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Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 7:19 am
por Clermont
EBC PAGA R$ 1,2 MI A JORNALISTA PRÓ-GOVERNO.

Folha de São Paulo / Blog do Noblat - 11.3.2010.

Luís Nassif diz que "notória especialização" justifica contratação sem licitação pela estatal que mantém TV Brasil

O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil.

A empresa de Nassif, Dinheiro Vivo Agência de Informações, produz um debate semanal, de uma hora, e cinco filmetes semanais de três minutos.

Do R$ 1,28 milhão do contrato, o jornalista fica com R$ 660 mil anuais a título de remuneração, o que equivale a salário de R$ 55 mil. Os pagamentos começaram em agosto. O programa estreou segunda-feira.

À Folha, por e-mail, Nassif afirmou que os insumos de produção cresceram de forma "não prevista no contrato original", por conta de "demandas adicionais da EBC", e que a parte destinada à Dinheiro Vivo corresponde a R$ 49 mil brutos mensais (ou R$ 39 mil líquidos), e não R$ 55 mil.

Os outros R$ 558 mil do contrato são destinados ao pagamento de uma equipe de nove pessoas e à compra de equipamentos. A gravação do debate é feita no estúdio da EBC, que também custeia deslocamento e hospedagem de convidados.

Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.

Após a Folha ter revelado, no mês passado, que a Eletronet, empresa interessada em atos do governo, pagou R$ 620 mil ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, Nassif tentou desqualificar os jornalistas e fez a defesa de Dirceu.

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 11:44 am
por rodrigo
Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.
Pena de aluguel.

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 11:54 am
por PRick
rodrigo escreveu:
Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.
Pena de aluguel.
Todos os grandes jornais recebem do Governo verbas, e não existe licitação para tal, a verba é distribuída entre eles, inclusive a FSP e a Revista Veja.

Assim, se for por esse critério todos são a favor do Governo, na verdade estamos diante de uma campanha do Jornaleco contra o Nassif, junto com a Tablóide Vagabundo da Veja, porque ele teve coragem de falar como esse Tablóide Vaganbundo recebe dinheiro para fazer matérias pagas, sem revelar que são pagas e faz chantagem em forma de noticia. A tática da Veja é processar o Nassif, mas quando é processada o Tablóide Vagabundo se faz de vítima, está é um verdadeira quadrilha de "escritores", porque alguns nem jornalistas são.

[]´s

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 11:58 am
por marcelo l.
rodrigo escreveu:
Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.
Pena de aluguel.
Menos, o Nassif briga pelas suas idéias. antes ele era serrista...o desencanto é grande...e nem sempre ele é a favor do governo ou principalmnente do núcleo do PT...

O mais próximo do pensamento dele são os "novos convertidos" e não alinhados como Luciano Coutinho etc, os elogios são fartos a esses, mas figuras históricas do PT é uma raridade.

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 2:16 pm
por GustavoB
Editoriais de ZH: a deformação como modo de vida

Antídoto para o editorial indigente de ZH: artigo de José Luis Fiori (http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... na_id=4483) sobre a política externa defendida pelo PSDB e pelas grandes empresas de comunicação do Brasil. Chama a atenção, diz Fiori, a pobreza das idéias e a mediocridade dos argumentos. De fato. Aliás, quem escreveu o editorial de hoje de ZH? Donald Rumsfeld?

Imagem

O editorial desta quinta-feira de Zero Hora (jornal que, sempre é bom lembrar, nasceu e cresceu bajulando ditadores) exibe mais uma vez um festival de deformações e mentiras relativas à política externa brasileira. O assunto é, obviamente, Cuba. Assunto, aliás, da maioria dos editoriais dos cadernos de propaganda das grandes empresas de comunicação nesta quinta. Mais uma destas coincidências editoriais que, em 99,9% dos casos, atinge o governo Lula. Como de costume, o editorialista esforçou-se para reproduzir com precisão a ideologia do patrão. O ponto central é o seguinte:

Obediente a uma política externa orientada por afinidades ideológicas e pelo antiamericanismo, o presidente brasileiro começa a preocupar até mesmo governantes que o reconhecem como uma liderança sensata e democrática.

Três linhas, três mentiras.

1) A política externa brasileira não é orientada por afinidades ideológicas. A frase saiu de um panfleto do PSDB, saudoso do tempo em que o país tirava os sapatos para conversar com os EUA.O Brasil se relaciona com países de diversas posições ideológicas e sua balança comercial não está pautada por ideologia. Não é por outra razão que o governo brasileiro passou a ser convidado a integrar os principais fóruns de debate mundiais.

2) A política externa brasileira não é orientada pelo antiamericanismo. Quem reconheceu isso foi o próprio presidente dos EUA, Barack Obama, que, meses atrás, chamou o presidente brasileiro de “o cara”. É difícil dizer o que é maior nesta posição editorial de ZH: a mentira, a ignorância ou a má-fé.

3) O presidente brasileiro começa a preocupar até mesmo governantes que o reconhecem como uma liderança sensata e democrática? Quais governantes, cára pálida? O desejo ideológico dos grandes jornais brasileiros atinge o patamar do delírio ao crer que mais um de seus factóides preocupa os governantes do mundo.

A política externa do governo Lula, segundo o mesmo editorial, “flerta com ditadores e inimigos dos direitos humanos”. Quem são eles? Castro, Chávez, Kadafi e Ahmadinejad. A política externa do Brasil também “flerta” com os EUA e Israel, para citar dois exemplos na direção oposta, que, para os donos de ZH, não representam “inquestionável ameaça à paz mundial por sua obsessão no desenvolvimento de armas nucleares”. Estes países, segundo eles, “nem sempre agem com justiça e eventualmente também cometem abusos”.

A melhor resposta para esse festival de sandices e deformações foi dada pelo ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim:

“Se alguém está interessado em evolução política em Cuba, eu tenho a receita rápida: acabe com o embargo”.

O jornal ZH, sempre é bom lembrar também, tem todo o direito de ter a opinião que bem entender sobre a política externa brasileira ou qualquer outro assunto. Mas não tem nenhum direito em apresentar (deformadamente) posições contrárias às suas como “ideológicas” e as suas próprias opiniões como descrições da realidade. Isso é falsificação grosseira e inaceitável.

http://rsurgente.opsblog.org/

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 3:26 pm
por Paisano
A escandalização da Folha*

Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... -da-folha/
Na “denúncia” da Folha, sobre meu contrato com a EBC, uma demonstração do tipo de jornalismo menor a que Otavio Frias Filho levou o jornal. É um suicídio lento, sistemático, sem retorno.

O programa Projeto Brasil seria renovado com a TV Cultura. Não o foi devido a críticas que fiz a José Serra – conforme consta de respostas que dei ao jornal, sobre as razões de minha ida para a EBC e que foram suprimidas da matéria. Se a intenção fosse ser chapa branca, não faria as críticas merecidas à Sabesp e ao Serra.

Não há um elemento que caracterize irregularidade ou proteção no contrato. Os valores estão claros, dentro da lógica de qualquer programa de TV aberto ou fechado. Foram fixados com base no contrato inicial que mantive com a Fundação Padre Anchieta. E o programa tem importância estratégica para a TV Brasil, conforme se confere no comentário do diretor de programação Rogério Brandão, em email à Helena Chagas, diretora de jornalismo (clique aqui -> http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... asilianas/):

O Brasilianas tem a cara da TV Pública! É um programa que estaria na PBS americana facilmente. Penso que com o tempo ele crescerá, e terá um papel relevante na grade. Nossa 2ª feira agora tem um concorrente à altura do Roda Viva.

No próprio texto da matéria fica explícito o motivo da escandalização do factóide: o desmonte do falso escândalo que a Folha criou sobre a Eletronet. Fala em defesa de José Dirceu. Falso! Através de um expediente malicioso, foi a Folha quem fez o jogo do empresário que contratou Dirceu. Era interesse de Nelson implodir o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) porque, saindo, matava qualquer possibilidade de ressuscitar a falecida Eletronet e, com isso, de ele ganhar os tais R$ 200 milhões. Se contratou Dirceu para atuar no caso, seria justamente para implodir o PNBL.

Maliciosamente a Folha pegou o contrato dele com Dirceu – passado a ela pelo próprio Nelson dos Santos - para afirmar que visava justamente aprovar o PNBL. A intenção era clara: como Dirceu é estigmatizado, o simples fato de se afirmar que seu lobby seria a favor do PNBL com o objetivo de explodir o programa – e, consequentemente, beneficiar Nelson dos Santos.

Esse tema foi exposto no post “Eletronet: o lobby foi da Folha“ (clique aqui -> http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... -da-folha/). Em “O jogo em torno da Eletronet” (clique aqui -> http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... eletronet/) avancei hipóteses sobre outros possíveis interesses do grupo em relação ao tema. Em “A falta de rumo do caso Folha-Eletronet” (clique aqui -> http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... eletronet/) mostrei a tergiversação do jornal, tentando salvar a manobra mudando de direção, mas com os mesmos objetivos, de implodir o PNBL.

Para despertar o espírito corporativo interno, a matéria diz que minhas notas no caso Eletronet tentaram desqualificar jornalistas. Ora, é fato inédito o jornal se levantando em defesa de seus jornalistas. Nesta mesma semana, Otavinho conferiu a terceiro o direito de fuzilar dois jornalistas seus em plenas páginas do jornal, tratando-os como “delinquentes”. Todo jornalista da Folha sabe que, a qualquer momento, poderá ser o alvo da deslealdade de seu chefe, que age assim mesmo.

Quando percebeu que nem os jornalistas suportavam mais o amordaçamento total a que foram submetidos e começavam a pipocar aqui e ali matérias fora desse padrão suicida de manipulação, convocou Demétrio Magnolli para executar exemplarmente dois deles em praça pública: através da página 3 do jornal, em um artigo que os tratava como “delinquentes”. A intenção foi, liquidando covardemente com dois deles (em um tema, cotas raciais, que não tem nenhuma relação com a guerra política empreendida pelo jornal), enquadrar os demais.

Quanto às minhas críticas ao Márcio Aith, jamais atacaria um colega por um erro de interpretação de matéria, ainda que grave. Há outras razões bem mais substantivas, sobre as quais Aith poderá fornecer detalhes. Apenas adianto que ele foi testemunha de acusação contra mim em um caso – a série sobre a Veja – em que tinha sido minha fonte.

Já a Folha, em algum momento do futuro terá que se haver e prestar contas de seus próprios escândalos – inclusive com entes públicos -, que não são meros factóides, com os quais tentou me atingir.

Abaixo, o teor do email que recebi do repórter da Folha, seguido das minhas respostas. É um elemento bastante didático para as escolas de jornalismo, sobre como definir, primeiro, o alvo, e depois sair caçando qualquer coisa que possa ser utilizada contra ele. Depois das respostas, a matéria da Folha.

Peço aos colegas que espalhem essa resposta, especialmente em blogs que estão reproduzindo a matéria da Folha.

Perguntas e respostas à Folha

-De quem partiu a iniciativa para a contratação da sua empresa Dinheiro Vivo Agência de Informações pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação)? O projeto lhe foi requerido pela EBC ou o sr. procurou a EBC?;

O projeto já existia na TV Cultura. Foi descontinuado na gestão Mendonça. Seria retomado no final de 2008. Já havia reunião marcada por Paulo Markun para discutirmos o novo contrato. Dias antes fui informado que não haveria mais a renovação. Entre a marcação do dia e a desistência da FPA, escrevi matérias sobre a piora nos balanços da Sabesp, criticando as campanhas publicitárias que ela bancava em nível nacional.

Se a Cultura não tivesse desistido do projeto, na Cultura ele teria permanecido. Com a desistência, procurei a EBC e ofereci o programa.

-Que critérios objetivos o sr. adotou para estipular a sua remuneração de R$ 660.000,00 como apresentador e responsável pelo programa?

O valor que considerei justo. E que guarda correspondência com o primeiro contrato que firmei com a Fundação Padre Anchieta (FPA) como comentarista do Jornal da Cultura e apresentador do Projeto Brasil.

No contrato com a FPA havia um envolvimento menor da minha equipe com o programa, cuja gravação ficava a cargo da TV Cultura.

Com a EBC, além de comentarista do Repórter Brasil, há um envolvimento amplo com o programa Brasilianas.org que é entregue pronto. Há uma equipe contratada especialmente para o programa (Nota: já que a EBC, em processo de formação, não tinha ainda estrutura interna para as gravações) – cujos custos são cobertos pela EBC. Mas há todo um trabalho da equipe da Dinheiro Vivo com conteúdo, supervisão das gravações de TV, agendamento de entrevistas, convite aos debatedores. Além da minha participação pessoal.

Com a FPA o contrato previa participação nos patrocínios, garantido um mínimo mensal. A EBC não tem essa modalidade.

Um dos elementos de fixação de proventos ou salários de jornalistas – adotado por todos os veículos, inclusive a Folha – é o grau de reconhecimento e projeção perante a opinião pública.

Como o colega deve se recordar, no último Prêmio Comunique-se fui um dos três finalistas da Categoria Melhor Jornalista de Economia da Televisão, junto com a Mirian Leitão e o Joelmir Betting (que venceu). E não concorri ao de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita porque havia vencido a edição anterior e o Prêmio proíbe a reeleição.

Em suma, os mesmos fatores que são levados em conta em qualquer contratação de jornalistas ou projeto por emissoras de TV.

-Por que a sua contratação não se submeteu a uma licitação pública, preferindo ser fechada por “inexegibilidade”?

A EBC pode explicar melhor. Mas presumo que por dois motivos.

Ponto 1: notória especialização.

Os prêmios que acumulei ao longo de minha carreira e nos últimos anos atestam essa minha especialização.

Ponto 2: sou o criador do Projeto Brasil de discussão de políticas públicas casando TV e Internet apresentado à EBC, que entendeu que se adequava perfeitamente ao espírito de uma TV que pretende abrir espaço para as grandes discussões públicas. É um projeto inovador e sem similar. Preenchem-se, assim, as duas condições para inexigibilidade de licitação.

Chamo a atenção para uma questão similar.

No dia 3 de abril de 2009, através do Diário Oficial do Estado fica-se sabendo que a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligado à Secretaria da Educação de São Paulo, adquiriu 5.499 assinaturas do jornal Folha de São Paulo, com inexigibilidade de licitação.

Creio que o argumento jurídico é o mesmo que fundamenta minha contratação pela EBC com inexigibilidade de licitação.

-O primeiro pagamento da EBC para a sua empresa data de 24 de julho de 2009. Contudo, até a presente data, cerca de 7 meses depois, nenhum programa foi ao ar (a estreia está prevista para segunda-feira). O que aconteceu?

Um período inicial para a montagem da equipe e a formatação do programa (construção de cenários, discussão da linguagem televisiva). Depois, a definição da grade de programação da EBC, que pode ser melhor explicada por ela própria. Os programas estão sendo produzidos e já existem vários gravados. E trabalho no projeto desde a data de assinatura do contrato, conforme você pode conferir nos relatórios apresentados.

-No cronograma da produção do programa, observei que estão previstas ou foram realizadas gravações de evento denominado “Sarau do Luís Nassif”. Contudo, verificando o Projeto Básico, não encontrei nenhuma previsão relativa à gravação do “Sarau”. Qual a exata ligação entre o “Sarau” e o programa televisivo e por que isso não constou do Projeto Básico?

É impossível definir, em um Projeto Básico, todas as ações a serem tomadas no decorrer de um ano.

A montagem de um programa pressupõe vinhetas de abertura e fechamento. O Projeto Brasil, da TV Cultura, iniciava e terminava com cenas de arquivo com música brasileira. Pensou-se em repetir o modelo, mas comigo tocando bandolim. Depois de ver o resultado final, achei que poderia passar a ideia de cabotinismo e desisti.

Apenas isso, já que todas as cenas foram gravadas, constam de nossos arquivos e não implicaram nenhum custo adicional para a EBC.

-Segundo me informou a EBC, o primeiro programa, cuja estreia deverá ocorrer na segunda-feira que vem, tratará do tema da Defesa. O sr. ou suas empresas trabalham com empresas ligadas ao setor? Quais eventos do chamado “Projeto Brasil” receberam patrocínio de empresa (s) ligada (s) ao setor? De acordo com meus levantamentos, a empresa francesa Dassault Aviation, que tem interesse direto na venda de equipamentos militares para o governo brasileiro, patrocinou um seminário promovido pelo sr. no dia 17 de dezembro de 2008, no Novotel Hotels, em São José dos Campos. Caso o sr. ou suas empresas prestem consultoria ou tenham outros tipos de vínculos negociais com essas empresas da área militar, o sr. informou à EBC possível conflito de interesses? Ou o sr. entende que tal eventual conflito é inexistente e, por isso, nada informou?

É importante qualificar melhor esse “meus levantamentos”. Todos os seminários do Projeto Brasil têm patrocínios que são públicos, saem em anúncios, grande parte dos quais foram publicados no caderno Dinheiro da própria Folha durante muitos e muitos anos – anúncios que eram descontados do meu salário de colunista, conforme o Otavinho poderá lhe informar. Portanto, não há informações secretas que exijam grandes pesquisas.

No seminário em questão, o patrocínio foi de R$ 15 mil, brutos, ou R$ 13 mil líquidos. Os custos diretos com o evento foram de R$ 9.448,65 – salão, recepção, projetores, gravação etc.

Se se computar custos de translado para São José dos Campos, de uma equipe de quatro pessoas, mais o tempo que elas e eu dedicamos ao evento, sairíamos no prejuízo. Mas mantivemos o Seminário por considerá-lo relevante para a discussão de políticas públicas.

Mas mesmo que os patrocínios tivessem permitido um bom lucro, não há razão para não considerá-los legítimos, da mesma maneira que são legítimos os anúncios publicados em cadernos temáticos especiais pela Folha.

Outro ponto importante é que os patrocinadores jamais participaram da elaboração dos temas do Seminário e dos palestrantes convidados.

Conforme você poderá conferir nos anais do Seminário (http://blogln.ning.com/page/industria-da-defesa) um dos principais palestrantes foi o saudoso João Verdi, da Avibras, que buscava parceria com os russos da Sukhoi e, portanto, era concorrente direto da Dassault na licitação FX. Em outros seminários de Defesa recebemos patrocínio da Dassault, Embraer, da sueca Grippen, como consta dos anúncios publicados.

Vamos, agora, às práticas comerciais de outros jornais, tomando o exemplo o jornal Valor Econômico – que tem como um dos sócios e responsável por sua gestão a Empresa Folha da Manhã.

No dia 7 de abril de 2009, o Valor Econômico realizou seminário sobre Defesa em Brasília, tendo como um dos patrocinadores a Thales, ligada ao grupo Dassault. A comprovação pode ser encontrada no link http://www.valoronline.com.br/seminario ... zacao.html.

No dia 1o de março de 2010, outro Seminário sobre o Complexo Industrial da Saúde, onde consta apoio do Ministério da Saúde (http://www.valoronline.com.br/seminario ... inario=143).

Além do apoio, o Ministério participou também da elaboração dos temas e da escolha dos convidados.

Pela programação do seminário, identificam-se os seguintes expositores da área federal: o Ministro da Saúde, o chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos da Área Industrial do BNDES, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (estatal), o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), e diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No site do Valor pode-se conferir também o seminário “Investimentos estratégicos para o desenvolvimento do Nordeste”, com apoio do Ministério da Integração Nacional (http://www.valoronline.com.br/seminario ... inario=136), tendo como palestrantes dirigentes da Sudene, do Banco do Nordeste do Brasil e Chefs – empresas públicas.

Ou então – voltando para os patrocínios privados – o seminário “Relicitação ou Prorrogação das Concessões do Setor Elétrico”, tendo como patrocinador uma empresa interessada no setor, a CPFL.

Pergunto: esses seminários, importantes para enriquecer o debate nacional, podem ser considerados uma forma de consultoria ou de lobby do jornal Valor? Acredito que não.

-De acordo com os levantamentos feitos no Siafi, o sr. recebeu R$ 14.480,00 (já descontados os impostos) para proferir, no ano passado, uma palestra para a FINEP, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciencia e Tecnologia. Em quais critérios objetivos o sr. se baseou para cobrar o valor?

A palestra foi proferida em Palmas, Tocantins, em um evento para o setor privado denominado de “Inovação em Tempo de Crise”. Minha palestra teve como tema “O Novo Padrão de Desenvolvimento pós-crise”. O critério adotado foi de um desconto no valor que cobro para palestras fora de São Paulo.

Devido aos nossos prazos jornalísticos de fechamento, solicito, se possível, uma resposta até o início da tarde de amanhã, quinta-feira.

Bom, o objetivo da Folha foi o de devassar os negócios da Dinheiro Vivo, valer-se de um tom inquisitorial para questionar negócios comerciais legítimos e com benefícios comprovados para a sociedade – basta conferir a relação de vídeos e trabalhos sobre mais de 50 temas relevantes, que disponibilizamos para a opinião pública. Não me furtei a apresentar os esclarecimentos solicitados.

Julgando-se a Folha no direito de questionar-me sobre os negócios da DV, me dá o direito de questioná-la sobre seus negócios. Oportunamente enviarei email com perguntas importantes para entender o relacionamento da Folha com entes públicos.

Peço apenas que me confirme se as respostas foram satisfatórias, se todas as dúvidas foram apresentadas e esclarecidas e se, mesmo assim, ainda valerá uma reportagem. Caso se mantenha a reportagem, solicito informar o dia para que minhas perguntas e respostas possam sair simultaneamente, sem furar seu trabalho.

Segundo email enviado

-Na sua resposta à minha dúvida sobre a sua remuneração, o sr. citou custos com a produção do programa. Contudo, o valor total do contrato é de R$ 1,2 milhão. Portanto, metade dos recursos vai para a produção e metade para a sua remuneração pessoal.

Aqui vão os dados do último relatório que está sendo fechado agora.

O contrato inicial previa R$ 60.000 mensais brutos para a DV e R$ 30 mil líquidos para a produção. Bruto, sai R$ 100.000,00 mensais.

Com as demandas adicionais da EBC (não previstas no plano inicial de trabalho), estão sendo gastos R$ 51.608.00 líquidos na produção (nota: específica de TV: aluguel de equipamentos, contratação de equipe, compra de material, locomoção etc), conforme prestação de contas.

Sobram R$ 49.000,00 brutos para a Dinheiro Vivo (e sua equipe) e para meus comentários. Ou cerca de R$ 39 mil líquidos.

-A minha pergunta sobre os patrocínios ao Projeto Brasil não diziam respeito à legalidade ou ilegalidade de tais patrocínios, mas simplesmente se o sr. comunicou à EBC, uma empresa pública, suposto conflito de interesse, ou se, de outra parte, entendeu que não havia conflito algum. Esse assunto me leva a outras perguntas:

Não há conflito de interesse.

-Quais são, exatamente, os atuais clientes da empresa Dinheiro Vivo? A pergunta tem pertinência porque o sr. agora apresenta um programa em emissora pública, percebendo para isso recursos públicos, do Orçamento da União. Assim, nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, conhecer melhor seus vínculos negociais. Nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, que se saibam todos os detalhes do contrato firmado com o ente público.

Dinheiro público é aquele do contrato. Você tem o direito de fazer todas as perguntas pertinentes ao contrato. E eu de responder. Não consta que uma empresa fornecedora de produtos ou serviços para o setor público seja obrigada a abrir sua estratégia comercial.

Se a Folha se propuser a abrir seus dados comerciais, não veria problemas em abrir os da Dinheiro Vivo,

-O sr. ou a empresa Dinheiro Vivo fazem consultoria para empresas do setor de Defesa? Em caso positivo, quais são?

Não.

Sobre a resposta na íntegra, não é decisão que cabe a um repórter. Consultarei a editora a respeito. O sr. há de saber que o jornal é um produto finito, no qual não cabem todas as respostas de todos os entrevistados por toda a equipe de jornalistas ao longo do dia. Permita-me apenas observar que a publicação de uma resposta na íntegra nada tem a ver com “bons princípios jornalísticos”.

Não expor todos os argumentos da parte pode ferir.

*Luís Nassif

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 3:59 pm
por Túlio
GustavoB escreveu:Editoriais de ZH: a deformação como modo de vida

Bla bla blá, patati patatá...

http://rsurgente.opsblog.org/


Sabem o que eu acho da ZH? Josta! Até eu levei chumbo deles em meados dos 90, pela mão do colunista Paulo Santana. Pior foi que o desgranhudo é esperto e não me citou nominalmente, falando apenas em 'o Agente' enquanto se dava ao luxo até de me zoar com 'pérolas' como "na casa dele não deve ter uma placa com os dizeres "cuidado com o cachorro' e sim "cuidado com o Agente"..."

Daí fui julgado duas vezes, uma pela Corregedoria e outra pela Justiça Criminal. Morreu tudo na casca, foi até engraçado, dei risada na frente do Corregedor quando ele leu a descrição do 'torturador', segundo a suposta 'vítima' e duas testemunhas: LOURO, OLHOS AZUIS, CERCA DE UM METRO E OITENTA.

Arquivaram tudo e me mandaram trabalhar. Achei tri e mantive minha fé na Justiça, sodas ser inocente e nos chamarem de criminoso. E ainda por cima ser xingado e zoado na coluna mais lida do RS. Mas meu nome não estava lá e fui desaconselhado a processar, se houvesse ao menos um Túlio na coluna eu ganharia uma bolada.

Mas ao menos o Paulo Santana teve a hombridade de, novamente sem me citar nominalmente, pedir desculpas em sua coluna. Foi legal de ler mas preferia ter ganho uma grana... :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


Quanto ao texto que deliberadamente poupei os colegas de lerem outra vez, é pura IDEOLOGICE e tem tanta mentira quanto qualquer editorial furreca dos quais tanto reclama. Nem vou esmiuçar, deve ser cópia de algum editorial do insuspeito Granma... :roll:

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 4:19 pm
por EDSON
Apenas uma brincadeira para descontrair.


Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 6:00 pm
por GustavoB
Túlio escreveu:
GustavoB escreveu:Editoriais de ZH: a deformação como modo de vida

Bla bla blá, patati patatá...

http://rsurgente.opsblog.org/


Sabem o que eu acho da ZH? Josta! Até eu levei chumbo deles em meados dos 90, pela mão do colunista Paulo Santana. Pior foi que o desgranhudo é esperto e não me citou nominalmente, falando apenas em 'o Agente' enquanto se dava ao luxo até de me zoar com 'pérolas' como "na casa dele não deve ter uma placa com os dizeres "cuidado com o cachorro' e sim "cuidado com o Agente"..."

Daí fui julgado duas vezes, uma pela Corregedoria e outra pela Justiça Criminal. Morreu tudo na casca, foi até engraçado, dei risada na frente do Corregedor quando ele leu a descrição do 'torturador', segundo a suposta 'vítima' e duas testemunhas: LOURO, OLHOS AZUIS, CERCA DE UM METRO E OITENTA.

Arquivaram tudo e me mandaram trabalhar. Achei tri e mantive minha fé na Justiça, sodas ser inocente e nos chamarem de criminoso. E ainda por cima ser xingado e zoado na coluna mais lida do RS. Mas meu nome não estava lá e fui desaconselhado a processar, se houvesse ao menos um Túlio na coluna eu ganharia uma bolada.

Mas ao menos o Paulo Santana teve a hombridade de, novamente sem me citar nominalmente, pedir desculpas em sua coluna. Foi legal de ler mas preferia ter ganho uma grana... :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


Quanto ao texto que deliberadamente poupei os colegas de lerem outra vez, é pura IDEOLOGICE e tem tanta mentira quanto qualquer editorial furreca dos quais tanto reclama. Nem vou esmiuçar, deve ser cópia de algum editorial do insuspeito Granma... :roll:
O Paulo Santana escreve como qualquer um de nós. Às vezes pior.

Sua coluna faz sucesso porque aborda os temas do momento, geralmente com opiniões superficiais e imediatistas sobre assuntos complexos, entretanto dizendo num jornal de grande circulação o que está engasgado na garganta do povão.

Bem, quem conhece sabe. É o show. Só falta sangue e mulher pelada.

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 6:10 pm
por GustavoB
Clermont escreveu:EBC PAGA R$ 1,2 MI A JORNALISTA PRÓ-GOVERNO.

Folha de São Paulo / Blog do Noblat - 11.3.2010.

Luís Nassif diz que "notória especialização" justifica contratação sem licitação pela estatal que mantém TV Brasil

O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil.

A empresa de Nassif, Dinheiro Vivo Agência de Informações, produz um debate semanal, de uma hora, e cinco filmetes semanais de três minutos.

Do R$ 1,28 milhão do contrato, o jornalista fica com R$ 660 mil anuais a título de remuneração, o que equivale a salário de R$ 55 mil. Os pagamentos começaram em agosto. O programa estreou segunda-feira.

À Folha, por e-mail, Nassif afirmou que os insumos de produção cresceram de forma "não prevista no contrato original", por conta de "demandas adicionais da EBC", e que a parte destinada à Dinheiro Vivo corresponde a R$ 49 mil brutos mensais (ou R$ 39 mil líquidos), e não R$ 55 mil.

Os outros R$ 558 mil do contrato são destinados ao pagamento de uma equipe de nove pessoas e à compra de equipamentos. A gravação do debate é feita no estúdio da EBC, que também custeia deslocamento e hospedagem de convidados.

Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.

Após a Folha ter revelado, no mês passado, que a Eletronet, empresa interessada em atos do governo, pagou R$ 620 mil ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, Nassif tentou desqualificar os jornalistas e fez a defesa de Dirceu.

Nassif: a escandalização e o jornalismo menor da Folha

Na “denúncia” da Folha, sobre meu contrato com a EBC, uma demonstração do tipo de jornalismo menor a que Otavio Frias Filho levou o jornal. É um suicídio lento, sistemático, sem retorno

Por Luis Nassif, em seu blog

O programa Projeto Brasil seria renovado com a TV Cultura. Não o foi devido a críticas que fiz a José Serra – conforme consta de respostas que dei ao jornal, sobre as razões de minha ida para a EBC e que foram suprimidas da matéria. Se a intenção fosse ser chapa branca, não faria as críticas merecidas à Sabesp e ao Serra.

Não há um elemento que caracterize irregularidade ou proteção no contrato. Os valores estão claros, dentro da lógica de qualquer programa de TV aberto ou fechado. Foram fixados com base no contrato inicial que mantive com a Fundação Padre Anchieta. E o programa tem importância estratégica para a TV Brasil, conforme se confere no comentário do diretor de programação Rogério Brandão, em email à Helena Chagas, diretora de jornalismo:


O Brasilianas tem a cara da TV Pública! É um programa que estaria na PBS americana facilmente. Penso que com o tempo ele crescerá, e terá um papel relevante na grade. Nossa 2ª feira agora tem um concorrente à altura do Roda Viva.

No próprio texto da matéria fica explícito o motivo da escandalização do factóide: o desmonte do falso escândalo que a Folha criou sobre a Eletronet. Fala em defesa de José Dirceu. Falso! Através de um expediente malicioso, foi a Folha quem fez o jogo do empresário que contratou Dirceu. Era interesse de Nelson implodir o Plano Brasileiro de Banda Larga porque, saindo, matava qualquer possibilidade de ressuscitar a falecida Eletronet e, com isso, de ele ganhar os tais R$ 200 milhões. Se contratou Dirceu para atuar no caso, seria justamente para implodir o PNBL.

Maliciosamente a Folha pegou o contrato dele com Dirceu – passado a ela pelo próprio Nelson dos Santos - para afirmar que visava justamente aprovar o PNBL. A intenção era clara: como Dirceu é estigmatizado, o simples fato de se afirmar que seu lobby seria a favor do PNBL teria o efeito contrário: implodir o PNBL e beneficiar Nelson dos Santos.

Esse tema foi exposto no post “Eletronet: o lobby foi da Folha". Em “O jogo em torno da Eletronet” avancei hipóteses sobre outros possíveis interesses do grupo em relação ao tema. Em “A falta de rumo do caso Folha-Eletronet” mostrei a tergiversação do jornal, tentando salvar a manobra mudando de direção, mas com os mesmos objetivos, de implodir o PNBL.

Para despertar o espírito corporativo interno, a matéria diz que minhas notas no caso Eletronet tentaram desqualificar jornalistas. Ora, é fato inédito o jornal se levantando em defesa de seus jornalistas. Nesta mesma semana, Otavinho conferiu a terceiro o direito de fuzilar dois jornalistas seus em plenas páginas do jornal, tratando-os como “delinquentes”. Todo jornalista da Folha sabe que, a qualquer momento, poderá ser o alvo da deslealdade de seu chefe, que age assim mesmo.

Quando percebeu que nem os jornalistas suportavam mais o amordaçamento total a que foram submetidos e começavam a pipocar aqui e ali matérias fora desse padrão suicida de manipulação, convocou Demétrio Magnolli para executar exemplarmente dois deles em praça pública: através da página 3 do jornal, em um artigo que os tratava como “meliantes”. A intenção foi, liquidando covardemente com dois deles (em um tema, cotas raciais, que não tem nenhuma relação com a guerra política empreendida pelo jornal), enquadrar os demais.

Quanto às minhas críticas ao Márcio Aith, jamais atacaria um colega por um erro de interpretação de matéria, ainda que grave. Há outras razões bem mais substantivas, sobre as quais Aith um dia poderá fornecer detalhes. Apenas adianto que ele foi testemunha de acusação contra mim em um caso – a série sobre a Veja – em que tinha sido minha fonte.

Já a Folha, em algum momento do futuro terá que se haver e prestar contas de seus próprios escândalos – inclusive com entes públicos –, que não são meros factóides, com os quais tentou me atingir.

Abaixo, o teor do email que recebi do repórter da Folha, seguido das minhas respostas. É um elemento bastante didático para as escolas de jornalismo, sobre como definir, primeiro, o alvo, e depois sair caçando qualquer coisa que possa ser utilizada contra ele. Depois das respostas, a matéria da Folha.

Peço aos colegas que espalhem essa resposta, especialmente em blogs que estão reproduzindo a matéria da Folha.


Perguntas e respostas à Folha

-De quem partiu a iniciativa para a contratação da sua empresa Dinheiro Vivo Agência de Informações pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação)? O projeto lhe foi requerido pela EBC ou o sr. procurou a EBC?;
O projeto já existia na TV Cultura. Foi descontinuado na gestão Mendonça. Seria retomado no final de 2008. Já havia reunião marcada por Paulo Markun para discutirmos o novo contrato. Dias antes fui informado que não haveria mais a renovação. Entre a marcação do dia e a desistência da FPA, escrevi matérias sobre a piora nos balanços da Sabesp, criticando as campanhas publicitárias que ela bancava em nível nacional.

Se a Cultura não tivesse desistido do projeto, na Cultura ele teria permanecido. Com a desistência, procurei a EBC e ofereci o programa.

-Que critérios objetivos o sr. adotou para estipular a sua remuneração de R$ 660.000 como apresentador e responsável pelo programa?
O valor que considerei justo. E que guarda correspondência com o primeiro contrato que firmei com a Fundação Padre Anchieta (FPA) como comentarista do Jornal da Cultura e apresentador do Projeto Brasil.

No contrato com a FPA havia um envolvimento menor da minha equipe com o programa, cuja gravação ficava a cargo da TV Cultura.

Com a EBC, além de comentarista do Repórter Brasil, há um envolvimento amplo com o programa Brasilianas.org que é entregue pronto. Há uma equipe contratada especialmente para o programa (Nota: já que a EBC, em processo de formação, não tinha ainda estrutura interna para as gravações) – cujos custos são cobertos pela EBC. Mas há todo um trabalho da equipe da Dinheiro Vivo com conteúdo, supervisão das gravações de TV, agendamento de entrevistas, convite aos debatedores. Além da minha participação pessoal.

Com a FPA o contrato previa participação nos patrocínios, garantido um mínimo mensal. A EBC não tem essa modalidade.

Um dos elementos de fixação de proventos ou salários de jornalistas – adotado por todos os veículos, inclusive a Folha – é o grau de reconhecimento e projeção perante a opinião pública.

Como o colega deve se recordar, no último Prêmio Comunique-se fui um dos três finalistas da Categoria Melhor Jornalista de Economia da Televisão, junto com a Mirian Leitão e o Joelmir Betting (que venceu). E não concorri ao de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita porque havia vencido a edição anterior e o Prêmio proíbe a reeleição.

Em suma, os mesmos fatores que são levados em conta em qualquer contratação de jornalistas ou projeto por emissoras de TV.

-Por que a sua contratação não se submeteu a uma licitação pública, preferindo ser fechada por “inexegibilidade”?
A EBC pode explicar melhor. Mas presumo que por dois motivos.

Ponto 1: notória especialização.

Os prêmios que acumulei ao longo de minha carreira e nos últimos anos atestam essa minha especialização.

Ponto 2: sou o criador do Projeto Brasil de discussão de políticas públicas casando TV e Internet apresentado à EBC, que entendeu que se adequava perfeitamente ao espírito de uma TV que pretende abrir espaço para as grandes discussões públicas. É um projeto inovador e sem similar. Preenchem-se, assim, as duas condições para inexigibilidade de licitação.

Chamo a atenção para uma questão similar.

No dia 3 de abril de 2009, através do Diário Oficial do Estado fica-se sabendo que a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligado à Secretaria da Educação de São Paulo, adquiriu 5.499 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, com inexigibilidade de licitação.

Creio que o argumento jurídico é o mesmo que fundamenta minha contratação pela EBC com inexigibilidade de licitação.

-O primeiro pagamento da EBC para a sua empresa data de 24 de julho de 2009. Contudo, até a presente data, cerca de sete meses depois, nenhum programa foi ao ar (a estreia está prevista para segunda-feira). O que aconteceu?
Um período inicial para a montagem da equipe e a formatação do programa (construção de cenários, discussão da linguagem televisiva). Depois, a definição da grade de programação da EBC, que pode ser melhor explicada por ela própria. Os programas estão sendo produzidos e já existem vários gravados. E trabalho no projeto desde a data de assinatura do contrato, conforme você pode conferir nos relatórios apresentados.

-No cronograma da produção do programa, observei que estão previstas ou foram realizadas gravações de evento denominado “Sarau do Luís Nassif”. Contudo, verificando o Projeto Básico, não encontrei nenhuma previsão relativa à gravação do “Sarau”. Qual a exata ligação entre o “Sarau” e o programa televisivo e por que isso não constou do Projeto Básico?
É impossível definir, em um Projeto Básico, todas as ações a serem tomadas no decorrer de um ano.

A montagem de um programa pressupõe vinhetas de abertura e fechamento. O Projeto Brasil, da TV Cultura, iniciava e terminava com cenas de arquivo com música brasileira. Pensou-se em repetir o modelo, mas comigo tocando bandolim. Depois de ver o resultado final, achei que poderia passar a ideia de cabotinismo e desisti.

Apenas isso, já que todas as cenas foram gravadas, constam de nossos arquivos e não implicaram nenhum custo adicional para a EBC.

-Segundo me informou a EBC, o primeiro programa, cuja estreia deverá ocorrer na segunda-feira que vem, tratará do tema da Defesa. O sr. ou suas empresas trabalham com empresas ligadas ao setor? Quais eventos do chamado “Projeto Brasil” receberam patrocínio de empresa (s) ligada (s) ao setor? De acordo com meus levantamentos, a empresa francesa Dassault Aviation, que tem interesse direto na venda de equipamentos militares para o governo brasileiro, patrocinou um seminário promovido pelo sr. no dia 17 de dezembro de 2008, no Novotel Hotels, em São José dos Campos. Caso o sr. ou suas empresas prestem consultoria ou tenham outros tipos de vínculos negociais com essas empresas da área militar, o sr. informou à EBC possível conflito de interesses? Ou o sr. entende que tal eventual conflito é inexistente e, por isso, nada informou?
É importante qualificar melhor esse “meus levantamentos”. Todos os seminários do Projeto Brasil têm patrocínios que são públicos, saem em anúncios, grande parte dos quais foram publicados no caderno "Dinheiro" da própria Folha durante muitos e muitos anos – anúncios que eram descontados do meu salário de colunista, conforme o Otavinho poderá lhe informar. Portanto, não há informações secretas que exijam grandes pesquisas.

No seminário em questão, o patrocínio foi de R$ 15 mil, brutos, ou R$ 13 mil líquidos. Os custos diretos com o evento foram de R$ 9.448,65 – salão, recepção, projetores, gravação etc.

Se se computar custos de translado para São José dos Campos, de uma equipe de quatro pessoas, mais o tempo que elas e eu dedicamos ao evento, sairíamos no prejuízo. Mas mantivemos o Seminário por considerá-lo relevante para a discussão de políticas públicas.

Mas mesmo que os patrocínios tivessem permitido um bom lucro, não há razão para não considerá-los legítimos, da mesma maneira que são legítimos os anúncios publicados em cadernos temáticos especiais pela Folha.

Outro ponto importante é que os patrocinadores jamais participaram da elaboração dos temas do Seminário e dos palestrantes convidados.

Conforme você poderá conferir nos anais do Seminário (http://blogln.ning.com/page/industria-da-defesa) um dos principais palestrantes foi o saudoso João Verdi, da Avibras, que buscava parceria com os russos da Sukhoi e, portanto, era concorrente direto da Dassault na licitação FX. Em outros seminários de Defesa recebemos patrocínio da Dassault, Embraer, da sueca Grippen, como consta dos anúncios publicados.

Vamos, agora, às práticas comerciais de outros jornais, tomando o exemplo o jornal Valor Econômico – que tem como um dos sócios e responsável por sua gestão a Empresa Folha da Manhã.

No dia 7 de abril de 2009, o Valor Econômico realizou seminário sobre Defesa em Brasília, tendo como um dos patrocinadores a Thales, ligada ao grupo Dassault. A comprovação pode ser encontrada no link http://www.valoronline.com.br/seminario ... zacao.html.

No dia 1º de março de 2010, outro Seminário sobre o Complexo Industrial da Saúde, onde consta apoio do Ministério da Saúde (http://www.valoronline.com.br/seminario ... inario=143).

Além do apoio, o Ministério participou também da elaboração dos temas e da escolha dos convidados.

Pela programação do seminário, identificam-se os seguintes expositores da área federal: o Ministro da Saúde, o chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos da Área Industrial do BNDES, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (estatal), o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), e diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No site do Valor pode-se conferir também o seminário “Investimentos estratégicos para o desenvolvimento do Nordeste”, com apoio do Ministério da Integração Nacional (http://www.valoronline.com.br/seminario ... inario=136), tendo como palestrantes dirigentes da Sudene, do Banco do Nordeste do Brasil e Chefs – empresas públicas.

Ou então – voltando para os patrocínios privados – o seminário “Relicitação ou Prorrogação das Concessões do Setor Elétrico”, tendo como patrocinador uma empresa interessada no setor, a CPFL.

Pergunto: esses seminários, importantes para enriquecer o debate nacional, podem ser considerados uma forma de consultoria ou de lobby do jornal Valor? Acredito que não.

-De acordo com os levantamentos feitos no Siafi, o sr. recebeu R$ 14.480,00 (já descontados os impostos) para proferir, no ano passado, uma palestra para a Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Em quais critérios objetivos o sr. se baseou para cobrar o valor?
A palestra foi proferida em Palmas, Tocantins, em um evento para o setor privado denominado de “Inovação em Tempo de Crise”. Minha palestra teve como tema “O Novo Padrão de Desenvolvimento pós-crise”. O critério adotado foi de um desconto no valor que cobro para palestras fora de São Paulo.

Devido aos nossos prazos jornalísticos de fechamento, solicito, se possível, uma resposta até o início da tarde de amanhã, quinta-feira.


Bom, o objetivo da Folha foi o de devassar os negócios da Dinheiro Vivo, valer-se de um tom inquisitorial para questionar negócios comerciais legítimos e com benefícios comprovados para a sociedade – basta conferir a relação de vídeos e trabalhos sobre mais de 50 temas relevantes, que disponibilizamos para a opinião pública. Não me furtei a apresentar os esclarecimentos solicitados.

Julgando-se a Folha no direito de questionar-me sobre os negócios da DV, me dá o direito de questioná-la sobre seus negócios. Oportunamente enviarei email com perguntas importantes para entender o relacionamento da Folha com entes públicos.

Peço apenas que me confirme se as respostas foram satisfatórias, se todas as dúvidas foram apresentadas e esclarecidas e se, mesmo assim, ainda valerá uma reportagem. Caso se mantenha a reportagem, solicito informar o dia para que minhas perguntas e respostas possam sair simultaneamente, sem furar seu trabalho.



Segundo email enviado

-Na sua resposta à minha dúvida sobre a sua remuneração, o sr. citou custos com a produção do programa. Contudo, o valor total do contrato é de R$ 1,2 milhão. Portanto, metade dos recursos vai para a produção e metade para a sua remuneração pessoal.

Aqui vão os dados do último relatório que está sendo fechado agora.

O contrato inicial previa R$ 60.000 mensais brutos para a DV e R$ 30 mil líquidos para a produção. Bruto, sai R$ 100.000,00 mensais.

Com as demandas adicionais da EBC (não previstas no plano inicial de trabalho), estão sendo gastos R$ 51.608.00 líquidos na produção (nota: específica de TV: aluguel de equipamentos, contratação de equipe, compra de material, locomoção etc), conforme prestação de contas.

Sobram R$ 49.000,00 brutos para a Dinheiro Vivo (e sua equipe) e para meus comentários. Ou cerca de R$ 39 mil líquidos.

-A minha pergunta sobre os patrocínios ao Projeto Brasil não diziam respeito à legalidade ou ilegalidade de tais patrocínios, mas simplesmente se o sr. comunicou à EBC, uma empresa pública, suposto conflito de interesse, ou se, de outra parte, entendeu que não havia conflito algum. Esse assunto me leva a outras perguntas:
Não há conflito de interesse.

-Quais são, exatamente, os atuais clientes da empresa Dinheiro Vivo? A pergunta tem pertinência porque o sr. agora apresenta um programa em emissora pública, percebendo para isso recursos públicos, do Orçamento da União. Assim, nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, conhecer melhor seus vínculos negociais. Nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, que se saibam todos os detalhes do contrato firmado com o ente público.
Dinheiro público é aquele do contrato. Você tem o direito de fazer todas as perguntas pertinentes ao contrato. E eu de responder. Não consta que uma empresa fornecedora de produtos ou serviços para o setor público seja obrigada a abrir sua estratégia comercial.

Se a Folha se propuser a abrir seus dados comerciais, não veria problemas em abrir os da Dinheiro Vivo,

-O sr. ou a empresa Dinheiro Vivo fazem consultoria para empresas do setor de Defesa? Em caso positivo, quais são?

Não.

Sobre a resposta na íntegra, não é decisão que cabe a um repórter. Consultarei a editora a respeito. O sr. há de saber que o jornal é um produto finito, no qual não cabem todas as respostas de todos os entrevistados por toda a equipe de jornalistas ao longo do dia. Permita-me apenas observar que a publicação de uma resposta na íntegra nada tem a ver com “bons princípios jornalísticos”.

Não expor todos os argumentos da parte pode ferir.


Da Folha
EBC paga R$ 1,2 mi a jornalista pró-governo
Luís Nassif diz que “notória especialização” justifica contratação sem licitação pela estatal que mantém TV Brasil

RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil.

A empresa de Nassif, Dinheiro Vivo Agência de Informações, produz um debate semanal, de uma hora, e cinco filmetes semanais de três minutos.

Do R$ 1,28 milhão do contrato, o jornalista fica com R$ 660 mil anuais a título de remuneração, o que equivale a salário de R$ 55 mil. Os pagamentos começaram em agosto. O programa estreou segunda-feira.

À Folha, por e-mail, Nassif afirmou que os insumos de produção cresceram de forma “não prevista no contrato original”, por conta de “demandas adicionais da EBC”, e que a parte destinada à Dinheiro Vivo corresponde a R$ 49 mil brutos mensais (ou R$ 39 mil líquidos), e não R$ 55 mil.

Os outros R$ 558 mil do contrato são destinados ao pagamento de uma equipe de nove pessoas e à compra de equipamentos. A gravação do debate é feita no estúdio da EBC, que também custeia deslocamento e hospedagem de convidados.

Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.

Após a Folha ter revelado, no mês passado, que a Eletronet, empresa interessada em atos do governo, pagou R$ 620 mil ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, Nassif tentou desqualificar os jornalistas e fez a defesa de Dirceu.

A Dinheiro Vivo foi contratada por inexigibilidade de licitação, prevista na lei que regula as licitações. Indagado sobre isso, Nassif respondeu que a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), vinculada à Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, adquiriu em 2009, também por inexigibilidade de licitação, 5.499 assinaturas da Folha.

Segundo a assessoria da Secretaria de Educação, idêntico procedimento foi adotado para a aquisição de assinaturas do jornal O Estado de S. Paulo e das revistas Veja, Época e IstoÉ. O objetivo das compras, segundo a secretaria, é abastecer as bibliotecas de de escolas públicas no Estado.

Para dispensar a licitação e contratar Nassif, a EBC argumentou que há uma singularidade no programa. Trata-se de um debate de uma hora semanal com três convidados, mediado por Nassif, que também recebe perguntas da plateia e de internautas.

Nassif disse à Folha que seu projeto já existia na TV Cultura, mas foi “descontinuado” logo depois de ele ter escrito artigos sobre “a piora dos balanços da Sabesp”. Sobre a dispensa da licitação, o jornalista afirmou: “Presumo que por dois motivos. Ponto um: notória especialização. Os prêmios que acumulei ao longo de minha carreira e nos últimos anos atestam essa minha especialização. Ponto dois: sou o criador do Projeto Brasil de discussão de políticas públicas casando TV e internet apresentado à EBC”.

Outros contratos

A EBC informou que mantém outros quatro contratos fechados por inexigibilidade de licitação. São relativos aos programas Samba na Gamboa (R$ 1,2 milhão anuais), da produtora Giros, Papo de Mãe (R$ 1,99 milhão), da produtora Rentalcam, apresentado pelas jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manrezi, TV Piá (R$ 1,34 milhão), dirigido pela jornalista Diléa Frate, e Expedições (R$ 1,66 milhão), da jornalista Paula Saldanha.

O diretor jurídico da EBC, Luís Henrique Martins dos Anjos, diz que a contratação de programas artísticos ou jornalísticos, cujos direitos autorais pertencem a outras pessoas, sem licitação e por notória especialização está amparada em um entendimento firmado pelo plenário do TCU, no acórdão nº 201/2001, relatado pelo ministro Benjamin Zymler.

Sérgio Sbragia, sócio de Diléa Frate na produtora Serpente Filmes, afirmou que a escolha de sua empresa “foi um processo muito criterioso”, que durou cerca de um ano.

A produtora Giros defendeu a dispensa da licitação. “O projeto Samba na Gamboa é apresentado pelo artista Diogo Nogueira. Em função do saber notório atribuído ao artista no mundo do samba (…), este contrato foi assinado de forma excepcional, dispensando licitação”, afirmou Maria Carneiro Cunha, da Giros.

A jornalista Paula Saldanha disse que o programa Expedições “está há 15 anos no ar, conquistando os melhores índices de audiência em todas as emissoras em que foi exibido (Manchete, TVE e TV Cultura)”. Procurada pela Folha na última terça-feira, a Rentalcam não ligou de volta até o fechamento desta edição.

Defende o governo? Não vale nada..


http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 8:02 pm
por Paisano
Nassif apanha da Folha. É que ele faz jornalismo…*

Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... -o-jornal/
Saiu na página 8 da Folha desta quinta-feira, 11 de março: “EBC paga R$ 1,2 mi a jornalista pró-governo”. É uma reportagem de Rubens Valente sobre o contrato da EBC com a empresa de Luís Nassif, que estreou na última segunda-feira, na TV Brasil, o programa Brasilianas.org.

A reportagem aponta Nassif, apresentado como “jornalista e empresário”, como beneficiário de um contrato milionário no qual recebe para produzir um programa de TV semanal de uma hora. O contrato de R$ 1,2 milhão. Valores anuais. Em média, ele estaria recebendo R$ 39 mil mensais, fora despesas com sua própria equipe e a produção do programa.

Não vou entrar na seara de fazer uma defesa do Nassif. Nem sobre os valores dos contratos – que nem são tão grandiosos quanto o que existe no mercado. Espanta-me é que a Folha o trate como um diligente puxa-saco do governo Lula. Apresenta ao leitor o ex-colunista do jornal e ex-conselheiro do velho Frias – informações negadas ao público da Folha – como um “jornalista pró-governo (Lula)”, destacando que ele vem se posicionando em seu blog em favor da gestão petista em várias polêmicas e, ao mesmo tempo, se “caracteriza por críticas a jornais e jornalistas”.

O texto de Rubens Valente – correto – está reproduzido abaixo. É óbvio que o título da matéria carrega nas tintas e expõe a visão boçal de Otavinho Frias quanto ao antigo colaborador do jornal. Também fiz questão de colocar a resposta de Nassif logo depois.

Amigos leitores, estou pasmo. Nunca vi um jornal jogar todo o seu patrimônio, que é a credibilidade junto a uma massa crítica de formadores de opinião, no lixo. Não dessa maneira.

Espanta-me o fato da Folha – jornal onde trabalhei, na década de 90, na sucursal de Brasília, e onde ganhei meu primeiro prêmio de jornalismo – agir assim. O episódio deste ataque a Nassif acontece na mesma semana em que o jornal abriu suas páginas para uma figura do naipe de Demétrio Magnoli.

Em artigo na segunda-feira, o sociólogo desceu o cacete nos repórteres da Folha– leia análise do caso no excelente blog de Leandro Fortes – por conta de uma reportagem sobre o debate das cotas raciais ocorrido no Supremo Tribunal Federal, em que os jornalistas expuseram as derrapagens históricas e a distorcida visão de mundo do senador udenista Demóstenes Torres (TO).

Nesse episódio, a Folha atirou os seus repórteres no mármore do inferno – Laura Capiglione e Lucas Ferraz foram chamados de “delinquentes” por Magnoli, com o beneplácito da direção do jornal. Agora, a Folha posa de paladina e desanca Nassif. No fundo, mantém-se alheia aos preceitos do velho bom jornalismo, da qual foi expoente no final do século passado.

O diário do seu Frias caducou. As reiteradas barbeiragens e o abandono dos critérios de ética previstos no manual de redação levaram o jornal a se transformar em porta-bandeira do Palácio dos Bandeirantes, a serviço da candidatura de José Serra à Presidência da República. E nem deixa isso claro ao leitor.

Isso é insano. Isso é suicídio.

Esse comportamento da Folha – e da imprensa, de uma maneira geral – foi alvo de análises em muitos artigos de jornalistas da estatura de Luís Nassif, Luiz Carlos Azenha, Leandro Fortes, Rodrigo Vianna, Mino Carta e tantos outros que marcaram espaço na internet nos últimos anos como contraponto ao que Paulo Henrique Amorim taxou de Partido da Imprensa Golpista, o PIG.

O desmascaramento desse comportamento duas-caras da velha mídia foi um dos processos mais salutares da imprensa brasileira neste início de século. E isso a Folha não tolera. Tampouco a Veja. Mas é irrevogável.

Imagino que o que deve irritar Otavinho é o fato de o jornal vir perdendo prestígio por conta dessas barbeiragens, estúpidas e rasteiras, que não seriam toleradas há 10 anos. Ora, diabos. Então eles esqueceram de publicar os erramos por conta do dossiê falso da Dilma? Ou pedir desculpas aos leitores pela defesa da “ditabranda” em editorial no ano passado? Ou sequer reconhecer o equívoco editorial que foi dar espaço nas páginas do jornal ao artigo de César Benjamin, apontando a participação do presidente da República num estupro de um colega de cela em plena ditadura?

Todos esses episódios geraram críticas na blogosfera. E foram devidamente denunciados por Nassif e os colegas citados acima. Foram essas críticas que geraram ataques da Veja a Nassif. Agora, vêm da Folha.

Como o jornal pode cobrar retidão e coerência de um ex-colaborador que continua fazendo jornalismo, enquanto o diário da Barão de Limeira descasca a lápide de Cláudio Abramo transformando o ex-”maior jornal do Brasil” num panfleto?

As críticas de Nassif à política econômica do governo Lula, permeadas no seu blog junto com os textos em que elogia também os aspectos considerados positivos da política social, foram escamoteadas do leitor da Folha. Nassif é retratado como um jornalista chapa-branca, pró-Lula e pró-PT, a soldo, vivendo dos cofres públicos. Quase um delinquente. O fato de que esse mesmo profissional esteve por vinte anos no Conselho Editorial da Folha também foi omitido. Isso é jornalismo?

Nassif tinha um programa na TV Cultura enquanto estava na Folha. E isso parece nunca ter sido um objeto de reportagens ou denúncias nas páginas do jornal antes. Como ele se desligou da Folha – ou foi demitido, sei lá – e saiu da TV Cultura, na gestão Serra, mas manteve a mesma visão de jornalismo em seu blog, isso agora parece incomodar Otavinho Frias.

Como apontei, é assustador!

*Olímpio Cruz Neto in http://olicruz.wordpress.com/2010/03/11 ... ornalismo/

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 8:11 pm
por delmar
Editoriais de ZH: a deformação como modo de vida


Realmente, este jornal é uma vergonha. Atacou de maneira dura a governadora do estado colocando miles de denúncias, suposições, acusações e insinuações sobre sua honestidade. Nada adiantou, a governadora continua por aí, livre, leve e solta, sem qualquer processo, candidata a reeleição. Eu que esperava que ela fosse, como foi o governador do DF, em cana fiquei frustrado pois tudo acabou de repente, ninguém mais fala nada, as acusações e acusadores sumiram, as provas que eram para vir não vieram, parece que era só fumaça. O interessante é que naquela época o PT e o PSOL andavam de namoro, abraços e beijos com a ZH, davam entrevistas diárias na RBS/TV. Veja como as coisas mudam rápido companheiro, ZH já voltou a ser um jornaleco ordinário. [003] [003] Todos os chapa branca voltam a ataca-la ao mesmo tempo que promovem o Nassif (novo colega) a jornalista emérito e isento. Enfim a vida continua e é interessante e divertida.

saudações

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 8:17 pm
por GustavoB
Realmente, este jornal é uma vergonha. Atacou de maneira dura a governadora do estado colocando miles de denúncias, suposições, acusações e insinuações sobre sua honestidade.
Antes do contrato caro Delmar, antes do contrato. Hoje é chapa branca com nunca. Lembra que tempo atrás publicaram páginas e mais páginas com editais, balanços, demonstrativos e etc. do Banrisul e da Corsan (a confirmar)? Pois é, até o Correio entrou nessa. Foram simplesmente comprados.

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 9:46 pm
por delmar
Os jornais podem ter sido comprados, mas os crimes apontados persistem. O ministério público, a procuradoria, o superintendente da polícia federal, os deputados do PT, os deputados do DEM, o PSOL e PSTU, enfim toda aquela gente que dava entrevistas diárias também foram comprados? Eles não precisam dos jornais para continuarem a cumprir suas obrigações e levarem os processos adiante. Assim fica a impressão que eram todos cúmplices de um grande processo de chantagem contra o governo do estado.

saudações

Re: Imprensa vendida

Enviado: Qui Mar 11, 2010 10:21 pm
por MAJOR FRAGUAS
Queria saber em numeros quantos eram os assinantes da josta do FSP e da Veja a alguns anos e agora...., se tem algum leitor que não seja do PSDB, DEM ou simpatizantes..... e tem mais, se vc for bom jornalista mas descordar deles, eles tentam queimar que nem estão tentando fazer com o Nassif.... q lixo de imprensa vendida!