TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77911 Mensagem por Penguin » Sex Dez 25, 2015 10:19 pm

knigh7 escreveu:
FCarvalho escreveu:Eu estou tentando novamente acompanhar este tópico, e como não tenho conhecimento de causa para argumentar sobre dados técnicos sobre este projeto, mas apenas intuir sobre esta ou aquela característica do mesmo, de forma global, acho que posso dizer que minha opinião coincide com a do Túlio.

O projeto do Gripen NG trará de fato muitas coisas boas à FAB, à industria e ao país. Mas não posso deixar e concordar também quando o Marechal diz que este projeto demorou demais. E eis aqui a questão fulcral que penso deixou mais a desejar em relação ao F-X2. É lamentável notar que um país com todas as potencialidades como o nosso deixe a mercê do tempo de da arbitrariedade uma decisão tão importante como a de um novo caça para a sua defesa aérea.

Mas como já foi dito centenas de vezes aqui, não temos e ainda demora muito para termos uma cultura de defesa que propicie aprendizados que nos façam evoluir a contento e regularmente de fato o modo como tomamos nossas decisões em defesa.

O Gripen NG foi um bom passo neste sentido. Tardio, pequeno e quase invisível do ponto de vista da política industrial brasileira, é verdade, principalmente frente a outras tantas prioridades determinadas pelo governo nesta seara. Mas foi dado um passo. E penso isso é o mais importante. Agora vamos acompanhar, avaliar e cobrar pelas promessas feitas. De ambas as partes.

Defesa ainda não é um assunto sério no Brasil. O Gripen E/F também não. Tanto que quase passamos o vexame de vê-lo defenestrado pela insensibilidade da equipe econômica. Mas vamos em frente. Dias melhores hão de vir. Tem de vir.

abs.
Olá, Carvalho.

Segundo o Comandante da Flygvapnet Michael Byden, o GripenNG está sendo projetado para enfrentar as ameaças russas futuras.
Outra questão é o entendimento insuficiente que considera as ToTs apenas como parte do desenvolvimento caça. Não é assim.

Vou colocar aqui no fórum algo que eu já havia mostrado, numa entrevista com um dos VP da Boeing (Bob Gower):

Alide: A Boeing se encontra disputando tenazmente a concorrência MMRCA na Índia. Como no Brasil, lá eles esperam uma proposta profunda de transferência de tecnologia, incluindo até a fabricação das aeronaves pela indústria local. Quais as semelhanças e diferenças entre os requerimentos de transferência de tecnologia da Índia e do Brasil?

BG: É verdade, ambos os países incluíram cláusulas de transferência de tecnologia nas suas concorrências, mas, os objetivos específicos aparentemente são bem distintos. Enquanto a Índia foca sua intenção na construção local dos aviões selecionados, o Brasil busca um conjunto estreito de tecnologias que avancem o potencial de sua indústria de uma forma mais ampla, bem além dos limites do programa F-X. O Brasil tem uma indústria bastante avançada e de competência reconhecida no mundo aeroespacial. Eu vejo o Brasil buscando estabelecer relações industriais internacionais de natureza mais igualitária (“peer-to-peer”) ao invés de se bastar com um formato mais simples, algo como “pai-filho”. Dentro do “Request for Information” havia um item que especificava cerca de 10 tecnologias-chaves que o Brasil deseja adquirir. Algumas destas teriam que ser absorvidas por órgãos de pesquisa do setor, como o CTA/ITA. Outras, naturalmente, seriam mais da alçada da Embraer, e outras, ainda, viriam a ser úteis para alguma das várias empresas médias de componentes para a indústria de defesa/aeroespacial que começam a se destacar no Brasil.

Eu acho inclusive que esta estratégia da FAB para obter novas tecnologias está, sem dúvida, sendo implementada de uma maneira particularmente inteligente. Parece que o objetivo deles é “aprender a pescar” e não apenas “obter os peixes”. A Força Aérea Brasileira está buscando maneiras de capacitar a indústria local para aprender a projetar e desenvolver suas próprias “caixas”. Um elemento importante é lembrarmos que a tecnologia avançada também tem seu “prazo de validade”. Se a indústria local não tiver como aproveitar essa tecnologia dentro de um prazo curto, o valor da transferência pode diminuir, ou mesmo, vir a desaparecer
http://www.alide.com.br/joomla/index.ph ... wer-boeing
Interessante notar que essa entrevista ocorreu em 2008, no início do FX2.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77912 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 27, 2015 12:00 am

Estava lendo que a FAB vai comprar IRIS-T para equipar os seus Gripens...

Considerando que o A-Darter está praticamente pronto e não vamos ter Gripen Operacional até por volta de 2020, alguém conseguiria por favor me explicar o sentido disso?

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77913 Mensagem por Penguin » Dom Dez 27, 2015 8:27 am

Carlos Lima escreveu:Estava lendo que a FAB vai comprar IRIS-T para equipar os seus Gripens...

Considerando que o A-Darter está praticamente pronto e não vamos ter Gripen Operacional até por volta de 2020, alguém conseguiria por favor me explicar o sentido disso?

[]s
CB_Lima
As respostas estão aqui...

Imagem

Li rapidamente o artigo. Se não estou equivocado:
- O Lote será muito pequeno (10 unidades funcionais e 20 de treinamento) e funcionará como um seguro caso o A-Darter tenha problemas. O diabo é o tal do "praticamente"...
- A integração será bancada pela Suécia e o financiamento para a aquisição será via Suécia em condições muito favoráveis. A fonte de financiamiento do A-Darter é outra (= Tesouro).
- O A-Darter será adquirido em pequenos e sucessivos lotes.
- O IRIS-T possui uma série de capacidades não presentes no A-Darter.
- Servirá de referência para o aprimoramento do A-Darter.

Se alguém tiver o artigo e poder postar...




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77914 Mensagem por alex » Dom Dez 27, 2015 10:58 am

Imagino como um possível cliente estrangeiro do A-Darter está vendo essa notícia. Deve estar se sentindo super confiante em adquirir um míssel de um país que o fábrica e o adquire em pequenas quantidades para sua força aérea e mantém ainda um míssil de backup para o caso do fabricado dar problemas :D :D :D . A FAb não entende nada de marketing, deveria continuar fazendo iogurte que nisso ela é boa.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77915 Mensagem por Penguin » Dom Dez 27, 2015 12:40 pm

alex escreveu:Imagino como um possível cliente estrangeiro do A-Darter está vendo essa notícia. Deve estar se sentindo super confiante em adquirir um míssel de um país que o fábrica e o adquire em pequenas quantidades para sua força aérea e mantém ainda um míssil de backup para o caso do fabricado dar problemas :D :D :D . A FAb não entende nada de marketing, deveria continuar fazendo iogurte que nisso ela é boa.
O cliente perguntará qual o status do míssil e verificará.
Não se compra míssil devido a campanhas de marketing. Isso não é leite.
De nada adianta propagandear que o míssil está pronto e não poder vende-lo devido ao fato do mesmo ainda não estar pronto.

Conforme a Africa do Sul e o Brasil incorporem esse armamento aos seus arsenais, o sinal adequado será dado aos mercados potenciais.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77916 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 27, 2015 1:13 pm

A julgar pela quantidade de caças a ser adquirida neste primeiro momento, e supondo que a FAB se digne a comprar uma quantidade tal do A-Dater em um primeiro lote que ao menos consiga equipar todos os 36 aeronaves que ela vai receber, então deveriam ser 72 misseis. Mas para quem acha que missil de verdade tem de ser pouco porque envelhece primeiro do que o avião...

abs.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77917 Mensagem por alex » Dom Dez 27, 2015 1:33 pm

temos que dar risada mesmo, e patetico. comprar um missil semelhante ao que voce fabrica hoje para um caça a ser entregue em 2020, sendo a explicação para comparar com o seu modelo atual. Significa que o A-darter vai ficar 6 anos congelado na atual versao para comparar com um lançamento a ser feito pelo Gripen em 2020?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77918 Mensagem por kirk » Dom Dez 27, 2015 1:41 pm

FCarvalho escreveu:Eu acompanho o projeto do Gripen desde os anos 90's via revistas e depois internet. E confesso que me apaixonei pelo conceito por trás deste pequeno caça sueco, que em geral coincide em muitos pontos com o pensamento da FAB quanto a questão do desenvolvimento da P&D nacional na área aeronáutica, e também quanto a nossa capacitação e expertise militar.

Um bom exemplo disso, é que quando ninguém sequer ousava falar ou saber de NCW por aqui, a FAB já vislumbrava tal conceito no planejamento SISCEAB, isso ainda nos anos 60/70. Algo que MB e EB só começaram a fazer muitos anos depois.

Temos muitas similaridades e complementaridades de pensamento, projetos e produtos entre Suécia e Brasil. Realmente lamentável que tanta potencialidade de integração não ocorreu de maneira mais efetiva e favorável em nosso favor. E não por culpa ou omissão de nossos parceiros nórdicos.

Mas vamos lá. Uma coisa de cada vez. Demos um primeiro passo. Que venham os próximos. E que saibamos aprender muito com eles.

abs.
FCarvalho escreveu:
knigh7 escreveu: Olá, Carvalho.
Segundo o Comandante da Flygvapnet Michael Byden, o GripenNG está sendo projetado para enfrentar as ameaças russas futuras.
Outra questão é o entendimento insuficiente que considera as ToTs apenas como parte do desenvolvimento caça. Não é assim.
Vou colocar aqui no fórum algo que eu já havia mostrado, numa entrevista com um dos VP da Boeing
(Bob Gower):
Olá Knight7,

Creio que "o segredo" para o sucesso da fórmula do Gripen A/B/C/D e futuramente E/F, está justamento no conceito no qual ele já nasceu integrado, que a rede NCW sueca de defesa.

O Gripen não foi feito para superar tudo que voa, e nem para ser melhor do que tudo que voa. No caso russo, ou mesmo de outrem. Ele foi feito para ser uma plataforma completa e suficientemente capaz de oferecer ao país a capacidade de poder atuar, na justa medida do empenho de seus adversários, do mar do norte ao Báltico, em tarefas tão díspares quanto interdependentes entre si, de forma a projetar poder aéreo com qualidade e quantidade necessários e suficiente. Ou seja, aliando inteligencia e força ao mesmo tempo em uma mesma plataforma. Acredito eu, mais aquela do que esta.

Tal premissa entendo ser bem válida para nós também, uma vez que, mesmo os suecos contanto com mais de 200 caças ao longo dos últimos 50 anos para enfrentar um eventual conflito com o vizinho russo, em uma proporção francamente inferior as suas capacidades, já sabida de antemão, eles optaram por focar em uma defesa possível, e eficiente, de forma a tornar extremamente custosa um eventual uso de seu território por aquele seu adversário histórico. Nada muito diferente do que pensamos hoje aqui. Isto em tese justifica o fato de a FAB ter visto neste projeto algo bem maior do que a simples compra de um caça. Compramos uma ideia, um conceito, na verdade. Da qual, diga-se de passagem, já compactuávamos há muito. Só ainda não tínhamos tido maiores e melhores oportunidades de desenvolvê-las.

Mas agora eu acho que vai. :wink:

abs.
Ola Carvalho, buenas !

O amigo foi absolutamente preciso em suas colocações em afirmar que adquirimos um "conceito" de combate que potencializa todo o nosso sistema de defesa a chamada guerra centrada em rede (NCW) e mais correto ainda em dizer que esse já era um pensamento da FAB antes mesmo da escolha pelo Gripen E/F.

Quando se lê atentamente a Estratégia Nacional de Defesa fica muito claro porque o sistema de Combate Gripen NG foi considerado pela FAB como a melhor opção TÉCNICA entre os concorrentes, seguem alguns trechos da END que CONFIRMAM esse pensamento e a adoção desse CONCEITO como forma de combate e defesa a ser adotado no futuro pela FAB :
Pauta-se a Estratégia Nacional de Defesa pelas seguintes diretrizes.
...
- Cada homem e mulher a serviço das Forças Armadas há de dispor de três ordens de meios e de habilitações.

- Em primeiro lugar, cada combatente deve contar com meios e habilitações para atuar em rede, não só com outros combatentes e contingentes de sua própria Força, mas também com combatentes e contingentes das outras Forças. As tecnologias de comunicações, inclusive com os veículos que monitorem a superfície da terra e do mar a partir do espaço, devem ser encaradas como instrumentos potencializadores de iniciativas de defesa e de combate. Esse é o sentido do requisito de monitoramento e controle e de sua relação com as exigências de mobilidade e de presença.

...
- Serão buscadas parcerias com outros países, com o propósito de desenvolver a capacitação tecnológica e a fabricação de produtos de defesa nacionais, de modo a eliminar, progressivamente, a compra de serviços e produtos importados.
...

A Marinha do Brasil: a hierarquia dos objetivos estratégicos e táticos.
...
Para assegurar o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará com força naval submarina de envergadura, composta de submarinos convencionais e de submarinos de propulsão nuclear. O Brasil manterá e desenvolverá sua capacidade de projetar e de fabricar tanto submarinos de propulsão convencional como de propulsão nuclear. Acelerará os investimentos e as parcerias necessários para executar o projeto do submarino de propulsão nuclear. Armará os submarinos, convencionais e nucleares, com mísseis e desenvolverá capacitações para projetá-los e fabricá-los. Cuidará de ganhar autonomia nas tecnologias cibernéticas que guiem os submarinos e seus sistemas de armas e que lhes possibilitem atuar em rede com as outras forças navais, terrestres e aéreas.

O monitoramento da superfície do mar a partir do espaço deverá integrar o repertório de práticas e capacitações operacionais da Marinha.

A partir dele as forças navais, submarinas e de superfície terão fortalecidas suas capacidades de atuar em rede com as forças terrestre e aérea.
...
Um dos elos entre a etapa preliminar do embate, sob a responsabilidade da força submarina e de suas contrapartes espacial e aérea, e a etapa subseqüente, conduzida com o pleno engajamento da força naval de superfície, será a Aviação Naval, embarcada em navios.
A Marinha trabalhará com a indústria nacional de material de defesa para desenvolver um avião versátil, de defesa e ataque, que maximize o potencial aéreo defensivo e ofensivo da Força Naval.
...

A Força Aérea Brasileira: vigilância orientadora, superioridade aérea, combate focado, combate aeroestratégico
...
b. O poder para assegurar superioridade aérea local.

Em qualquer hipótese de emprego a Força Aérea terá a responsabilidade de assegurar superioridade aérea local. Do cumprimento dessa responsabilidade, dependerá em grande parte a viabilidade das operações navais e das operações das forças terrestres no interior do País. O requisito do potencial de garantir superioridade aérea local será o primeiro passo para afirmar a superioridade aérea sobre o território e as águas jurisdicionais brasileiras.
...
O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda a parte: manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais, sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos de defesa.
...
O princípio genérico da solução é a rejeição das soluções extremas - simplesmente comprar no mercado internacional um caça “de quinta geração” ou sacrificar a compra para investir na modernização dos aviões existentes, nos projetos de aviões não-tripulados, no desenvolvimento, junto com outro país, do protótipo de um caça tripulado do futuro e na formação maciça de quadros científicos e técnicos. Convém solução híbrida, que providencie o avião de combate dentro do intervalo temporal necessário mas que o faça de maneira a criar condições para a fabricação nacional de caças tripulados avançados.

Tal solução híbrida poderá obedecer a um de dois figurinos. Embora esses dois figurinos possam coexistir em tese, na prática um terá de prevalecer sobre o outro. Ambos ultrapassam de muito os limites convencionais de compra com transferência de tecnologia ou “off-set” e envolvem iniciativa substancial de concepção e de fabricação no Brasil. Atingem o mesmo resultado por caminhos diferentes.
...
5.Três diretrizes estratégicas marcarão a evolução da Força Aérea. Cada uma dessas diretrizes representa muito mais do que uma tarefa, uma oportunidade de transformação.

A primeira diretriz é o desenvolvimento do repertório de tecnologias e de capacitações que permitam à Força Aérea operar em rede, não só entre seus próprios componentes, mas, também, com o Exército e a Marinha.

A segunda diretriz é o avanço nos programas de veículos aéreos não tripulados, primeiro de vigilância e depois de combate ...

A terceira diretriz é a integração das atividades espaciais nas operações da Força Aérea.

Os setores estratégicos: o espacial, o cibernético e o nuclear

c. Desenvolver tecnologias de comunicações, comando e controle a partir de satélites, com as forças terrestres, aéreas e marítimas, inclusive submarinas, para que elas se capacitem a operar em rede e a se orientar por informações deles recebidas;

d. Desenvolver tecnologia de determinação de coordenadas geográficas a partir de satélites.

4.As capacitações cibernéticas se destinarão ao mais amplo espectro de usos industriais, educativos e militares. Incluirão, como parte prioritária, as tecnologias de comunicação entre todos os contingentes das Forças Armadas de modo a assegurar sua capacidade para atuar em rede.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_a ... /D6703.htm
É inconcebível que ainda tem pessoas que não compreendem que o Gripen E/F é de fato a escolha consciente da Força Aérea Brasileira .... em TOTAL CONFORMIDADE COM A END ... inclusive com o "conceito de combate" escolhido pela END, juntamente com todos os preceitos de desenvolvimento da Indústria Nacional de Defesa e até mesmo do desenvolvimento da nossa aeronave NAVAL ...

Assim, em conformidade com o teu post e com a própria Estratégia Nacional de Defesa o Gripen E/F é um "componente" do sistema de defesa que adotamos, ou seja, é a aeronave e o conceito que mais se enquadra naquilo que já pensávamos ... uma aeronave que não foi feita para "superar tudo que voa", porém, quando atua em REDE fica muito difícil para qualquer inimigo vencê-lo !




[] kirk

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77919 Mensagem por Penguin » Dom Dez 27, 2015 3:24 pm

alex escreveu:temos que dar risada mesmo, e patetico. comprar um missil semelhante ao que voce fabrica hoje para um caça a ser entregue em 2020, sendo a explicação para comparar com o seu modelo atual. Significa que o A-darter vai ficar 6 anos congelado na atual versao para comparar com um lançamento a ser feito pelo Gripen em 2020?

Isso tudo por míseros 10 mísseis?!
Eh essa a quantidade a ser adquirida.
Da para colocar tudo em 1 único Gripen E.

Há 3 riscos que pairam sobre o A-Darter:
1) Atraso devido a questões técnicas
2) Atraso devido à contigenciamentos do GF.
3) Os 2 associados

Como mitigar esses riscos?

Ter a capacidade de usar outro míssil caso necessário.
De preferência um cuja integração não seja bancada por nós, ao contrário do A-Darter.
Me parece que eh isso que está sendo feito com essa enorme quantidade do Iris-T.

Patético eh ter um caça de mais de 100 milhões banguela.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77920 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 27, 2015 5:27 pm

Mas considerando que somos pobres... Gastar cada centavo no missil alheio e' $&$ que voce nao esta gastando no missil nacional que voce Vem investindo a anos... :(

Nao faz sentido algum!!!

[]s
CB




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77921 Mensagem por Penguin » Dom Dez 27, 2015 5:57 pm

Carlos Lima escreveu:Mas considerando que somos pobres... Gastar cada centavo no missil alheio e' $&$ que voce nao esta gastando no missil nacional que voce Vem investindo a anos... :(

Nao faz sentido algum!!!

[]s
CB
Depende.

Quanto tempo e recursos faltam para o A-Darter estar pronto, operacional e integrado?
Como esses investimentos são financiados?


O Iris-T eh financiado pelos suecos.
A integração será bancada por eles.
Estamos comprando um quantidade irrelevante para uso, mas relevante para treinamento.
E me parece que teremos como avaliar comparativamente o A-Darter frente a um dos melhores mísseis IR da atualidade.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77922 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 27, 2015 6:31 pm

Mas toda a propaganda do A-Darter diz que o míssil está praticamente pronto "hoje"... imagina em 2020?

No mais mesmo que seja um pouco aquém quando comparado ao IRIS-T, pelo menos é o "nosso" míssil. Qualquer $$$ que for para ele é melhor do que ir para o bolso dos suecos e o seu míssil.

Não faz sentido.

[]s
CB_Lima




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77923 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 27, 2015 6:42 pm

Olha, eu realmente não entendo o porque de comprar 10 mísseis apenas para treinamento. Um negócio que equipa mal e porcamente 5 aeronaves. E para quê? Comparação com algo que ainda vamos receber e que nem temos ainda parâmetros reais? Sinceramente eu não vejo lógica nisso. Até em termos operacionais estes mísseis serão praticamente irrelevantes. Afinal, não podemos prever que a FAB continuará a sua saga de TAB neste intervalo de tempo, e que nada vá acontecer que se possa garantir que não iremos precisar deles. E se precisarmos, como vai ser para equipar o restante dos caças que houverem? Vamos mandar produzir as pressas o MAA-1B, que nem integrado ao Gripen E/F vai ser? Ou vamos esperar a boa vontade dos europeus em nos liberar mais destes mísseis? E se o entrevero depender dos interesses estratégicos de uma Otan/USA da vida? Vamos fazer o quê?

O A-dater ao que saiba tem em seu programa de desenvolvimento a sua integração feita pelos SA nos seus próprios Gripen C/D. Isto ao menos me diz que a integração dele com o E/F não seria algo assim tão custoso e menos ainda complicado.

Se uma ala da FAB anda tão preocupada com operacionalidade, deveríamos ter pensado então no MAA-1B, que ao que parece, nunca sairá da fase de protótipo, e poderia muito bem servir de tampão. Ou garantir os investimentos no A-Dater como parte do projeto FX-2, de forma que ele entre em operação antes da entrada do próprio E/F. Mas me parece que um certo pragmatismo um tanto que contraditório resolveu que nada disso seria importante ou bom o suficiente para ajudar a resolver os problemas de P&D da FAB.

Sinceramente, se era para investir em algo que tivesse sido no A-Darter. Porque comparação por comparação, melhor seria com a nossa capacidade antes e depois deste míssil.

abs.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77924 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 27, 2015 6:59 pm

kirk escreveu:Ola Carvalho, buenas !
O amigo foi absolutamente preciso em suas colocações em afirmar que adquirimos um "conceito" de combate que potencializa todo o nosso sistema de defesa a chamada guerra centrada em rede (NCW) e mais correto ainda em dizer que esse já era um pensamento da FAB antes mesmo da escolha pelo Gripen E/F.
Quando se lê atentamente a Estratégia Nacional de Defesa fica muito claro porque o sistema de Combate Gripen NG foi considerado pela FAB como a melhor opção TÉCNICA entre os concorrentes, seguem alguns trechos da END que CONFIRMAM esse pensamento e a adoção desse CONCEITO como forma de combate e defesa a ser adotado no futuro pela FAB:..
É inconcebível que ainda tem pessoas que não compreendem que o Gripen E/F é de fato a escolha consciente da Força Aérea Brasileira .... em TOTAL CONFORMIDADE COM A END ... inclusive com o "conceito de combate" escolhido pela END, juntamente com todos os preceitos de desenvolvimento da Indústria Nacional de Defesa e até mesmo do desenvolvimento da nossa aeronave NAVAL ...
Assim, em conformidade com o teu post e com a própria Estratégia Nacional de Defesa o Gripen E/F é um "componente" do sistema de defesa que adotamos, ou seja, é a aeronave e o conceito que mais se enquadra naquilo que já pensávamos ... uma aeronave que não foi feita para "superar tudo que voa", porém, quando atua em REDE fica muito difícil para qualquer inimigo vencê-lo !
Olá Kirk,

Quanto a este assunto, eu dou o braço a torcer, e tiro o meu chepéu para a FAB, que soube pensar sistemicamente a sua evolução tecnológica, com impactos em sua operacionalidade, mentalidade e doutrina. A lamentar somente que não tenhamos podido fazer tudo o que se planejou desde o princípio.

O Gripen, enquanto conceito, é o avião mais adequado aquilo que vejo como o objetivo maior da concepção do SISCEAB, que era, e ainda é, prover uma defesa aérea integrada baseada na inteligencia e complementaridade dos seus sistemas. O que os suecos chamaram de NCW.

Sinceramente, ele será para nós um grande caça, no sentido de que implementará definitivamente na força aérea não apenas novos conceitos em operação/doutrina de caças modernos, mas constitui-se-á concretamente na capacidade de a FAB aplicar de forma efetiva todos os conceitos que ela sempre estudou e/ou aplicou em partes nos últimos 50 anos.

https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQUxoMWipShVBILiSkIeKdDXqYPQpLCY_5Enxe4lVjiLCEx9U30
www.forcaaereablog.aer.mil.br

Eu sinceramente torço muito para que tudo isso dê certo. Com ou sem as atrapalhações que qualquer governo venha a impor-lhe nos anos que se seguirem.

Enfim, é preciso que se diga, e insista, não precisamos de uma mini-USAF por aqui, mas também não podemos mais admitir que a FAB seja tratada, e usada, como se fosse uma versão tupiniquim de sua homóloga andina. Temos que superar o utilitarismo político que insiste em deixar a FAB com a maioria dos seus vetores no chão em proveito de si, ao mesmo tempo em que tudo o que mais voa nela não sejam justamente os seus vetores que mais a caracterizam como o que ela sempre deveria ser... uma força aérea.

abs.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#77925 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 27, 2015 8:33 pm

FCarvalho escreveu:Olha, eu realmente não entendo o porque de comprar 10 mísseis apenas para treinamento. Um negócio que equipa mal e porcamente 5 aeronaves. E para quê? Comparação com algo que ainda vamos receber e que nem temos ainda parâmetros reais? Sinceramente eu não vejo lógica nisso. Até em termos operacionais estes mísseis serão praticamente irrelevantes. Afinal, não podemos prever que a FAB continuará a sua saga de TAB neste intervalo de tempo, e que nada vá acontecer que se possa garantir que não iremos precisar deles. E se precisarmos, como vai ser para equipar o restante dos caças que houverem? Vamos mandar produzir as pressas o MAA-1B, que nem integrado ao Gripen E/F vai ser? Ou vamos esperar a boa vontade dos europeus em nos liberar mais destes mísseis? E se o entrevero depender dos interesses estratégicos de uma Otan/USA da vida? Vamos fazer o quê?

O A-dater ao que saiba tem em seu programa de desenvolvimento a sua integração feita pelos SA nos seus próprios Gripen C/D. Isto ao menos me diz que a integração dele com o E/F não seria algo assim tão custoso e menos ainda complicado.

Se uma ala da FAB anda tão preocupada com operacionalidade, deveríamos ter pensado então no MAA-1B, que ao que parece, nunca sairá da fase de protótipo, e poderia muito bem servir de tampão. Ou garantir os investimentos no A-Dater como parte do projeto FX-2, de forma que ele entre em operação antes da entrada do próprio E/F. Mas me parece que um certo pragmatismo um tanto que contraditório resolveu que nada disso seria importante ou bom o suficiente para ajudar a resolver os problemas de P&D da FAB.

Sinceramente, se era para investir em algo que tivesse sido no A-Darter. Porque comparação por comparação, melhor seria com a nossa capacidade antes e depois deste míssil.

abs.
Pois é... tem coisas que são realmente díficeis de entender.

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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