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Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Jan 29, 2010 1:30 am
por Bolovo
Muito bom o esquema, Glauber. Acho que é por aí também. Ter um GC parrudo é tão importante quanto ter aquele ou esse blindado, porém pouca gente dá bola...
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Dom Mai 09, 2010 10:05 pm
por Junker
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Dom Mai 09, 2010 10:36 pm
por Guerra
gOSTEI DO gc MECANIZADO. Tem duas MTR e mais uma MG. Lembram do que eu falei sobre duas MTR 7,62 no pelotão? No caso eles devem ter 3.
O GC blindado tb é bom. 3 GC e 4 VCI. Tem um detalhe que eu não sei se vcs notaram. Pelo o que eu entendi tem o cmt do gc e o cmt do carro. É justamente essa evolução que falta na nossa infantaria blindada.
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Ter Out 26, 2010 12:07 am
por lobo_guara
Obriagado pela resposta anterior Walter, mas Vou atualizar a preguta: alguém tem alguma informação mais recente do andamento do projeto, já foi iniciada a produção dos protótipos, alguma foto...????
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Seg Dez 20, 2010 3:25 am
por gil eanes
Qual seria o desempenho desse veículo nas favelas cariocas ou outras? E reforçando o que já foi perguntado acima: haverá uma versão sobre lagartas?
Crônica do Urutu - Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Seg Dez 20, 2010 3:35 am
por gil eanes
Aproveitando o tópico sobre Urutus encaminho uma pequena crônica que encontrei.
" OS OSSOS DE SALDANHA
Um certo Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, natural de Campos – e com forte base eleitoral nessa cidade – já havia conseguido trasladar para lá os restos mortais do famoso abolicionista José do Patrocínio, seu conterrâneo, que estava sepultado na capital carioca. Prosseguindo em sua senda funérea, intentou fazer o mesmo com os despojos de outro ilustre campista – nada menos que o Alte Luiz Philippe de Saldanha da Gama, cujo repouso derradeiro era (e ainda é) o mausoléu do Clube Naval (agremiação por ele fundada em 12 de abril de 1884), no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.
Bem articulado nos meios navais, logo obteve a anuência de algumas autoridades marinheiras, para atingir seu propósito. E como, à época, uma das grandes "estrelas" da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais eram os Blindados Anfíbios "Urutu", de fabricação nacional, recém incorporados, engendrou-se a seguinte manobra naval:
Um primeiro Urutu sairia do São João Batista, conduzindo a urna funerária, escoltado por motociclistas, e se dirigiria ao Aeroporto de Santos Dumont;
No Aeroporto, a urna seria embarcada em um helicóptero SH-3D, da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, que a conduziria a Campos;
Em Campos, um segundo Urutu estaria já navegando no Rio Paraíba do Sul, tendo a bordo Marinheiros e Fuzileiros usando uniformes históricos; o SH-3D "hoveraria" sobre o Urutu (a grande altura, ou o deslocamento de ar provocado pelos rotores provocaria uma impulsão no carro anfíbio, que não possuía ferros) e executaria um "deixup" com a urna; (para os não iniciados – a urna seria afixada ao cabo de aço do guincho do helicóptero, e desceria até o blindado flutuante...naturalmente, balançando...);
O Urutu executaria uma "parada fluvial", descendo o rio Paraíba (subi-lo, contra a correnteza, seria impraticável....),no trecho em que banha o centro da cidade; chegaria a uma rampa no porto local e a escalaria até a via pública; todavia, uma vez que, para navegar, o Urutu tinha que abaixar consideravelmente a pressão de seus pneus, seria impossível, para ele, prosseguir trafegando em terra, salvo se parasse e, sob os olhares da população, permanecesse imóvel por uns vinte minutos, enquanto os seis pneus imensos eram enchidos com 70 libras cada um. Por essa razão....
Um terceiro Urutu estaria a postos, no local de "atracação" do outro, receberia a urna e a escolta "histórica" de MN / FN, e prosseguiria em terra, até o novo mausoléu, que seria erigido para esse fim !
Mas o homem põe e Deus dispõe. A família de Saldanha se irritou com essa iniciativa e se opôs vigorosamente a ela, argumentando que o mausoléu no São João Batista poderia ser do Clube Naval, mas os ossos de Saldanha...eram da família ! E agora ?
Naturalmente, promoveu-se uma solução "à brasileira". Já estava tudo acertado para que um CF e um CC do Serviço de Relações Públicas do 1º Distrito Naval fossem até Campos, acertar detalhes, conduzidos por uma "Veraneio" 0 km cedida pelo Prefeito daquela cidade (correligionário do Deputado e fortemente interessado no evento....), e acompanhados de um pobre CT (FN), recém-promovido, que exercia o comando do Pelotão de Urutus...
No dia aprazado, pela manhã, bem cedo, o jovem oficial se encontrava em seu quartel, na Ilha do Governador, fardando-se, pronto para se dirigir ao 1º DN, onde a "Veraneio" estaria esperando. Toca o telefone, o Oficial de Serviço chama o brilhante CT (FN) – "É para você !". Surpresa ! Era nada mais, nada menos, do que o Comandante-Geral do CFN, em pessoa, que transmitiu ao Oficial a seguinte ordem:
- "Fulano, a família do Saldanha não admite essa iniciativa do Deputado; sua missão hoje, em Campos, é criar todos os tipos possíveis de obstáculos técnicos, para inviabilizar a manobra !"
E assim foi feito. Os oficiais do 1º DN, leigos em "Urutu", passaram a bola para o pobre CT (FN) – muito mais moderno que ambos....O Prefeito de Campos tratou "a pão-de-ló" a equipe, e ainda procurou dar "pressão": ao receber os oficiais em seu gabinete, encheu o recinto de jornalistas, com filmadoras, gravadores, câmeras fotográficas, "flashes"....E percebendo que a "palavra final" seria dada por aquele jovem, perguntou-lhe de sopetão, diante de todos os jornalistas:
"E então, Capitão Fulano, dá ou não dá para fazer a manobra ???
Ë o Capitão, cheio de dedos:
"Sr Prefeito, ainda não posso responder, temos que fazer um reconhecimento..."
Semanas depois, uma prima distante do Oficial, que residia em Campos, enviou-lhe um exemplar do jornal local, em que ele aparecia na primeira página, com uma chamada grandiosa, que insinuava ter ele avalizado tecnicamente a manobra...Ai, minha carreira !
O resto do dia foi assim: o Prefeito enchia a equipe de presentes (goiabada cascão, "chuvisco" e outros quitutes locais); a cada instante o CT (FN) inventava um problema técnico...e o Prefeito arranjava imediatamente uma solução, tendo, inclusive, afirmado que dragaria o rio Paraíba, num trecho raso, em que o Urutu, que calava 2 metros, fatalmente atolaria !
Já ao final da tarde, o CT (FN) resolveu "empurrar com a barriga" - propôs ao Prefeito que se fizesse um ensaio, o mais realista possível, de toda a "operação", dentro de uma semana, o que foi considerado razoável e aceito.
No dia seguinte, no Rio, o oficial, ainda bastante preocupado, procurou seu Comandante, explicando-lhe que aquilo era "briga de cachorro grande", e não dava para ele prosseguir. Mas não demorou muito para que o Comandante-Geral telefonasse de novo, informando que o Deputado havia respeitado o ponto-de-vista da família, e desistira do projeto. Graças a Deus !
O oficial respirou aliviado: afinal, o pesadelo que o perseguira naqueles dias fora o de um Urutu afundando em pleno rio Paraíba, levando consigo os ossos de Saldanha, oito praças das mais conceituadas...e a até então promissora carreira de um novel Fuzileiro Naval... "
Re: Crônica do Urutu - Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Seg Dez 20, 2010 2:33 pm
por Reginaldo Bacchi
gil eanes escreveu:
"... todavia, uma vez que, para navegar, o Urutu tinha que abaixar consideravelmente a pressão de seus pneus, seria impossível, para ele, prosseguir trafegando em terra, salvo se parasse e, sob os olhares da população, permanecesse imóvel por uns vinte minutos, enquanto os seis pneus imensos eram enchidos com 70 libras cada um. Por essa razão... "...
"... O oficial respirou aliviado: afinal, o pesadelo que o perseguira naqueles dias fora o de um Urutu afundando em pleno rio Paraíba, levando consigo os ossos de Saldanha, oito praças das mais conceituadas...e a até então promissora carreira de um novel Fuzileiro Naval... "
Eu gostaria imensamente de saber por que para navegar é preciso baixar a pressão dos pneus?
Toda ves que um Urutu navega, ele afunda?
Bacchi
Re: Crônica do Urutu - Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Qui Dez 23, 2010 5:07 pm
por gil eanes
Reginaldo Bacchi escreveu:gil eanes escreveu:
"... todavia, uma vez que, para navegar, o Urutu tinha que abaixar consideravelmente a pressão de seus pneus, seria impossível, para ele, prosseguir trafegando em terra, salvo se parasse e, sob os olhares da população, permanecesse imóvel por uns vinte minutos, enquanto os seis pneus imensos eram enchidos com 70 libras cada um. Por essa razão... "...
"... O oficial respirou aliviado: afinal, o pesadelo que o perseguira naqueles dias fora o de um Urutu afundando em pleno rio Paraíba, levando consigo os ossos de Saldanha, oito praças das mais conceituadas...e a até então promissora carreira de um novel Fuzileiro Naval... "
Eu gostaria imensamente de saber por que para navegar é preciso baixar a pressão dos pneus?
Toda ves que um Urutu navega, ele afunda?
Bacchi
Consultei o autor, que operou um desses, e as razões são basicamente duas: A primeira, os pneus cheios interferiam no controle da manobrabilidade quando navegando e a segunda, exerciciam maior pressão na areia quando da chegada à praia, e se estivessem totalmente cheios poderiam fazer o veículo atolar. Em condições normais ele não afunda, mas flutua realmente.
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Qui Dez 23, 2010 5:16 pm
por joao fernando
Mas o Urutu não tem um sistema automatico de controle de pressão? ( ou nessa epoca não tinha ainda?)
Agora, presepada de prefeito e deputado, em qualquer lugar, sempre dá lambança
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 10:53 am
por Elias RS
Olá João!
Sim ele tem um sistema automático de enchimento... Nas ele é bem demorado... Imagine você a quantidade de ar que cada pneu 1200x20 daqueles precisa para chegar a pressão normal de piso firme... Basta ir a um borracheiro e ver quanto tempo ele leva para encher um pneu de caminhão, isso usando um compressor de verdade...
Abs
Elias
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 12:24 pm
por Lord Nauta
[quote="Valdemort"]Exército fecha contrato de R$ 6 bilhões para compra de 2.044 blindados
Fabricante será Iveco, do grupo Fiat; trabalhos começam em 2012.
Produção deve ser entregue em até 20 anos e substituirá Urutus.
O Exército assinou nesta sexta-feira (18) contrato de R$ 6 bilhões com a montadora italiana Iveco, pertencente ao grupo Fiat, para a produção de 2.044 blindados em um período de aproximadamente 20 anos, informaram a empresa e o Exército.
"Para o Exército Brasileiro, este projeto significa aumentar a operacionalidade da Força Terrestre, incrementando sua capacidade de atuação nas diversas missões onde a utilização desse tipo de veículo é adequada", disse a força militar em nota no seu site.
Segundo a Iveco, os blindados, conhecidos como Veículos Blindados para o Transporte de Pessoal Médio Sobre Rodas (VBTP-MR), substituirão os atuais modelos Urutus, usados atualmente pelos militares brasileiros.
A fabricação dos blindados deve começar em 2012 e terminar em 2030. Segundo a Iveco, a produção envolverá 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos no Brasil.
"O VBTP-MR será uma família de veículos de transporte de 18 toneladas, equipada com motor diesel, tração 6x6 e capacidade anfíbia, capaz de transportar 11 militares", disse a Iveco. O acordo é resultado de uma licitação vencida pela Iveco em 2007. Os veículos serão produzidos no Brasil.
Prezados Amigos,
Estou retornando esta noticia para poder expor minha linha de pensamento em relação a adoção do VBTP - MR pelo EB (Guarani - nome que considero inadequado, se fosse nome de índio deveria ser, por exemplo, TAMOIO). Minha critica esta sempre voltada para as quantidades envolvidas. No caso do Guarani sou da opinião que o total de 2.044 veículos em 20 anos representa um prazo muito longo e que deveria ser reduzido para no máximo 12 anos. Quanto a quantidade tendo em vista a extensão do país, além de futuras ações em Forças de Paz, também considero inadequada. Em relação ao prazo de entrega vejo como solução um incremento do aporte de recursos para agilizar a produção dos veículos. Quanto a quantidade uma alternativa seria a realização de um contrato específico para a produção da versão de reconhecimento (VBR) armada com canhão Cockerill MK.8 de 90 mm. Desta forma o VBR não ficaria incluído no total previsto de 2.044 unidades, que seriam apenas das versões de transporte de tropa, combate de infantaria (torre de 30 mm) ambulância,porta morteiro de 120 mm, oficina, comunicações e comando. Os VBR deveriam ser adquiridos em quantidades suficientes para substituir todos os Cascavel em serviços com um acréscimo de pelo menos 20% em relação ao quantitativo atual. Quanto a versão caça-tanques (8x8) penso que não deveria ser priorizada e que os recursos que poderiam ser aplicados em seu desenvolvimento teriam melhor destinação para um projeto de veículos sobre largata.
Sds
Lord Nauta
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 12:50 pm
por Brasileiro
Lord Nauta,
As quantidades de veículos blindados 6X6 do EB atualmente são:
-409 EE-9 Cascavel;
-213 EE-11 Urutu;
2044 unidades me parecem blindados de sobra em relação à quantidade atual.
Ou então o EB pretende triplicar sua capacidade blindada sobre rodas.
abraços]
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 12:54 pm
por Reginaldo Bacchi
Elias RS escreveu:Olá João!
Sim ele tem um sistema automático de enchimento... Nas ele é bem demorado... Imagine você a quantidade de ar que cada pneu 1200x20 daqueles precisa para chegar a pressão normal de piso firme... Basta ir a um borracheiro e ver quanto tempo ele leva para encher um pneu de caminhão, isso usando um compressor de verdade...
Elias
Vocês me desculpem, mas tendo trabalhado na ENGESA durante 14 anos, eu não consigo entender o que foi escrito.
O sistema de variação de pressão do pneu foi instalado para permitir variar a pressão do mesmo em função do tipo de solo em que o veículo se desloca.
A diminuição da pressão faz com que aumente a área do pneu que está em contato com o solo, diminuindo a pressão do pneu contra o solo, e portanto garantindo a traficabilidade do veículo em solos pouco consistentes.
Ou seja, a pressão deve variar sempre dentro de limites que garantam a movimentação do veículo.
A pressão do pneu que garante o deslocamento dele na areia não impedirá que por uma distancia de cerca de 10 km (ou mais) ele se desloque pelo asfalto enquanto o pneu está atingindo sua pressão máxima.
Este foi o critério de projeto do sistema.
Pelo que se escreveu eu imagino, então, que a doutrina de emprego do Urutu pelo CFN (lembrem-se que o Urutu foi projetado conforme pedido do CFN, e me foi dito na ENGESA, que um dos projetistas do mesmo foi um Capitão de Fragata engenheiro naval), previa que no desembarque da tropa, o Urutu , vencido trecho de areia, deveria, antes de trafegar pelo terreno mais consistente, ficar parado esperando os pneus atingissem a pressão adequada, não importando o tempo que isto levasse?
Será possível?
Outra coisa que me não consegui entender é por que o pneu cheio interfere na navegação do veículo!?
Em suma, estou inteiramente confuso!
Seria possível um esclarecimento?
Bacchi
P.S.: No sitio do Centro de Instrução de Blindados do Exército Brasieliro encontrei a informação que antes da transposição de um curso d’agua os pneus do Urutu devem ser regulados para 2kg/cm2 = 28,5 libras/pol2.
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 2:40 pm
por henriquejr
Eu fico me perguntando o porque de todos os Guaranis não serem 8x8! Vendo a maioria dos exércitos do mundo dá para notar que o 8x8 é praticamente uma unanimidades com relação aos novos projetos de VBTP-MR existentes. Um Guarani 8x8 não teria uma maior capacidade de transporte de tropas e maior flexibilidade que um 6x6? E ainda mais que toda frota poderia ser padronizada no 8x8, desde a versão básica até a caça-tanques!
Os Fuzileiros estão padronizando sua frota de blindados sobre rodas com o Piranha, um 8x8!!!
Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Sex Dez 24, 2010 4:16 pm
por tykuna
Henrique,
As soluções deles pode ser muito boa para eles, mas nada garante que sejam pra nós.