LeandroGCard escreveu:juarez castro escreveu:[destacar]Não, ela apena o faz porque será muito mais "engolível" para o GF um programa com rótulo made in Brasil, mesmo que seja sóa tampa da rolha.[/destacar]
Sinceramente? Na situação atual, sem poder apontar nenhum inimigo real mas com a indústria naval que nos esforçamos para recriar ao longo dos últimos 14 anos ameaçada, é infinitamente mais "engolível" para mim também. No dia que tivermos algum inimigo fazendo ameaças e nossa indústria estiver de vento em popa mudo de ideia e passo a concordar com você. Mas hoje a situação é exatamente a oposta.
[destacar]com relação ao custo a MB tem certeza que comprar o projeto lá fora e customizando por acá sairia muiiiiiiito mais rápido, mais barato e melhor, mas o problema é mesmo, inviabiliza por causa da questão política do rótulo "nacional full" que de fato não acontece. Já o tamanho, eu acho que a diferença de custos via ser muiiito pequena pois já discuti isto com um oficial superor da MB e com a suíte de armamento que a marinha que po,r vai custar muito próximo de um navio entre 3.500 e 4.000 tons com a vantagem do espaço físico do segundo.[/destacar]
Queria saber de onde vem esta certeza de que comprar projetos fora é mais barato. O histórico que conheço é justamente o oposto, todos os programas de aquisição de embarcações estrangeiras que fizemos acabaram com um custo unitário final bem maior do que o de unidades iguais ou equivalentes adquiridas por outras marinhas sem cláusulas de transferência de tecnologia. E existem muitas razões para que seja assim, desde os royalties cobrados pelo projeto e os custos de adaptação do que for possível para componentes nacionais até os gastos na implantação de infra-estrutura que não está disponível aqui mas é necessária para aquele projeto específico e a aquisição de ítens importados que podem ter equivalentes nacionais mas que não vale à pena (ou o fornecedor do projeto não quer) fazer a substituição. E isso porque a aquisição sempre incluiu mais unidades do que a única inicial pretendida da CV-3, imagine para uma unidade só. Muitos fornecedores sequer aceitariam negociar transferir qualquer tecnologia por apenas um único navio, por motivos óbvios (e se fossem mais navios, a indústria naval militar brasileira estaria morta e enterrada, a menos que o projeto dos navios do Prosuper fosse feito aqui, algo muito mais arriscado).
[destacar]Leandro, diversas marinhas mundo afora tem ótimas escoltas voltadas para a capacidade ASW,com um heli embarcado, e algumas inclusive munidas de sonar relocável na faixa de 3500 a 4000 tons. A doiferença de 1000 tons via ficar exatamente na capacidade do paiol e dos tanques de combustível e agua.[/destacar]
Sim, afetando o tempo de operação em longo curso. Mas digo mais uma vez, esta não é a tarefa das CV-3, acompanhar navios ao longo de rotas globais em longos trechos de mares abertos (isso é tarefa das escoltas de 6.000 ton), e sim proteger os navios em trechos curtos de litoral hostil ou em nossas águas territoriais. Mais uma vez, se navios de 3.500a 4.000 ton são assim tão maravilhosos e eficientes em alto mar, porque não esquecemos as fragatas de 6.000 ton do Prosuper e mudamos a especificação para estes valores menores, tornando o programa "mais palatável"?
Me refiro aqui a capacidade principal de reconhecimento sobre o alvo e tempo sobre ele.
Que podem ter melhorado (ou vir a melhorar no futuro) com UAV´s. Mas a CV-3 também incorporará características furtivas modernas e defesa de ponto eficiente, então no final uma coisa tende a compensar a outra. Para saber se valeu à pena, teremos o período de testes do primeiro protótipo, já previsto.
Mais caro e mais capazes de manter uma defesa consistente e por mais tempo.
No contexto de um GT, que sempre irá incluir navios de apoio logístico, isso é bem menos importante.
[destacar]Me referi as marinhas que utilizam corvetas que tu citastes, todas tem mares interiores no seu TO, Mediterrâneo, Báltico, Negro etc.... e são nestes mares que estes navios normalmente operam.[/destacar]
Não me parece que Índia e China tenham muitos mares interiores para operar, e sim longos litorais como o nosso. O Japão também não fala em retirar suas Abukuma de operação tão cedo.
[destacar]Leandro, insisto, se não mudarem as regras trabalhista e fiscais no Brasil não termso a mpínima chance de competir neste setor, o que aconteceu e está acontecendo com indústria naval demonstra bem isto.[/destacar]
Então alguém devia contar isso para a Embraer... .
Na verdade em setores industriais caracterizados por inovação, alto conteúdo tecnológico e alto valor agregado as nossas ineficiências são muito menos importantes, pois estes custos tem muito pouco peso no valor final dos produtos. Por isso a Embraer vai de vento em popa, obrigado, e ainda mais agora que o dólar caminha para valores mais realistas. Os nossos problemas internos impactam de forma determinante é nos setores de baixo conteúdo tecnológico e valor agregado. Infelizmente estes últimos compõem o grosso de nossa indústria verdadeiramente nacional, daí termos tantos problemas no setor industrial. E por isso apoiar o surgimento de mais um polo de indústrias mais avançadas como a naval, principalmente a militar, seria até mais importante para o país e teria impactos muito maiores do que a simples economia na aquisição de meios ou o incremento da operacionalidade das forças armadas.
[destacar]Tenho sérias dúvidas sobre o Prosuper, e acho que as Tamanduas são a saída "a Francesa" da MB para o problema. tomar eu estar errado[/destacar]
Se o Prosuper não sair, a MB poderá perfeitamente criar um plano "B" contemplando navios menores na faixa das 3.500 a 4.500 ton de projeto estrangeiro, exatamente como você propõem. Na verdade o principal programa da MB (o Prosuper) tem exatamente as características que você defende, apenas ela acha que a tonelagem dos navios deve ser maior que a faixa das 3.500-4.000 ton. Já a CV-3 não tem necessariamente que ter nada a ver com isso, sua ideia é exatamente ir pelo caminho de alavancar a indústria local com calma, sem preocupação imediata com operacionalidade e custos (por isso começar com um único navio protótipo e ter prazo para incorporação dos restantes mais longo que o dos próprios navios do Prosuper). Agora, pode até ser que o GF decida engavetar o Prosuper e a MB se veja forçada a alterar este plano, mas enquanto a casa não cai (ou pelo menos a queda não é reconhecida oficialmente) porque não deixar o pessoal tentar continuar trabalhando da forma que seria a mais adequada?
Abraços,
Leandro G. Card
PS: Com relação ao nível do debate, você tem igual participação nisso e portanto obrigado a você também. Acredito que esta é a função de fóruns como o DB, para brigas pessoais e torcida existem o facebook e afins.