Carlos Lima escreveu:Pois é FC,
Eu concordo que ele não irá fazer metade dessas viagens fantásticas (tipo RCS Miudinho mesmo carregado e capacidade de vôo tipo o SR-71).
É torcer para na pior das hipóteses ser um atual caça de 4 geração com AESA, bom ECM, Datalink e bons mísseis (se comprados) que é a idéia original do projeto.
Na melhor das hipóteses será um pouco mais do que isso.
O que me incomoda (principalmente considerando o número de unidades do projeto) é nos distanciarmos mais e mais dos suecos. Quanto mais tal distância inclui mudanças de hardware e estruturais, pior para manter $$$ e operar $$$... Software não é tão problemático assim... Hardware é outra história.
[]s
CB_Lima
Creio eu Carlos, que até o fim da próxima década, podermos ficar relativamente tranquilos em relação a nossa suposta superioridade aérea em termos de América do Sul. Nosso vizinhos não serão problema para nós neste sentido, tendo em vista que eles mesmo já são um problema uns para os outros. E o planejamento deles é feito, em partes, pensando justamente nisso.
Na verdade, acho que temos que levantar a mão para o céu todo dia e agradecer por não termos problemas de fronteiras com nossos vizinhos, todos, ou quase todos resolvidos no sec XIX e XX. Enfim. menos um argumento para se investir em defesa no Brasil.
De qualquer forma, nos anos de 2020/2030 teremos uma força aérea bem melhor do que a do século anterior, tanto do ponto de vista operacional, quanto qualitativo material. Agora, vamos ter de espera para ver se isto será suficiente para nós além da questão regional. Eu tenho certeza que não, mas nossos militares priorizam como TO primário a AS, e o resto, bem... é o resto. O planejamento de nossas capacidades futuras advém deste tipo de pensamento.
Quanto a nossa versão distanciar-se cada vez mais da dos suecos, creio que é uma tendência. Temos especificidades que eles não tem, e vice-e-versa. Talvez por isso também a FAB tenha entendido o projeto do Gripen NG mais interessante para nós, pela oportunidade de termos uma versão BR mais a nossa cara, o que os outros concorrentes talvez não oferecessem na mesma medida dos suecos.
Enfim, teremos um bom caça de 4,5a G nos próximos vinte anos. E isso é apenas parte da solução para tapar os (muitos) buracos da nossa defesa aérea. Quero crer que agora temos de nos perguntar outra coisa, talvez mais importante até do que o próprio vetor em si, definido no FX-2, quer seja: a maneira como organizamos e compreendemos o modo de fazer defesa aérea hoje no Brasil é adequado e suficiente para nós? Se sim, o Gripen E/F potencializará esta nossa capacidade, e podemos esquecer o assunto, ou a elevação operacional e perspectiva tecnológica e doutrinária que ele trará à FAB nos imporá repensar necessária e obrigatoriamente nossas premissas de defesa aérea? Quais as soluções possíveis e as novas necessidades que se nos impõe neste campo?
Traduzindo em miúdos: apenas 7 esquadrões de caça bastam? A estrutura herdada de 70 anos atrás basta? Atravessar o país para cumprir uma missão QRA ainda será normal? Podemos continuar crendo e confiando que 36 ou 108 Gripen E/F serão suficientes para a nossa defesa na primeira metade deste século?
É o que eu estou particularmente tentando entender, e responder, agora. O Gripen E/F já respondeu o que fazer, agora falta saber o como fazer. Acho que será uma resposta um pouco mais complexa do que simplesmente escolher um novo caça.
abs.