Fórum Defesa Brasil

O peso mencionado é o peso de combate: completamente equipado e com toda tripulação.

Bacchi

Reginaldo Bacchi escreveu:Não quero entrar em achismos de minha parte.

E tem lugar melhor para achismos e opiniões do que um fórum de discussões?

Reginaldo Bacchi escreveu:Eu estou tentando raciocinar sobre o Guarani versão 6X6 e Guarani versão 8X8.

Quando se faz este tipo de projeto procura-se padronizar ao máximo para diminuir custos, quantidade de peças diferentes etc etc etc.

Ou seja, padroniza-se a suspensão, o motor a transmissão, os freios e mais alguma peças.

Varia-se a carcaça - veiculo mais longo.

Se no caso do Guarani, você ao passar de um VBTP (ou: VBCI) 6X6 para um VBTP (ou: VBCI) 8X8, você TAMBÉM aumentar drasticamente a blindagem, você vai ter problemas com o dimensionamento da suspensão, dos freios, da transmissão, do motor etc etc etc.

Vai ter que adotar componentes diferentes.

Em suma, você pode acabar com um veiculo parecido, mas não mais da mesma família.

Tem razão, muita coisa teria que ser redimensionada, agora uma pergunta sobre a sua opinião, vale a pena criar uma família com veículos 6x6 E 8x8? Mantendo a ideia de padronizar ao máximo as peças dentro dessa família, quais seriam as vantagens do 6x6 ou do 8x8 para justificar a existência dos dois?

Marechal, excelente pergunta.

O 8X8 se justifica para os casos em que o 6X6 não puder satisfazer as exigências.

Na minha opinião o caso tipico seria o do carro com canhão de 105 mm serie L7/M68. Aparentemente, repito: aparentemente o 6X6 não seria capaz de receber este canhão.

Eu diria que o 8X8 seria preferido para casos de uso frequente em solo de menor resistência que o normal, tal como deserto arenoso.

Lembro que na 2ª GM na Africa do Norte, o carro blindado Sd.Kfz 231 8X8, alemão, foi muito admirado pelas tropas inglesas, pelo seu excelente desempenho na areia do deserto. Devido a isto solicitaram aos EUA o projeto de um veiculo semelhante: o T18E2 que não entrou em produção devido ao fim da guerra neste cenário.

Em suma, devido a preço, eu sempre consideraria inicialmente o uso de um 6X6. Se não fosse aceitavel seu uso (tamanho/desempenho), eu passaria para um 8X8.

Bacchi

Senhores, tive acesso apenas à visão do EB: VBCI é um carro capaz de, entre outras especificidades, suportar impactos de sua própria peça principal ou equivalente. Eu pensava igual a VOSMEÇÊS e defendi isso perante o Capitão Wilemberg (o debate foi ótimo, sempre é pessoalmente), do I RCC, especialista em blindados em geral e no Guarani em especial. Apenas reportei a diferença fulcral por ele apontada, ou serja, o nível de proteção, já que uma VBCI atua em condições operacionauis diferentes de uma VBTP, podendo executar ações que seriam proibitivas àquela. Não basta botar uma UT-30Br no topo de um carro para se ter uma VBCI, ao menos não para o EB...

Túlio escreveu:Senhores, tive acesso apenas à visão do EB: VBCI é um carro capaz de, entre outras especificidades, suportar impactos de sua própria peça principal ou equivalente. Eu pensava igual a VOSMEÇÊS e defendi isso perante o Capitão Wilemberg (o debate foi ótimo, sempre é pessoalmente), do I RCC, especialista em blindados em geral e no Guarani em especial. Apenas reportei a diferença fulcral por ele apontada, ou serja, o nível de proteção, já que uma VBCI atua em condições operacionauis diferentes de uma VBTP, podendo executar ações que seriam proibitivas àquela. Não basta botar uma UT-30Br no topo de um carro para se ter uma VBCI, ao menos não para o EB...

Tulio, excelente contribuição.

ACEITANDO esta definição, concordo totalmente com você, do Guarani JAMAIS será obtido um VBCI.

Como você escreveu muito bem: está se falando de um veiculo que na versão sobre rodas seria algo como um Boxer, e sobre lagartas algo como o Bradley, Warrior etc.

Tremendo abraço.

Bacchi

Bacchi, levando em consideração que o EB, aparentemente, pretende lançar mão de torres equipadas com canhões de 30mm para os seus VBTP Guarani, seja a UT30-BR ou a recém lançada TORC 30, e considerando também sua afirmação sobre a questão da blindagem estar certa, então como justificar o desenvolvimento destas torres para os bldos Guarani, já que "jamais" o EB desenvolveria uma versão VBCI do mesmo em função desta questão?

abs.

FCarvalho escreveu:Bacchi, levando em consideração que o EB, aparentemente, pretende lançar mão de torres equipadas com canhões de 30mm para os seus VBTP Guarani, seja a UT30-BR ou a recém lançada TORC 30, e considerando também sua afirmação sobre a questão da blindagem estar certa, então como justificar o desenvolvimento destas torres para os bldos Guarani, já que "jamais" o EB desenvolveria uma versão VBCI do mesmo em função desta questão?

abs.

Não sou o Bacchi, mas deixa eu dar um "chute":

O Exército pensaria no "Guarani" com canhão 30 mm como uma viatura de apoio de fogo, e não como uma VBCI?

Este para mim é um gigantesco mistério.

A nítida impressão que eu tenho é que o EB não acertou ainda a especificação do Guarani, talvez nem ainda a da Brigada de Infantaria Mecanizada.

Eu, ao contrario da grande maioria dos frequentadores dos sítios de defesa, tenho um grande interesse pela organização das unidades dos vários exércitos, bem como da integração dos equipamentos nos mesmos.

O que eu encontrei até hoje é uma uniformidade no armamento dos varios VBTP (ou: VBCI) que atuam lado a lado com carros de combate, integrados nas brigadas blindadas, ou seja: estou falando do Marder, do Bradley, do VCC-1, do Warrior, do VCI, do CV 90 etc.

Em todos eles ha uma torre com um único tipo de canhão: 20 mm no Marder, 25 mm no Bradley, VCC-1 e VCI, 30 mm no Warrior e 30 mm ou 40 mm no CV 90 (conforme o país).

Nos casos de VBTP sobre rodas também encontrei uniformidade: LAV (Fuzileiros Navais US) 25 mm, VAB 4X4 (Brigadas Mecanizadas Francesas) 20 mm.

Repito, este 30 mm nos Batalhões de Infantaria Mecanizados brasileiros é um mistério!

Me dá as vezes a impressão de um produto procurando sua utilização!!!

Bacchi

Olá Clermont,

Esta poderia ser umas das linhas de ação adotadas. Mas confesso que estou bem confuso sobre esta questão, já que na prática o EB nem sabe pra onde vai isso de VBCI. Uma coisa é teoria, na qual estamos até bem penso eu, outra é a prática.

Nunca tivemos algo assim nas fileiras da cavalaria. E para quem somente agora está dando um passo a mais na real e efetiva mecanização de suas forças - outra tremenda novidade no EB - fica um tanto que incompreensível almejar-se uma viatura do tipo de uma VBCI, quando sequer estabelecemos os parâmetros de organização da nova cav e inf. mecanizadas com as VBTP's.

Acho que deveríamos ir mais de vagar com o andor, já que este santo ainda é bem de barro.

abs.

Bacchi, talvez seja essa a grande dúvida de todos nós aqui.
Será que colocaram o cavalo na frente dos bois?

abs.

Reginaldo Bacchi escreveu:Repito, este 30 mm nos Batalhões de Infantaria Mecanizados brasileiros é um mistério!

Me dá as vezes a impressão de um produto procurando sua utilização!!!

Bacchi

O que pode até ser mesmo, e talvez não seja uma má idéia. Sendo uma arma com maior alcance e mais precisão, vantagens sempre trará. Resta ver se o aumento no custo/complexidade e o maior volume da munição não trazem problemas maiores do que as vantagens que o aumento do calibre trará.

Tudo o que é padrão hoje algum dia foi novidade em algum lugar. Não acho que seja por aí que deva seguir a avaliação de novos produtos, inclusive sistemas militares como é o caso do Guarani com a torre de 30mm. Quem sabe o veículo com esta torre não terá justamente o diferencial que o transformará em um sucesso de vendas internacional? Se for apenas para copiar o que já existe em algum lugar, porque desenvolver qualquer coisa afinal, ao invés de simplesmente comprar (o produto acabado ou o projeto)?


Leandro G. Card

Reginaldo Bacchi escreveu:Repito, este 30 mm nos Batalhões de Infantaria Mecanizados brasileiros é um mistério!

Me dá as vezes a impressão de um produto procurando sua utilização!!!

Bacchi

Quem sabe o pensamento inicial não era colocar as UT30-BR nos Guarani para usá-los como apoio de fogo (conforme citado pelo Clermont) e, depois, surgiu a TORC30, que possibilitaria um VBCI conforme explanado pelo Túlio?

Pode ser que o pensamento inicial tenha sido alterado pelo surgimento de um novo produto. Isso, obviamente, é só especulação da minha parte.

O que vocês acham?

E sobre o Grupo Anti-Carro que passaria a usar o Guarani com a UT-30BR? Lembro que isso chegou a ser ventilado.

Alcantara escreveu:

Reginaldo Bacchi escreveu:Repito, este 30 mm nos Batalhões de Infantaria Mecanizados brasileiros é um mistério!
Me dá as vezes a impressão de um produto procurando sua utilização!!!
Bacchi

Quem sabe o pensamento inicial não era colocar as UT30-BR nos Guarani para usá-los como apoio de fogo (conforme citado pelo Clermont) e, depois, surgiu a TORC30, que possibilitaria um VBCI conforme explanado pelo Túlio?

Esta realmente eu não entendi!?!?!?

O que é que tem a ver???

Bacchi

FCarvalho escreveu:Bacchi, talvez seja essa a grande dúvida de todos nós aqui.
Será que colocaram o cavalo na frente dos bois?
abs.

É exatamente esta minha impressão.

Bacchi