Vendo esse debate sobre altitude e pressurização, me lembrei de uma história bem antiga (não sei se com H ou com I), de que costumeiramente a FAB nos anos 70/80's, e mesmo antes, e até depois, vivia a notar invariavelmente nas telas do CINDACTAS, pontos desconhecidos e/ou não anunciados. Geralmente em grandes altitudes e no limiar de nosso espaço aéreo, e por vezes, dentro dele. E isso durante muitos anos.
Aí, quando mandavam os F-5 atrás, o tal do ponto já era, ou quando se tinha alguma sorte, se encontrava coisas do tipo "desculpa aí, foi mal, o reloginho aqui falhou... "
Eu não sei se ainda acontece tal tipo de situação por aqui, ou mesmo se a FAB algum dia teve capacidade ou condições de reverter a seu favor este quadro, mas, olhando o que a US Navy fez e faz por aí pelo mundo em matéria de ZEE e mesmo de mar territorial - conosco nunca foi diferente - eu não duvido que nosso grande vizinho ao norte, e mesmo outros com igual condição, possam ainda estar a zoar a FAB neste sentido, sem que nós não tenhamos qualquer alternativas de embricar tais iniciativas.
Talvez isso explique, em certo sentido, a necessidade colocada de uma capacidade de voo a 50/55 mil pés.
De outra parte, como já foi bem colocado pelos colegas, há uma "tradição" na FAB - diria mesmo que é quase que uma cultura - de que seus caças, não raro, cruzem o país de norte a sul e de leste a oeste em missões de defesa aérea, dentre outras.
Isto também em partes poderia justificar o fato de que o Gripen E/F BR disponham desta capacidade comentada aqui de voos em altas altitudes. Ademais, a considerar também que serão poucos caças, e que não há nada no horizonte próximo que nos diga que o modo como fazemos e organizamos nossa defesa aérea a 70 anos irá modificar-se, visto o exposto acima.
Tendo por base estas duas considerações, há de se presumir que a nossa versão do Gripen realmente tende a distanciar-se cada vez mais em termos de capacidades e operacionalidade da versão sueca. Afinal, eles terão 70/80 caças para defender uma área pouco menor do que a região sul do Brasil. Nós, se muito, vamos ter 36 para dar conta de Lisboa a Moscou.
Viva-se com isso.
abs.