Enviado: Seg Fev 06, 2006 9:32 am
P44,
Desculpe a minha ignorância, mas o que seria Mainada?
Desculpe a minha ignorância, mas o que seria Mainada?
lelobh escreveu:P44,
Desculpe a minha ignorância, mas o que seria Mainada?
alexandre lemos escreveu:1) Eh, eh, eh.
Os açorianos aqui de Floripa usam esta expressão assim mesmo.
Foneticamente seria mais ou menos assim:
"Mainááááda" - mais nada.
"olhólhólhólhó" - olha ó, olha ó
"subir a morréba" - subir o morro;
"se qués, qués, se não qués, diz" - se queres, se queres, se não queres, diz.
E por aí vai.
Criaram um manual de expressões açorianas engraçadíssimo, se alguém passar por aqui (e já viu um manezinho tagarelar), vale a pena comprar
2) Quanto ao Victor, sou obrigado a replicar.
Eu fiz vestibular de experiência para engenharia mecânica e passei (mas acabei, ainda bem, fazendo a valer o Direito depois); desde os meus 12 anos comprei várias revistas de carro (Motor 3, alguém se lembra?, Motoshow, várias revistas portuguesas); meu brôu fez engenharia mecânica na UFSC e era um emérito conhecedor de F-1, inclusive nos aspectos técnicos (solda de titânio, materiais compósitos, etc). Além do mais, sempre gostei do Reginaldo Leme, discreto piquetista.
Tudo me levou para as bandas do Piquet, ainda que ele fosse um conhecido colecionador do troféu limão.
Na minha turma imperava o bipartidarismo, com a maoria torcendo pelo Senna. Tínhamos vários debates acalorados, regados a cerveja e palavrões, nem sempre a discussão ficando nos aspectos meramente automobilísticos (uma das vias de escape dos piquetistas ). Moral da história: transpusemos para a F1 nossas paixões futebolísticas e políticas , com todas as idiossincrasias correlatas ...
Porém, sempre gostei do Piquet pelos seus méritos e história pessoal: correr como PiKet (por causa do pai), bolar o pneu aquecido, a regulagem aerodinâmica de dentro do carro, ter dado tempo no Lauda já na Alfa Romeo, bolado o sistema de refrigeração a água dos freios (Brabham; ao final, a H20 era consumida ), ter desenvolvido a suspensão ativa em meados dos anos 80 na Williams, ter enganado sempre e sempre o Nigel, passando-lhe dados falsos, a cochilada entre uma largada e outra no GP do Canadá (?), porque estava ressacado da noite anterior (e o Galvão disse ser uma excepcional capacidade de relaxamento ), etc , etc e etc.
Para mim, o Piquet foi o mais astuto e melhor conhecedor de mecânica da F1. A par disso, nunca foi o predileto do establishment (e torno a invocar o Mané Garrincha (fracassomania?)).
Relativo ao Senna, sem dúvida foi o mais rápido (na corrida e em treinos classificatórios), o melhor na chuva ("pato", como o Icks), carismático e bom de mídia. Mas tinha também defeitos, como todos os pilotos (nunca foi um grande "acertador", julgo), mesmo porque, apesar de tudo, era humano. Ainda assim, não me alienei das suas estupendas características de corredor; seria negar o óbvio ululante.
Quanto ao mais - Globo e Galvão -, achava engraçado acima de tudo a cobertura, sem que por causa disso ficasse com raiva do Senna. Minhas divergências com o Galvão (que ainda acho um baita narrador) vieram mesmo na Copa de ´98, com aquela tremenda puxação de saco do Leonardo, "a nova liderança positiva" que nascia contrária ao Dunga. Alguém se lembra ?
3) Em todo o caso, vivemos uma época de ouro da F1. Houve uma tremenda abundÂncia de grandes pilotos, o advento e o ocaso da era turbo, a chegada da turma do Soichiro e da TAG, etc e etc. Se pararmos para pensar, o Piquet iniciou e encerrou a era Turbo.
Porque o Ali foi o melhor de todos? Porque viveu uma época de ouro, batendo o Frasier (nas lutas do século), o Foreman, o Ken Norton, o Sonny Liston (bem antes), o Spinks (depois).
Se Tyson não tivesse feito suas cagadas (com a primeira derrota do Buster Douglas, precoce e inesperada), certamente teria ele um longo reinado, mesmo porque não tinha opositores à altura.
É o paralelo que faço com o Schumacher: digamos que ele seja um Lennox Lewis melhorado. . O ciclo dos "grandes dinossauros" já estava encerrado.
VICTOR escreveu:Excelente post, Lemos!
Sua analogia com o boxe foi perfeita. O Schumi nunca fez nenhum clássico real. Sem contar que, eticamente, é um vigarista safado. Lembremos do primeiro título, quando ele bateu sozinho no muro e teve o desplante de arremessar o carro avariado no Damon Hill. E dois anos depois ainda tentou fazer o mesmo com Jacques, foi pura sorte ter dado errado pra ele.
Sua coletânea acerca das qualidades do Nelson foi estupenda. Sempre arrumo confusão defendendo Piquet em rodinhas. Sou até um pouco mais Senna, mas é inegável que cada um foi um grande gênio, cada qual à sua moda. Talvez eu até penda um pouco mais pro Senna por ter nascido em 1975, ou seja, minha memória dos títulos de 81 e 83 é rudimentar. Tenho lampejos do Lauda 1984 na mente, mas o primeiro campeonato que segui sabendo o que se passava foi Prost vs. Alboreto, 1985. O auge foi 88-89-90-91...
Vão ser fanáticos assim na casa do cacete....alexandre lemos escreveu:1) Eh, eh, eh.
Os açorianos aqui de Floripa usam esta expressão assim mesmo.
Foneticamente seria mais ou menos assim:
"Mainááááda" - mais nada.
"olhólhólhólhó" - olha ó, olha ó
"subir a morréba" - subir o morro;
"se qués, qués, se não qués, diz" - se queres, se queres, se não queres, diz.
E por aí vai.
Criaram um manual de expressões açorianas engraçadíssimo, se alguém passar por aqui (e já viu um manezinho tagarelar), vale a pena comprar
2) Quanto ao Victor, sou obrigado a replicar.
Eu fiz vestibular de experiência para engenharia mecânica e passei (mas acabei, ainda bem, fazendo a valer o Direito depois); desde os meus 12 anos comprei várias revistas de carro (Motor 3, alguém se lembra?, Motoshow, várias revistas portuguesas); meu brôu fez engenharia mecânica na UFSC e era um emérito conhecedor de F-1, inclusive nos aspectos técnicos (solda de titânio, materiais compósitos, etc). Além do mais, sempre gostei do Reginaldo Leme, discreto piquetista.
Tudo me levou para as bandas do Piquet, ainda que ele fosse um conhecido colecionador do troféu limão.
Na minha turma imperava o bipartidarismo, com a maoria torcendo pelo Senna. Tínhamos vários debates acalorados, regados a cerveja e palavrões, nem sempre a discussão ficando nos aspectos meramente automobilísticos (uma das vias de escape dos piquetistas ). Moral da história: transpusemos para a F1 nossas paixões futebolísticas e políticas , com todas as idiossincrasias correlatas ...
Porém, sempre gostei do Piquet pelos seus méritos e história pessoal: correr como PiKet (por causa do pai), bolar o pneu aquecido, a regulagem aerodinâmica de dentro do carro, ter dado tempo no Lauda já na Alfa Romeo, bolado o sistema de refrigeração a água dos freios (Brabham; ao final, a H20 era consumida ), ter desenvolvido a suspensão ativa em meados dos anos 80 na Williams, ter enganado sempre e sempre o Nigel, passando-lhe dados falsos, a cochilada entre uma largada e outra no GP do Canadá (?), porque estava ressacado da noite anterior (e o Galvão disse ser uma excepcional capacidade de relaxamento ), etc , etc e etc.
Para mim, o Piquet foi o mais astuto e melhor conhecedor de mecânica da F1. A par disso, nunca foi o predileto do establishment (e torno a invocar o Mané Garrincha (fracassomania?)).
Relativo ao Senna, sem dúvida foi o mais rápido (na corrida e em treinos classificatórios), o melhor na chuva ("pato", como o Icks), carismático e bom de mídia. Mas tinha também defeitos, como todos os pilotos (nunca foi um grande "acertador", julgo), mesmo porque, apesar de tudo, era humano. Ainda assim, não me alienei das suas estupendas características de corredor; seria negar o óbvio ululante.
Quanto ao mais - Globo e Galvão -, achava engraçado acima de tudo a cobertura, sem que por causa disso ficasse com raiva do Senna. Minhas divergências com o Galvão (que ainda acho um baita narrador) vieram mesmo na Copa de ´98, com aquela tremenda puxação de saco do Leonardo, "a nova liderança positiva" que nascia contrária ao Dunga. Alguém se lembra ?
3) Em todo o caso, vivemos uma época de ouro da F1. Houve uma tremenda abundÂncia de grandes pilotos, o advento e o ocaso da era turbo, a chegada da turma do Soichiro e da TAG, etc e etc. Se pararmos para pensar, o Piquet iniciou e encerrou a era Turbo.
Porque o Ali foi o melhor de todos? Porque viveu uma época de ouro, batendo o Frasier (nas lutas do século), o Foreman, o Ken Norton, o Sonny Liston (bem antes), o Spinks (depois).
Se Tyson não tivesse feito suas cagadas (com a primeira derrota do Buster Douglas, precoce e inesperada), certamente teria ele um longo reinado, mesmo porque não tinha opositores à altura. Mesmo assim não estaria à altura do bom e velho Cassius Marcellus.
É o paralelo que faço com o Schumacher: digamos que ele seja um Lennox Lewis melhorado. . O ciclo dos "grandes dinossauros" já estava encerrado.
VICTOR escreveu:Excelente post, Lemos!
Sua analogia com o boxe foi perfeita. O Schumi nunca fez nenhum clássico real. Sem contar que, eticamente, é um vigarista safado. Lembremos do primeiro título, quando ele bateu sozinho no muro e teve o desplante de arremessar o carro avariado no Damon Hill. E dois anos depois ainda tentou fazer o mesmo com Jacques, foi pura sorte ter dado errado pra ele.
Sua coletânea acerca das qualidades do Nelson foi estupenda. Sempre arrumo confusão defendendo Piquet em rodinhas. Sou até um pouco mais Senna, mas é inegável que cada um foi um grande gênio, cada qual à sua moda. Talvez eu até penda um pouco mais pro Senna por ter nascido em 1975, ou seja, minha memória dos títulos de 81 e 83 é rudimentar. Tenho lampejos do Lauda 1984 na mente, mas o primeiro campeonato que segui sabendo o que se passava foi Prost vs. Alboreto, 1985. O auge foi 88-89-90-91...
Vão ser fanáticos assim na casa do cacete....alexandre lemos escreveu:1) Eh, eh, eh.
Os açorianos aqui de Floripa usam esta expressão assim mesmo.
Foneticamente seria mais ou menos assim:
"Mainááááda" - mais nada.
"olhólhólhólhó" - olha ó, olha ó
"subir a morréba" - subir o morro;
"se qués, qués, se não qués, diz" - se queres, se queres, se não queres, diz.
E por aí vai.
Criaram um manual de expressões açorianas engraçadíssimo, se alguém passar por aqui (e já viu um manezinho tagarelar), vale a pena comprar
2) Quanto ao Victor, sou obrigado a replicar.
Eu fiz vestibular de experiência para engenharia mecânica e passei (mas acabei, ainda bem, fazendo a valer o Direito depois); desde os meus 12 anos comprei várias revistas de carro (Motor 3, alguém se lembra?, Motoshow, várias revistas portuguesas); meu brôu fez engenharia mecânica na UFSC e era um emérito conhecedor de F-1, inclusive nos aspectos técnicos (solda de titânio, materiais compósitos, etc). Além do mais, sempre gostei do Reginaldo Leme, discreto piquetista.
Tudo me levou para as bandas do Piquet, ainda que ele fosse um conhecido colecionador do troféu limão.
Na minha turma imperava o bipartidarismo, com a maoria torcendo pelo Senna. Tínhamos vários debates acalorados, regados a cerveja e palavrões, nem sempre a discussão ficando nos aspectos meramente automobilísticos (uma das vias de escape dos piquetistas ). Moral da história: transpusemos para a F1 nossas paixões futebolísticas e políticas , com todas as idiossincrasias correlatas ...
Porém, sempre gostei do Piquet pelos seus méritos e história pessoal: correr como PiKet (por causa do pai), bolar o pneu aquecido, a regulagem aerodinâmica de dentro do carro, ter dado tempo no Lauda já na Alfa Romeo, bolado o sistema de refrigeração a água dos freios (Brabham; ao final, a H20 era consumida ), ter desenvolvido a suspensão ativa em meados dos anos 80 na Williams, ter enganado sempre e sempre o Nigel, passando-lhe dados falsos, a cochilada entre uma largada e outra no GP do Canadá (?), porque estava ressacado da noite anterior (e o Galvão disse ser uma excepcional capacidade de relaxamento ), etc , etc e etc.
Para mim, o Piquet foi o mais astuto e melhor conhecedor de mecânica da F1. A par disso, nunca foi o predileto do establishment (e torno a invocar o Mané Garrincha (fracassomania?)).
Relativo ao Senna, sem dúvida foi o mais rápido (na corrida e em treinos classificatórios), o melhor na chuva ("pato", como o Icks), carismático e bom de mídia. Mas tinha também defeitos, como todos os pilotos (nunca foi um grande "acertador", julgo), mesmo porque, apesar de tudo, era humano. Ainda assim, não me alienei das suas estupendas características de corredor; seria negar o óbvio ululante.
Quanto ao mais - Globo e Galvão -, achava engraçado acima de tudo a cobertura, sem que por causa disso ficasse com raiva do Senna. Minhas divergências com o Galvão (que ainda acho um baita narrador) vieram mesmo na Copa de ´98, com aquela tremenda puxação de saco do Leonardo, "a nova liderança positiva" que nascia contrária ao Dunga. Alguém se lembra ?
3) Em todo o caso, vivemos uma época de ouro da F1. Houve uma tremenda abundÂncia de grandes pilotos, o advento e o ocaso da era turbo, a chegada da turma do Soichiro e da TAG, etc e etc. Se pararmos para pensar, o Piquet iniciou e encerrou a era Turbo.
Porque o Ali foi o melhor de todos? Porque viveu uma época de ouro, batendo o Frasier (nas lutas do século), o Foreman, o Ken Norton, o Sonny Liston (bem antes), o Spinks (depois).
Se Tyson não tivesse feito suas cagadas (com a primeira derrota do Buster Douglas, precoce e inesperada), certamente teria ele um longo reinado, mesmo porque não tinha opositores à altura. Mesmo assim não estaria à altura do bom e velho Cassius Marcellus.
É o paralelo que faço com o Schumacher: digamos que ele seja um Lennox Lewis melhorado. . O ciclo dos "grandes dinossauros" já estava encerrado.
VICTOR escreveu:O Schumi nunca fez nenhum clássico real. Sem contar que, eticamente, é um vigarista safado. Lembremos do primeiro título, quando ele bateu sozinho no muro e teve o desplante de arremessar o carro avariado no Damon Hill. E dois anos depois ainda tentou fazer o mesmo com Jacques, foi pura sorte ter dado errado pra ele.
P44 escreveu:As