Frações de Infantaria

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceram: 644 vezes

Re: Frações de Infantaria

#76 Mensagem por Clermont » Seg Ago 08, 2011 3:45 pm

ZeRo4 escreveu:No caso do EB qual a diferença SALARIAL, mesmo que haja certa hierarquia, entre um SGT e um OF?
O soldo básico - sem nenhum penduricalho - de um aspirante-a-oficial, recém-saído do forno, é de R$ 4.323,00

O de um subtenente, com uns vinte anos de carreira é de R$ 3.597,00.

http://www.sdpp.aer.mil.br/download/tabelas_soldo.pdf




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceram: 644 vezes

Re: Frações de Infantaria

#77 Mensagem por Clermont » Seg Ago 08, 2011 3:54 pm

Agora, falando nisso, será que alguém pode traduzir em termos claros, o que exatamente é:

a) soldado de 1ª classe (especializado, cursado, e engajado)

b) soldado de 1ª classe (não-especializado)

c) soldado do exército.

d) soldado

e) soldado-recruta

É muito tipo de soldado!




Avatar do usuário
Moccelin
Sênior
Sênior
Mensagens: 4849
Registrado em: Qua Abr 11, 2007 11:53 am
Localização: Três Corações - MG
Agradeceram: 2 vezes

Re: Frações de Infantaria

#78 Mensagem por Moccelin » Seg Ago 08, 2011 5:20 pm

ZeRo4, o CIAAR forma também o pessoal de apoio como área da saúde (médicos, dentistas, farmaceuticos), engenheiros, capelães, temporários com administradores, assistentes sociais, enfermeiros etc. Enfim, tem vários cursos, incluindo aí o Curso de Formação de Oficiais Especialistas.




The cake is a lie...
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceram: 610 vezes

Re: Frações de Infantaria

#79 Mensagem por jauro » Seg Ago 08, 2011 5:25 pm

Agora, falando nisso, será que alguém pode traduzir em termos claros, o que exatamente é:

a) soldado de 1ª classe (especializado, cursado, e engajado)
É o FuzNav, concursado, com especialidade Ex: Rádio Operador, Mot Anfb, artilheiro LG ou M114) e engajado, + de um ano de serviço e contrato para +01 ou 02 anos.
b) soldado de 1ª classe (não-especializado)
É FuzNav logo após o CIAMPA e antes da Especialização.
c) soldado do exército.
1ª Classe. Soldado pronto, com uma especialização Ex paraquedista, músico.
2ª Classe: Sd pronto com especializações menores: Mec, alguns Corneteiros, Coz, Mot, mensageiros.
d) soldado
Soldado Qualificado (Mot, Mrt, Mtr, Fuz, RadOp, Coz, AtFAP)
e) soldado-recruta
Sd antes do 25Ago.

Mais ou menos, isso muda às vezes!
Mas é um ótimo incentivo para os Cb e Sd em termos profissionais e diferenças salariais.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceram: 644 vezes

Re: Frações de Infantaria

#80 Mensagem por Clermont » Seg Ago 08, 2011 5:47 pm

Obrigado pelas informações, Jauro.




Avatar do usuário
Guerra
Sênior
Sênior
Mensagens: 14202
Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
Agradeceram: 135 vezes

Re: Frações de Infantaria

#81 Mensagem por Guerra » Seg Ago 08, 2011 7:18 pm

Elias RS escreveu:Concordo com você Moccelin, os salários não deveriam ser hierarquizados. Nas FA brasileiras não se valoriza a experiência como o fazem outras FAs mais atualizadas. Ainda usamos o sistema arcaico do início do século passado...
E assim um aspira recem saído de um NPOR, ganha mais que um Sub Ten com mais de 20 anos de experiência. Isso para não falar que o Sub Ten já tem uma estrutura bem mais pesada para sustentar do que um piá de 20 anos...
Abss
Elias

PS: No USArmy, existem mais graduações de "sargento" tornando a progressão da carreira mais dinâmica do a nossa...
O EB coloca hierarquia em tudo. A pouco tempo surgiu a idéia do curso da ESA ser considerado nivel superior. Morreu já. Inventaram um curso para subtenente para habilitar ao oficialato (o pessoal chama de "CHACAL" mas não faço a minima ideia do significa porque não vou precisar fazer esse curso graças a DEus).
Dizem que vai valer o curso superior. Mas ai eu pergunto. O que um subtenente vai fazer com um curso desses em fim de carreira?

Já assou da hora do EB rever a carreira do sgt. O sgt precisa fazer o CAS mais cedo (como 3 sgt) e se habilitar a comandar pelotão ainda no pelotão.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Avatar do usuário
Moccelin
Sênior
Sênior
Mensagens: 4849
Registrado em: Qua Abr 11, 2007 11:53 am
Localização: Três Corações - MG
Agradeceram: 2 vezes

Re: Frações de Infantaria

#82 Mensagem por Moccelin » Seg Ago 08, 2011 11:00 pm

Guerra, talvez a idéia seja esse curso de habilitação ao oficialato preparar melhor o cara pras funções administrativas que os QAO desempenham.

Mas concordo plenamente com você, criar uma carreira que o Sargento chegue ao fim ganhando o que ganha um Capitão, e os melhores (a nata da nata) ganhando o que ganha um Major ("pay grade" desatada da hierarquia) e com o comando de pelotão no meio da carreira resolveria um problema oculto que é a perda dos melhores sargentos para outros concursos e a falta de experiência no âmbito pelotão.

O Sargento teria um plano de carreira que o manteria no EB e focado no EB (óbvio que alguns iriam ainda querer outros concursos, mas não seria tantos como hoje) e o comandante de Cia teria um comandante de pelotão experiente.

O interessante é que o CAO é extremamente cedo se comparado com o CAS. Menos de 5 anos após sair da AMAN o cara já está na EsAO! Já o CAS é mais de 10 após a EsSA.

Mas você pensa no comando de pelotão ser dado para um 2º Sargento já com CAS? Inclusive com o CAS trabalhando esse comando? E o comando? Seria apenas para o pelotão de Apoio ou para Pelotões de manobra (não sei se é esse o nome correto) também?

Ah, sobre a EsSA ser considerada ensino superior, não duvido que realmente venha a ser, estamos vendo uma "superiorização" de diversas áreas, graças ao tal de "tecnólogo" e a um pensamento que apenas quem tem ensino superior pode exigir salários bons ("bacharelismo português" como citaram em algum tópico).Vimos isso na PF com os agentes, PRF, diversos concursos, soldados PM, agentes de polícia civil, e até os Sargentos Especialistas da FAB. Nada impede que a EsSA passe a 2 anos e vire ensino superior.




The cake is a lie...
rmturchiello
Intermediário
Intermediário
Mensagens: 204
Registrado em: Qui Dez 31, 2009 6:50 pm
Localização: São Luiz Gonzaga-RS
Agradeceram: 1 vez

Re: Frações de Infantaria

#83 Mensagem por rmturchiello » Qua Ago 10, 2011 4:26 pm

Fiz um estagio na antigas EsMB agora EsLog em 2008, e tinha um Sub Ten paraguaio lá fazendo o S31, em uma conversa com ele ele disse que no Paraguai os salários dos praças e dos oficiais é o mesmo a diferença que os oficiais são promovidos mais rapidamente. segundo ele era assim:
3º SGT - aspirante
2º SGT = 2º Ten
1º SGT = 1º Ten
Sub Ten = Cap
Ai eles tem mais três postos de praça que eu não lembro o nome mas segundo ele um praça no final da carreira recebe a mesma coisa que um Coronel.
E o praça morre praça nunca vaira oficial.




Deus criou os homens diferentes, mas Samuel Colt os igualou !!!
Avatar do usuário
Guerra
Sênior
Sênior
Mensagens: 14202
Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
Agradeceram: 135 vezes

Re: Frações de Infantaria

#84 Mensagem por Guerra » Qua Ago 10, 2011 6:49 pm

Moccelin escreveu:Guerra, talvez a idéia seja esse curso de habilitação ao oficialato preparar melhor o cara pras funções administrativas que os QAO desempenham.
Então estão matando uma mosca com tiro de canhão.
O Sargento teria um plano de carreira que o manteria no EB e focado no EB (óbvio que alguns iriam ainda querer outros concursos, mas não seria tantos como hoje) e o comandante de Cia teria um comandante de pelotão experiente.
Isso sem contar que teriamos um militar experiente escrevendo sobre frações. O sgt é o militar que fica mais tempo numa fração e esse conhecimento do sgt é todo perdido.
Mas você pensa no comando de pelotão ser dado para um 2º Sargento já com CAS? Inclusive com o CAS trabalhando esse comando? E o comando? Seria apenas para o pelotão de Apoio ou para Pelotões de manobra (não sei se é esse o nome correto) também?
O CAS já habilita o sgt a comandar pelotão. Só que a parte operacional é teorica. Eu acho que dá para adiantar o CAS. Fazer um curso mais voltado para a parte operacional (tatica). Com instruções com simulação. Tanto virtual como simulação tipo a do CAEx. A parte burocratica ficaria mais para formar o sargenteante ou o encarregado de material (que tb deveria ser um 2º Sgt com CAS. E depois como 1 Sgt seria um curso para formar o auxiliar das seções do estado-maior (inclusive comunicação social)
Ah, sobre a EsSA ser considerada ensino superior, não duvido que realmente venha a ser, estamos vendo uma "superiorização" de diversas áreas, graças ao tal de "tecnólogo" e a um pensamento que apenas quem tem ensino superior pode exigir salários bons ("bacharelismo português" como citaram em algum tópico).Vimos isso na PF com os agentes, PRF, diversos concursos, soldados PM, agentes de polícia civil, e até os Sargentos Especialistas da FAB. Nada impede que a EsSA passe a 2 anos e vire ensino superior.
O problema é que com o tal de chacal isso vai pro brejo. Já ouvi gente dizendo: "mas se o sgt vai ter nivel superior, que nivel vai ter o tenente?" Por isso eu digo que tem a mania de colocar hierarqui em tudo as vezes atrapalha.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Avatar do usuário
Moccelin
Sênior
Sênior
Mensagens: 4849
Registrado em: Qua Abr 11, 2007 11:53 am
Localização: Três Corações - MG
Agradeceram: 2 vezes

Re: Frações de Infantaria

#85 Mensagem por Moccelin » Qua Ago 10, 2011 7:11 pm

Ué, pra mim uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, principalmente em termos de Brasil, onde até pra cargos em que o ensino superior não faz diferença nenhuma estão exigindo.

Nas PMs está ocorrendo uma transição onde os soldados vão ser TODOS portadores de diploma superior, aqui em Minas, por exemplo, já vai acontecer na próxima turma de soldados, o concurso vai exigir ensino médio mas o curso de formação de soldados vai ter nível superior, tudo bem que o Oficial tem Bacharelado e o soldado é um tecnólogo, mas é tudo superior.

E antes que alguém fale que o Bacharelado do Oficial é superior, sim, mas e nos Corpos de Bombeiros. Estes vão continuar sendo formados pelas Academias, inclusive isso vai fazer resuscitar a vontade de transformar o curso de Oficial Bombeiro em Engenharia.




The cake is a lie...
Avatar do usuário
Guerra
Sênior
Sênior
Mensagens: 14202
Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
Agradeceram: 135 vezes

Re: Frações de Infantaria

#86 Mensagem por Guerra » Sex Ago 12, 2011 1:28 pm

Descobri hoje que o tal "chacal" é na verdade "CHAQAO". Curso de habilitação ao QAO!!

DB tb é cultura!!




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceram: 644 vezes

Re: Frações de Infantaria

#87 Mensagem por Clermont » Qui Out 04, 2012 7:10 pm

ESTRUTURA DA INFANTARIA DO FUTURO.

O Ten-Cel Detlef Rausch, Diretor do Desenvolvimento Futuro da Infantaria, Escola de Infantaria alemã, delineia como as lições do Afeganistão estão moldando as futuras capacidade e estrutura de forças da Alemanha.

SoldierMod - Winter/Spring 2011.

A missão da Escola de Infantaria compreende o desenvolvimento e formulação dos fundamentos de infantaria, nas áreas de planejamento conceitual, doutrina de treinamento e oganização, tanto como aquisição e utilização de material de defesa. Ela é também encarregada com a coordenação do desenvolvimento futuro dos três ramos de infantaria - infantaria ligeira, infantaria de montanha e infantaria aeroterrestre e os campos comuns de operações de infantaria e combate aproximado desmontado. O Exército alemão de hoje, compreende dez formações de infantaria com diferentes equipamentos e sistemas de armas, mas que, no geral, compreendem três, quase idênticas, companhias. Quando se desdobram forças de infantaria para a área de operações, oitos batalhões de infantaria blindada também podem ser convocados. No Bundesheer (Exército Federal alemão), a infantaria blindada é enquadrada pela Escola da Arma Blindada.

A Alemanha desdobrou infantaria no além-mar, pela primeira vez, em 1993, na Somália (UNOSOM II) com subseqüentes desdobramento para outros teatros, incluindo o Congo e a a antiga Iugoslávia. De 2001 até o presente dia, a Alemanha também contribuiu com tropas para a ISAF. Por todo este período, a estrutura de forças do Exército alemão experimentou um total de cinco diferentes fases de transformação, com todas presenciando reduções. Isto, no entanto, está mudando com as lições aprendidas nas atuais operações.

Operações da ISAF.

O tenente-coronel Rausch, Diretor de Desenvolvimento Futuro da Infantaria, disse,

"A missão da ISAF em toda sua extensão tem mantido elevadas exigências de capacitação e intensidade operacionais. O componente de infantaria tem aumentado toda vez em que um novo contingente é desdobrado."


O Exército fornece o núcleo de mais de vinte unidades germânicas no Afeganistão. Entre elas estão dois batalhões de treinamento e proteção, incluindo quatro companhias de manobra, duas companhias de reconhecimento, duas companhias de engenharia e cinco companhias de comando e de apoio logísticio. Os batalhões de treinamento e proteção estão estacionados em Mazar-i-Sharif e Kunduz e compreendem diferentes pequenos elementos de apoio ao combate. A composição e organização dos batalhões operacionais no Afeganistão ainda varia consideravelmente da estrutura básica do batalhão de infantaria na Alemanha, embora os dois estejam convergindo num passo crescente.

Os principais elementos conduzindo operações em cooperação próxima com as forças do Exército nacional afegão são dois batalhões de treinamento e proteção compreendendo duas companhias de infantaria e elementos de apoio.

O Ten-Cel Rausch disse,

"Com a designação de capacidades aumentadas, especialmente no que concerne à companhia de reconhecimento e inteligência, estamos inaugurando um novo campo no comando e controle e nas funções do posto de comando. Nós mostramos que a estrutura básica da infantaria alemã, aos níveis de pelotão e companhia são tanto sustentáveis como eficacazes em operações. Entretanto, o tamanho do quartel-general da Força-Tarefa é consideravelmente maior do que o estabelecimento de tempo de paz."


As principais diferenças ao nível do pelotão e companhia estão no equipamento veicular. A VBTP "Fuchs", explicou o Ten-Cel Rausch, provou ser muito eficaz, admitidamente com equipamento específico, otimizado para as operações no Afeganistão. A Viatura de Combate de Fuzileiros "Marder" é a viatura-padrão da infantaria blindada e também tem sido muito bem sucedida no teatro. O "Dingo" e o "Eagle" são aquisições específicas para desdobramento. As lições aprendidas das operações, levaram à decisão de manter uma mescla de viaturas no Afeganistão que compreende o "Dingo", a VBTP "Fuchs", o "Eagle" e o "Marder".

Para as unidades de infantaria nas operações de combate da ISAF, os engajamentos tem tornado-se a regra e não a exceção, e são tipicamente travados com oponentes de valor-GC até companhia. Na parte ocidental da área de operações, as tropas alemãs, tipicamente, tem conduzido operações de longo alcance, enquanto na área de Kunduz, elas tem um raio mais limitado. A Alemanha perdeu quarenta e cinco soldados durante a campanha da ISAF.

O Ten-Cel Rausch disse,

"Na maioria dos casos, o oponente dispara primeiro. A documentação sobre as munições, do nosso lado, é bem rica, e a eficácia de nossos armamentos, em especial, nos alcances excedendo 200 m, e contra alvos desenfiados não satisfez nossas expectativas. O nível de proteção de ambos, nossas viaturas e nosso equipamento, entretanto, é bom. O armamento do "Marder" provou-se eficaz e outras viaturas, em breve, serão dotadas de lança-granadas automáticos e metralhadoras pesadas."


O oponente, tipicamente, mantém a iniciativa, fazendo utilização eficaz de cobertura, misturando-se com a população nativa para evitar ser engajado por fogo de morteiro, artilharia ou aéreo. O Taliban varia seus métodos entre fogo de tocaieiro em alcances de 800 - 1.500 m; salvas de AK-47 em alcances ultrapassando 300 m e abrindo fogo em alcances muito curtos, entre zero e 20 m.

O Ten-Cel Rausch disse que o atual método do inimigo é, tipicamente, engajar uma força amistosa com armas leves de longo alcance, mesmo em distâncias ultrapasssando 300 m, o que exige a capacidade, ao nível do grupo de combate, para engajar alvos selecionados em alcances acima de 600 m. Ele comentou,

"Relatórios do teatro, dizem que a eficácia no alvo dos cartuchos padrão 5,56 mm, em alcances ultrapassando 300 m, é insuficiente. As tropas no teatro utilizam a metralhadora MG 3 de 7,62 mm, para engajar alvos inimigos em alcances maiores do que 300 m. E mais ainda, alguns atiradores de precisão selecionados, ao nível do GC, estão sendo dotados com fuzis G3 de 7,62 mm, com miras telescópicas, para o engajamento de alvos individuais. A médio prazo, a infantaria germânica precisará de armamentos para substituir a MG 3 e o fuzil G3."


Em acréscimo, aperfeiçoamentos no adestramento de pontaria na Escola de Infantaria tem sido promovidos, para otimizar a capacidade do soldado em conduzir combates pelo fogo de resposta rápida, em alcance aproximado e manter a capacidade para engajar, precisamente, alvos em alcances maiores. O Ten-Cel Rausch disse,

"Nós acreditamos que, por meio da implementação de novo adestramento de pontaria [em setembro], estamos no caminho certo. Além das armas de grande calibre montadas, os armamentos antitanque tais como o Panzerfaust 3 e o Bunkerfaust, também tem se mostrado eficazes contra alvos desenfiados no Afeganistão. A partir de 2012, nós teremos opções adicionais, principalmente a munição de arrebentamento aéreo de 40 mm para o Lança-Granadas Automático."


Todo espectro.

Em acréscimo ao combate desmontado contra um adversário assimétrico em terreno urbano, a infantaria alemã terá de manter sua capacitação para conduzir operações aeromóveis. Sua possibilidade de transporte aéreo permanecerá, tanto quanto sua possibilidade para operar em terreno difícil e sob condições climáticas extremas.

"E mais, há duas importantes tendências no que concerne ao desenvolvimento," comentou o Ten-Cel Rausch.

"Primeiramente, a proteção passiva e ativa de nossos soldados e viaturas, principalmente contra ataques de IED e fogo de tocaieiros; e segundo, a capacidade de apoio de fogo direto e indireto, em alcances entre 600 m ao nível do GC e 8.000 m ao nível do batalhão ou regimento."


Para o Exército alemão, as lições identificadas no teatro, demonstram que o perfil de capacitação da força terrestre em geral e da infantaria em particular, precisam ser de amplo leque. Disse o Ten-Cel Rausch,

"o futuro perfil de capacitação das forças de infantaria e demais forças empregadas, segue um método em três passos, de cima para baixo. As habilidades básicas do soldado de todas as armas, são habilidades não específicas para a infantaria, mas aplicáveis a todas as armas e serviços. Segundo, as capacitações básicas da infantaria, compreendendo as capacidades e habilidades definidas como obrigatórios para a eficácia de todos os batalhões de infantaria, em todo o espectro de intensidade que são de suma importância. O objetivo global é que a infantaria alemã esteja em plena posse de todas as opções ofensivas. Em acréscimo, algumas formações como a infantaria de montanha e a a infantaria aeroterrestre são especializadas, porém tais especializações são construídas sobre capacidades básicas e o resultado é que uma grande parcela do perfil de capacitação nos batalhões, é idêntica."


O futuro.

O Ten-Cel Rausch disse,

"A partir de 2015, a infantaria, presumivelmente, será composta por forças cujas capacidades e equipamentos diferirão, significantemente, destas de hoje em dia. Entretanto, apesar de todos os aperfeiçoamentos em liderança e armamento, sempre o soldado individual, o cabo, o sargento ou o oficial, permanecerão como o centro de gravidade - aqueles que tem de tomar as decisões. Por outro lado, os desafios para nossos líderes estão, firmemente, aumentando; força física, robustez psicológica, capacidade intelectual e sensibilidade política. Elas terão de ser satisfeitas em qualquer operação por sobre o total espectro de atividades militares. E mais ainda, os níveis de tomada de decisão tem de ser desenvolvidos desde o escalão divisão, no quadro de uma operação pesada, sob liderança da OTAN, descendo até os líderes de comboios, patrulhas, postos de observação e postos de controle. Esta tendência tem conseqüências significativas sobre o adestramento de nossos líderes ao nível do GC e do pelotão, na Alemanha."


__________________________________

O tenente-coronel Rausch em palestra no Simpósio de Infantaria da Rheinmetall 2010.




Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 38085
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2627 vezes

Re: Frações de Infantaria

#88 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Out 06, 2012 8:39 am

A abordagem do Exército Alemão ao treino dos seus atiradores:
Individual Marksmanship Training

All the firepower will only be useful on operations if the “weapon operators” (meaning the infantrymen) are capable of delivering accurate fires in time. The training with respect to Live Firing starts at the individual. Following the example of other armies and building on mission experience the German infantry school has developed a New Marksmanship Training.(Picture 3)
The modules in All-Arms Basic Training, in the Marksmanship Fundamentals and in the Close-Quarter Shooting Part I are mandatory for all soldiers and establish the basic shooting skills required of all soldiers of all Armed Services. This level includes the full spectrum from quick-response shooting at close quarters, Part I, through deliberate shooting within the effective ranges of the G36 Rifle and the P8 Pistol. In Operational, or Special-to-Arms, Training, this is followed by Live firing with other weapons (for example, submachine gun, designated marksman rifle, etc.) and, as required, also by all-arms air defence shoots. Close-Quarter Shooting Parts II and III train the ability to shoot while turning and the transition between different weapons. After that comes individual
battle shooting, which focuses more on deliberate shooting. The Specialto-Role Marksmanship phase caters for any specialisations required due to arm, equipment or mission. The Sustainment Training module rounds off the marksmanship programme.

Live Fire Exercises

The individual marksmanship training is followed and accompanied by collective live firing, which takes place in a tactical setting and should be as realistic as possible. If the unit is not conducting mission specific training, the scenarios of the live firing should cover a broad spectrum of possible threats and opponents. Target presentation is to include non-legitimate targets to make sure the training audience can discriminate objects in accordance with ROE.
The capabilities are being built up step by step from the fire team to the company level. The topics of the training events are defined by the commanders but must involve offensive operations and operations in urban terrain. The live fire training must be blended with operational training using blank ammunition and/or simulation systems.
At the section and platoon levels, training responsibility lies with the unit commander (in most cases the company commander). The battalion commander assumes responsibility for the training at the company level. He is to ensure the unit‘s required level of proficiency and is responsible for basic and advanced leadership training of the relevant personnel. In this context, the battalion/regimental commanders are supported by the central training establishments such as the Infantry Manoeuvre Training Centre, the Armoured Gunnery and Manoeuvre Training Centre, the SIRA battalion-level battlefield simulation system and the Army Manoeuvre Training Centre. The overarching aim is to establish, maintain and improve the situation- and missionspecific readiness of the sub-units, units and formations. Provided that the formation is not earmarked for deployment, the training programme will extend over 24 months.(Picture 4)

Final remarks

The developments of the last 20 years have shown that training has to be adapted to mission needs permanently. This goes also for live firing. New weapons and vehicles produce additional challenges. While German training areas boost a lot of very good ranges for various scenarios there are still things to improve. Quickly changing opponent behaviour, a potential 360 degree threat and the need to train in urban structures will require further investments in training infrastructure. The key word for the future is flexibility.
Fonte: Azimute




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
Naval
Sênior
Sênior
Mensagens: 1505
Registrado em: Dom Jul 27, 2003 10:06 am
Agradeceram: 43 vezes

Re: Frações de Infantaria

#89 Mensagem por Naval » Sáb Out 06, 2012 12:07 pm

Os Alemães sempre na Vanguarda.
Grande Exército, nunca escondi a admiração.

Abraços.




"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
Avatar do usuário
Reginaldo Bacchi
Sênior
Sênior
Mensagens: 2434
Registrado em: Sex Fev 01, 2008 9:46 am
Localização: São Paulo, SP
Agradeceram: 272 vezes

Re: Frações de Infantaria

#90 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Sáb Out 06, 2012 12:11 pm

Naval escreveu:Os Alemães sempre na Vanguarda.
Porque? O que eles estão fazendo, que os outros não fazem?

Bacchi




Responder