empenhados nos estudos e recolha de elementos que nos permitam afirmar direitos de jurisdição nacional sobre os fundos oceânicos até ás 350 milhas náuticas. Os navios hidrográficos são, neste âmbito, insubstituíveis, bem como o saber e as bases de dados laboriosamente construídas, num trabalho planeado a muito longo prazo a que os portugueses costumam ser avessos.

Excelências, distintos convidados, senhoras e senhores,
A Marinha orgulha-se da forma harmoniosa e sinérgica como trabalham as suas vertentes militar e da Autoridade Marítima, como se orgulha da sua capacidade para operar conjuntamente com as outras componentes militares, forças de segurança e outros departamentos do Estado, em ambiente nacional ou internacional. Os sucessos obtidos, designadamente na repressão de actos ilícitos no mar e Domínio Público Marítimo, em que os mais visíveis são a apreensão de grandes quantidades de estupefacientes, nalguns casos a centenas de milhas da costa, são para nós motivo de grande satisfação que o interesse dos nossos aliados ainda mais reforça.

Constitui ainda motivo de orgulho para a Marinha poder continuar a afirmar que a força naval está pronta para zarpar do Tejo em 48 horas, como já o fez, para a guerra ou para a paz. É um orgulho que resulta do trabalho de todos, militares, militarizados e civis e que o Comandante da Marinha quer com todos partilhar.

Senhor Ministro da Defesa Nacional, Excelência,
Os recursos financeiros e a imprevisibilidade dos acontecimentos estratégicos, são os elementos mais influentes do ambiente onde a Marinha tem de cumprir as suas missões. Neste contexto, o saber, a perseverança, a motivação, a tenacidade e a imaginação criativa dos marinheiros, constituem-se como referências determinantes para vencer os actuais desafios e contribuir para que Portugal use o mar como necessita.
Ciente das condicionantes que se nos deparam, mas confiante que estou nas capacidades dos homens e mulheres que comando, manifesto a V. Ex.ª o firme propósito da Marinha se continuar a afirmar ao serviço do país.
Como militares e marinheiros estamos habituados a sacrifícios, à subordinação dos interesses individuais aos colectivos, a uma forte solidariedade perante as adversidades e a não regatear esforços pelo País, tudo fazendo para merecer a sua confiança, firmes na defesa, empenhados na segurança e parceiros no seu desenvolvimento.

Fernando de Melo Gomes
Almirante


Só para adiantar uma coisa: trabalho há já largos anos com colegas holandeses e estes afirmaram-me hoje que correm rumores nos Países Baixos que dão como certa a venda de duas KD à Armada Portuguesa. Ainda segundo estes, "o esquema de força holandês aponta para a redução para apenas duas (2) fragatas da classe Karel Doorman."

Não lancem já os foguetes ou poderão espantar o Ministro. Isto até parece bom demais para ser verdade. Ao mesmo tempo, estou curioso para ver como o Governo irá descalçar esta bota das limitações impostas pelo Eurostat. :roll:




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#804 Mensagem por Paisano » Ter Mai 23, 2006 10:12 pm

Pronto. :shock: Agora é o Charlie que está com soluço. :roll: :lol:

Já deve ser a consciência pesada pelas blasfêmias proferidas contra o Fogão. :twisted:




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#805 Mensagem por P44 » Qua Mai 24, 2006 4:57 am

Paisano escreveu:Pronto. :shock: Agora é o Charlie que está com soluço. :roll: :lol:

Já deve ser a consciência pesada pelas blasfêmias proferidas contra o Fogão. :twisted:


Paisanão do Nacional,

Tens de compreender que NÓS os Tugas estamos meio em estado de choque, meio em nirvana pós-orgásmico :mrgreen:

Conheces o ditado "Quando a esmola é muita...o pobre desconfia" ?

É que de repente parece bom demais para ser verdade, daí o nosso amigo Nicolae Ceausecu de Cacilhas estar neste estado de euforia

:mrgreen:

Eu bem ouvi o foguetório em cacilhas ontem á noite :wink:




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#806 Mensagem por Charlie Golf » Qua Mai 24, 2006 5:20 am

:oops: :oops: :oops:

Em triplicado? Ó raio, será que adormecido dentro de mim existe um funcionário duma Repartição de Finanças? :shock:


P44 escreveu:Eu bem ouvi o foguetório em cacilhas ontem á noite :wink:

Hmmm, estava assim tanto vento que o som chegou a Corroios de Baixo? :lol:

Mas não se podem lançar foguetes... podem incendiar esta boa-disposição do Ministério da Defesa. :P




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#807 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Mai 24, 2006 5:58 am

Se o Charlie refere que os colegas holandeses também falam que a Holanda pretende manter para já apenas duas fragatas M ao seu serviço, e que as outras duas poderão vir para Portugal, isso pode significar que a notícia publicada ontem no DN pode estar relativamete correcta.
vamos ver.

Parece bom demais, depois de estarmos a assistir a um processo de progressiva degradação dos meios existentes, e os programas de NPO's a arrastarem-se no tempo.

Claro que a jóia da coroa da nossa Marinha será para já os submarinos U-209PN (U-214) e mais tarde o LPD.

Mas estas duas fragatas acrescentarão qualidade e capacidades ao que temos, através do sistema de armas que traz incorporado.

Se é bom demais (embora lamente que ao fim de tantos anos, Portugal tenha que recorer agora ao usado) é melhor esperar com serenidade o que sairá dentro de dias em sede de LPM.
_____________________

E não esquecer um pormenor que para mim é importante:

É necessário para o curto parzo que a Marinha seja dotada de um novo (mesmo que usado) AOR com maiores capacidades que as que oferece o actual NRP Bérrio.




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#808 Mensagem por P44 » Qua Mai 24, 2006 6:32 am

Xiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Não os assustes...

Deixa-os poisar...deixa-os poisar....

:wink:




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#809 Mensagem por Charlie Golf » Qua Mai 24, 2006 6:50 am

Menos Rui, menos... 8-]

Depois se a coisa dá para o torto como é? :?

A nossa má-sorte é tão grande que agora até demos para ser supersticiosos :roll:




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#810 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Mai 24, 2006 6:56 am

Pois, é verdade.

Dá mau augúrio falarmsos aqui, porque depois, o que parece certo hoje, amanhã já pode não ser.

Mas o AOR é uma grande aspiração da Marinha, e a 2ª prioridade depois da substituição das João Belo.




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