Túlio escreveu:FCarvalho escreveu:Por curiosidade Túlio, porque desaconselha? Problemas com doutrina? Visão de futuro? Conceito?
Outros países utilizam ainda este tipo de blindado nas funções que se pensam por aqui.
O ROB para este veículo já não foi estabelecido?
abs.
Falei acima, os caras visitaram (e visitam) uma Bda Stryker, e a todos foi e é explicado que o Stryker MGS (Mobile Gun System ou Sistema de Canhão Móvel) não é um Cascavel ianque nem faz Rec, é o que eles conseguem ter como apoio de fogo, tipo um simulacro de Art AP que passe pelos mesmos terrenos, use as mesmas pontes e mesmos suprimentos do resto da Bda.
O fato de outros Países usarem não é argumento para que usemos. Vamos simular:

Do lado de cá, temos uma Bda que usa enormes, caras e pesadas VBRs, com Pç 105 ou mesmo 120 capaz de disparar o que de mais FEROZ existe (portanto, capazes de emboscar e destruir um MBT) para funções de Rec sendo, portanto, limitadas pela natureza do terreno;

Do lado de lá temos outra Bda, esta usando apenas alguns drones desarmados mas com estupendos sensores para Rec e capazes de operar entre FL150/FL250 (ou seja, praticamente sem limitações impostas pela natureza do terreno).
Melhoremos o cenário para os de cá: ambas operam em modo NCW.
Qual terá as melhores condições para montar uma emboscada e arrasar com a outra?
Olá Túlio, grato pela resposta. Vamos por partes.
Se entendi corretamente, a idéia original do MGS, desde o começo do projeto, não era fazer rec, mas apoio de fogo aproximado à infantaria. Para este tipo de missão, aqui, e em outros lugares, se pensou em veículos equipados com morteiros, que o projeto do Guarani também prevê.
Bem, é certo que nem todo mundo usa esta alternativa, mas ela pode ser vista em uso real tanto na cav mec. e blda. Exemplos exitem por aí.
Neste sentido, apoio de fogo não foi, e não é o emprego primário planejado para a VBR's do projeto Guarani. Na verdade isto é considerado uma atribuição secundária para o EB em relação a estes veículos. Mas podemos perceber que nas duas últimas décadas este tipo de bldo equipado com canhões de 90 a 120 tem muito mais executado este tipo de missão do que propriamente as de rec, embora não tenha perdido esta última capacidade.
Assim, entendo que é uma questão de diferenças de conceito e doutrina de emprego. Sobre este aspecto , há muito pano pra manda em longas discussões para se saber quem está mais certo.
No mais, eu creio que se levarmos em conta duas bgdas mec/blda operando com capacidades NCW top de linha, aquela que conseguir olhar mais do alto, com certeza enxergará mais longe, e assim levará vantagem. É assim desde os balões de Caxias na tríplice guerra. Mas isso não invalida, ao menos do ponto de vista conceitual, o emprego de bldos SR armados, tanto em missões de rec, com empregados em missões de apoio de fogo, que ultimamente, pode ser vista lançando mão até mesmo de CC's pesados da vida, em ações cerradas com a infantaria.
O ideal na verdade é que se possa dispor de ambos os recursos: drones e VBR's. Até porque, nem todo dia é bom para se voar, assim como nem todo terreno está para veículos com rodas. Tem-se na verdade de haver um equilíbrio. Drones são muito bons desde o emprego tático ao estratégico. Mas nem todos eles atiram ou podem fazer CAS quando necessário. Já VBR's, desde que bem empregadas, podem fazê-lo em contextos de emprego NCW, e ainda assim serem eficazes nas missões que lhe forem atribuídas. Duvido que qualquer gen de bgda dispensasse o uso de VBR's para rec só porque dispõe de drones nesta missão. Afinal, um drone pode ter uma boa visão do alto, mas quem vai ter o alvo na mira, sempre, e decidir se atira ou não, é quem vai estar no chão. E neste caso, presumo, que quando em combate, é sempre melhor sobrar em capacidades, e opções, do que não tê-las, ou ter suas alternativas limitadas.
abs.