Bom post Lima !vplemes escreveu:Lima,cb_lima escreveu:
Pegando carona no seu post...
Fui hoje a uma palestra bem interessante cujo tema era:
Reverse Outsorcing - "um conto sul americano".
Bom... qual não foi a minha surpresa ao contarem que a empresa pioneira e ponto de referência nesse modelo de capacidade industrial é ... A Embraer!
Vai gente do mundo inteiro aprender com os caras... e eles fazem tão bem que são muito bem cotados $$$$$$$$$$$$$$$$ no mercado.
O que vem a ser isso afinal de contas, CB?
Basicamente é o seguinte. A Embraer é responsável por Projetar e Desenhar e Especificar os principais elementos das suas aeronaves e isso em conjunto desde os momentos iniciais com os "Parceiros", e em seguida Repassar esse trabalho para empresas estrangeiras executarem... com isso vários ítens bem caros mas que não necessariamente agregam valor a nossa Industria ficam por conta dos parceiros, que continuam "no business", aprendem algo e não montam custos desnecessários na Embraer.
Ao fim da execução, as empresas retornam com as "partes" prontas e a Embraer se encarrega de colocar tudo junto e ser responsável pelo "Final Assembly", certificações, correções.
De acordo com os palestrantes (um americano e um Japonês que até acho que era brasileiro) empresas até como a Boeing tentaram copiar esse modelo, como no caso do 787, mas não foram bem sucedidas porque não levaram em consideração ínumeros detalhes importantes como particularidades de cada industria 'consorciada" e como utilizavam os seus fornecedores como meros "fabricantes" e não "parceiros de risco" quase sempre acabavam com problemas nos momentos da integração dos componentes.
Outra coisa é que nessas parcerias os fornecedores também injetam capital no projeto das aeroanves ganhando dividendos... em alguns casos mesmo "Empresas Aéreas" fizeram parte do Consórcio tendo elas algumas vantagens como parceiras no projeto.
Alguém perguntou se a Airbus utilizava esse mesmo modelo, e eles disseram que é uma variação do modelo da Embraer, mas existiam problemas políticos pois a Airbus é uma empresa "Européia" ao invés de ser uma empresa nacional como a Boeing ou Embraer (por exemplo).
Esse modelo da Embraer virou ponto de referência na Industria.
Fiquei pensando em todas essas coisas que rondam em torno do F-X 2.0 e isso me faz pensar que o ToT que realmente vai nos beneficiar passa muito longe de fabricar esses aviões no Brasil... isso foi mais uma confirmação para ser honesto, pois eu sempre achei isso.
Enfim... fiquei com um P... orgulho!
[]s
CB_Lima
Muito interessante este seu post. Pessoalmente nunca acreditei nestas abobrinhas sobre construção de caças aqui (de nenhum dos três finalistas). Também acredito que se houver ToT real, ela deve ser focada não em construir o caça aqui, mas qualificar nossa industria em sua manutenção integral aqui no Brasil, e nos possibilitar fazer upgrades futuros, e além disso (e tão importante quanto) nos capacitar a participar futuramente em algum consórcio para o desenvolvimento de caças de nova geração.
[ ]s
vplemes,
Não basta haver ToT, é preciso haver demanda que justifique esta ToT.
Se a participação em algum projeto futuro, como você disse, não vier ou demorar demais, não haverá estimulo para manter estas tecnologias atualizadas, as empresas mudam o seu foco tecnologico e os profissionais que dominam estas teconlogias poderão até mesmo sair do país.
Por tanto é necessário junto com a transferencia tecnologia, incentivos do GF em demandar produtos que envolvam esta tecnologia e aperfeiçoa-las.
Abs