GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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#76 Mensagem por Centurião » Seg Fev 25, 2008 2:56 pm

talharim escreveu:Pois é estamos a 50 anos discutindo políticas de desenvolvimento sustentável para a região amazônica e praticamente não saiu nada do papel até agora.

Vamos continuar discutindo por mais 50 anos.Vamos continuar fazendo reuniões por mais 50 anos ?

É impressionante como o Brasileiro adora uma reunião,adora discutir ! Eta povinho teórico ! Tudo aqui leva 10 anos,20 anos 30 anos para sair do papel...

Bom até lá não haverá mais necessidades de discussão pois a Amazônia não existirá mais.

---------------------------------------------------------------

Minha sugestão ? Bom grande parte desse problema é de ordem criminal estão cometendo um crime pela certeza de impunidade.

Este é um país sem leis ningúém repeita as leis.

Convocação de constituinte para reforma do código penal.Primeiramente isso.

Depois que este país tiver lei e todos passarem a respeitá-la tenho certeza que todos os outros problemas serão facilmente resolvidos.


Há muitas iniciativas que funcionam na Amazônia. Caso contrário, essa quantidade de pessoas não viveria por lá.

O Pará tem várias iniciativas de desenvolvimento sustentável que dão certo, além da exploração dos recursos minerais que geram renda e são bem controladas. O Amazonas se beneficia da Zona Franca, o que faz com que o estado seja um dos que mais preservam as florestas. Roraima, instalará as ZPEs para se tornarem opções à agricultura e pecuária. Além disso, a própria agropecuária, que tocada de forma consciente, gera renda para as populações de Roraima, Rondônia, Acre, Pará e Norte do Mato Grosso.

Se alguém está interessado e não conhece a região, eu sugiro visitar o fórum Skyscrapercity. Acessem o sub-fórum da Região Norte e verão como as cidades por lá estão se modernizando e se desenvolvendo. Também pode-se ter uma idéia de como a população de lá (mesmo se for somente a com acesso à internet) tem consciência de que a floresta deve ser preservada.

Um detalhe interessante: a natureza na Região Norte não possui só árvores. Roraima, por exemplo, tem uma grande região parecida com o cerrado. Conhecer mais sobre lá quebra alguns mitos.

O endereço:
http://www.skyscrapercity.com/forumdisplay.php?f=1113




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#77 Mensagem por talharim » Seg Fev 25, 2008 3:18 pm

Vlw pela dica Centurião.

Já dei uma olhada................bonitinhas as cidades...............mas precisam comer muito arroz e feijão ainda rs....

Os caras tavam admirados com um prédio de 12 andares !!! rs que estava sendo construído..................deve ser o prédio mais alto que já viram na vida.

Eta brasilzão grande hehehehe




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#78 Mensagem por Sideshow » Seg Fev 25, 2008 3:29 pm

Os caras tavam admirados com um prédio de 12 andares !!! rs que estava sendo construído..................deve ser o prédio mais alto que já viram na vida.

Era de Macapá? :lol: :lol: :lol:




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#79 Mensagem por Centurião » Seg Fev 25, 2008 3:32 pm

talharim escreveu:Vlw pela dica Centurião.

Já dei uma olhada................bonitinhas as cidades...............mas precisam comer muito arroz e feijão ainda rs....

Os caras tavam admirados com um prédio de 12 andares !!! rs que estava sendo construído..................deve ser o prédio mais alto que já viram na vida.

Eta brasilzão grande hehehehe
Tranquilo, Talha.

Também já me informei muito com suas mensagens por aqui. Estou só retribuindo. ;)

Hehehe! Realmente, na Região Norte, se não considerarmos Belém e Manaus, as cidades não possuem muitos prédios. Porto Velho e Rio Branco estão em franco desenvolvimento, com a instalação de shoppings e contrução de prédios de 8-15 andares (pequenos mesmo, heheheh).




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#80 Mensagem por talharim » Seg Fev 25, 2008 3:32 pm

Porto Velho.

Macapá pelo que vi nem tem prédio :mrgreen:




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#81 Mensagem por Sideshow » Seg Fev 25, 2008 3:39 pm

talharim escreveu:Porto Velho.

Macapá pelo que vi nem tem prédio :mrgreen:
Um dia eu até briguei na escola porque fiquei zoando um macapaense :lol: :lol: :lol:




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#82 Mensagem por Beronha » Seg Fev 25, 2008 10:24 pm

Centurião escreveu:
talharim escreveu:Vlw pela dica Centurião.

Já dei uma olhada................bonitinhas as cidades...............mas precisam comer muito arroz e feijão ainda rs....

Os caras tavam admirados com um prédio de 12 andares !!! rs que estava sendo construído..................deve ser o prédio mais alto que já viram na vida.

Eta brasilzão grande hehehehe
Tranquilo, Talha.

Também já me informei muito com suas mensagens por aqui. Estou só retribuindo. ;)

Hehehe! Realmente, na Região Norte, se não considerarmos Belém e Manaus, as cidades não possuem muitos prédios. Porto Velho e Rio Branco estão em franco desenvolvimento, com a instalação de shoppings e contrução de prédios de 8-15 andares (pequenos mesmo, heheheh).
bah , vcs não viram minha cidade , parece um gesto obsceno ... um predio e as cazinhas em volta...
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#83 Mensagem por talharim » Ter Fev 26, 2008 10:25 am

Caraca Jarbas Passarinho não poderia ter descrito melhor o que penso.100% de acordo !

Política de bons amigos :: Jarbas Passarinho

Jarbas Passarinho
Foi ministro de Estado, governador e senador

O presidente Lula disse aos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que cede às exigências da Bolívia por ser um país pobre, que luta para diminuir a pobreza e com o qual precisamos manter boas relações. Quando o secretário de Estado norte-americano Foster Dulles disse francamente: “Não há países amigos, mas interesses comuns”. A estratégia de Lula lhe é oposta. É paternalista, para com países mais pobres que nós. A benevolência com que trata Evo Morales excede a filantropia desconhecida em política externa. Sugere algo mais, talvez indevido reconhecimento de um passado imperialista do Brasil, de que se queixa sistematicamente Evo Morales. Do Acre, disse que o compramos “por um cavalo”, o que sugere claramente espoliação, prática imperialista. E aí está a mistura da benemerência com o remorso.

Se um é singular e desmente Dulles, o outro ofende nossa formação histórica e evidencia ressentimento guardado há um século. O Acre era despovoado. Os nordestinos, espancados pelo flagelo das secas, o povoaram e nele encontraram a borracha, valiosa depois que a Goodyear conseguiu a vulcanização. Descoberta a riqueza, a Bolívia contratou uma charter company anglo-americana para defender-se da imaginada ameaça do império brasileiro de ocupar o Acre e dele expulsar os seringueiros brasileiros.

O gaúcho Plácido de Castro comandou uma guerrilha que bateu as vanguardas do Exército boliviano que marchava para o Acre. O governo federal do Brasil sempre reconheceu a soberania da Bolívia sobre o Acre e nunca apoiou Plácido. Ao contrário, o Barão do Rio Branco, ministro do exterior, diante da situação delicada, para abortar qualquer possibilidade de guerra entre o Brasil e a Bolívia, negociou com ela o Tratado de Petrópolis, comprando o Acre. O que Evo chama de “um cavalo” foi o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia e mais 100 mil para a companhia que ela havia contratado e não chegou sequer à região que deveria proteger.

Dando seqüência a uma conduta que nos vê como imperialistas, denunciou unilateralmente o contrato de compra e venda de gás, assinado em 1993, no governo Itamar Franco, argüindo-o extorsivo. Exigiu e obteve aumento do preço do gás que nos vem pelo gasoduto Brasil/Bolívia, um vultoso empreendimento, que foi precedido de grande polêmica, dada a instabilidade política da Bolívia. Quando presidente da Petrobras, propuseram ao general Ernesto Geisel a construção do gasoduto. A resposta dele foi: “E quando os bolivianos fecharem a torneira?”

Cito com pesar o geólogo Walter Campos, porque já falecido, mas com orgulho por ter sido o primeiro brasileiro que dirigiu a pesquisa na Amazônia ao meu tempo de superintendente da Petrobras na região. Chegou, por seu mérito, a diretor da Petrobras. Foi dele, aliás, que recebi informações que me convenceram da temeridade de contratarmos o fornecimento de gás da Bolívia, que não a tinha para fornecer 30 milhões/dia de m³ de gás, durante 20 anos, o máximo nos termos do contrato.

Escrevi em o Estado de S.Paulo, dando curso às suas dúvidas, como sendo minhas, para poupá-lo de retaliação da Petrobras, de que já se aposentara estimava que não pudesse a Bolívia cumprir o contrato porque não tinha reservas comprovadas ou prováveis para tal. De fato, para garantir o fornecimento do gás nos termos contratuais, financiamos a pesquisa boliviana de novos poços produtores ao preço estimado de US$ 15 milhões por poço. Cláusula que favorecia a Bolívia era chamada take or pay, isto é, pagávamos como tendo recebido 30 milhões previstos se a nossa demanda fosse inferior.

Ajudáramos a aumentar a produtividade dos poços bolivianos, mas ainda consumíamos menos que o contratado. Em 2003, importávamos 10 milhões de metros cúbicos e pagamos pelos 24 milhões não importados. Continuamos bancando o take or pay até que o mercado brasileiro passou a precisar importar os 30 milhões/dia, teto do contrato. A Bolívia, confiando no saldo de sua produção, expandiu contratos, um com a Argentina, de 7,7 milhões de metros cúbicos, e a Termocuiabá, de 2,2 milhões.

A soma das demandas ultrapassa a capacidade de exportação, o que é agravado pela crise energética que a Argentina vive. Diante disso, o vivíssimo Evo, que já reduziu a exportação para a Termocuiabá, propõe ao Brasil a redução de sua importação, para que possa ajudar a Argentina. Inaceitável — retruca a Petrobras —, pois prejudicaria o mercado “que tem necessidade plena do gás que estamos trazendo da Bolívia”. O boliviano, que contrata vender o que não tem, não pode solucionar o problema que é seu e o transfere para o Brasil, acostumado a exigir e obter vantagens, como o aumento do preço do gás, violando contrato então vigente, e a expropriação manu militari das refinarias brasileiras.

Jornalistas perguntaram a Lula o que faria. Respondeu: “Se não briguei com Bush, como vou brigar com Evo?” Tem sentido a comparação? Que foi que Bush expropriou de nosso patrimônio? Dulles estava enganado. Afora os países que tratam de seus interesses comuns, de fato não há países amigos, mas países de amigos, uns mais amigos que os outros. Lula é dos mais amigos. Disse à presidenta da Argentina: “Brasil e Argentina, países de maior força econômica, têm que ter solidariedade com os países mais pobres e ajudá-los”. É o Bolsa Família internacional.


------------------------------------------------------------------------

Meus amigos é isso aí......................depois que nosso outrora glorioso Itamaraty passou pelo chamado processo de "popularização" implantado a ferro e a fogo pela cúpula petista o que se esperar do Itamaraty de agora em diante a não ser crimes de lesa pátria e ideologismos de semi-analfabetos.

Uma outroa instituição composta pela elite intelectual e patriótica desse país agora corrompida por pessoas desqualificadas e mal intencionadas.

Daqui a pouco exigem 2° grau para entrar no Itamaraty.Isso é brincadeira nessa o PT se superou

Agora o Itamarty serve a idologismos e não mais a pátria.Em primeiro lugar a Ideologia a pátria vem depois.




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Re: GEOPOLÍTICA

#84 Mensagem por Marino » Seg Mar 10, 2008 6:20 pm

BBC Brasil

10/03/2008 - 08h01
Para América do Sul, liderança brasileira ainda é promessa
Da redação da BBC Brasil*

Com metade do PIB do continente e uma extensão territorial que lhe garante fronteira com nove dos seus 11 vizinhos, o Brasil é visto na América do Sul como um potencial líder da região. Mas essa liderança brasileira, intencional ou não, é considerada apenas uma promessa.

"Eu acho que o Brasil tem o papel de grande integrador", diz o ministro do Exterior do Peru, José António Garcia Belaunde, que acrescenta: o país "poderia fazer mais (?) com mais iniciativa e, obviamente, mais investimento".



As palavras do ministro peruano sintetizam um sentimento generalizado identificado pela reportagem da BBC Brasil, que esteve nos outros 11 países da América do Sul para ouvir de políticos, empresários e cidadãos comuns o que eles pensam do seu gigante vizinho.

Há quem considere difícil o Brasil aumentar sua influência regional, mas é comum a opinião de que a maior potência sul-americana deveria fazer mais pelo continente, idéia defendida pelo ex-ministro da Defesa colombiano Rafael Pardo.

"Francamente (as aspirações de liderança brasileira), deveriam ser mais ativas. A idéia da união sul-americana ficou débil, o Brasil parece ter perdido o entusiasmo em relação a essa idéia, e acho que é necessário entusiasmo para a América do Sul ter um processo de integração mais dinâmico do que o tem tido até agora", avalia.

A posição de liderança e a própria necessidade de um líder regional são ainda tabus para o governo brasileiro. Em 2003, no início do seu primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em um discurso diante de novos diretores da hidrelétrica de Itaipu, que o continente pedia por uma liderança vinda de Brasília. "É impressionante como todos esses países estão quase a exigir que o Brasil lidere a América do Sul."

Mas a frase causou um certo mal-estar, já que, desde que começou a trabalhar por um projeto de integração sul-americana, no início dos anos 90, a diplomacia brasileira tem negado uma intenção explícita de liderar a região - uma idéia que poderia desagradar a vizinhos e atrapalhar o processo. Hoje o próprio Lula evita qualquer menção a uma liderança brasileira e sempre que pode repete que a América do Sul "não precisa de um líder".

Porém o fato é que a maior parte das nações sul-americanas continua a ver o Brasil como o país com o maior potencial para promover a integração regional, apesar de considerar que tal potencial ainda não esteja sendo totalmente aproveitado.

Pilares
A integração sul-americana passa atualmente pela construção de dois grandes pilares: o econômico e o político. Do ponto de vista econômico, uma das questões que mais geram críticas ao Brasil é a relação comercial.

O mercado de consumo brasileiro é cobiçado por todos os vizinhos e apontado como um dos fatores que mais poderiam favorecer a união regional. No entanto, o Brasil ainda é um dos países mais fechados da região e mantém superávits comerciais com praticamente todos os outros países sul-americanos.

"Em 1991, pensávamos que o nosso acesso a um mercado ampliado permitiria que várias empresas de outras partes do mundo se instalassem no Uruguai", diz José Manuel Quijano, diretor da Comissão Setorial para Mercosul do Uruguai. "Mas isso não se concretizou."

Para Quijano, uma das explicações para a frustração uruguaia está na incerteza em relação ao acesso ao mercado brasileiro. Apesar de ter sustentado déficits com o Uruguai por vários anos desde o início da década de 90, o Brasil tem apresentado superávit com sua antiga Província Cisplatina desde 2004. Em 2006, o Brasil vendeu ao Uruguai quase o dobro do que importou: US$ 1 bilhão contra US$ 640 milhões.

Esse é um processo que se repete na relação com a maioria dos outros países. Hoje o Brasil vende quase dez vezes mais do que compra da Venezuela e quase cinco vezes mais do que importa da Colômbia. Desde problemas de regulamentação alfandegária até a barreira com a língua e a infra-estrutura são apontados como empecilho para se vender mais ao gigante vizinho.

Da ótica de vários especialistas, políticos e diplomatas de outros países da região, a balança comercial é apenas uma das faces do problema. Alguns acreditam que o Brasil não pode se dedicar mais à solução de problemas regionais por causa dos seus próprios desafios.

"O dilema político do Brasil é que (o país) tem todas as condições para ser um líder regional e, em muitos casos, exerce essa liderança no nível político", diz Dante Sica, presidente da consultoria argentina Abeceb, especializada nas relações entre os dois maiores países da região. "Porém o país não tem todos os atributos de um líder, porque tem muitos problemas internos."

Na opinião de Sica, tais problemas afetam a capacidade brasileira de investir na região. Para ele, é difícil para o Brasil tomar a decisão política de colocar a mão no bolso para acabar com assimetrias com alguns vizinhos menores. "Como Lula pode ajudar o Paraguai (?) e não dar dinheiro para o Nordeste?", pergunta.

Como resultado, muitos vêem o Brasil como uma espécie de tigre sem dentes: uma nação que deveria colocar mais dinheiro nas estradas do Peru, pagar mais pela energia comprada dos vizinhos, ajudar em projetos de desenvolvimento sustentável no Equador, mas que não consegue, ou não quer, fazer isso.

Espaços vazios
Nessa espécie de vácuo deixado pelo Brasil, pela primeira vez desde o fortalecimento da idéia de integração um país passou a ocupar espaços na busca por liderança. Com os cofres cheios de petrodólares, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tem feito em relação a alguns países da região aquilo que o gigante do continente não consegue.

"Acredito que Lula compreendeu apenas recentemente que não pode deixar o cenário latino-americano (e a América Sul) coberto somente pela vigorosa figura de Hugo Chávez", afirma o ex-ministro do Planejamento venezuelano Teodoro Petkoff, opositor a Chávez.

Para ele, a capacidade do presidente da Venezuela de ameaçar a posição brasileira na integração regional é superdimensionada, especialmente pelos Estados Unidos. Mas ele acredita que o Brasil precisa se dedicar mais para servir de contraponto à posição de Chávez.

A dúvida de muitos é se Venezuela e Brasil disputam uma posição de liderança ou podem trabalhar juntos para o bem da região. Com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, havia quem esperasse ou temesse uma maior aproximação entre os dois países.

Mas a mais recente crise política envolvendo Equador e Colômbia mostrou diferenças claras de ação entre Brasil e Venezuela: o governo brasileiro acionou sua diplomacia, enquanto Caracas mobilizou tropas. O alívio da crise, obtido no âmbito de negociações na OEA, também mostrou que o Brasil não é uma superpotência que pode impôr soluções sozinha, posição que o próprio governo brasileiro diz nunca ter buscado.

Confrontado com as demandas, o governo brasileiro cita o que considera sucessos e avanços na integração e na atuação brasileira na América do Sul. Dessa lista, fazem parte a evolução, mesmo que lenta, da infra-estrutura física, a conclusão de acordos de livre comércio, a criação da Comunidade Sul-Americana das Nações, hoje Unasul, e a criação do Banco do Sul - uma proposta de Chávez abraçada com relutância pelo Brasil.

Aos críticos, a resposta brasileira é que uma integração continental não acontece rapidamente nem sem percalços. Mas inúmeras vozes na América do Sul dizem que, após quase duas décadas de esforços para integrar a região, a liderança brasileira, assim como a formação de um bloco no sul-americano, continua no campo das promessas.

* Colaboraram Alessandra Correa (Bolívia e Paraguai), Andrea Wellbaum (Argentina e Uruguai), Daniel Gallas (Venezuela), Márcia Freitas (Peru e Chile) e Pablo Uchoa (Colômbia e Equador)




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Re: GEOPOLÍTICA

#85 Mensagem por Marino » Seg Mar 10, 2008 7:25 pm

Socialista pode :: Antonio Sepulveda

As escolas de guerra chamam o contencioso entre Colômbia e Equador de "crise político-estratégica". Na América Latina, esse tipo de crise traz sempre boa dose de histrionice. Os grandes palhaços dessa rodada são o curaca Hugo Chávez e o obturado Lula da Silva. Ambos fazem de tudo para posar de líderes regionais e sonham-se condutores dos destinos do Cone Sul. O primeiro, com o estrépito de um fanfarrão megalômano; o segundo, por mera vaidade insuflada por cortesãos ambiciosos e mal-intencionados.

É preciso desencavar alguns fundamentos. Por que crise político-estratégica? A crise é um conflito que poderá ou não degenerar em guerra; guerra esta que, se deflagrada, teria o mesmo objetivo político da crise que a gerou. Isso mesmo, o objetivo é político, porquanto mestre Clausewitz nos ensinou que a guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios. A estratégia refere-se ao preparo e à aplicação dos poderes nacionais dos atores envolvidos para a consecução dos respectivos objetivos políticos. A palavra-chave é exatamente esta: poder. Em sua definição clássica, estratégia é justamente isto: preparo e aplicação de poder.

Devemos nos lembrar de três aspectos cruciais neste tipo de raciocínio: primeiro, um conflito, seja crise ou guerra, só chega ao fim quando se atinge o objetivo de um dos atores; segundo, toda crise possui um ou mais fatores de desestabilização e, neste caso, o fator de desestabilização são as Farc; terceiro, o objetivo político de cada ator - e, em conseqüência, a estratégia para alcançá-lo - depende inteiramente do poder disponível para o ator em pauta. É aí que a vaca vai pro brejo...

Antes, porém, de acompanharmos a vaca à charneca, examinemos, laconicamente, o cenário que abala as tribos do noroeste sul-americano. O primeiro ator, Colômbia, vê-se assolado pelo segundo ator, uma quadrilha de narcotraficantes de viés socialista, as Farc, que ambicionam o poder. As Farc são compostas por terroristas na mais autêntica acepção do termo; almejam a obtenção de material radioativo para a fabricação de "bombas sujas", e suas atividades mais brandas são o seqüestro de inocentes e a extorsão. O terceiro ator, Equador, sofreu uma invasão de tropas colombianas que perseguiam narcotraficantes que são normalmente acoitados pelo Equador; na ação, tombou o bandoleiro Raúl Reyes, amigo de Chávez. O quarto ator, a Venezuela, que financia os criminosos das Farc, tomou as dores do Equador e fechou as fronteiras com a Colômbia, além de berrar ameaças e impropérios. Finalmente, o quinto ator, Brasil, crê que um pedido colombiano de desculpas resolva o problema. Clausewitz discordaria de tamanha sandice.

A América Latina sempre foi um ninho de antagonismos, e nada tem de pacífica. Falta-lhe apenas capacidade militar e logística para fazer guerra contra quem quer que seja. Duvidamos, sinceramente, que algum desses países tenha um plano exeqüível de mobilização. Ninguém ao sul do Rio Grande possui poder para delinear uma estratégia capaz de garantir a consecução do menos ambicioso dos propósitos. Os politiqueiros dessas republiquetas só conseguem berrar palavras de ordem e, no máximo, produzir uma guerra interna que lhes dê mais poder, mesmo que leve o país à bancarrota. Chávez não consegue sequer abastecer os supermercados de Caracas com papel higiênico. Como pretende aquele pitecantropo sustentar as linhas de comunicação logística das tropas? E mais: não nos podemos iludir com o material bélico adquirido recentemente por Hugo Chávez, porque não existem sobressalentes nem para dois meses de operações contínuas. O Equador, do tamanho de Vigário Geral, vai combater com o quê?

E o Brasil? O Itamaraty do PT correu a condenar a Colômbia, mas calou-se sobre as Farc. Afinal, embora narcotraficantes e terroristas, são também sectários companheiros do Foro de São Paulo, todos muito socialistas. Plagiando aquela gordinha simpática da televisão: "Socialista pode!".

Que bando de cretinos!




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Re: GEOPOLÍTICA

#86 Mensagem por Marino » Ter Mar 11, 2008 8:00 pm

Potência regional

Merval Pereira



Pela segunda vez em pouco tempo a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, virá à América do Sul sem visitar Buenos Aires, outrora ponto obrigatório de uma visita regional. Limitando-se a visitar Brasil e Chile, ela está ratificando a idéia generalizada de que esses dois países, e mais o México, são os centros decisórios da região, apesar de o protagonismo político estar aparentemente com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Na recente crise político-militar envolvendo Colômbia e Equador, o trabalho mais importante da diplomacia brasileira foi isolar Chávez, não colocando a Venezuela como parte da crise, como ele desejaria.

Mas assumindo posição tíbia diante da proteção que Chávez e Correa dão à narcoguerrilha na fronteira com a Colômbia, certamente por laços políticos que ligam o PT às Farc, o Brasil perdeu nesse episódio a oportunidade de fazer prevalecer sua liderança regional, cada vez mais contestada pelas atitudes dos países satélites de Chávez, até mesmo a Argentina.

A política externa americana delega às chamadas "potências regionais" a mediação dos conflitos de suas áreas, e por isso os Estados Unidos pediram que o Brasil assumisse a força de paz no Haiti. A secretária de Estado Condoleezza Rice certa ocasião classificou o Brasil de "potência regional prestes a se tornar potência mundial", e a posição pragmática do governo brasileiro faz com que o país apareça como uma possibilidade real de equilíbrio e mediação em uma região majoritariamente ocupada por governos de esquerda, e com alguns focos remanescentes de movimentos revolucionários como as Farc na Colômbia, o bolivariano neo-socialista Hugo Chávez, e o MST brasileiro.

A ausência de Lula na reunião do Grupo do Rio em Santo Domingo, no entanto, foi praticamente uma admissão de que o país não tinha papel a desempenhar na solução desse conflito. Mas isso não quer dizer que o Brasil tenha aberto mão de seu projetos de união regional. Além do Mercosul, um projeto de teor mais econômico, o Brasil tenta colocar de pé uma Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), que seria o braço político da união regional.

Em outra frente, o Ministério da Defesa negocia a coordenação das políticas de defesa do continente, Conselho Sul-Americano de Defesa, que seria responsável por uma estratégia regional conjunta para que os países sul-americanos tenham posições comuns nos fóruns internacionais.

Os argentinos reagem fortemente à criação da Casa. Convenceram-se de que ela enfraqueceria o Mercosul, e a Venezuela, que tem um projeto de união das forças militares da região, deve ser um obstáculo ao projeto brasileiro de defesa regional, que mitiga o lado belicoso do projeto "bolivariano" para dar destaque ao lado político da questão. A questão é saber como ficará a Junta Interamericana de Defesa, que tem a forte liderança dos Estados Unidos, e que Chávez pretende suplantar com seu projeto militar para a região.

Um estudo do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) feito pelo historiador Sérgio Paulo Muniz Costa, doutor em ciências militares, que foi delegado do Exército brasileiro no Conselho de Delegados da JID, mostra que, embora sofra forte influência norte-americana, a JID passou por uma modernização que a tornou "mais equilibrada e democrática, como organismo especializado da OEA e, conseqüentemente, mais integrada política e diplomaticamente à realidade regional".

Para o historiador, "os objetivos do Brasil e dos EUA quanto à segurança regional confluem, portanto, numa JID integrada à OEA, que represente uma visão mais compartilhada dos problemas de segurança e defesa. Ademais, a integração sul-americana seguirá um curso mais seguro se os antagonismos geopolíticos e ideológicos no hemisfério estiverem atenuados, e a JID é uma excelente via para isso".

Segundo ele, "o crescimento do poder brasileiro levará, inevitavelmente, à assunção de maiores responsabilidades do Brasil em relação à segurança internacional, a começar pela preservação da segurança regional em face de tensões internas ou de rivalidades entre os grandes blocos geoeconômicos".

A Junta Interamericana de Defesa modernizada, para Sérgio Paulo Costa, "pode vir a se constituir num importante instrumento da diplomacia e da atuação militar do Brasil em prol da paz e da segurança regionais, condição necessária e indispensável à integração da América do Sul".

A criação da Comunidade Sul-Americana, com a qual o presidente Lula queria colocar fora da agenda brasileira as negociações da Alca, que acabaram sendo mesmo superadas pelos acontecimentos, é vista como a expressão da política hegemônica brasileira na região, e por isso a Argentina reage tanto a ela.

O governo brasileiro argumenta, com razão, que, se o projeto fosse para impor a sua hegemonia na região, não estimularia a criação de um organismo multilateral, onde todos têm independência. O objetivo declarado do projeto brasileiro é criar, com a união do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e do Pacto Andino (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), um pólo político e econômico que se contraponha aos já existentes, como a Comunidade Européia, o Nafta e o grupo de países asiáticos.

A crise com a Colômbia, que colocou os Estados Unidos no meio de uma disputa regional, como temiam setores da esquerda petista encastelados no governo, dificulta uma maior aproximação neste momento em que a secretária Condoleezza Rice visita a região. O que seria uma visita para fortalecer os acordos no setor de biocombustível, especialmente o etanol, poderá ter a quase crise militar como ponto central, o que não agrada nem ao Brasil nem aos Estados Unidos.




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Re: GEOPOLÍTICA

#87 Mensagem por Marino » Qua Mar 12, 2008 7:07 pm

Carlos Lessa

O pré-sal e o enigmático futuro brasileiro

Toda profissão tem cacoetes lingüísticos. O geólogo brasileiro denomina os campos submarinos de petróleo existentes abaixo de um enorme e espesso lençol de sal de pré-sal. O geólogo ordena o mundo de baixo para cima. O sal dificulta e encarece a extração, porém preserva um óleo leve e de ótima qualidade.

Fortes evidências levam a crer que há 130 milhões de anos começou o desquite entre África e América do Sul. No meio, surgiu um lago que, crescendo, dá origem ao Atlântico Sul. O material orgânico foi sepultado debaixo do sal; posteriormente, outros elementos se depositaram. A combinação de temperatura e pressão converteu a matéria orgânica em petróleo. Movimentos tectônicos deslocaram o sal; parte do petróleo migrou para cima das "janelas" de sal. A Petrobras localizou campos submarinos nestas janelas: Namorado, Marlin, Roncador e toda uma peixaria permitiram a auto-suficiência deste combustível. O óleo dessas jazidas não é o melhor - é pesado - porém é nosso; está em nossa fronteira marítima, pertence à Petrobras, e o Brasil é líder em tecnologia e ambições em águas profundas.

A Petrobras foi em frente. Perfurou ao longo do mar, desde Espírito Santo até a Bacia de Santos, em busca do pré-sal. Tudo leva a crer que existam campos no mar em uma área de até 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura. As estimativas oscilam entre 30 e 50 bilhões de barris no pré-sal - não é um delírio nacional, esta é a avaliação do Credit Suisse. Hoje temos 14 bilhões de barris provados. Com Tupi, Carioca, Júpiter e seus "compadres", chegaríamos às reservas atuais da Rússia e da Venezuela.

O óleo do pré-sal é leve. O Brasil pode confiar nos geólogos, cientistas, engenheiros e tecnólogos que desenvolveremos a tecnologia para estes campos muito profundos e com espessas camadas de sal. Ao Eldorado Verde da Amazônia, descobrimos um Azul, no pré-sal; um novo Eldorado pelo brasileiro e para o brasileiro. Este é o sonho. Pode-se converter em um pesadelo.

Os EUA consomem 25% do petróleo do mundo. O grande poluidor bebe, todos os anos, sete bilhões de barris. Tem reservas pequenas, apenas para quatro anos. Por isto, tem tropas na Arábia Saudita (260 bilhões de barris de reservas), e frotas navais no Oceano Índico; estimulou o conflito latente entre sunitas e xiitas, promoveu Saddam Hussein e deu fôlego a Bin Laden. Com o primeiro, alimentou o ódio ao Irã (100 bilhões de barris); com o segundo, sustentou a rebelião dos afegãos contra a URSS. Após o 11 de setembro, destruiu os talibãs e, desde então, acusou o Iraque (100 bilhões de barris) de dispor de armas nucleares. Destruído Saddam, não se descobriu nenhum armamento não convencional. Transferiu, imediatamente, para o Irã a acusação de estar se nuclearizando. Os EUA mergulharam de ponta-cabeça no Oriente Médio, pois têm sede de petróleo - aliás, a China e a Índia também.

Até o pré-sal brasileiro, o Novo Mundo não poderia saciar os EUA; o México já foi depredado (tinha 52 bilhões de reservas e hoje está com 17). O Canadá tem muita areia betuminosa (custos extremamente elevados de extração). A Venezuela tem reservas insuficientes para a sede norte-americana. Alguns países ficaram sem petróleo: a Indonésia exportou, participou da Opep e vendeu seu óleo a US$ 3 o barril, hoje importa a US$100 o barril. O Reino Unido não é mais exportador de petróleo no Mar do Norte; bebeu e vendeu demais. Este é o pano de fundo de um possível pesadelo geopolítico. Não interessa ao Brasil que o Atlântico Sul se converta num Oriente Médio.

A primeira pergunta que ocorre é: o petróleo do pré-sal é nosso? Logo depois: até quando? O neoliberalismo já promoveu nove rodadas de leilões.

A ANP - instituição que no passado seria denominada de "entreguista" - pretendeu acelerar uma nova rodada nos blocos do pré-sal. Com clarividência, o presidente Lula suspendeu a rodada e solicitou à ministra Chefe da Casa Civil que estudasse uma nova legislação de regulamentação da economia do petróleo. Creio que Lula anteviu um possível "Iraque" em nosso território. O presidente sabe que a Petrobras pode, técnica e financeiramente, desenvolver Tupi e outros campos do pré-sal. Sabe que não se brinca com soberania na "Amazônia azul". Nossa Marinha de Guerra precisa do submarino nuclear; nossa aeronáutica precisa de mísseis e da Base de Alcântara, porém quem garante que não seremos acusados de belicismo?

Conheço a ministra Dilma desde os tempos da Unicamp. Sei que é nacionalista e bem preparada; ela sabe que o preço do barril irá subir tendencialmente. É uma boa "aplicação financeira" manter petróleo conhecido e cubado como uma reserva estratégica; rende mais que os Títulos de Dívida Pública norte-americanos. Um fundo soberano, alimentado com uma parcela das reservas cambiais de nosso Banco Central, poderia subscrever ações e financiar a Petrobras. É mais estratégica esta "aplicação" do que apoiar o Tesouro dos EUA. Dilma sabe que a China fura poços e os mantém lacrados, preferindo beber petróleo importado em troca de suas exportações. Certamente, a regulamentação não será elevar royalties e contribuições especiais sobre o petróleo extraído do pré-sal por companhias estrangeiras.

A premissa maior é reassumir a Petrobras como empresa estratégica para o futuro desenvolvimento brasileiro e escudo protetor de uma geopolítica potencialmente ameaçadora. Para tal, é necessário retirar da companhia sua medíocre missão atual: "honrar seus acionistas". Aliás, o Dr. Meirelles, com o desejado fundo soberano, poderia converter o Banco Central em "acionista", recomprando as ações que os governos liberalizantes venderam para estrangeiros.

A diretoria da Petrobras, em vez de saber a cotação da ação em Wall Street, deveria estar articulada com o presidente da República, expondo ao Brasil o modo de manter o Eldorado em nossas mãos.

Carlos Lessa é professor-titular de economia brasileira da UFRJ. Escreve mensalmente às quartas-feiras. E-mail: carlos-lessa@uol.com.br




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Re: GEOPOLÍTICA

#88 Mensagem por Marino » Dom Mar 16, 2008 2:02 pm

Balance Militar

El impacto del 1M en la política "oscilante" de Brasil
Mar-14-08 - por Fabián Calle

En los meses previos al ataque aéreo y terrestre sobre territorio ecuatoriano que derivó en la muerte de uno de los líderes guerrilleros de las FARC, Raúl Reyes, el gobierno del Brasil (en especial su Cancillería y el repotenciado Ministerio de Defensa) venían desarrollando y acelerando pasos en el sentido de consolidar esquemas de consulta y cooperación en materia diplomática, económica y aun militar a nivel sudamericano y, en menor medida, en la zona Caribe. Dos instrumentos sobresalían claramente: 1) la Unión Sudamericana, 2) La Consejo Sudamericano de Defensa, y 3) la visita de Lula da Silva a Cuba y su larga y al parecer fructífera reunión con los hermanos Castro. En este sentido, entre fines del 2007 y comienzos del presente año el ministro de Defensa Nelson Jobim recorrió diversos países de la zona con el objeto de presentar la idea de un mecanismo a escala regional que podría ser visto como un reemplazo parcial (y no de alcance hemisférico) del colapsado TIAR luego de la guerra por las Islas Malvinas en 1982. Al menos dos interrogantes se planteaban al ver la intención de Brasilia en materia de desarrollar un esquema flexible y sin garantías de asistencia recíproca en el área militar con sus vecinos: Colombia y Venezuela. El primero, por su alineamiento con Washington y el peso decisivo de los más de 5200 millones de dólares en ayuda y equipamiento que desde el inicio del Plan Colombia en el año 2001 hasta hoy han llegado a las FF.AA. y de seguridad colombianas desde el tesoro de los EE.UU. y las claras evidencias (en especial desde mediados del año 2002) de ser Colombia y en especial las FARC dos blancos prioritarios de la estrategia antiterrorista de la superpotencia luego del trauma del 11/9. En lo que respecta a Venezuela, la agenda abiertamente confrontativa de Chávez en materia de política exterior con los EE.UU. e Israel y, desde el año 2005, el incremento sustancial de los gastos en adquisición de armamentos (básicamente a Rusia, seguido por España, China, Irán y Corea del Norte). Así como la existencia a partir del año 2004 de la Doctrina Militar oficial del régimen de Caracas que pone como hipótesis de conflicto centrales: 1) la agresión de Colombia con respaldo aéreo, naval y de guerra electrónica de la superpotencia, y 2) un ataque directo aeronaval de los EE.UU.

Frente a este panorama, todo parecía indicar la posibilidad cierta de un Consejo Militar Sudamericano que tuviera mayor dinamismo y profundidad en el Cono Sur y parte de la zona andina y relaciones más protocolares y modestas con los dos casos paradigmáticos de alineamiento y choque con los EE.UU., o sea Bogotá y Caracas. Claro está que la esperanza del gobierno de Lula se depositaba en la existencia de espacio para tener cierta incidencia en la agenda de Defensa y seguridad de estos dos países. Para ello, basta recordar la firma del Tratado de Tabatinga en el 2004 entre los Ministerios de Defensa de Brasil, Colombia y Perú orientada a reforzar y optimizar la lucha contra el narcotráfico, las FARC, los paramilitares y contrabandistas en la zona amazónica compartida, así como la voluntad de compartir con Lima y Bogotá parte de la información de radar, electrónica y de sensores terrestres con que cuenta el SIVAM (sistema de vigilancia amazónica). Como antecedente de la necesidad de ese esquema de cooperación, cabe recordar la captura en el año 2001 en territorio colombiano controlado por las FARC del narcotraficante brasileño y líder del "Comando Rojo" de Río de Janeiro, Beira Mar, y su posterior extradición a Brasil bajo el cargo de tráfico de estupefacientes, armas y explosivos. En fechas más reciente, y con motivo del "Estado de sitio" que decretó de hecho otra organización criminal, el Primer Comando de la Capital, en el año 2006 en la zona de San Paulo, se conoció la activa presencia de ese grupo en países como Colombia y Paraguay. Esta realidad queda reflejada en el Decreto sobre Defensa Nacional formado por Lula en el año 2005 en donde la lucha contra grupos armados irregulares y el narcotráfico aparecen como una de las tareas prioritarias. En el mismo año, un General brasileño con mando de tropa en la zona amazónica brindó una larga entrevista periodística en donde comentaba cómo sus hombres se entrenaban activamente para esta tarea, pero también para resistir una eventual ingerencia militar estadounidense en territorio del Brasil. Si bien la nota duró pocas horas en el portal de Internet del Ejército del Brasil, ni esta Fuerza ni el gobierno desmintieron esta afirmación. Poco tiempo después, otra nota de prensa mostraba a militares del Brasil entrenando a indígenas en operaciones armadas en la selva contra los mismos potenciales enemigos.

Con respecto a la relación en materia de Defensa con Venezuela, cabría citar la intención en el año 2005 de vender aviones de entrenamiento avanzado y ataque a tierra Super Tucano (no concretada por el veto de EE.UU. de transferir pieza y parte de ese origen que contiene el avión), la firma de un preacuerdo entre Caracas y la empresa Imbel del Ejército del Brasil para reparar decenas de miles de fusiles de asalto FAL (los recientemente reemplazados por el fusil AK-103 de origen ruso) y la venta de miles de revólveres para fuerzas militares y policiales venezolanas. Asimismo, pocos años atrás Lula y Chávez acordaron la posibilidad que información del SIVAM fuera utilizada de manera conjunta para luchar contra el narcotráfico.

El 1M: la "Revolución en los Asuntos Militares" (RAM) hace su aparición en Sudamérica.

Pero algo claramente se interpone y altera parcialmente este relato y la misma estrategia del Brasil de consolidar su liderazgo a escala sudamericana mediante los instrumentos institucionales descriptos al comienzos del presente artículo: el ataque aéreo y terrestre sobre territorio del Ecuador del 1 de Marzo 2007 y el uso de armas de última generación para concretar ataques de alta precisión sobre territorio ajeno. Sin tener información fidedigna de los debates internos en Brasilia en los días posteriores a este hecho, bastaría analizar y reflexionar sobre la ausencia, nada más y nada menos, del mismo Lula da Silva en la Cumbre de Presidentes del Grupo de Río que buscó encauzar la escala entre Colombia y el eje Ecuador-Venezuela-Nicaragua. Más allá de la sagacidad que seguramente Itamaraty asignará, y probablemente de manera justificada, a esta decisión, no deja de impactar tamaña ausencia en tamaño momento crítico para la región. ¿Alguien se imagina una crisis, aun de menor escala que la vivida en los días reciente en los Andes, en la Unión Europea sin la presencia del Canciller de Alemania? Ello no implica desconocer -ni mucho menos- el rol central que tuvieron el Presidente brasileño y sus ministros en apaciguar los estados alterados de Uribe, Correa y Chávez.

¿Qué podría explicar esta ausencia de Lula y el bajo perfil público de la altamente profesional y coherente diplomacia brasileña? Una posible explicación, entre tantas que seguramente deberán converger para entender acabadamente la cuestión, es que el ataque del 1M dificulta en extremo en juego heterodoxo y pendular del Brasil vis a vis al tablero que componen Venezuela, Colombia y Washington y, en menor medida, actores claves del Medio Oriente como Israel e Irán. En situaciones como las vividas por la región sudamericana en los días reciente, los grises y los espacios de maniobra se reducen sustancialmente. Las definiciones netas en esos días tienden a rigidizar fuertemente los cursos de acción posteriores. Parece ser que esto mismo es lo que buscó evitar de todas formas el Brasil. Veamos más detenidamente algunos procesos y políticas que en los últimos años ha llevado a cabo este país.

A modo de somero ejemplo, enumeremos algunas de las más destacadas "heterodoxias" en que caería el Brasil vis a vis las visiones, imperantes básicamente en ciertos sectores de la Argentina, que tienen a ver a un "Lula neoliberal" y alineado con EE.UU. Podríamos comenzar con la abstención de la delegación brasileña en la Asamblea de la INTERPOL (punto que desarrollaremos posteriormente) de fines del 2007 en donde la Argentina (con el activo respaldo de Israel y los EE.UU.) reclamó la captura internacional de un ciudadano libanés y otros de nacionalidad iraní por el ataque a la AMIA en 1994, la activa política de inversiones de la empresa petrolera brasileña con mayoría de capital estatal en países como Venezuela e Irán, la postura de Brasilia de definir a las FARC como grupo insurgente y no como terroristas, los recientes preacuerdos y acuerdos estratégicos y militares firmados con Francia y con Rusia, las referencias directas e indirectas en sectores de la Defensa del gigante sudamericano a la necesidad de estar preparados para una "resistencia asimétrica" frente a la eventual "injerencia de una superpotencia extra regional", la reciente, fluida y amistosa visita de Lula a Fidel Casto y la negativa a permitir un completo acceso de la Agencia Internacional de Energía atómica a la planta de enriquecimiento de uranio de Resende. En el campo económico-comercial, se podría citar la negativa de avanzar en el ALCA deseado por Washington, el ser el país que más veces ha llevado a los estadounidenses a paneles de resolución de controversias comerciales en la Organización Mundial del Comercio y la firma de numerosos acuerdos comerciales durante la reciente visita del presidente brasileño a Cuba. Frente a este panorama, el Brasil parece tener frente a sí la posibilidad, o mejor dicho hasta la necesidad, de hacer una política oscilante que busque sacar provecho y al mismo tiempo evitar escalas radicales de la confrontación entre Caracas y Washington. Un socio en cierta medida compatible para esta dificultosa pero seguramente realista estrategia, parece ser la Argentina en particular y el MERCOSUR en general.

La votación brasileña por la causa AMIA ayuda a analizar a esta potencia regional desde una perspectiva más amplia y profunda. Paradójicamente, una década atrás muchos de estos actores políticos y sociales argentinos caracterizaban a Brasil como un elefante esclerosado que no había encontrado el atajo al primer mundo como lo había logrado la Argentina y lo percibían aun aferrado a posturas industrialistas, estatistas y tercermundistas. Alejándonos de esta instrumentalización pueril para debates políticos internos en la Argentina, cabe recordar que ya en 1981 W. Selcher editaba un libro sobre el ascenso de Brasil como "potencia intermedia" correlato del "milagro económica brasileño" 1967-1973. Desde 1955 la economía del Brasil ha superado en tamaño a la Argentina para llegar actualmente a ser 2,7 veces mayor según las estadísticas 2007 del FMI. En el mismo sentido, dos renombradas especialistas brasileñas, M. Hirst y M. Regina Soares, en un reciente artículo titulado "El Brasil como Estado intermedio y poder regional" afirman que "desde principios del siglo XX, la máxima aspiración de la política exterior brasileña ha sido alcanzar un reconocimiento internacional" al tiempo que refirman el actual interés del país en conservar niveles de autonomía vis a vis los lineamientos de Washington y de acentuar su participación en el sistema internacional y sus principales instituciones a sabiendas de no contar con un poder económico y militar considerable. En este sentido, en Noviembre 2007 H. Kissinger expresó que la ampliación de los países con poder de veto en el Consejo de Seguridad de la ONU "debería ser reformada" (una clara aspiración de Brasilia) si bien lo consideró "improbable" por el mismo desinterés de Washington. Finalmente, destacan que "para EE.UU. la importancia de Brasil en los asuntos mundiales y la seguridad es muy reducida", la preocupación existente en ciertos sectores de Washington por un rol más preeminente de Brasil en Sudamérica que debilite la hegemonía de la superpotencia (¿a agudizarse paradójicamente con el debilitamiento del proyecto chavista por referéndum?) y los desacuerdos sobre temas tan sensibles como Colombia y aun Venezuela. Cabe recordar, en este sentido, las recientes declaraciones del Canciller brasileño Celso Amorin calificando a Chávez como demócrata y rechazado calificar a las FARC colombianas como un grupo terrorista. En el mismo sentido, durante la larga y más que amigable cumbre entre el Presidente Lula da Silva y Fidel Castro en enero de 2008, uno de los temas centrales, junto a la firma de numerosos e importantes acuerdos económicos y comerciales, habría sido al tarea de moderar las tensiones entre Caracas y Bogotá y reencauzar el canje humanitario en este último país.

La pata militar del "liderazgo-soft" brasileño.

Luego de "tocar fondo" a comienzos del presente siglo, el área de la Defensa en Brasil parece también comenzar a sumarse a esta tendencia internacional y regional. Desde el año pasado y mucho más claramente en el 2007, el Poder Ejecutivo y el mismo Parlamento han puesto blanco sobre negro la necesidad de fuertes incrementos en las partidas presupuestarias y un respaldo explícito a proyectos retrasados, como la construcción del submarino nuclear para ponerlo en servicio para el año 2015, vectores para la colocación de satélites en el espacio y un mayor nivel de desarrollo de la industria de Defensa (esta vez, aspirando a tener una menor dependencia tecnológica de la existente hasta principios de la década de los ´90). Los nuevos mandos del Ejército han expresado su satisfacción con los recursos previstos para el presente año y el venidero. Asimismo han puesto como prioridades la adquisición de vehículos blindados a rueda, la puesta en funciones de las nuevas Brigadas de Operaciones Especiales, de selva y blindadas, la capacidad antiaérea, de comunicaciones y puentes y embarcaciones para operaciones ribereñas y municiones.

También desde la Marina se destila un claro cambio de clima en lo atinente a los recursos económicos para el corto y mediano plazo. Ello haría factible la terminación del submarino de propulsión nuclear (con su carga de imagen y prestigio, funcional a la estrategia del Brasil de mostrarse como un actor con proyección internacional y aspirante a bancas especiales en el Consejo de Seguridad de la ONU y en un eventual Grupo de los 8 ampliado), la modernización y construcción de submarinos convencionales de origen alemán y la compra de torpedos, helicópteros y sistemas de comando y control de los EE.UU.

En el caso de la Fuerza Aérea, se ha reabierto la licitación (cancelada en el 2002) para la compra de una docena de aviones de combate de superioridad aérea1, se han alquilado con opción de compra 12 aviones Mirage 2000C de segunda mano provenientes de Francia, se han comenzado a modernizar los aviones de ataque a tierra AMX y comprado un centenar de aviones turbohélice Super Tucano para entrenamiento avanzado y operaciones contrainsurgentes (COIN)2.

En meses recientes, el Presidente Lula anunció un incremento del 50% en los gastos operativos de la Defensa para el 2008 y la decisión estratégica de dotar al país de un instrumento militar disuasivo creíble. En este sentido, ha ordenado al Ministro Jobin (tal vez el responsable del sector de la Defensa con mayor peso político propio desde la creación tardía de esa cartera en 1999) la confección de un informe estratégico a ser entregado el año que viene y que guiará el reequipamiento y doctrina de las FF.AA. en el mediano y largo plazo. ¿Qué factores explican estos cambios en el sector de la Defensa del Brasil? Para poder responder este interrogante, cabría recordar la existencia desde el regreso de la democracia a mediados de los años ´80 de un acuerdo implícito: alta autonomía de los militares y la no revisión del pasado en materia de DD.HH. por un lado, y estancamiento o descenso relativo del presupuesto de Defensa en los gastos nacionales Hecho facilitado en parte por el deterioro y colapso de la capacidades disuasivas de la Argentina y las agudas crisis económicas vividas por Brasil (1982, 1990, 1999 y 2002). En los últimos tiempos, se han combinado una creciente fortaleza fiscal y macroeconómica del Brasil, la reelección de Lula, la agudización del accionar de grupos del crimen organizado dotados de armas de guerra y con lógicas cercanas en algunos casos a la guerrilla urbana y terrorismo, la consolidación política, económica y militar de H. Chávez en Venezuela, el ascenso del nacionalismo indígena en Bolivia y el incremento de la presencia militar de los EE.UU. en Colombia en particular y en otras zonas en general (Manta en Ecuador, Mariscal Estigarribia en Paraguay, bases logísticas en Perú, etc.). En este sentido, cabe recordar que en enero de 2007 la principal agencia de inteligencia del Brasil dio a conocer un informe en donde advertía y criticaba sobre el creciente "cerco" que viene montando Washington con la instalación de bases de diferente tamaño en países fronterizos al Brasil tal es el caso de Colombia, zonas del Caribe, Ecuador, Paraguay y Perú. Ligado a ello, con tantas referencias periodísticas y académicas a la "doctrina de guerra asimétrica" implementada por Venezuela en el año 2004 frente a una eventual injerencia armada de los EE.UU. o una guerra indirecta la superpotencia por medio de Colombia y-o "Proxy forces" (paramilitares colombianos junto a milicias antichavistas venezolanas), se suele olvidar que también el Ejército brasileño se ha orientado a desarrollar capacidades de guerra no convencional contra lo que ellos definen la penetración de una "potencia extraregional". En agosto de 2007, a poco de asumir su cargo, el ministro Jobim efectuó un diagnóstico sobre la situación del sector de la Defensa y su entorno regional e internacional: 1) el Amazonas y el Atlántico Sur son las prioridades estratégicas; 2) se debe avanzar hacia un Ministerio de Defensa más fuerte y un instrumento militar que priorice el accionar conjunto; 3) se debe reconocer el fracaso del denominado "Plan Colombia" en materia de control del narcotráfico; 4) existen claros signos de escalada de violencia delictiva y del crimen organizado en la región, tal como lo evidencia la situación en el propio Brasil y países como México3.

A comienzos del 2008, Brasilia avanzó en la firma de un acuerdo de cooperación estratégico y militar con Francia y el ministro de Defensa Jobim llevó a cabo una amplia gira por esta potencia europea y Rusia para analizar programas de adquisición de armamentos y cooperación en tecnología satelital de uso militar4. Tanto París como Moscú, son vistos por el gobierno de Lula como socios claves en el proceso de modernización de las FF.AA. Con respecto a la relación con los EE.UU. en esta materia, la tendencia parece ser la de mostrar una relación cooperativa pero evitando involucrarlo en procesos tecnológicos que le otorguen a esta superpotencia poder de veto o control sobre la declarada intención de repotenciar la alicaída industria militar brasileña y su acceso de tecnología de última generación. Las compras de armas estadounidenses se han venido dando en los últimos años, en sectores tales como aviones para patrulla marítima Orion P-3, torpedos y sistemas de control de tiro para submarinos y helicópteros para ser usados por la flota de mar. El documento que guiaría el proceso de reestructuración del sector de la Defensa en Brasil en los próximos 10 años, comenzó a ser elaborado por una comisión integrada por el Ministerio de Defensa, la Secretaría de Planeamiento y representantes de las FF.AA. en septiembre de 2007 y se espera su terminación para septiembre del 2008.

Un reflejo de los "nuevos tiempos" al momento de pensar la Defensa de Brasil, quedaron claramente reflejados en los contundentes dichos de General José Benedito de Barros Moreira en octubre del 2007, oficial de cuatro estrellas y a cargo de la importante Secretaría de Política y Estrategia del Ministerio de Defensa. El mismo ratificó la necesidad del Brasil de contar con submarinos de propulsión nuclear así como la capacidad consiguiente de enriquecer uranio en las instalaciones de la Marina. En este sentido, citó los costos que tuvo la Argentina durante la guerra de Malvinas por no contar con este sistema de armas y recordó la importancia central que tienen y tendrán las explotaciones offshore de petróleo y gas para la seguridad energética del país5. A su vez, manifestó que entramos en un escenario internacional en donde se incrementarán los intentos de depredar por vía pacífica o armada los recursos naturales de los Estados débiles y la hipocresía inaceptable que se da en la comunidad mundial de impedir a ciertos países en desarrollo a aspirar a controlar la tecnología necesaria para, llegado el caso, acceder a armamento nuclear.

Para dimensionar (y no dramatizar o sobredimensionar) la decisión política del Brasil de reforzar su alicaído y descuidado sector de la Defensa, cabría hacer notar que la inversión en la misma vis a vis el PBI continúa siendo sustancialmente baja si se la compara con los casos de Chile y de Colombia. Si Brasilia decidiera equiparar a los mismos, en lugar de los 10 a 11 mil millones de dólares, debería asignar alrededor de 30 mil millones de dólares6 y la Argentina bordearía los 6 mil millones vis a vis los poco más de 2 mil millones de la misma moneda de las partidas de gasto del 2007. En otras palabras, el poder militar del Brasil dista de ser, al menos en el corto y mediano plazo, un factor que pueda ser visto como la punta de lanza de un expansionismo armado o de chantaje diplomático.

Comentarios Finales.

Nada más alejado del proyecto de liderazgo regional del Brasil que una militarización y polarización del choque entre Caracas-Quito-Managua (con el visto bueno más o menos explícito de potencias como Irán, Rusia y China) y la alianza Washington-Bogotá-Tel Aviv (y los amplios sectores antichavistas dentro de Venezuela). Para atenuar esta posibilidad, uno de los cursos de acción posibles sería el de fortalecer el espacio de integración político-económico y militar en el Cono Sur. Tal vez, y de manera indirecta e inesperada como suelen ocurrir las grandes cosas en la política internacional, el 1M sirva en parte para darle una mayor carga de modestia a la intención brasileña de transcurrir de manera acelerada el camino hacia el club de los poderosos del sistema internacional y le brinde argumentos a los que favorecen en Brasil una mayor cooperación con la Argentina. En el caso de nuestro país, tal vez, esperamos que la crisis ocurrida sirva para poner fin a casi dos décadas de desvalorización de la Defensa Nacional y la disuasión así como a posturas minimalistas y burocráticamente dispersas en materia de política exterior.

[1] Los aviones de tecnología francesa (especialmente el Rafale) y en menor medida los rusos, parecen los mejores posicionados para imponerse en esa licitación.

[2] The Military Balance 2007, IISS, UK.

[3] Agencia Brasil, 5 agosto 2007.

[4] O Globo, 5-2-2008.

[5] Correio Braziliense, 13 outubro 2007.

[6] Según las estadísticas del FMI del año 2007, la economía del Brasil es 2,7 veces más grande que la Argentina y 7 veces la de Chile. Para el Military Balance 2007 del IISS, el país trasandino alcanzaría un total de 4500 millones de dólares contando recursos presupuestarios y extrapresupuestarios.

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Re: GEOPOLÍTICA

#89 Mensagem por Marino » Dom Mar 16, 2008 2:26 pm

O Estado de São Paulo

EUA têm de usar força esmagadora
Michael Scheuer*


Nesta época de frases sem sentido como "pensamento divergente" e "um tempo de mudança", outra expressão tola - muito apreciada pelos presidentes George H. W. Bush, Bill Clinton e George W. Bush - está causando a derrota dos EUA no Afeganistão e no Iraque. A expressão é "pequena, leve e rápida", e refere-se ao tipo de força militar que eles acreditam que precisamos ter.
"Pequena, leve e rápida" é a negação do Exército de nossos avós - muito menos armas pesadas e muito menos infantaria em relação às forças convencionais em que os EUA sempre se apoiaram em grandes guerras. Em vez disso, seus propositores acreditam que hoje as forças militares americanas devem se apoiar mais em operações secretas e forças especiais para combater contra-insurgências e guerras irregulares.
Em graus variáveis, os senadores Hillary Clinton, John McCain e Barack Obama querem isso também. Obama, por exemplo, pediu recentemente "mais recursos para operações especiais ao longo da fronteira entre Afeganistão e Paquistão".
Mas essa abordagem não pode funcionar. Uma lição da última década é que os esforços de nossos líderes para vencer guerras com o serviço secreto liderado pela CIA e as Forças Especiais dos EUA só trazem derrotas. Não podemos combater uma sublevação mundial de muçulmanos radicais com o tipo de forças que um dia julgamos mais apropriadas para suprimir rebeldes de minúsculas ilhas caribenhas.
O Afeganistão é o melhor exemplo dessa realidade. Forças clandestinas americanas se saíram muito bem ali, vencendo as primeiras batalhas contra o Taleban e a Al-Qaeda depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 - mas elas não tiveram recursos humanos e poder de fogo suficientes para aniquilar o inimigo, para o qual agora estamos perdendo a guerra.
Isso não deveria surpreender. O serviço clandestino e as forças especiais não foram planejados para vencer guerras; sua função é complementar o uso de forças convencionais americanas em grande número contra inimigos dos EUA. Quem ler trabalhos nas listas de livros recomendados do Estado-Maior do Exército e do comando do Corpo de Fuzileiros Navais - livros de escritores como Stephen Ambrose, Ulysses S. Grant, William T. Sherman e Dwight Eisenhower - descobrirá poucas indicações de que guerras podem ser vencidas por forças clandestinas ou especiais. Somente Max Boot e seus irmãos de Weekly Standard, Commentary e National Review pregam tamanha bobagem como um evangelho.
Conheço um pouco as limitações desses tipos de operações porque durante 15 anos administrei ações secretas da CIA contra a Al-Qaeda e muçulmanos sunitas. Tenho claro para mim que o máximo que forças clandestinas podem fazer é segurar a barra até as forças convencionais chegarem para destruir o inimigo. A CIA sugeria isso em 1997 - veja-se a página 349 do relatório da comissão do 11 de Setembro - e o conceito continua válido.
Falando francamente, forças clandestinas não podem matar o número de inimigos que precisa ser morto. Mas, se é assim, por que presidentes recentes defenderam com tanta insistência essa maneira perdedora de guerrear?
A triste verdade é que a crescente dependência excessiva de Washington das forças clandestinas e especiais para combater nossos inimigos é um resultado do pavor que nossa classe política tem de uma condenação pela mídia, pela academia, pelos teóricos da guerra justa e pela elite européia se ela usar o poder militar pleno dos EUA. A despeito da guerra criminosa nos Bálcãs e do genocídio em Ruanda, líderes americanos compraram a afirmação sem base histórica de que a natureza humana e a guerra são hoje radicalmente diferentes e bem menos sangrentas do que eram nos tempos de Alexandre e César.
Ao não quererem usar o pleno poder militar convencional contra nossos inimigos, as autoridades americanas esperam que forças leves, táticas, de contra-insurgência, e armas de precisão vençam nossos inimigos com poucas baixas, pouco ou nenhum dano colateral - e sem publicidade negativa.
FORÇA INDISCRIMINADA
Pura bobagem. Não se chega à vitória se forem usadas apenas forças clandestinas, e presidentes de ambos os partidos mentiram sobre a sua eficácia porque nunca dirão aos americanos a verdade politicamente incorreta. O fato é que, nesta guerra global contra inimigos não uniformizados e religiosamente motivados que vivem entre - e são apoiados por - seus irmãos civis, e estão perfeitamente dispostos a usar uma arma nuclear contra os americanos, a vitória só é possível mediante o uso de uma força militar maciça, grandemente indiscriminada.
A reação instintiva a apelos para usar forças militares maciças é um grito angustiado de "oh, mas perderemos a batalha por corações e mentes!" Essa é uma afirmação absolutamente falsa porque os EUA já perderam a guerra por "corações e mentes" - quase 80% dos muçulmanos em todo o mundo compartilham a crença de Osama bin Laden de que o objetivo da política externa americana é "enfraquecer e dividir o mundo islâmico", segundo uma pesquisa feita pelo programa sobre Atitudes Políticas Internacionais da Universidade de Maryland. Mais forças militares só aumentariam marginalmente esses números.
O que conta é que os EUA precisam ser defendidos. Forças clandestinas e especiais devem constituir uma parte importante dessa defesa, mas somente da maneira que elas foram previstas para operar. Elas têm quatro funções básicas: reunir informações secretas, destruir alvos de infra-estrutura (como campos de treinamento terrorista e esconderijos de armas), treinar aliados estrangeiros e matar ou capturar o inimigo.
As forças americanas são excelentes em todas essas funções. A remoção temporária do regime Taleban, a captura e morte da primeira geração de líderes da Al-Qaeda e a morte de Abu Musab al-Zarqawi, da Al-Qaeda no Iraque, são provas cabais disso. Além do mais, a habilidade dos homens e mulheres de nossas forças secretas para localizar bases e líderes radicais islâmicos é o principal fator que permite o uso efetivo do estoque de armas de precisão americanas, aliás inúteis contra insurgentes.
Mas, enquanto continuarmos evitando a morte e a destruição mais amplas que são o subproduto necessário de campanhas militares convencionais vencedoras e tanto enfurecem os europeus, não conseguiremos vencer. Embora os serviços clandestinos possam ser bem-sucedidos na eliminação de líderes do inimigo, seus soldados de infantaria e apoiadores civis não estão sendo eliminados. Assim, os chefes islâmicos que tombam são rapidamente repostos, e suas tropas e redes de apoio civil permanecem intactas. Curto e grosso, usar forças clandestinas como nossa principal ferramenta de guerra é garantia de uma luta interminável contra um inimigo bem comandado, resistente e bem servido de braços.
É garantia também de que nossos serviços secretos estarão exaustos e enfraquecidos quando a ficha cair e líderes americanos começarem a usar mais forças convencionais, e assim serão menos capazes de realizar sua função de complementar as operações convencionais. Nossas forças clandestinas também estão sendo enfraquecidas pelo crescimento espantoso de companhias paramilitares que estão atraindo muitos agentes secretos americanos para o setor privado, onde a remuneração é melhor e as missões são geralmente menos perigosas. Para um serviço pequeno como a CIA, é devastador agora e para o futuro perder consistentemente quadros jovens e talentosos - que requerem dois ou mais anos para ser recrutados, treinados e mobilizados - para o setor privado.
O mais danoso para os EUA talvez seja o fato de que as valiosas operações clandestinas americanas de guerra agora parecem, para muitos americanos (e para boa parte do mundo), ilegítimas ou até "sujas". Ajudei a dirigir o programa da CIA de devolução de extremistas a seus países de origem e, graças aos agentes que o executaram, os americanos estão um pouco mais seguros do que estavam no 11/9 - e uma dezena de veteranos líderes da Al-Qaeda está presa.
No geral, o programa registrou os golpes mais expressivos dos EUA contra a Al-Qaeda, e foi autorizado pelos presidentes Clinton e Bush, aprovado por comissões de inteligência do Congresso e endossado pelos consultores jurídicos de cada um deles.
Hoje, porém, muitos americanos o têm identificado como ilegal, vergonhoso até. Os americanos precisam saber que os líderes de ambos os partidos preferem as forças clandestinas às convencionais na luta - mas que essa preferência não propicia letalidade suficiente para chegar à vitória. E, lamentavelmente, a eficácia futura de nossas forças clandestinas está sendo corroída pelos males gêmeos de uso excessivo e caça bipartidária às bruxas por políticos americanos como McCain, os senadores Carl Levin (democrata de Michigan) e Lindsey Graham (republicano da Carolina do Sul), e o representante Edward Markey (democrata de Massachusetts).
Mais desastres como o 11 de Setembro virão e, quando vierem, os americanos encontrarão seus serviços secretos exaustos e desacreditados por políticos americanos mais interessados em conquistar cargos e evitar críticas internacionais do que em assegurar a sobrevivência dos Estados Unidos.




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Re: GEOPOLÍTICA

#90 Mensagem por Marino » Ter Mar 18, 2008 5:40 pm

Imperialismo imaginário

Jarbas Passarinho

Foi ministro de Estado, governador e senador



A onda vermelha dos países que têm sido eleitos na América do Sul, embora ligados ao Foro de São Paulo, nascido em 1990 por iniciativa do Partido Comunista de Cuba e do qual participou o hoje presidente do Brasil, não nos tem poupado de críticas típicas da esquerda. O imperialismo nos tem sido atribuído pela Venezuela de Chávez, a Bolívia de Evo Morales e pelo candidato favorito à Presidência do Paraguai, que trocou as vestes eclesiais de bispo pela de chefe do nacionalismo paraguaio.

O general venezuelano Alberto Müller Rojas é ex-professor de geopolítica do então cadete da Academia Militar, hoje presidente Hugo Chávez. O mestre e o aluno mantêm ligação íntima. Rojas chefiou a campanha eleitoral que elegeu Chávez, coordena a criação do Partido Socialista Unificado (que se propõe a ser Partido Único) e é o ideólogo da revolução bolivariana. Que seria essa revolução, senão a restauração da Grã Colômbia de Bolívar, que incluía Venezuela, Colômbia, parte do Peru, Equador e Bolívia? Presentemente, só o Peru e a Colômbia não são satélites de Chávez. Aos presidentes Garcia e Uribe, ele tem dedicado adjetivos altamente ofensivos, torpes até. No Peru, porque foi vencido seu protegido. Na Colômbia, é notório o apoio que presta à guerrilha comunista Farc, velha de 44 anos e que pela primeira vez está confinada na floresta.

Em entrevista, o general Rojas disse que “o Brasil nem compra petróleo da Venezuela, o que se deve às tradições imperialistas do Brasil, que existem desde antes do descobrimento, devido ao Tratado de Tordesilhas (sic). As forças conservadoras no Congresso brasileiro querem que o Brasil execute um choque imperial na América do Sul”. Ele não sabe que não compramos petróleo porque somos auto-suficientes e é melhor continuar vendendo o petróleo venezuelano, pesado por sinal, aos Estados Unidos. Como o mundo vive a era pós-colonial, claro que ao imperialismo a que se refere o geopolítico general é do tipo cultural, de choque com “o socialismo do século 21”, na verdade anacrônico, do tipo entrado em colapso na Europa desde 1991, mas redivivo no Terceiro Mundo.

Evo Morales, a quem atendemos todas as exigências, na realpolitik de Lula (“é nosso dever ajudar os países mais pobres”),cita outro tipo de imperialismo, o definido pelos teóricos da Teoria da Dependência. Teríamos comprado o Acre por um cavalo, acusa-nos o líder cocaleiro. Só se o cavalo valia 2 milhões de libras esterlinas e mais 119 mil pagas ao Bolivian Syndicate, que alguns de nossos patriotas ainda vêem como prova de cobiça internacional da Amazônia, ao contrário dos governos brasileiros que sempre reconheceram pertencer o Acre à Bolívia. Pagamos pelo gás não consumido, devido à cláusula leonina do take or pay. Duas refinarias da Petrobras foram expropriadas e logo depois vendidas na bacia das almas a Chávez. Aceitamos rompimento dos contratos vigentes e aumentado o preço do gás que a Petrobras ajudou a produzir, pesquisando poços ao custo de US$ 15 milhões por unidade. É a isso que o senhor Evo Morales chama de imperialismo brasileiro. Fez doutrina, como se verá a seguir

Quando, em maio de 2007, Lula desembarcou em Assunção, em visita oficial, o principal jornal local, ABC, estampava esta manchete: “Brasil, um país imperialista e explorador”. A matéria explicitava “o povo paraguaio tem direito a uma rebelião, farto de tantas injustiças e vil exploração”. O exemplo a seguir, escrevia o editorialista, era Evo Morales, “que partiu para cima do Brasil e venceu os dois rounds que disputou: o aumento do preço do gás e a nacionalização das refinarias”. O motivo desse delírio acusatório centra-se no preço da energia que a Itaipu paga ao sócio paraguaio.

O presidente da usina binacional nega que falte transparência à sua gestão e apresenta abundantes argumentos, mas não convencerá os nacionalistas rancorosos prenhes de ressentimentos históricos. O ex-bispo Fenando Lugo, líder nas pesquisas, “promete levar o Brasil à Corte de Haia, para recuperar a soberania energética”. Espanto-me, pois acompanhei, de perto, as negociações. O notável engenheiro Marcondes Ferraz, que construiu a hidrelétrica de Paulo Afonso, batia-se pelo traçado de Itaipu todo no território brasileiro, desviado-se para isso, no Brasil, o leito do Rio Paraguai. O Itamaraty venceu ao discordar.

Recordo as sucessivas reivindicações paraguaias. Não podendo partilhar o financiamento da obra, de US$ 12 bilhões, que o Brasil a fizesse. A Eletrobrás bancou. Sua indústria dependia da Argentina, que adota 50 ciclos. Geramos a energia em 50 ciclos, e pagamos pela transformação em 60 ciclos, de uso brasileiro, com o conseqüente aumento do megawatt/hora, que nos custa US$ 31,95 e ao Paraguai US$19,20.Concordamos em pagar em dólar e não na moeda nacional a energia que o sócio nos fornece. O presidente Médici só recusou, por inaceitável, pagar preço pela água toda do Rio Paraguai, que aciona as turbinas, como se o rio não fosse nosso também. Itaipu rende ao Paraguai algo como US$ 320 milhões por ano. Somos, porém, o explorador vil, o imperialista fascista, segundo o princípio de que ao forte cabe explorar o fraco.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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