Brasileiro escreveu:"A portaria estabelece que os disparos só devem ocorrer se houver ameaça real de lesão ou morte."
Tem como ser contra isso?
E vão atirar sem haver ameaça? As coisas tem de ficar claras, atirar a esmo, atirar em gente desarmada é coisa de bandido.
Aliás, ontem - quarta-feira -, em Pernambuco, ocorreu uma confusão fatal entre policiais civis e federais. Ambos estavam investigando a mesma quadrilha de traficantes de tóxicos, mas sem que as suas respectivas instituições soubessem do trabalho, uma da outra.
Então, três agentes da PF capturaram um traficante, e o conduziram numa viatura descaracterizada para o local onde esperavam encontrar outros bandidos, sendo acompanhados por uma outra viatura da PF. Sem terem ciência disto, um grupo de policiais civis, investigando a mesma quadrilha, avistou o bandido capturado dentro da viatura com os homens da PF.
Imediatamente, os polícias civis desembarcaram de suas viaturas, e
IMEDIATAMENTE, ABRIRAM FOGO CONTRA A VIATURA COM O BANDIDO E OS TRÊS POLICIAIS FEDERAIS. Os outros polícias federais que acompanhavam o primeiro carro, também saíram e começaram a atirar nos homens que estavam abrindo fogo contra seus colegas, que, por sua vez, revidaram. Após a salva de tiros inicial, ambos os lados conseguiram se identificar.
Resultado desta tragédia: um policial federal morto e outro federal ferido.
Pergunta de leigo: isto teria ocorrido se, ao invés de, simplesmente, começar a atirar, sem terem sido, eles mesmos, alvo de disparos, os policiais civis agissem como, teoricamente, se espera que ajam: identificando-se; exigindo a rendição os prováveis meliantes e os identificando?
E o tal projeto acima, que parece tão alvo de críticas, não teria por função evitar tais ocorrências?
É claro que, de certa forma, pode-se dizer que a vida do policial pode tornar-se mais arriscada, exigindo-se que ele, antes de abrir fogo, esteja certo do que está se passando. Mas, a vida do cidadão comum - inclusive, de um policial à paisana, ou de folga - também não estará sendo submetida a um elevado grau de risco, caso seja uma norma que os policiais, em ação, devam ter o direito de começar a atirar, à primeira vista?