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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Ter Fev 03, 2009 10:02 pm
por Bender
Após ter lido um texto do analista de defesa José Alves Daniel Filho ,em um link postado nesse tópico:http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/SMB.pdf , a um certo tempo atrás ,fiquei com a curiosidade de encontrar na Internet,opiniões de analistas estrangeiros sobre esse projeto brasileiro do SNBR,e tenho encontrado algumas. Resolvi postar esse texto abaixo,justamente pelo fato do autor,ter uma visão que infelizmente o tal analista,que é brasileiro não teve a capacidade de ter,e ter ficado preso inocentemente a questão “pano de fundo”,do uso do sub-nuclear e totalmente cego a questão fundamental,inclusive ter preferido focar seu longo texto em jogar duvidas técnicas sobre a escolha da MB com relação ao submarino convencional escolhido.
O presente artigo irá tratar até que ponto será vantajoso a fabricação do
submarino nuclear para defesa de nosso litoral e qual é a melhor opção entre os submarinos
convencionais oferecidos ao país.
Mas voltando ao Sub-nuclear, é nítida a diferença entre “olho critico” e o “olho que critica”. :wink: Ao contrario do analista brasileiro a perspicacia e o conhecimento do autor do texto, o levam a desmontar aos poucos a “propaganda” governamental para a venda do projeto SNBR a mídia e a opinião publica brasileira e mundial, e chegar a conclusão da real importancia e razão para que a MB e o Estado brasileiro terem esse projeto como prioridade,e em tão poucas linhas. :wink: O texto é de junho de 2008 antes da assinatura dos contratos, não sei se o pessoal antenado aqui do DB já postou esse texto em algum lugar,ou sua tradução.Se já:vai bis.
Grifei alguns trechos.

Is Brazil's Best Defence a Good Offence?
Richard B Gasparre looks at Brazil's nuclear-powered submarine programme.

Date: 23 Jun 2008

Em julho de 2007, O presidente brasileiro Lula da Silva anunciou $US540milhões de investimentos para o programa do submarino nuclear brasileiro, programa de enriquecimento de urânio e esforços afins.

Em janeiro e fevereiro de 2008, o Brasil e a França firmaram acordo militar,de compra de armamentos ,com esse acordo o Brasil iria comprar da França o submarino diesel-elétrico Scorpene, mas apenas se a França fornecesse a assistência tecnológica necessária para o Brasil colocar na água,seu próprio submarino nuclear,concebido e construído nacionalmente.

"O Brasil pretende projetar e fabricar seu próprio submarino nuclear e coloca-lo na água." Lula e o presidente francês Sarkozy planejam se encontrar novamente este ano para completar o acordo, que, se implementado com êxito,fará do Brasil a primeira nação latino-americana a construir e operar um submarino nuclear.

Em um momento de operações transnacionais paramilitares na América do Sul e crescente tensão nuclear no Médio Oriente, alguem poderia ter esperado a frase 'sub-nuclear brasileiro' para levantar as sobrancelhas,isso se não tivesse o pulso alterado. Mas a julgar pela reação no mundo da mídia,parece que teria sido errado faze-lo.

Ainda assim, um urso perguntaria: por que um submarino com um reator nuclear, e porquê agora?

A questão nuclear

A Petrobras,dada a recente descoberta da enorme reserva petrolífera offshore de Tupi,poderia nos levar inferir que o Brasil quer um submarino nuclear, para proteger os seus campos petrolíferos em águas profundas , mas novamente, seria um erro.

Para começar, o calendário não trabalha a favor da Marinha do Brasil,que tem novamente,o programa do novo submarino nuclear, programa este que esta no papél desde 1979. Mais importante ainda,submarinos, em geral não são sequer a segunda melhor opção para o problema da defesa das instalações offshore fixas.

Dado que o campo Tupi esta a apenas 250 milhas a sudoeste do Rio de Janeiro,navios de guerra rápidos de superfície, aeronaves, pontos de defesa nas plataformas,seriam todos mais eficazes na dissuasão de baixa intensidade,do tipo:ações rápidas de insurgentes ou atentados terroristas,que seriam a mais provável contingência aqui.

Além disso, mesmo admitindo que para defender as plataformas offshore,fossem necessários recursos,para exercer de alguma forma o controle ou negação do mar, os submarinos convencionais teriam efetivamente uma melhor relação custo beneficio do que a desejada escolha nuclear.

CUSTO VS EFICÁCIA

Pelo lado da equação de custos, os submarinos convencionais são mais baratos. No negócio Franco-Brasileiro de armas,o preço pelo Scorpene, sub convencional é de: $US 600milhões, em contraste, a classe Virginia de submarinos de ataque nuclear,que atualmente estão entrando para o inventario da Marinha dos EU,tem seu custo em torno de $US 2.3bilhões.

Embora tais comparações sejam necessariamente inexatas em termos de capacidade, a linha de fundo é que marinhas podem adquirir múltiplos submarinos diesel-elétrico pelo preço de um submarino nuclear.

Pelo lado da equação: eficácia, a chave do valor acrescentado ao submarino nuclear é que ele pode navegar enormes distâncias e ficar submerso durante meses - mas essas são exatamente as qualidades que são menos importantes no controle de uma área que em meia-hora a partir da costa brasileira pode ser alcançada por um avião de caça.

Por outro lado, o diesel pode funcionar completamente silencioso usando baterias, algo que o submarino nuclear, não pode fazer porque os seus reatores devem sempre estar em funcionamento, quando em deslocamento. Se um adversário sabe onde seus submarinos vão estar, então cabe a você fazê-los ficar o mais silenciosos, quanto possível.

De defesa ofensiva?

Se os submarinos nucleares,são os mais adequadas vetores para a longas distâncias,e para uma projeção de poder continuada, a pergunta natural é se o Brasil tem alguma meta em mente. O candidato óbvio seria a Venezuela, dada a simpatia castrista do presidente venezuelano Hugo Chávez ,e o recente rearmamento da Venezuela que podem incluir em breve a compra de três submarinos da Classe Kilo Projeto 636 da Rússia e as tensões fronteiriças com a Colômbia, que tem acusado a Venezuela de auxiliar a guerrilha das Farc.

"O submarino Nuclear do Brasil tem o olhar menos como cadeado e mais como espingarda de caça. " No entanto, Brasil e Venezuela estão longe da inevitabilidade de serem adversários. Em um mundo com altos preços do petróleo, as guerras entre produtores de petróleo são como dois barmen que lutam entre si em um happy hour de sexta-feira ,são raros os benefícios a acrescentar,fora a garantia de custos e as oportunidades perdidas.

Politicamente, os Chavistas vem os Estados Unidos como o principal adversário do socialismo latino-americano, sem dúvida, a combinação do histórico dos E.U. de intervenção militar na América Latina e nas recentes justificativas para a atividade militar dos EU no Médio Oriente pode servir como razões plausíveis para a construção de um aparato militar defensivo por parte da Venezuela.

O rotulo 'defensiva', no entanto, leva em direção ao cerne do problema filosófico. Um arsenal militar, como tal, nunca é meramente ofensivo ou defensivo, daí o velho aforismo de que o ataque é a melhor defesa e, normalmente, uma mistura de ambos é estrategicamente prudente em um mundo dinâmico. O que parece que se mantem constante, porém, é que a combinação de riqueza de recursos naturais e fraqueza, convida a agressão militar, e normalmente o mais depressa possível.

Os principais segmentos dos militares brasileiros certamente acreditam nisso. O General Barros Moreira, atualmente adido militar do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra e um ex-diretor em posições-chave na liderança do Exército e do governo, declarou em uma entrevista 2007 que o Brasil tem que "escolher um cadeado que convém para trancar as riquezas no cofre", e mais tarde ampliando este comentário ao observar que a capacidade de deter a tecnologia da energia nuclear,no caso de desenvolvimento de armas nucleares pode ser um ativo valioso, mas não é crítico.

Por este raciocínio, devemos olhar o submarino nuclear menos como cadeado e mais como arma de caça , mas o maior ponto permanece o mesmo. Parafraseando o General Moreira, o Brasil tem de se adaptar à realidade do mundo. Por sua vez, o mundo agora tem de se adaptar à perspectiva de submarinos nucleares brasileiros.

Is Brazil's Best Defence a Good Offence?
Richard B Gasparre looks at Brazil's nuclear-powered submarine programme.

Date: 23 Jun 2008


In January and February of 2008, Brazil and France hammered out a framework for a multi-service arms deal, under which Brazil would purchase France's diesel-electric Skorpene submarine – but only if France provided the technological assistance necessary for Brazil to put its own indigenously designed and constructed nuclear-powered sub in the water.

"Brazil wishes to put its own indigenously designed and constructed nuclear-powered sub in the water."Lula and French President Sarkozy plan to meet again this year to flesh out the accord, which, if implemented successfully, would make Brazil the first Latin American nation to build and operate a nuclear submarine.

In a time of transnational paramilitary operations in South America and rising nuclear tension in the Middle East, one might have expected the phrase 'Brazilian nuclear sub' to raise eyebrows, if not pulse rates. Yet judging from the reaction in the world media, one would have been wrong.

Still, the questions bear asking: why a submarine with a nuclear reactor, and why now?

THE NUCLEAR QUESTION

Given Petrobras's recent discovery of the enormous Tupi offshore petroleum reserve, one might infer that Brazil wants a nuclear-powered submarine to protect its deepwater oilfields – but again, one would be wrong.

To begin with, the timing doesn't work: Brazil's Navy has had an on-again, off-again nuclear-powered submarine programme on the books since 1979. More importantly, submarines in general are not even the second best option for the problem of defending offshore fixed facilities.

Given that the Tupi field is a mere 250 miles south-west of Rio, fast surface warships, aircraft, and platform terminal defences would all be more effective at deterring the kind of low-intensity, surprise-oriented insurgent or terrorist attack that would be the most likely contingency here.

Moreover, even assuming that defending localised offshore resources required some form of sea control or denial, conventional submarines would actually be a more cost-effective choice than nuclear-powered ones.

COST VS EFFECTIVENESS

On the cost side of the equation, conventional submarines are cheaper. In the Franco-Brazilian arms deal, the price tag on the conventional Skorpene sub is $600m; in contrast, the Virginia Class nuclear-powered attack submarines currently entering the US Navy's inventory cost around $2.3bn.

Although such comparisons are necessarily inexact in terms of capability, the bottom line is that navies can buy multiple diesel-electric submarines for the price of one nuclear one.

On the effectiveness side of the equation, the key value-added of the nuclear submarine is that it can sail immense distances and stay underwater for months at a time – but these are exactly the qualities that are least important in controlling an area that is half an hour from the Brazilian coast by strike fighter.

On the other hand, diesel subs can operate completely silently using battery power, something that nuclear-powered submarines can't do because their reactors must always be running when underway. If an adversary knows where your submarines are going to be, then it behoves you to make them as quiet as possible.

A DEFENSIVE OFFENSIVE?

If nuclear-powered submarines are best suited for long-range, persistent power projection, the natural question is whether Brazil has a target in mind. The obvious candidate would be Venezuela, given the Castroite sympathies of Venezuelan President Hugo Chavez, Venezuela's recent arms build up – which may soon include a purchase of three Kilo Class Project 636 submarines from Russia – and border tensions with Colombia, which has accused Venezuela of aiding FARC guerrillas.

"Brazil's nuclear-powered submarines look less like padlocks and more like shotguns."However, Brazil and Venezuela are far from being inevitable adversaries. In a world of high oil prices, wars between oil producers are like two bartenders fighting each other during Friday happy hour – the incremental benefits are rarely worth the virtually guaranteed costs and missed opportunities.

Politically, Chavistas view the United States as the primary adversary of Latin American socialism; certainly, the combination of historical US military intervention in Latin America and the recent US justifications for military activity in the Middle East can serve as plausible grounds for a defensive military build up on Venezuela's part.

The 'defensive' label, however, leads toward the crux of the philosophical problem. Military weaponry as such is never purely offensive or defensive – hence the old aphorism that a good offense is the best defence – and usually, a mix of both is strategically prudent in a dynamic world. What does seem to hold constant, though, is that the combination of natural-resource wealth and military weakness invites aggression, and usually sooner rather than later.

Key segments of the Brazilian military certainly believe this. General Barros Moreira, currently Brazil's military attaché to the UN in Geneva and formerly a director of key leadership positions in the Army and the government, stated in a 2007 interview that Brazil has to 'choose a padlock that befits the riches in the safe', and later amplified this comment by observing that the ability to leverage nuclear-power technology into nuclear weapons development was a valuable if not critical asset.

By this reasoning, nuclear-powered submarines look less like padlocks and more like shotguns – but the larger point remains the same. To paraphrase General Moreira, Brazil has to adapt to the reality of the world. In turn, the world now has to adapt to the prospect of Brazilian nuclear submarines.


SDS

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Ter Fev 03, 2009 11:46 pm
por Vinicius Pimenta
Muito bom artigo!

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 10:06 am
por cabeça de martelo
Imagem

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 10:38 am
por Grifon
logo logo o Brasil vai estar em amarelo tbm 8-]

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 10:53 am
por cabeça de martelo
De preferência...vários!

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 11:31 am
por irlan
Tem algum significado aqueles "alvos" espalhados pelo mapa?

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 11:32 am
por Bolovo
Estados Unidos é sacanagem. Nos queremos um SNA, só umzinho e os caras tem 52! Tá loco! [003]

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 12:34 pm
por cabeça de martelo
irlan escreveu:Tem algum significado aqueles "alvos" espalhados pelo mapa?

Que alvos? O que está assinalado no mapa são os vários países que têm submarinos e os que têm Submarinos nucleares está a numerar a quantidade por país.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 12:40 pm
por irlan
Os alvos que eu falo são aquelas coisas nas extremidades do mapa.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 12:42 pm
por cabeça de martelo
Isso foi incluido no mapa apenas como um elemento visual, não representa nada.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 12:44 pm
por irlan
Ok, valeu pela resposta.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 1:25 pm
por Immortal Horgh
Bolovo escreveu:Estados Unidos é sacanagem. Nos queremos um SNA, só umzinho e os caras tem 52! Tá loco! [003]
É, mas se tivéssemos governos mais competentes, já poderíamos ter "amarelinhos" nesta ilustração.



[ ]s

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 4:31 pm
por irlan
Os círculos vermelhos representam oque?

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 4:37 pm
por Immortal Horgh
irlan escreveu:Os círculos vermelhos representam oque?

Submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos (SSBN).



[ ]s

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Fev 04, 2009 4:40 pm
por irlan
Valeu pela resposta Horgh.