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Mensagem
por FCarvalho » Dom Abr 13, 2025 3:07 pm
Segundo o Caiafa em live da semana passada no BMVM, se é que eu ouvi corretamente, a Embraer teria afirmado junto aos poloneses que para a instalação de uma linha de produção no país seria necessário cerca de 30 a 35 unidades do KC-390 a fim de pagar o investimento. Particularmente, não chego a duvidar deste número, dado que as 28 unidades compradas inicialmente pela FAB neste projeto foi o mínimo determinado pela empresa para abrir uma linha de produção em GPX e pagar o investimento, fora as vendas para os 3 países estrangeiros partícipes do projeto.
Pois bem, a Polônia obviamente não precisa, e não irá comprar tantos aviões assim, ao mesmo tempo que os vizinhos próximos estão também interessados, e negociando seus próprios contratos com a Embraer em relação ao KC-390. A demanda europeia hoje é de cerca de 27 unidades entre contratos firmes e aguardando assinatura.
Como se sabe, a Embraer está em negociações com vários países europeus, de forma que as vendas obtidas nos próximos dois anos, pelo menos, podem ser vislumbradas dentro do arcabouço do possível negócio com os poloneses, tendo em vista o tempo necessário para a montagem da cita linha de produção no país. Neste sentido, países com Grécia, Turquia, Finlândia, Dinamarca e Croácia, bem como a própria Polônia, obviamente, já demonstraram interesse no cargo da Embraer, poderão se beneficiar do atual momento em termos financeiros, onde a UE está facilitando financiamento para o setor de defesa. A Suíça pode adquirir o KC-390 por conta própria, conforme o interesse demonstrado pela força aérea do país.
Se cada país acima, por exemplo, comprar uma média de 4 unidades, fora a Polônia, já se teria assegurada a parte financeira do investimento na linha de produção da Embraer naquele país, que presumo, deve buscar uma quantidade suficiente para substituir na proporção 1x1 os atuais 5 C-130H em operação, e que estão substituindo os modelos C-130E empregados até então, podendo mesmo ultrapassar tal quantidade.
Assim, não se pode descartar que a Polônia esteja neste momento negociando paralelamente com seus vizinhos a produção de seus KC-390 no país através das facilidades ofertadas pela UE neste momento. Em termos de recursos para investimento, países como Bulgária, Romênia, Croácia, Grécia, além de países pequenos dos bálcãs, como Albânia, Montenegro e Macedônia, que não tem como adquirir o avião brasileiro por conta própria, seriam beneficiados, caso optassem pelo financiamento do UE.
É de se admitir que aos poloneses interessa, e muito, uma linha de produção no país, tendo em vista o exposto acima. E também deve interessar aos futuros candidatos a operar o KC-390 que ele possa ser produzido na Europa, dado que isto facilitaria o seu acesso aos recursos necessários para sua aquisição. É na verdade um jogo de ganha-ganha, onde basicamente o avião brasileiro não tem competidor real.
A ver.
Carpe Diem