EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

PARCERIA tecnológica e de mercado, mas cada uma permanece independente
61
36%
ASSOCIAÇÃO, onde há interpolações mas continuam independentes
53
31%
FUSÃO, onde ambas se tornam uma só
8
5%
COMPRA, onde a Boeing absorve a EMBRAER e todos os seus produtos
10
6%
NÃO para tudo, as coisas devem permanecer como estão
38
22%
 
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J.Ricardo
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#76 Mensagem por J.Ricardo » Sex Dez 29, 2017 10:27 am

Só um detalhe, o GF não vai receber nada, quem vai receber serão os acionistas que vão vender sua parte.
Ela é privada e de capital aberto, difícil do povo entender isso... Esse Golden Share na verdade é bem dourada, pois vai render um boa grana por baixo dos panos pro pessoal parar de dar trabalho...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Frederico Vitor
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#77 Mensagem por Frederico Vitor » Sex Dez 29, 2017 11:25 am

Editorial DefesaNet - Brasileiros Bonzinhos!!

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No imaginário do cidadão brasileiro a EMBRAER é real motivo de orgulho e que voar, em suas aeronaves, no Brasil ou em qualquer parte do mundo mostra um país empreendedor. Uma VENCEDORA, que nos voamos juntos!

A mensagem do CEO da EMBRAER, Paulo Cesar Silva, ao corpo diretivo, distribuída via a rede intranet da empesa, tem uma frase enigmática para uma realidade desconhecida para os brasileiros. O mundo da 3ª fabricante mundial de aeronaves comerciais, está um pouco longe da visão idílica e positiva que os brasileiros fazem.

“Por isso, fiquem tranquilos com relação ao futuro da EMBRAER. Qualquer que seja o formato, combinação ou parceria, o objetivo será o sucesso e o crescimento da companhia e a preservação de empregos. Tenham certeza de que eu não estaria discutindo essa possibilidade se não fosse para benefício da Embraer, de vocês e das gerações futuras.”

A ordem dos objetivos colocada pelo CEO está correta porém o que podemos dizer que faltou um adendo “a preservação de empregos? Para quem? Para Brasileiros?”.

Nos últimos anos a administração começou um plano estratégico, que pouco tinha a ver com o Brasil. Discretamente começou a mover suas instalações para fora de São José, primeiro para escapar de um feroz sindicato, e depois à busca de créditos no Brasil (escritórios engenharia em MIG e SC).

Adquire a portuguesa OGMA, para fabricar componentes usinados de grandes dimensões, e lógico buscar créditos do governo português.

As instalações na Flórida expandem-se rapidamente levando para lá um Centro de Engenharia Avançada, adquirindo uma fábrica de assentos e 100% da produção de Jatos Executivos.

O anúncio da associação da europeia AIRBUS com a canadense BOMBARDIER só pavimentaria o anúncio da instalação da montagem e / ou fabricação dos E2 nos Estados Unidos.

Instalar unidades nos Estados Unidos é uma iniciativa já feita pela AIRBUS, que tem uma planta em Mobile, Alabama, inaugurada em 2015, para a linha dos A320. E a DASSULT AVIATION, uma planta de finalização dos jatos executivos Falcon, em Wilmington, Delaware.

O mundo da indústria aeronáutica é uma contínua sucessão de sustos. Dizia Mauricio Botelho, que uma consequencia dos atentados de 11 Setembro, foi tornarem cinzas os pré-contratos para os E-Jets, já encaminhados, que estavam em sua mesa.

Assim que foram publicadas as notícias sobre as tratativas entre as duas corporações: BOEING e a EMBRAER, uma chuva de artigos, posicionados tanto à esquerda como à direita no espectro político, conseguiram dizer tudo, menos qualquer análise aproximada da realidade atual. Aliás, o que realmente ocorreu foi um festival de insanidades publicadas, em todas as tendências as editorias com as mais variadas tendências políticas.

Ninguém comentou que o contribuinte brasileiro tem sido o grande empregador da indústria aeroespacial ....... americana.

O BNDES publicou seu Livro Verde, a edição final e revisada no mesmo dia do anúncio do possível acordo EMBRAER – BOEING.

Vejam na primeira tabela que a EMBRAER foi a segunda empresa a receber créditos entre 2001-2016 em um total de R$ 85,9Bilhões.

Imagem

O que a EMBRAER busca são créditos, financiamentos e nos últimos anos expandiram empregos em outros países como a maioria das empresas “Campeãs Nacionais”, fatídico programa do BNDES.

Imagem

A quase totalidade das exportações de produtos manufaturados do Brasil para a os Estados Unidos são aeronaves da EMBRAER. Cerca de 60% do valor de uma aeronave, são equipamentos fornecidos pelos Estados Unidos. Assim o contribuinte brasileiro financia a exportação de componentes americanos que retornarão aos Estados Unidos

Dos US$ 14 Bilhões de produtos exportados aos Estados Unidos, US$ 8,4 Bilhões, são produtos americanos retornando financiados pelo contribuinte brasileiro.

Porém, ninguem em Brasília (Congresso e Planalto) e a imprensa nunca ousou cobrar uma posição do Ícone Sagrado.

Cabe a pergunta. No acordo a conta do financiamento ficará com a insana política e desastrosa política das “Campeãs Nacionais” do BNDES?

Para terminar o Centro de Desenvolvimento UBER-EMBRAER, que desenvolverá alternativas futuras de transporte para as áreas urbanas, ficará nos Estados Unidos. Com empregos gerados para jovens engenheiro americanos.

Que Brasileiros Bonzinhos!!!!!!!

FONTE: http://www.defesanet.com.br/embraer/not ... nzinhos--/
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#78 Mensagem por Túlio » Sex Dez 29, 2017 11:34 am

Frederico Vitor escreveu:Editorial DefesaNet - Brasileiros Bonzinhos!!

FONTE: http://www.defesanet.com.br/embraer/not ... nzinhos--/
Obrigado por postar. Tinha lido mais cedo mas não quis fazê-lo (detesto postar duas vezes seguidas no mesmo tópico).

E agora vamos ver o chororô da patriotada: os executivos (Phenom, p ex) são 100% Made in America, os E-Jets estão de malas prontas e, a cereja do bolo, o BNDES usa o meu mirrado dinheirinho de PAGADOR DE IMPOSTOS para financiar a importação de componentes dos EUA para botar nos jatos da EMBRAER e depois financia de novo para exportar de volta para lá.

Segue o barco. :roll: :roll: :roll: :roll:
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#79 Mensagem por Frederico Vitor » Sex Dez 29, 2017 11:43 am

Jungmann descarta hipótese de fatiamento da Embraer

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O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou nesta quinta-feira um fatiamento da Embraer que colocasse parte da fabricante de aeronaves -da qual o governo brasileiro tem ações com direito a veto- numa negociação para venda do controle.

Falando a jornalistas, Jungmann reiterou que o governo aceita discutir parcerias comerciais, mas não abre mão de manter o controle da empresa.


Na semana passada, Boeing e Embraer admitiram que discutiram uma combinação de negócios. A ação da Embraer subiu 22,5 por cento, maior alta diária desde 1999.

"Nenhum país do mundo abre mão do controle de uma empresa como essa. Tem um núcleo dela, que é a defesa, que é inalienável", disse ele, citando exemplos de empresas americanas e europeias que atuam na área comercial e militar.

Segundo o ministro, a área da defesa dentro da Boeing é "siamesa" do setor de aviação comercial. Ele destacou que a área de pesquisa da Embraer impulsiona o setor comercial da empresa.

Jungmann disse que vai pedir explicações ao representante da Aeronáutica no conselho de administração da Embraer sobre as tratativas com a Boeing. O ministro leu um artigo do estatuto da Embraer que diz que o governo brasileiro teria de ser informado previamente de quaisquer tratativas com outras empresas.

O ministro mostrou-se preocupado com informações de que negociações teriam ocorrido à revelia do conhecimento do governo. Mas ressaltou que não tratou disso como verdade. "Não estou dizendo que isso aconteceu", frisou.

Nesta quinta-feira, a ação da companhia brasileira caía 0,7 por cento às 13h43. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,37 por cento.

FONTE: http://www.defesaaereanaval.com.br/jung ... a-embraer/
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#80 Mensagem por Bourne » Sex Dez 29, 2017 2:09 pm

Túlio escreveu:
Frederico Vitor escreveu:Editorial DefesaNet - Brasileiros Bonzinhos!!

FONTE: http://www.defesanet.com.br/embraer/not ... nzinhos--/
Obrigado por postar. Tinha lido mais cedo mas não quis fazê-lo (detesto postar duas vezes seguidas no mesmo tópico).

E agora vamos ver o chororô da patriotada: os executivos (Phenom, p ex) são 100% Made in America, os E-Jets estão de malas prontas e, a cereja do bolo, o BNDES usa o meu mirrado dinheirinho de PAGADOR DE IMPOSTOS para financiar a importação de componentes dos EUA para botar nos jatos da EMBRAER e depois financia de novo para exportar de volta para lá.

Segue o barco. :roll: :roll: :roll: :roll:
Ué... exportação de bens complexos e maior tecnologia implicam em maior importação de componentes e tecnologia. O ganho para o país é o valor que é agregada. Isso vale para Brasil, Coreia, China ou EUA. Esse é o padrão de comércio entre países desenvolvidos e com industrias sofisticadas. O texto usa dados forçados sobre dados de comércio e Embraer.

A parte das "campeãs nacionais" de fato é uma política que nasceu errada. Não por incentivar investimento direto estrangeiro, mas por criar distorções em setores que não precisam de ajuda devido a certas empresas escolhidas terem vantagens que não teriam no mercado. Assim destruindo a concorrência, reduzindo produtividade e matando possíveis concorrentes. Além de representar uma distorções no conceito de banco público, crédito subsidiado e custo fiscal.

No entanto, o texto força a barra do custo. Os recursos do BNDES não saem do orçamento pago por impostos. O que sai é a equalização dos juros que e a diferença entre custo de mercado e os dados as beneficiadas. Assim é bem menor do que o texto diz. Os recursos saem de mecanismos de poupança compulsório como FAT e FGTS, também de dívida pública com as captações do tesouro. Não são a fundo perdido.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#81 Mensagem por Cassio » Sex Dez 29, 2017 3:15 pm

Excelente post Bourne.

O artigo do Defesa Net apresenta dados, mas distorce completamente a sua interpretação para dar razão a sua "visão" das coisas... não sei se é por ignorância ou é "de caso pensado mesmo".

O BNDES existe para isso mesmo... fomentar a indústria nacional e por conseguinte o desenvolvimento do país.

Apenas para citar alguns erros do artigo:

Adquire a portuguesa OGMA, para fabricar componentes usinados de grandes dimensões, e lógico buscar créditos do governo português.
Usinagem não é a especialidade da OGMA. Quem faz isso é a fábrica de Évora.

As instalações na Flórida expandem-se rapidamente levando para lá um Centro de Engenharia Avançada, adquirindo uma fábrica de assentos e 100% da produção de Jatos Executivos.
Sim, foi comprada uma fábrica de assentos e isso só expande o contéudo Embraer nas aeronaves, além da empresa adquirir novo expertise.
Não, apenas os Phenom 100 & 300 tem todas suas unidades montadas lá (veja bem, disse montadas), porque toda sua estrutura (asas, fuselagens, deriva, estabilizador, carenagens, etc) são feitos no Brasil. Toda a engenharia destes projetos ainda é sediada aqui.
Apenas uns poucos Legacy 450 & 500 são montados por lá... A grande maioria sai da linha de montagem de SJK. Já os Legacy 650 e Lineage são inteiramente montados em SJK.
O centro de engenharia avançada tem o foco nos interiores das aeronaves executivas, sendo sua especialização, portanto não é um centro de engenharia para projeto de aeronaves, como pode deixar a entender o artigo.

Dos US$ 14 Bilhões de produtos exportados aos Estados Unidos, US$ 8,4 Bilhões, são produtos americanos retornando financiados pelo contribuinte brasileiro.
As importações contam com isenções fiscais, o que vale para todos outros ramos da indústria de bens para exportação. Já o financiamento das exportações não é feito diretamente para a Embraer, e sim para os clientes dela. Estes (em 2017 27% das entregas foram financiadas pela BNDES) financiamentos são empréstimos feitos às empresas que compram as aeronaves, a taxas de juros competitivas, e são exigidas garantias de pagamento e os mesmos tem sido pagos regularmente.
Aliás bem diferente do que acontece com financiamentos a governos de países "alinhados ideologicamente com o PT", para obras executadas pelas empreiteiras nacionais. Já tomamos calotes e bem grandes.
O BNDES não faz nada muito diferente neste caso dos aviões do que faz o Eximbank dos EUA.

Mesmo que se importe 60% do valor de uma aeronave, ainda assim existem outros 40% de valor agregado... depois tudo isso é exportado gerando divisas ao país.

A Alemanha compra grão de café do Brazil... torra o grão e enfia dentro de uma cápsula... Importamos cápsulas Nespresso a peso de ouro de um país que não tem um pé de café, e pior, o pó que está dentro veio dos cafezais daqui mesmo!!!!

Então, o que há de errado em se importar componentes, agregar tudo com uma estrutura produzida aqui, usar nossa engenhaira para tornar isso um produto de alto valor agregado, e depois exportar?

Se o problema é o financiamento... bem, todas as exportações de aeronaves são financiadas, no mundo inteiro. Boa parte delas com dinheiro de órgão estatais de incentivo a suas economias.

Tenho muito orgulho do que a Embraer faz, e não são artigos como este que vão me tirar este orgulho. Aliás, trabalho na empresa a mais de 20 anos, e tenho muito orgulho disso.
Isso não me faz um "cego", apenas me faz enxergar a coisa por outro prisma.

A empresa está se internacionalizando sim. E isso é ótimo.
Quando uma GM vem aqui instalar uma fábrica... estes caras dizem: olha que espertos, vem aqui se aproveitar da nossa mão de obra barata e depois remetem os lucros para o exterior.
Quando uma Embraer monta uma fábrica nos EUA... estes mesmos caras dizem: que empresa FDP, vai dar emprego pros americanos e deixar nossa mão de obra e ver navios, e tudo com dinheiro do BNDES (o que é falso). Engraçado não comentarem que, da mesma forma, os lucros são remetidos agora no sentido contrário...
Além do mais, montar os jatos Phenom nos EUA mantém os empregos no Brasil, e não os diminui.

Mas cada um vê a verdade que quer...

Como disse um amigo. Tecer estas críticas pelo que se lê nos jornais e relatórios, estando confortavelmente com a bunda sentada numa cadeira atrás do PC é muito fácil.
Editado pela última vez por Cassio em Sex Dez 29, 2017 5:22 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#82 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 29, 2017 4:13 pm

Cássio, acho que concordo com quase tudo no seu texto.
Ninguém aqui é contra internacionalizar a empresa, pelo contrário, para sobreviver atualmente isso é necessário. Isso inclusive já acontece, como você bem falou.
Porém a questão que fica é: a Embraer precisa da Boeing para isso? Na minha opinião, não.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#83 Mensagem por Cassio » Sex Dez 29, 2017 5:19 pm

Bolovo... Não sei se precisa.

Depende muito do que estão negociando.

Eu acho que poderá ser muito bom para a empresa nos casos de:
> Formação de uma JV para novos desenvolvimentos.
> Associação para venda conjunta do portfólio completo... Com a união dos setores de vendas e suportes ao cliente da aviação comercial, permanecendo os setores de engenharia e produção distintos.

Eu não sou favorável a:
> Negociação do controle da empresa, mesmo que seja de apenas uma parte dela (no caso da empresa ser desmembrada). Pelo que foi noticiado o GF não quer o repasse do controle (usará a Golden Share) e nem o desmembramento da empresa.
> União dos setores de engenharia (a não ser no caso da JV para um desenvolvimento conjunto de uma nova aeronave).
> Mudança da produção dos EJet´s para os EUA. A não ser que o mercado aumente tanto, que somente a linha daqui não dê conta.

Outros modelos que não imagino quais sejam e que eventualmente estejam na mesa de negociação, eu não tenho como emitir opinião.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#84 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Dez 29, 2017 9:56 pm

Túlio escreveu:E agora vamos ver o chororô da patriotada: os executivos (Phenom, p ex) são 100% Made in America
Quer dizer, americanos suam para construir nossos aviões e depois nos pagam por isso, como poderia ser melhor?

É estranho no Brasil ter tanta gente que prefere pagar para trabalhar para os outros, e depois aind tenho que ler que brasileiro é vagabundo...
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#85 Mensagem por pmicchi » Sex Dez 29, 2017 10:01 pm

sou contra pois, ao mer ver, a Boeing só quer matar um futuro concorrente. E por experiencia profissional própria, eu sei que quando o grande compra o pequeno, o menor desaparece sempre.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#86 Mensagem por Wingate » Sáb Dez 30, 2017 3:03 am

pmicchi escreveu:sou contra pois, ao mer ver, a Boeing só quer matar um futuro concorrente. E por experiencia profissional própria, eu sei que quando o grande compra o pequeno, o menor desaparece sempre.
De acordo! É a lei da selva do mundo dos negócios...vide Vemag, Fábrica Nacional de Motores e tantos outros exemplos do passado.

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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#87 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 30, 2017 10:28 am

Wingate escreveu:
pmicchi escreveu:sou contra pois, ao mer ver, a Boeing só quer matar um futuro concorrente. E por experiencia profissional própria, eu sei que quando o grande compra o pequeno, o menor desaparece sempre.
De acordo! É a lei da selva do mundo dos negócios...vide Vemag, Fábrica Nacional de Motores e tantos outros exemplos do passado.

Wingate
Tenho sérias dúvidas, ainda que parciais: faz mais de meio século (desde antes do 707, me parece) que a Boeing não tem aeronave regional em seu portfólio e agora a Airbus passou a ter. Nenhum cenário em que a EMBRAER fosse simplesmente extinta faria qualquer sentido, eis que a verdadeira concorrente é a Airbus, e agora potencializada com uma linha de aeronaves regionais que pode inclusive ameaçar o 737 (isso se não o detonar mesmo, pois o CSeries é muitíssimo mais moderno); até aí discordei, já sobre o resto, bueno, creio que VOSMEÇÊS têm razão: uma associação ou sei lá o que manteria a benchmark, adicionaria coisas que a Boeing não tem, incluindo uma fatia de mercado bem maior do que a adquirida pela Airbus nos regionais e ainda frearia as intenções que já são óbvias há anos da EMBRAER em se aventurar por áreas que competiriam com a própria Boeing (ou seja, um potencial concorrente já não mais o seria). Seguiria cada uma em sua seara e colaborando com a outra, numa simbiose perfeita.

É bem mais - aparentemente - do que a Airbus conseguiu...
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#88 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 30, 2017 2:31 pm

A Embraer não e meteria sozinha nessa briga de cachorro grande entre Airbus e Boeing sem estar totalmente segura de que aguentaria o tranco. O exemplo canadense com o C-Series (projeto de 100 a 240 pax) está aí para não deixar dúvidas.

E ademais, porque a Embraer se daria o trabalho de desenvolver uma versão mais avançada dos E-Jet's E-1, que até hoje ainda vende muito bem obrigado, e com domínio de mercado por volta de 40% a 50%, se não tivesse plena certeza de que haveria mercado para ele na seara regional? Pois bem, tanto existe quanto é suficientemente grande para manter a empresa por muitos anos a frente da concorrência.

Querem mais? O projeto E-2 foi lançado com mais de 600 undes negociadas entre vendas e opções, e hoje já está quase chegando à 800 undes, e isso sem sequer o primeiro ter sido entregue a cliente algum. Melhor do que isso pra quê? Segundo a própria Embraer existe mercado para os E-2 na casa das 6 mil undes nos próximos 10/15 anos, pelo menos. E a linha de produção dos E-1 ainda vai estar ocupada por pelo menos mais uns 5 anos. A fora isso existem estudos para se voltar a projetar e produzir um novo turbo-hélice regional.

Agora, me digam, para quê mesmo a Embraer precisa da Boeing na seara comercial? Nada, eu digo.

Quem está precisando matar dois coelhos com uma só cajadada são os americanos, que viram seu maior rival passar-lhes uma baita de uma rasteira dentro de casa, e sem ter como responder. E o Trump pode fazer o que quiser, pois enquanto a planta industrial da Airbus estiver fazendo CSeries em solo americano, ele não vai mexer uma palha para ajudar a Boeing.

Enfim, quem precisa de quem mesmo? Nós é que não.

abs.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#89 Mensagem por Duka » Sáb Dez 30, 2017 8:36 pm

Acredito que se a Embraer não se associar com a Boeing, inevitavelmente a Boeing irá desenvolver sua própria linha de aviões regionais. Nesse caso, aquilo que a Embraer sabiamente evitou durante anos, concorrer com as gigantes, se materializará contra a sua vontade (não será a Embraer que irá subir, e sim as outras que irão descer).

Então, nesse caso, uma parceria no setor de vendas e pós-venda pode ser algo desejável (ou até mesmo necessário), para sobreviver nesse novo cenário.
Abraços
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?

#90 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 30, 2017 8:41 pm

Duka escreveu:Acredito que se a Embraer não se associar com a Boeing, inevitavelmente a Boeing irá desenvolver sua própria linha de aviões regionais. Nesse caso, aquilo que a Embraer sabiamente evitou durante anos, concorrer com as gigantes, se materializará contra a sua vontade (não será a Embraer que irá subir, e sim as outras que irão descer).

Então, nesse caso, uma parceria no setor de vendas e pós-venda pode ser algo desejável (ou até mesmo necessário), para sobreviver nesse novo cenário.
Sei lá, aí tenho que concordar com o FCarvalho, quantos trocentos USD bilhões vão ter que gastar para isso? Até talvez desse nos tempos do OBRAHMA, já hoje acho brabo. Vão ter que partir de tecnologias que não têm para chegar não sabem onde. Sério que te parece viável em uma economia focada no mercado?
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