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Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 6:16 pm
por LeandroGCard
Um documento excelente está neste link:

http://www.raketenspezialisten.de/pdf/j ... orlage.pdf

Está em inglês e mostra a evolução dos motores da URSS a partir do motor da V-2 ou A-4 até o RD-107.

Leitura muito boa. Recomendo.

[ ]s

Miraglia
Já baixado, obrigado por mais uma dica.

Leandro G. Card

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sáb Jun 05, 2010 6:58 pm
por ZeRo4
Miraglia, você citou a AirLaunch que tem um projeto interessante. Li muito sobre concepções de projetos lançados do ar. Lembro de que a Koslowa tinha em mente um lançador na faixa dos 500kg LEO seria muito interessante para o Brasil, não para aplicações comerciais, mas por questões de desenvolvimento.

Tendo em mente as vantagens dos sistemas lançados do ar, você acha que valeria a pena deixar de lado o VLS e seguir esse caminho?

Forte Abç!

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Jun 07, 2010 12:07 pm
por miraglia
ZeRo4

Eu considero as soluções "Air Launch" muito eficazes e de custo extremamente competitivo.

A CNES está desenvolvendo o projeto Aldebaran, veja o vídeo no link:

http://www.flightglobal.com/blogs/hyper ... .html#more

Um lançador de pequeno porte lançado de um Rafale, é uma solução fantástica.

Eu estou desenvolvendo um estudo sobre um lançador deste tipo para o Brasil. Infelizmente a maior dificuldade será a quebra de paradigmas.

Acho o VLS um lançador interessante mas extremamente complexo para ser nosso primeiro lançador, deveriam ter optado por algo mais convencional. Não acho que deve ser abandonado mas sim aperfeiçoado, é um lançador para estudos, quase acadêmico, e assim deve ser tratado.

A solução Air Launch é muito competitiva para colocação de micro satélites em órbita, perfeita para inicitiva privada explorar.

Abraço

Miraglia

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Jun 07, 2010 7:23 pm
por ZeRo4
Miraglia, já tinha visto esse visto esse vídeo e realmente essa proposta de utilizar o Rafale como primeiro estágio é excelente!

Quanto a AirLaunch e relação que tracei com o VLS... bem, na minha opinião as principais vantagens de se lançar do avião é que não precisamos de uma infraestrutura "gigantesca" como a que temos no VLS, é mais fácil de integrar o foguete, sem necessidade de montá-lo naquele torre frankenstein ou verticalizá-lo (tenho em mente que seria muito difícil verticalizar o VLS e isso, talvez, explique essa estranha torre adotada somente no PEB).

Então, pensei que de certa forma, seria interessante o Brasil juntar tudo que conseguiu até agora e partir para um sistema lançado de um avião nos mesmos moldes do Pegasus, sendo que talvez poderíamos ter um foguete de combustível híbrido e/ou com um terceiro estágio líquido usando alimentação por pressurização.

Acho que o desenvolvimento e os riscos seriam bem menores do que outra tentativa do VLS... a impressão que eu tenho é que se o VLS falhar mais uma vez... ADEUS PEB! e do jeito que as coisas estão, acho mais fácil termos outra falha do que um sucesso.

Forte Abç e continue com o bom trabalho!

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sáb Jun 12, 2010 3:30 pm
por LeandroGCard
ZeRo4 escreveu: Quanto a AirLaunch e relação que tracei com o VLS... bem, na minha opinião as principais vantagens de se lançar do avião é que não precisamos de uma infraestrutura "gigantesca" como a que temos no VLS, é mais fácil de integrar o foguete, sem necessidade de montá-lo naquele torre frankenstein ou verticalizá-lo (tenho em mente que seria muito difícil verticalizar o VLS e isso, talvez, explique essa estranha torre adotada somente no PEB).
Olá Zero,

A questão do VLS é esta mesma que você colocou, seria muito difícil e perigoso integrá-lo na horizontal e depois levantá-lo para a posição vertical, por isso a necessidade da complexa e cara TMI. Mas isto não é uma característica só do PEB, os americanos também integravam o Saturno-5 e os shuttles na vertical. O PSLV indiano também é integrado na vertical, assim como o Ariane-V (veja imagem e link abaixo).

Para que um foguete possa ser lançado de uma aeronave ele deve ter um projeto preparado especificamente para isso. Mas pode-se tomar o mesmo cuidado com o projeto de foguetes lançados do solo, eliminando a necessidade da integração vertical e simplificando em muito as instalações de integração e lançamento.


Leandro G. Card



Foguete PSLV indiano com sua torre de integração (muito parecida com a TMI, porém bem maior) aparecendo atrás.
Imagem


http://spacefellowship.com/news/art1090 ... -2009.html

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Set 10, 2010 12:24 am
por Grifon
Foguete nacional só deve decolar em 2015

Imagem

Sete anos após o incêndio que matou 21 pessoas na base de Alcântara, Maranhão, finalmente a torre de lançamento do VLS-1, o Veículo Lançador de Satélites brasileiro, está quase completa. Ela será inspecionada nesta quinta-feira pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

O foguete, porém, só deve realizar um lançamento completo em 2015, quase uma década depois da promessa inicial do governo. A previsão consta de um documento do Ministério da Ciência e Tecnologia. Nele, o primeiro voo de teste do VLS-1, com apenas dois de seus quatro estágios, está agendado para 2012 ou 2013. Um teste do foguete completo, mas sem carga útil, ocorre até 2014.

O brigadeiro Francisco Pantoja, diretor do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), órgão da Força Aérea que desenvolve o VLS, diz que o lançamento em 2015 só acontece no pior cenário. “Pode ser que o voo com carga útil aconteça antes. Tudo depende dos resultados dos ensaios”, diz.

Em agosto de 2003, quando a torre de integração do foguete pegou fogo, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, prometeu o VLS para 2006.

Mas problemas na licitação da nova torre impediram que o IAE cumprisse o cronograma. Além disso, o projeto sofreu uma revisão completa, que levou à necessidade de novos testes.

ESTRANHO NO NINHO

Enquanto o VLS não vem, o país espera poder lançar de Alcântara outro foguete, o ucraniano Cyclone-4. O Brasil criou com a Ucrânia uma empresa binacional, a ACS (Alcântara Cyclone Space), para vender lançamentos de satélite.

A empresa, cujo diretor brasileiro é Roberto Amaral, foi instituída em 2006. Ela terá sua pedra fundamental lançada hoje por Rezende. A presença da ACS dentro do CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara) incomoda militares, pois cria competição por recursos do programa espacial.

Enquanto o projeto do VLS e a infraestrutura associada estão no patamar dos R$ 60 milhões por ano, os investimentos em centros de lançamento –que incluem o CLA, mas também o sítio do Cyclone-4– chegaram a R$ 200 milhões em 2009.

O VLS é considerado por especialistas um “beco sem saída” tecnológico. Ele pode levar cargas úteis de apenas 150 kg, um décimo do peso de satélites como o sino-brasileiro CBERS. Rezende reconhece a limitação, mas aposta que o VLS poderia cada vez mais ser usado para microssatélites, tendência no setor.

Enquanto isso, o MCT quer usar o Cyclone para lançar um trio de satélites do Inpe a partir de 2012: o Amazônia-1 (de monitoramento de florestas), o Lattes (de astrofísica) e o GPM-Br (meteorológico).

FOnte: FSP/Poder Aereo

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Set 10, 2010 10:20 am
por LeandroGCard
Grifon escreveu:Enquanto isso, o MCT quer usar o Cyclone para lançar um trio de satélites do Inpe a partir de 2012: o Amazônia-1 (de monitoramento de florestas), o Lattes (de astrofísica) e o GPM-Br (meteorológico).

FOnte: FSP/Poder Aereo
Deve-se prestar muita atenção neste tipo de coisa. O Cyclone-4 é um foguete relativamente grande, pode colocar mais de 5 toneladas em órbita em cada lançamento. Já os satélites brasileiros em projeto no INPE eram todos relativamnete pequenos, pois estavam restringidos pelas limitações de carga do VLS. Mesmo que seus projetos tenham sido refeitos duvido muito que qualquer um deles alcance uma tonelada de peso. Estaremos assim comprando um foguete muito super-dimensionado para cada carga especificada, e muito provavelmente pagando mais caro por isso. O programa espacial brasileiro estaria gastando recursos escassos para subsidiar a fábrica de foguetes ucraniana, apenas para que os satélites decolem de nosso território.

Uma forma de reduzir o custo seria colocar todos os satélites em órbita em um único lançamento, o que é perfeitamente possível. Mas neste caso existem problemas de prazo (um satélite está previsto para 2012, outro para 2013 e o último para 2016), de órbitas (realmente não sei se todos estes satélites operarão em órbitas compatíveis com um lançamento único) e seria necessário desenvolver um sistema de dispensa de múltiplos satélites (quem vai bancar isso?). Além disso o risco seria bem maior, uma única falha no lançamento e todos os três satélites estariam perdidos de uma só vez.

Os programas de satélites brasileiros estão sendo prejudicados há vários anos pela falta de disponibilidade de um lançador, já que o VLS só deverá estar mesmo disponível após 2014. Mas mesmo com a disponibilidade do Cyclone-4 isto talvez não melhore muito, pois a diferença de capacidades entre os dois foguetes é enorme (350Kg para o VLS e 5.300 Kg para o Cyclone-4), e não teríamos nada disponível no meio, que é onde a maioria dos nossos satélites deveria estar.


Leandro G. Card

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Set 10, 2010 11:37 am
por Skyway
Pô, com 5 toneladas de capacidade, bota os 3 satélites, um sanduíche de salaminho e o Seu Zé da borracharia.

Economizamos nos satélites e ainda colocamos em órbita pela primeira vez um astronauta brasileiro de verdade e um sanduíche de salaminho.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sáb Set 11, 2010 8:27 pm
por Centurião
Ou melhor, coloca um satélite de comunicação.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qua Set 15, 2010 6:29 am
por P44
Brazilian delegation arrives in Ukraine for military, space talks

A military delegation from Brazil will arrive in Ukraine on Wednesday for three-day talks on military and space cooperation, the Ukrainian Defense Ministry said.

The delegation will visit several military and space facilities, the statement said.

Ukrainian Defense Minister Mykhaylo Yezhel and his Brazilian counterpart Nelson Jobim are to sign an agreement on military cooperation after the talks, it added.

Ukraine and Brazil set up a join venture, the Alcantara Cyclone Space, in 2006, as part of a large-scale program to send the Cyclone-4 Launch Vehicle into space by 2012.



KIEV, September 15 (RIA Novosti)

http://www.en.rian.ru/exsoviet/20100915/160594430.html

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Jan 03, 2011 10:55 am
por Marino
Aeronáutica quer novo foguete nacional
Ele substituiria, a partir de 2020, o VLS-1, que pegou fogo em 2003, matando 21 pessoas na base de
lançamento
Alto custo do projeto entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia pode ser entrave para a para a sua
execução
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
A Aeronáutica está planejando um novo foguete lançador de satélites brasileiro. O VLS-Beta, como está
sendo chamado, deve substituir a partir de 2020 o malfadado VLS-1, que pegou fogo em 2003, matando 21
pessoas.
O VLS-Beta integra uma proposta entregue na semana passada à equipe do ministro Aloizio Mercadante
(Ciência e Tecnologia). Ela foi elaborada pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial), da
Força Aérea Brasileira, pelo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela AIAB (Associação das
Indústrias Aeroespaciais do Brasil).
Seu objetivo é aproveitar o governo que entra para influir no rumo da política espacial, que sofre
cronicamente de falta de planejamento, financiamento e integração entre seus atores.
A conta apresentada a Mercadante é salgada: para o setor de satélites, seriam R$ 500 milhões por ano a
partir de 2016. O desenvolvimento de foguetes nacionais precisaria de R$ 160 milhões ao ano, subindo para R$
210 milhões de 2016 a 2017.
Para comparação, todo o PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) terá em 2011 R$ 350
milhões.
O que as três instituições prometem em troca é o desenvolvimento de um parque industrial de alta
tecnologia -algo equivalente ao que a Embraer representa hoje.
CRUZEIRO DO SUL
O VLS-Beta integra a família de lançadores Cruzeiro do Sul, substituta do VLS.
Ele representa uma inovação em relação ao VLS-1, um projeto da década de 1980 que caducou e é
considerado um "beco sem saída tecnológico", incapaz de colocar em órbita cargas maiores que 150 kg
(satélites de observação pesam dez vezes isso).
O VLS-1, cujo voo inaugural será em 2015, tem um sistema de propulsão considerado antiquado, com
quatro motores no primeiro estágio.
A Aeronáutica quer concluí-lo como "demonstrador tecnológico", mas sabe que o foguete não tem futuro.
O Beta teria só um motor no primeiro estágio e poderia colocar em órbita satélites já em desenvolvimento
no país, como os da série Amazônia (de monitoramento da floresta) e Lattes (de pesquisa de clima espacial e
de raios-X).
Antes de o Beta ficar pronto, porém, o DCTA quer usar uma evolução do VLS-1, batizada Alfa, para
lançar satélites do Inpe a partir de 2015.
A parte alta do foguete, crucial para transportar a carga útil, seria desenvolvida em parceria com algum
país que domine a tecnologia.
A Aeronáutica trabalha também, com a Alemanha, no desenvolvimento de um foguete pequeno, o VLM-1,
a ser lançado a partir de 2015.
Os dois foguetes são uma resposta dos militares à parceria Brasil-Ucrânia para lançar o foguete
ucraniano Cyclone-4 a partir de Alcântara, com fins comerciais.
O ex-ministro Sergio Rezende (PSB) apostou nela para suprir a deficiência do VLS-1. A Aeronáutica
nunca engoliu o Cyclone, que abocanha recursos que poderiam ser do foguete nacional.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Jan 03, 2011 12:28 pm
por Brasileiro
Muito bom! O VLS-Beta não terá nada comum em relação ao VLS-1. Usará um motor bobinado de propelente sólido de 40 toneladas. O segundo e o terceiro estágio são arranjos de motores L-75. A capacidade é de 800 kg em 800 km.

O maior problema ainda é a questão urgente dos recursos humanos. É preciso concurso urgente para centenas de engenheiros e técnicos para o IAE, senão tudo vai parar.

E sobre o dinheiro, não acho nada absurdo 500 milhões apartir de 2015. Até 2020 o nosso PIB já será quase 40% maior (se seguir bem) e teremos os recursos do pré-sal obrigatórios para o MCT.

Então... mãos à obra.


abraços]

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Ter Jan 04, 2011 1:23 am
por Glauber Prestes
O IAE firmou um convênio com a faculdade, pra ver se alguém vai trabalhar por lá, porque a média de idade realmente assusta!

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Ter Jan 04, 2011 3:16 pm
por Brasileiro
Cara, o IAE precisa de MUUITA gente... Centenas, algo próximo de mil, só o "urgente", porque mais pre frente vão precisar de mais ainda.
Vão ter que dar um jeito de abrir um concursão e depois treinar esse pessoal para continuar com o que já está sendo feito.

Além de pesquisadores, precisam de engenheiros propriamente ditos, que não vão estar lá em busca de títulos acadêmicos, mas matar os leões que aparecerem, de forma objetiva. Isso talvez vá de encontro com a estratégia que querem fazer de repatriar alguns cientistas.
Mais do que repatriar, talvez seja interessante trazer uma meia dúzia de 'cabeçudos' lá da Rússia, dos EUA, da China ou até do Irã para nos quebrar um galho, com a experiência deles, no nosso programa espacial. Foi isso que fez o CEITEC na área de semicondutores, o chefe deles, se não me engano é um experiente alemão.

Pra fazer um foguete como o VLS-Beta muita coisa nós já dominamos, mas precisamos de gente para fazer acontecer. Sensores inerciais, controle de vôo, materiais, etc, tudo isso já não é nada tão de outro mundo como já foi antigamente. Mas precisamos de gente, muita gente.



abraços]

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Ter Jan 04, 2011 6:07 pm
por RobertoRS
E porque não recorrer à especialistas estrangeiros?